- Dói-me o tempo.
- Deve ser da cabeça!
Avenida Colectiva
© Daniel Cunha
Vítor Pimenta é o segundo reforço de peso da equipa do Avenida Central. Companhia habitual dos leitores aos Sábados, o Vítor vai deixar a Avenida do Mal para se tornar no terceiro autor regular do Avenida Central. Sociedade, Saúde, Sexo, Política e Assuntos Regionais são os pratos fortes de uma escrita pesada que se lê com uma leveza que impressiona. No seu Mal que é Maior, o Vítor vai continuar a dar eco dos temas quentes e frios da região de Basto, agora com ressonância reforçada nas linhas desta Avenida.
No Minho em 2008
O Melhor
Cimeira confirma Instituto Ibérico de InvestigaçãoO ano de 2008 abriu com o lançamento da primeira pedra do laboratório dedicado à investigação em nanotecnologias que os governos de Portugal e Espanha estão a patrocinar. O projecto está no terreno e é uma pedra basilar na consolidação do Minho como região do conhecimento.
Utentes da Linha Porto-Braga unem-se contra a CP
Batalha após batalha, a comissão de utentes da linha Porto-Braga tem consolidado as suas posições e sensibilizado a CP a promover as necessárias alterações no sentido de melhor os serviços ferroviários prestados. É cada vez mais consensual que é premente modificar um serviço que funciona como metro entre a Trofa e o Porto, resultando num claro prejuízo dos utentes do Minho. A cidadania activa colheu frutos relevantes em 2008.
Guimarães perspectiva Capital da Cultura numa lógica regional
A declaração de intenções que acompanhou a candidatura da cidade de Guimarães à Capital Europeia da Cultura em 2012 é verdadeiramente histórica. Perspectivar o projecto numa lógica regional é um passo importante para enterrar em definitivo os bairrismos bacocos que ainda subsistem no Minho.
O Pior
Defensor Moura, o maior localista do MinhoÉ uma teimosia que parece não ter fim. Depois de todos os acenos ao Porto e das bicadas contra Braga, Defensor Moura também não gosta da Comunidade Intermunicipal Minho-Lima que Viana deveria liderar. Adepto da política pequena, avançou com a proposta de um referendo absolutamente imbecil para colocar a capital de distrito à margem dos restantes nove concelhos do Alto Minho. A democracia e o municipalismo mereciam melhor.
Febre dos Shoppings
São meia dúzia os shoppings que estão em construção no quadrilátero urbano do Minho. A notícia é aterradora para o comércio tradicional e augura o esvaziar agónico dos centros das cidades, acompanhado pela inevitável degradação estrutural e social.
Região em crise continua discriminada pelo poder central
O Minho é uma das regiões socialmente mais deprimidas do país. A constituição de um grupo anti-crise deu alguma visibilidade ao momento difícil que a região está a viver, mas as medidas concretas tardam em chegar. Pelo contrário, 2008 foi o ano em que o governo voltou a deixar os transportes públicos minhotos à margem das subvenções estatais e os cidadãos mais carenciados à mercê da crise e obrigados a pagar as portagens mais caras do país.
Os Negócios de Braga
«O PSD exige a demissão do presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado. Em causa está o envolvimento do autarca num acordo de permuta de terrenos entre vários empresários de Braga e o Colégio de S. Caetano, agora confirmado em tribunal, no processo que o colégio, uma instituição articular de solidariedade social (IPSS), moveu contra os empresários. O negócio lesou o colégio em cerca de três milhões de euros e foi espoletado em Junho, tendo motivado uma moção de censura à câmara, apresentada pelo PSD na Assembleia Municipal. Mesquita Machado é acusado de ter garantido à IPSS que os terrenos que esta ia receber na permuta seriam urbanizáveis após a alteração do PDM. Por outro lado, a Quinta do Salgueiró, propriedade da família do autarca, chegou a estar envolvida no negócio, ainda que este nunca se tenha realizado. O presidente da Câmara de Braga recusa qualquer envolvimento, mas o caso chegou agora a tribunal, onde o juiz de instrução considerou provada a intervenção de Mesquita Machado no negócio.» [Público]
Do Surto de Gripe [2]
© nr7375
Ao contrário do que se escreve por aí, o adiamento de cirurgias não urgentes não se deve à falta de capacidade de resposta do corpo médico, mas à necessidade de criar condições logísticas para que mais doentes com gripe possam ser internados nos hospitais públicos. A medida anunciada é uma forma de garantir a melhor resposta possível num momento em que se assiste a uma excepcional sobrelotação dos serviços.
Ainda sobre este assunto, a Ana explica muito bem explicadinho porque é que comparar a prestação de cuidados de saúde com restaurantes fast food não tem qualquer cabimento.
Do Surto de Gripe
A decisão de equacionar o adiamento das cirurgias não urgentes para melhor responder ao surto de gripe é correcta. Sabendo-se que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem recursos humanos, logísticos e financeiros limitados e que o binómio 'promoção da saúde/combate à doença' é a pedra basilar da sua missão, parece justo e lógico que o critério da seriação para atendimento dos doentes assente na gravidade dos sintomas e/ou da patologia. Estes são os valores que felizmente têm presidido ao funcionamento do SNS e não vejo como seria possível funcionar de outra forma.
Não posso concordar com João Miranda quando fala em «sistema de valores pervertido» para qualificar a triagem de prioridades de acção. Num país que assume a prestação de cuidados de saúde como universal e tendencialmente gratuita, a missão do SNS está longe de se enquadrar nas filosofias de funcionamento e gestão das empresas de restauração.
Não posso concordar com João Miranda quando fala em «sistema de valores pervertido» para qualificar a triagem de prioridades de acção. Num país que assume a prestação de cuidados de saúde como universal e tendencialmente gratuita, a missão do SNS está longe de se enquadrar nas filosofias de funcionamento e gestão das empresas de restauração.
48 Horas de Tranquilidade
Os apelos ao fim do conflito entre Israel e o Hamas multiplicam-se. Nuns, manifesta-se um efectivo desejo de paz; noutros, percebe-se que o que se quer é, somente, aproveitar um pretexto para atacar Israel (é apenas a isso que se dedica, por exemplo, essa caricata agremiação que dá pelo nome de Conselho Português para a Paz e Cooperação).
Nestes dias de grande desespero, um genuíno apelo à calma chegou pela voz do escritor David Grossman. No diário Ha’aretz de hoje, pede ele: “Neste momento, depois das primeiras e severas investidas israelitas em Gaza, seria uma boa ideia parar e dizer aos chefes do Hamas: até sábado passado, Israel mostrou a sua contenção perante os milhares de mísseis Kassam disparados a partir da faixa de Gaza. Agora, perceberam até que ponto pode ser dura a nossa reacção. Porém, para não aumentar o número de mortes e a destruição, manifestamos a nossa intenção de cessar-fogo de modo unilateral e absoluto durante as próximas 48 horas. Mesmo que continuem a disparar sobre Israel, não retomaremos as operações militares. Cerraremos os dentes, como fizemos até há pouco tempo, e não nos deixaremos tentar a replicar pela força. Ao mesmo tempo, apelaremos solenemente aos Estados, próximos e longínquos, que o desejem, a uma arbitragem entre vocês e nós para que a calma se restabeleça. Desde logo, se vocês igualmente declararem um cessar-fogo, faremos o mesmo. Em contrapartida, se ao fim destas 48 horas, vocês continuarem à atacar, apesar da nossa vontade de contenção, pois bem, replicaremos. Mas mesmo neste caso, deixaremos a porta aberta à negociação, tanto para regressar à calma, como para encarar um acordo mais vasto”.
As notícias mais recentes dizem que este apelo a um cessar-fogo israelita durante 48 horas terá sido ouvido. Se o foi, espera-se que abra um caminho para uma paz mais prolongada.
Nestes dias de grande desespero, um genuíno apelo à calma chegou pela voz do escritor David Grossman. No diário Ha’aretz de hoje, pede ele: “Neste momento, depois das primeiras e severas investidas israelitas em Gaza, seria uma boa ideia parar e dizer aos chefes do Hamas: até sábado passado, Israel mostrou a sua contenção perante os milhares de mísseis Kassam disparados a partir da faixa de Gaza. Agora, perceberam até que ponto pode ser dura a nossa reacção. Porém, para não aumentar o número de mortes e a destruição, manifestamos a nossa intenção de cessar-fogo de modo unilateral e absoluto durante as próximas 48 horas. Mesmo que continuem a disparar sobre Israel, não retomaremos as operações militares. Cerraremos os dentes, como fizemos até há pouco tempo, e não nos deixaremos tentar a replicar pela força. Ao mesmo tempo, apelaremos solenemente aos Estados, próximos e longínquos, que o desejem, a uma arbitragem entre vocês e nós para que a calma se restabeleça. Desde logo, se vocês igualmente declararem um cessar-fogo, faremos o mesmo. Em contrapartida, se ao fim destas 48 horas, vocês continuarem à atacar, apesar da nossa vontade de contenção, pois bem, replicaremos. Mas mesmo neste caso, deixaremos a porta aberta à negociação, tanto para regressar à calma, como para encarar um acordo mais vasto”.
As notícias mais recentes dizem que este apelo a um cessar-fogo israelita durante 48 horas terá sido ouvido. Se o foi, espera-se que abra um caminho para uma paz mais prolongada.
Pelos Direitos dos Não Fumadores
Segundo avança o jornal Público, a nova lei do tabaco foi implicada na diminuição do número de fumadores. Convém realçar que este facto muito positivo não passa de um ganho secundário da implementação da nova lei já que o principal fundamento do legislador se prendeu com a necessária protecção do direito à saúde dos não fumadores. A coragem do governo Socialista foi determinante nesta matéria.
Apesar disso, ainda muito está por fazer. É verdadeiramente inaceitável que para assistir a um espectáculo no café concerto do Centro Cultural Vila Flor se tenha que fumar o tabaco dos outros. Isto sucede porque aquele equipamento cultural da autarquia vimaranense continua a ser um espaço amigo dos fumadores e inimigo da cultura inclusiva. Até quando?
Apesar disso, ainda muito está por fazer. É verdadeiramente inaceitável que para assistir a um espectáculo no café concerto do Centro Cultural Vila Flor se tenha que fumar o tabaco dos outros. Isto sucede porque aquele equipamento cultural da autarquia vimaranense continua a ser um espaço amigo dos fumadores e inimigo da cultura inclusiva. Até quando?
Cultura no Minho: O Melhor de 2008
© Tiago Ribeiro
Personalidades da Cultura
Miguel Soares
Vencedor da quarta edição do concurso BES Photo, o bracarense Miguel Soares viu o seu trabalho finalmente reconhecido pela crítica.
Sofia Escobar
Porque o ano só termina quando se ouvirem as doze badaladas, Sofia Escobar merece figurar entre as personalidades que mais se destacaram no capítulo cultural. A actriz vimaranense é candidata ao título de Melhor Actriz de Teatro Musical em Inglaterra pela representação de 'Maria', em West Side Story.
Acontecimento da Cultura
peixe:avião no Theatro Circo
Constituem-se como a bandeira maior da aposta na conversão de alguns espaços do Estádio Primeiro de Maio numa espécie de incubadora de bandas musicais. De Braga para Portugal, os peixe:avião são a banda revelação de 2008 e a chegada ao palco do Theatro Circo foi um momento decisivo na curta história da banda.
Desporto no Minho: O Melhor de 2008
Personalidade do Desporto
Eduardo
Guardião da baliza menos batida na presente edição da Liga Sagres e obreiro da excelente campanha europeia do Sporting de Braga, Eduardo é o melhor guarda-redes português da actualidade. A vitória na edição de 2008 da Taça da Liga ao serviço do Vitória de Setúbal e a ascenção meteórica deste bracarense de coração são justificativos bastantes para a distinção do Avenida Central.
Acontecimento do Desporto
Vitória de Guimarães campeão nacional de voleibol
A conquista foi inédita e constituiu-se como um marco histórico para as modalidades do Vitória de Guimarães. A cidade festejou efusiva e genuinamente. O Minho desportivo reforçou a posição no panorama nacional. Guimarães e o Vitória merecem a distinção.
Eduardo
Guardião da baliza menos batida na presente edição da Liga Sagres e obreiro da excelente campanha europeia do Sporting de Braga, Eduardo é o melhor guarda-redes português da actualidade. A vitória na edição de 2008 da Taça da Liga ao serviço do Vitória de Setúbal e a ascenção meteórica deste bracarense de coração são justificativos bastantes para a distinção do Avenida Central.
Acontecimento do Desporto
Vitória de Guimarães campeão nacional de voleibol
A conquista foi inédita e constituiu-se como um marco histórico para as modalidades do Vitória de Guimarães. A cidade festejou efusiva e genuinamente. O Minho desportivo reforçou a posição no panorama nacional. Guimarães e o Vitória merecem a distinção.
A Democracia em Ruínas
Os sinais são verdadeiramente preocupantes. Quando ouvi José Sócrates explicar que o governo criou condições para baixar as taxas de juro do crédito à habitação percebi definitivamente que a governação do país se converteu num delírio de difícil resolução.
Hoje, mesmo sem ser consequente, o Presidente da República teceu duras críticas à postura do Partido Socialista na questão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores. Cavaco Silva tem razão: o PS cometeu um erro político muito grave, colocando a estratégia partidária eleitoral à frente dos interesses do país.
É a democracia em ruínas.
Hoje, mesmo sem ser consequente, o Presidente da República teceu duras críticas à postura do Partido Socialista na questão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores. Cavaco Silva tem razão: o PS cometeu um erro político muito grave, colocando a estratégia partidária eleitoral à frente dos interesses do país.
É a democracia em ruínas.
As Contas do Futebol [3]
Já aqui tinha sugerido que, à semelhança do que sucede nas outras competições, as transmissões da Liga deveriam ser negociadas em bloco. Agora são os clubes da Segunda Liga que avançam com essa proposta.
Dois Ponto Zero [17]
A ler: Fazer parte das estatísticas, por Paulo Pinto Mascarenhas; Di profundis morte lenta, por Koolricky; 2009: Tudo é Possível, por Tomás Vasques.
Mais Rigor, s.f.f.
A fantasia com que alguns associam o facto de estar a nevar em Celorico de Basto ou de Mirandela estar coberta de gelo com a ridicularização das teorias mais consensuais sobre o aquecimento global é verdadeiramente hilariante. Qualquer cidadão bem intencionado percebe que, quando se discute a possibilidade do planeta estar a aquecer em termos globais, é relevantíssimo saber o tempo que faz em Vila Nova da Rabona neste dia 28 de Dezembro.
Desconheço se o planeta está ou não a aquecer em termos globais e, como tal, vou tentando manter-me à margem da discussão de fundo. Contudo, não posso ficar indiferente às fantasias com que alguns ecofóbicos vão tentando convencer-nos da sua razão.
Desconheço se o planeta está ou não a aquecer em termos globais e, como tal, vou tentando manter-me à margem da discussão de fundo. Contudo, não posso ficar indiferente às fantasias com que alguns ecofóbicos vão tentando convencer-nos da sua razão.
Boas Saídas Em 2009
© V.P.
Adenda: para quem não percebeu o objectivo do post, dada a discussão-ao-lado que se gerou com o título, que lhes sirva este texto de pista para fintar a minha falta de arte.
Antony And The Johnsons em Braga
Hope Theres Someone ao vivo, por Antony And The Johnsons
Dois anos e meio (e uma semana) depois Antony And The Johnsons voltam ao Theatro Circo para mais um — espera-se — grande concerto de três a acontecer este ano em Portugal. Maio de 2009 traz aos Coliseus e ao Minho The Crying Light, um álbum mais intimista que o anterior, I Am A Bird Now, que contava com as colaborações de músicos como Boy George, Rufus Wainwright, Devendra Banhart e Lou Reed e que recentemente colaborou com a conhecidíssima Blind do álbum homónimo de Hercules And Love Affair.
Os concertos acontecerão dia-sim-dia-não (Lisboa a 14, Braga a 16 e Porto a 18 de Maio) e os bilhetes para Braga estarão à venda a partir de 2 de Janeiro, com preços a anunciar no mesmo dia. Para Lisboa e Porto os preços variam entre os € 20 e os € 50.
Capítulo 23: da caixinha mágica
Em entrevista no Diário do Minho de ontem, Felisbela Lopes, investigadora em Ciências da Comunicação na Universidade do Minho, deixava algumas ideias interessantes para a reflexão sobre a televisão. Destaco algumas:
Em primeiro lugar, a evolução do papel social da televisão. De janela selectiva da realidade a espelho da realidade, é agora "mapa criador de uma certa geografia social"; criadora de uma nova realidade.
Em segundo lugar, o contraste entre a participação aparente e a participação real dos telespectadores. O aumento dos meios de participação não se traduz, afinal, num aumento da participação. Mais à frente na entrevista, lembra que a crescente centralização da informação em Lisboa e Porto deixa menos espaço ao resto do país.
Em terceiro lugar, a politização da informação televisiva. Os políticos queixam-se da cobertura que os jornalistas fazem dos seus partidos, mas não da cobertura que os media fazem da ciência, da cultura ou do facto de o cidadão não estar no centro do debate público.
Em quarto lugar, Felisbela Lopes considera que seria muito positivo se o quinto canal fosse do Norte.
Quanto à importância da descentralização e a possibilidade de o quinto canal ser um canal do Norte, penso que não seria descabido pensar projectos de televisão regionais em sinal aberto, como sucede em Espanha.
Importa que as alternativas sejam de qualidade e, antes de tudo, acessíveis, porque as que temos agora são em sinal fechado ou difundidas pela internet e têm, na sua maioria, pouca qualidade. Acredito que uma televisão que unisse os esforços das várias novas televisões minhotas - e quiçá transmontanas - e fosse difundida em sinal aberto (para o Minho e Trás-os-Montes) poderia assumir-se como verdadeiro serviço público.
Em primeiro lugar, a evolução do papel social da televisão. De janela selectiva da realidade a espelho da realidade, é agora "mapa criador de uma certa geografia social"; criadora de uma nova realidade.
Em segundo lugar, o contraste entre a participação aparente e a participação real dos telespectadores. O aumento dos meios de participação não se traduz, afinal, num aumento da participação. Mais à frente na entrevista, lembra que a crescente centralização da informação em Lisboa e Porto deixa menos espaço ao resto do país.
Em terceiro lugar, a politização da informação televisiva. Os políticos queixam-se da cobertura que os jornalistas fazem dos seus partidos, mas não da cobertura que os media fazem da ciência, da cultura ou do facto de o cidadão não estar no centro do debate público.
Em quarto lugar, Felisbela Lopes considera que seria muito positivo se o quinto canal fosse do Norte.
Quanto à importância da descentralização e a possibilidade de o quinto canal ser um canal do Norte, penso que não seria descabido pensar projectos de televisão regionais em sinal aberto, como sucede em Espanha.
Importa que as alternativas sejam de qualidade e, antes de tudo, acessíveis, porque as que temos agora são em sinal fechado ou difundidas pela internet e têm, na sua maioria, pouca qualidade. Acredito que uma televisão que unisse os esforços das várias novas televisões minhotas - e quiçá transmontanas - e fosse difundida em sinal aberto (para o Minho e Trás-os-Montes) poderia assumir-se como verdadeiro serviço público.
A Ciência é Solidária
«Um princípio simples da Física foi utilizado por um professor jubilado da Universidade de Oxford para inventar óculos que poderão ser vendidos a menos de um euro e meio. Países subdesenvolvidos são alvo principal.» [Diário de Notícias]
A Bênção de Estado [2]
José Sócrates dirigiu hoje uma mensagem aos portugueses católicos a falar sobre as perspectivas para o ano de 2009. Quando é que fala aos outros portugueses?
A Ecologia do Holocausto
«A natureza não é exemplo moral seja para quem for. Ninguém me defende o direito de matar os filhos que a minha mulher teve com outro homem, à semelhança do que fazem os leões. Ou o direito de fazer sexo na rua com quem me der na gana, como os cães. Não devemos procurar orientação moral na natureza, mas sim no nosso pensamento articulado, pesando cuidadosamente os prós e os contras do que fazemos. A natureza não é o fundamento da moralidade. Se o fosse, seria imoral viver até aos setenta anos, dado que estamos biologicamente programados para viver enquanto nos reproduzirmos e depois rebentar. Caso fosse a natureza a orientar-nos a moralidade, ser Papa seria o cúmulo da imoralidade.» [Desidério Murcho, Público]
A par de todos os preconceitos, o que verdadeiramente choca nas declarações do Papa é a sugestão de uma ecologia humana que expurgue a Humanidade daquilo que a Igreja Católica abjecta. Convém lembrar aos que condescendem com estas teorias e delírios profundamente Nietzschianos que da última vez que a ideia de uma ecologia humana foi levada à prática tivemos o Holocausto que se conhece.
A ler: Santa Hipocrisia, por André Couto; Pensamentos Natalícios, por Adão; Invocar a Natureza Quando Convém, por João Galamba; What Benedict Actually Said, por Andrew Sullivan.
Avenida Colectiva
© Riacho
Depois de assinar a concepção da imagem do blogue, Cláudio Rodrigues é agora co-autor do Avenida Central naquela que é a primeira de algumas alterações que anunciaremos ao longo dos próximos dias. Design, Arte e Cultura terão aqui um olhar mais atento e especializado. Esta Avenida que se fez de Braga, escrever-se-á agora também a partir de Barcelos e de Guimarães.
O Carmo e a Trindade
Há uns anos, estava no Estádio Primeiro de Maio a assistir a uma interessante partida de futebol que o Sporting de Braga ganhava confortavelmente por uma bola a zero quando, inusitadamente, ao minuto noventa e cinco de uma partida que deveria ter noventa e quatro, João Ferreira assinalou grande penalidade a favor do Vitória de Setúbal por pretensa falta de Pedro Roma. A decisão do árbitro garantia ao Vitória de Setúbal a manutenção na liga e, para além de hipotecar a verdade do jogo, roubava dois pontos ao Sporting de Braga.
A decisão teve sabor a escândalo, mas nem por isso abriu telejornais ou teve direito a manchetes em capas de jornais. Sejamos claros: o erro de Pedro Henriques ontem no Estádio da Luz não é mais nem menos que milhares de outros erros replicados jornada após jornada. Além do mais, Porto, Benfica e Sporting são inegavelmente os clubes cronicamente mais favorecidos pelo sistema de arbitragem português.
Mas vamos ao que interessa: esta foi a jornada em que o Braga ganhou pontos a todos os adversários na luta pelos primeiros lugares.
A decisão teve sabor a escândalo, mas nem por isso abriu telejornais ou teve direito a manchetes em capas de jornais. Sejamos claros: o erro de Pedro Henriques ontem no Estádio da Luz não é mais nem menos que milhares de outros erros replicados jornada após jornada. Além do mais, Porto, Benfica e Sporting são inegavelmente os clubes cronicamente mais favorecidos pelo sistema de arbitragem português.
Mas vamos ao que interessa: esta foi a jornada em que o Braga ganhou pontos a todos os adversários na luta pelos primeiros lugares.
A Bênção de Estado
«O ministro da Administração Interna, na cerimónia de inauguração da carreira de tiro em Ponte de Lima, pediu a bênção para aquela estrutura [...] A nova carreira de tiro não teve bênção mas o Vigário Geral da Diocese, evocando a Sagrada Escritura, elevou uma súplica a Deus para que a paz reine entre os homens e que das armas se possam fazer instrumentos de desenvolvimento da humanidade.» [Diário do Minho]
Não lembraria ao diabo que um Ministro de um governo socialista tivesse a ideia de pedir bênção religiosa para um equipamento do Estado. O episódio de Ponte de Lima é tragicamente caricato, mas demonstra com invulgar limpidez a traça de que se (des)tece a sociedade portuguesa. Está à vista de todos que a laicidade do Estado é uma das mais hilariantes anedotas nacionais e que este PS consegue chamar a si os piores laivos populistas de uma certa direita portuguesa.
Dois Ponto Zero [16]
A ler: Cultura de Morte, por Fernanda Câncio; Tragédia Grega à Portuguesa, por Tomás Vasques; E se dessem uma grade de cerveja?, por Luísa Teresa Ribeiro.
Não Me Comovo
© rosewithoutathorn8
A história de Galileu é uma exemplar metáfora do modus operandi da Igreja Católica Apostólica Romana. Sabendo-se que a busca da salvação é um produto que só vende quando há sentimento de culpa é necessário investir forte na bolsa de valores do pecado. Neste capítulo, o contrariar da natureza humana é o viveiro mais profícuo. Pecas se vives amantizado e pecas se fornicas sem procriar. Pecas se desmanchares para não sofrer e pecas se viveres como sodomita. Pecas se racionares mais que o devido e pecas se investigares para lá do permitido. Pecas se não admirares a beleza da criação e pecas se te enfastiares com a verborreia doutrinária. Tudo é pretexto para exponenciar a necessidade da conversão.
Também Galileu pecou por mostrar aos homens que a verdade era diferente do que a Igreja contava e, por causa disso, foi perseguido e obrigado a converter-se ao obscurantismo dogmático. Depois de séculos de silêncio sobre a perseguição e condenação daquele cientista, o Vaticano tem repetido os elogios e pedidos de perdão pela sua envergonhante conduta. Mas, sabendo que todos os pedidos de desculpa são inúteis quando desacompanhados da necessária mudança de atitude, não me comovo com os recentes elogios do Papa Bento XVI aos trabalhos desenvolvidos pelo cientista Galileu.
A atitude da Igreja Católica, pretensamente transbordante da mais genuína humildade, esvazia-se quando se conhecem os contornos da nova inquisição contra a ciência, os ateus, os homossexuais ou as liberdades individuais de cada cidadão. Não esqueçamos que, enquanto o Vaticano se redime pela censura dos esforços científicos de Galileu, continua a promover todos os esforços para obstaculizar o desenvolvimento científico que salva vidas, evangelizando contra a selecção de embriões ou a clonagem. Mas, tal como sucedeu com a verdade de Galileu, virá o dia em que se tornará inevitável elogiar o trabalho dos ímpios cientistas que hoje, por via da descoberta e aplicação dessas técnicas, vão tornando mais salutar e aprazível a vida de muitos milhões de pessoas.
Leitura Absolutamente Imprescindível
«A escolha entre viver sem passado ou construir uma cidade dinâmica, criativa e dotada de marcadores históricos relevantes depende apenas dos bracarenses.»
[Francisco Sande Lemos, Diário do Minho, 22/12/2008]
Entrar em Braga Algo Desconfiados
Está já à venda nas livrarias bracarenses o 36.º volume da colecção Braga Cidade Bimilenar. Intitula-se Obrigados a entrar em Braga algo desconfiados e inclui textos de Bruno Amarante, Agostinho Leão Cepa, Joana Jacinto, Luís Leite, Teresa Lima, João Martinho, Fernando Castro Martins, Alcina Moreira, Filipe Moreira, Carlos Jorge Gama Nogueira, João Rogaciano, Maria Sêco e Guilherme Soares.
Obrigados a entrar em Braga algo desconfiados é o resultado de um concurso promovido pelo Estaleiro Cultural Velha-a-Branca e pela Fundação Bracara Augusta. A iniciativa impunha um número assaz reduzido de constrangimentos. Era necessário que o texto, inédito, incluísse a frase "entrei em Braga algo desconfiado", título de uma obra de Manuel Teixeira Gomes publicada na colecção Braga Cidade Bimilenar. Uma outra regra estabelecia que os textos tivessem, no máximo, dez mil caracteres. E pouco mais houve a limitar a imaginação dos participantes. O trabalho de selecção dos textos ficou a cargo de Maria do Céu Sousa Fernandes, presidente da Fundação Bracara Augusta; José Luís Antunes Guimarães, membro da direcção do Estaleiro Cultural Velha-a-Branca; Eduardo Jorge Madureira Lopes, coordenador da comunidade de leitores-da-velha e director da Colecção Braga Cidade Bimilenar; e valter hugo mãe, poeta e romancista.
Obrigados a entrar em Braga algo desconfiados é o resultado de um concurso promovido pelo Estaleiro Cultural Velha-a-Branca e pela Fundação Bracara Augusta. A iniciativa impunha um número assaz reduzido de constrangimentos. Era necessário que o texto, inédito, incluísse a frase "entrei em Braga algo desconfiado", título de uma obra de Manuel Teixeira Gomes publicada na colecção Braga Cidade Bimilenar. Uma outra regra estabelecia que os textos tivessem, no máximo, dez mil caracteres. E pouco mais houve a limitar a imaginação dos participantes. O trabalho de selecção dos textos ficou a cargo de Maria do Céu Sousa Fernandes, presidente da Fundação Bracara Augusta; José Luís Antunes Guimarães, membro da direcção do Estaleiro Cultural Velha-a-Branca; Eduardo Jorge Madureira Lopes, coordenador da comunidade de leitores-da-velha e director da Colecção Braga Cidade Bimilenar; e valter hugo mãe, poeta e romancista.
Lindas Mensagens de Natal
«...e àqueles que O rejeitam.
"Mas quem não crê já está condenado" [João 3:18]
A decisão é sua!»
Na tarde de ontem, um grupo de seis ou sete jovens cantava alegremente na Avenida Central, enquanto distribuíam estas lindas mensagens de natal.
Mundial de Futebol 2018
© funfront
Segundo o jornal Público, a candidatura ibérica ao Mundial de Futebol 2018 incluirá quatro cidades portuguesas. Tal como tenho vindo a referir, parece-me lógico e equilibrado que o país apenas apresente os três maiores estádios (Luz, Dragão e Alvalade) ou, quando muito, que se invista em Braga ou Guimarães. Não creio que enterrar dinheiro em qualquer outro estádio, nomeadamente no mais-que-inútil estádio do Algarve seja sequer uma opção a considerar.
Braga, Berço do Fim do Mundo
O Instituto Ibérico de Nanotecnologia fará da cidade de Braga um centro mundial de referência em Ciência e Inovação, podendo estar por aqui uma das portas que se abrirão para uma revolução no funcionamento da Sociedade e da Economia, nas próximas gerações. Quem o diz, não sou eu - que não monto barraca em Vilar de Perdizes - mas gente da Física, como Michio Kaku, téorico físico, futurista e autor de "Physics of the Impossible"(2008) . Não é pelo Instituto, mas pela Nanotecnologia em si.
Além das inúmeras aplicações em Medicina, Electrónica, Energia e Ambiente, pelo potencial do controlo da matéria a uma escala atómica, imitando as máquinas moleculares cujo bailado dão estrutura à existência da Vida, a Nanotecnologia poderá dar à Humanidade o seu "fabricante pessoal", depois de a ciência lhe ter dado o Personal Computer (PC). Este "personal molecular manufacter", feito por e de nanomáquinas, será capaz de produzir no conforto da casa, a partir de simples matéria, a rodos ao nosso redor, qualquer objecto ou bem que se pretenda, por simples programação. Tal qual um ribossoma (uma nanomáquina celular) constrói proteínas lendo o mRNA, ligando as peças que farão parte da restante maquinaria da célula. Por essa altura, estará o comércio tradicional pelas horas da morte, e nenhum aumento no BragaParque fará sentido. Fica, cada um de nós, dono e criador do que veste, come, usa e abusa - com as devidas questões éticas.
Mas se a maquinaria celular está devidamente programada para não se replicar infinitamente, assim como os organismos não se reproduzem sem limites - graças a milhões de anos sujeitos às ferramentas da Evolução -, surge, com o advento dos nano-robôs, a ameaça do Grey Goo: uma espécie de gosma cinzenta feita de nano máquinas que se multiplicariam (sem as alegrias do sexo) sem controlo, consumindo toda a matéria do planeta, nós inclusivé - ecofagia. Uma hipótese tão possível como remota. Este é aliás, a par dos Buracos Negros gerados pelo CERN, das Bombas Atómicas ou da Inteligência Artificial sem respeito pelo criador, uns dos possíveis "Fins do Mundo" causados pelo avanço tecnológico. Ora a termos tal evento de escala global algum dia, que venha para Braga, já que se ficou sem a organização da Capital Europeia da Cultura...
Além das inúmeras aplicações em Medicina, Electrónica, Energia e Ambiente, pelo potencial do controlo da matéria a uma escala atómica, imitando as máquinas moleculares cujo bailado dão estrutura à existência da Vida, a Nanotecnologia poderá dar à Humanidade o seu "fabricante pessoal", depois de a ciência lhe ter dado o Personal Computer (PC). Este "personal molecular manufacter", feito por e de nanomáquinas, será capaz de produzir no conforto da casa, a partir de simples matéria, a rodos ao nosso redor, qualquer objecto ou bem que se pretenda, por simples programação. Tal qual um ribossoma (uma nanomáquina celular) constrói proteínas lendo o mRNA, ligando as peças que farão parte da restante maquinaria da célula. Por essa altura, estará o comércio tradicional pelas horas da morte, e nenhum aumento no BragaParque fará sentido. Fica, cada um de nós, dono e criador do que veste, come, usa e abusa - com as devidas questões éticas.
Mas se a maquinaria celular está devidamente programada para não se replicar infinitamente, assim como os organismos não se reproduzem sem limites - graças a milhões de anos sujeitos às ferramentas da Evolução -, surge, com o advento dos nano-robôs, a ameaça do Grey Goo: uma espécie de gosma cinzenta feita de nano máquinas que se multiplicariam (sem as alegrias do sexo) sem controlo, consumindo toda a matéria do planeta, nós inclusivé - ecofagia. Uma hipótese tão possível como remota. Este é aliás, a par dos Buracos Negros gerados pelo CERN, das Bombas Atómicas ou da Inteligência Artificial sem respeito pelo criador, uns dos possíveis "Fins do Mundo" causados pelo avanço tecnológico. Ora a termos tal evento de escala global algum dia, que venha para Braga, já que se ficou sem a organização da Capital Europeia da Cultura...
Capítulo 22: da credibilidade
É notícia a compra de 10% do BPI por Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos. Ao contrário do que poderiam os mais incautos pensar, a notícia não é o facto de ter investido no BPI, mas sim o facto de também ter investido no BPI. Explico: além destes 10%, Isabel dos Santos detém ainda 25% do capital do BIC e 20% da Galp.
Pedro Santos Guerreiro, director do Jornal de Negócios, adverte: "Devemos estremecer por ver a família dos Santos comprar 10% do BPI? Devemos por causa da concentração de poderes". E di-lo bem, porque como afirma: "José Sócrastes é (...) a pessoa que tem poder em mais empresas estratégicas portuguesas. Segue-se-lhe José Eduardo dos Santos".
Se pensam em nomes como o "novo colonialismo" ou "colonialismo do terceiro milénio" podem não estar tão errados quanto isso, mas os especialistas sossegam: "é sempre dinheiro que entra de gente que conhecemos" (João de Deus Pinheiro) ou "[é gente que] aqui sente que o seu dinheiro gera influência e está seguro" (Xavier Figueiredo). Manuel Enes é mais pragmático: "sabem que, neste momento, esta é a única porta onde podem bater. Têm consciência do seu nível e da sua credibilidade".
Portugal é o miúdo gordo de óculos que ninguém quer na equipa; Angola é o miúdo que já reprovou alguns pares de vezes e de quem todos desconfiam. Têm-se um ao outro, apesar de não se confiarem. É um relacionamento tipo melhor que nada, mas foge por pouco ao redondo zero.
Pedro Santos Guerreiro, director do Jornal de Negócios, adverte: "Devemos estremecer por ver a família dos Santos comprar 10% do BPI? Devemos por causa da concentração de poderes". E di-lo bem, porque como afirma: "José Sócrastes é (...) a pessoa que tem poder em mais empresas estratégicas portuguesas. Segue-se-lhe José Eduardo dos Santos".
Se pensam em nomes como o "novo colonialismo" ou "colonialismo do terceiro milénio" podem não estar tão errados quanto isso, mas os especialistas sossegam: "é sempre dinheiro que entra de gente que conhecemos" (João de Deus Pinheiro) ou "[é gente que] aqui sente que o seu dinheiro gera influência e está seguro" (Xavier Figueiredo). Manuel Enes é mais pragmático: "sabem que, neste momento, esta é a única porta onde podem bater. Têm consciência do seu nível e da sua credibilidade".
Portugal é o miúdo gordo de óculos que ninguém quer na equipa; Angola é o miúdo que já reprovou alguns pares de vezes e de quem todos desconfiam. Têm-se um ao outro, apesar de não se confiarem. É um relacionamento tipo melhor que nada, mas foge por pouco ao redondo zero.
Fazer História [4]
Quantos clubes portugueses atingiram os dezasseis-avos de uma prova europeia em três anos consecutivos?
Dois Pesos e Duas Medidas
© Jacqueline Poggi - vestígios arqueológicos da presença romana na Líbia
Depois de todo o facilitismo repetidamente denunciado pelo Diário do Minho no que respeita à aprovação das obras e do competente acompanhamento arqueológico na ampliação do túnel da Avenida da Liberdade, em Braga, o IGESPAR chumbou dois dos cinco projectos com que António Magalhães prometia revolucionar a cidade de Guimarães.
Se já aqui havíamos questionado o ziguezaguear do processo de aprovação das obras da Avenida da Liberdade, a notícia que chega de Guimarães faz adensar as suspeitas sobre a conduta das entidades responsáveis pelo processo. Além do mais, está por explicar porque é que o Toural (de Guimarães) não pode ter túnel nem parque subterrâneo e a Avenida da Liberdade pode...
SC Braga no Sorteio da UEFA
Manchester City da Inglaterra, FC Metalist Kharkiv da Ucrânia, Standard de Liège da Bélgica, Udinese Calcio de Itália, Hamburger SV da Alemanha, Saint-Etienne de França e CSKA Moskva da Rússia são os adversários possíveis para um Sporting de Braga praticamente irrepreensível na epopeia europeia desta época. Depois da vitória do Metalist na Luz e da eliminação do Sevilha está visto que não há adversários fáceis.
Da Política Bracarense
1. Ricardo Rio foi o primeiro candidato a ser anunciado oficialmente pelo Conselho Nacional do PSD. O acto, ainda que simbólico, revela bem a confiança que os sociais democratas depositam na viragem histórica em Braga.
2. O Bloco de Esquerda tornou pública uma firme posição sobre a sequela do templo romano da Avenida da Liberdade. No comunicado pode ler-se que o Presidente da Câmara se comportou «como se fosse proprietário de Braga e da memória da cidade, arrogando-se ao direito de tomar decisões da máxima importância e com consequências dificilmente reparáveis.»
3. O município de Braga, através da empresa municipal de transportes urbanos, voltou a queixar-se da falta de apoios do Governo e da discriminação de que Braga tem sido alvo comparativamente com Lisboa e Porto. Fica a ideia de que mais poderia ser feito para sensibilizar politicamente o governo por uma situação que denunciamos repetidamente.
2. O Bloco de Esquerda tornou pública uma firme posição sobre a sequela do templo romano da Avenida da Liberdade. No comunicado pode ler-se que o Presidente da Câmara se comportou «como se fosse proprietário de Braga e da memória da cidade, arrogando-se ao direito de tomar decisões da máxima importância e com consequências dificilmente reparáveis.»
3. O município de Braga, através da empresa municipal de transportes urbanos, voltou a queixar-se da falta de apoios do Governo e da discriminação de que Braga tem sido alvo comparativamente com Lisboa e Porto. Fica a ideia de que mais poderia ser feito para sensibilizar politicamente o governo por uma situação que denunciamos repetidamente.
Iniciativas Sem Préstimo
Todos os dias são organizadas, em Braga e um pouco por todo o lado, as mais diversas iniciativas. Umas são promovidas por duas ou três pessoas (ou só por uma); outras são dinamizadas por muita gente. Umas têm um valor extraordinário, outras são desprovidas de qualquer mérito. Umas fomentam um envolvimento activo dos muitos que, de algum modo, nelas participam; outras não servem para quase nada. Múltiplos são, claro, os itens que se podem usar para as distinguir.
Há abundantes iniciativas que, segundo os organizadores, correm sempre muitíssimo bem, excedem sempre as melhores expectativas, têm sempre um número elevadíssimo de participantes (às vezes, cometem mesmo a proeza de esse número duplicar, triplicar ou quadruplicar a lotação dos espaços em que se realizam) e são sempre importantíssimas para a imagem da localidade em que são promovidas. Às vezes, são só manifestações trapalhonas de um barata-tontismo sem préstimo que, aliás, tem muitos adeptos.
Não viria daqui, com é óbvio, qualquer mal ao mundo se não se desse o caso de haver promotores que julgam que os seus passatempos têm de ser pagos com dinheiros públicos. E a coisa piora porque, frequentemente, eles o são.
Há abundantes iniciativas que, segundo os organizadores, correm sempre muitíssimo bem, excedem sempre as melhores expectativas, têm sempre um número elevadíssimo de participantes (às vezes, cometem mesmo a proeza de esse número duplicar, triplicar ou quadruplicar a lotação dos espaços em que se realizam) e são sempre importantíssimas para a imagem da localidade em que são promovidas. Às vezes, são só manifestações trapalhonas de um barata-tontismo sem préstimo que, aliás, tem muitos adeptos.
Não viria daqui, com é óbvio, qualquer mal ao mundo se não se desse o caso de haver promotores que julgam que os seus passatempos têm de ser pagos com dinheiros públicos. E a coisa piora porque, frequentemente, eles o são.
De Portas Abertas ao Poder
Ao que parece, Paulo Portas quer transformar o PP num partido equisdistante entre PS e PSD. Esta ideia, para além de transparecer oportunismo sedento de poder, ameaça esvaziar aquele pequeno partido de qualquer projecto ideológico e transformá-lo numa espécie de grafonola atávica e revanchista da sociedade portuguesa.
[sem título]
A TV do Real. Felisbela Lopes, docente de Jornalismo da Universidade do Minho, acaba de lançar mais um livro sobre a informação televisiva, o tema da sua tese de Doutoramento. Está nas bancas e recomenda-se neste Natal.
Hotel Low Cost em Braga. A cadeia de hotéis Star Inn apostou na cidade de Braga para o segundo empreendimento em Portugal. Na próxima quinta-feira, o projecto será apresentado no Theatro Circo.
As Incoerências Jornalísticas de Braga. Rita Neves chama a atenção para a [aparente] contradição entre as capas dos dois diários bracarenses, a propósito das supostas ilegalidades no acompanhamento arqueológico das obras da Avenida da Liberdade. Nada que surpreenda.
PP ou Partido do Portas? Sangria após sangria, o CDS-PP é cada vez mais o Partido do Portas, um homem com horror a tudo o que possa pôr em causa a sua liderança messiânica. Por ora, o objectivo é voltar ao governo em coligação com Sócrates.
Hotel Low Cost em Braga. A cadeia de hotéis Star Inn apostou na cidade de Braga para o segundo empreendimento em Portugal. Na próxima quinta-feira, o projecto será apresentado no Theatro Circo.
As Incoerências Jornalísticas de Braga. Rita Neves chama a atenção para a [aparente] contradição entre as capas dos dois diários bracarenses, a propósito das supostas ilegalidades no acompanhamento arqueológico das obras da Avenida da Liberdade. Nada que surpreenda.
PP ou Partido do Portas? Sangria após sangria, o CDS-PP é cada vez mais o Partido do Portas, um homem com horror a tudo o que possa pôr em causa a sua liderança messiânica. Por ora, o objectivo é voltar ao governo em coligação com Sócrates.
A Independência das Universidades
Enquanto João Miranda questiona o uso da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa para o Congresso do Fórum Esquerdas, o silêncio impera relativamente à intenção de construir um centro pastoral dentro do campus da Universidade do Minho. É a hora de se reflectir profundamente sobre a independência das Universidades.
Projectos 16 | Expansão do Braga Parque
© Mundicenter
Um paralelepípedo colado à Avenida Padre Júlio Fragata será o resultado da terceira fase de expansão do Centro Comercial Braga Parque. A cidade que já foi do comércio tradicional conhece mais um pedaço do futuro que lhe está reservado... shoppings!
A Igualdade Aqui Tão Perto...
«Una pareja de lesbianas que lo había solicitado de forma oficial podrá tener en España un bebé del que ambas serán madres biológicas, una como gestante y la otra aportando sus genes. A muchos quizá les parecerá otro milagro científico, pero es nada menos que un avance social.» [Público.es]
Também nesta matéria, em nome de um certo oportunismo eleitoral, o Partido Socialista português defraudou o compromisso com os eleitores e negou a sua matriz ideológica de esquerda. Em Espanha, Zapatero tem honrado os compromissos e colocado aquele país na vanguarda legislativa em termos de respeito pela igualdade na diversidade.
Portugal Mais Alegre
© bmoeiras
Manuel Alegre diz que a base programática que saiu do Fórum Esquerdas «é para ir a votos.» O anúncio deixa poucas dúvidas sobre o destino político do homem que, mesmo sem Partido Socialista, conseguiu mais de um milhão de votos nas últimas eleições presidenciais.
A viragem à direita protagonizada por José Sócrates perante o seguidismo cego da maioria dos militantes e deputados do Partido Socialista, abriu uma imensa brecha eleitoral à esquerda que será agora representada pelo projecto que Manuel Alegre lidera.
CAA entende que «o fraccionamento do PS pode levar a pior liderança de sempre do PSD a regressar ao jogo político de onde tem estado ausente por manifesta inépcia.» Contudo este cenário é altamente improvável já que os sociais democratas falharam a oportunidade de mostrar ao país que são alternativa consistente ao governo de José Sócrates, desperdiçando todo o capital de descontentamentos que fervilha no país. Bem mais provável será, como especula Jorge Ferreira, a erosão do eleitorado do PSD e do CDS às mãos de um Sócrates que governa cada vez mais à direita.
Talvez 14 de Dezembro seja um dia mais importante do que imaginamos. Está em marcha uma verdadeira reconfiguração do cenário político nacional.
Somos Todos Valdevez!
O Atlético de Valdevez acaba de eliminar o Santa Clara (3-1), avançando para os quartos de final da Taça de Portugal. Os alto-minhotos estão a carimbar uma brilhante prestação na edição desta época, tendo já eliminado Gil Vicente, Oliveirense e Olhanense.
Unidos para Ajudar
© UPA
O Movimento UPA - Unidos para Ajudar, cujo mote é «Levanta-te Contra a Discriminação das Doenças Mentais», envolveu ao longo dos últimos meses alguns dos mais significativos nomes da música portuguesa. De Janeiro a Outubro, foi lançado um tema por mês que resulta da parceria entre duas personalidades marcantes da nossa música, a qual será alusiva aos temas propostos pela Encontrar+se, tendo sempre como ponto de partida duas palavras (ou atitudes...) antagónicas, procurando desta forma alertar para a necessidade de uma mudança de mentalidades na forma como a doença mental é encarada entre nós. O projecto musical foi concebido pelo Zé Pedro Reis (Xutos) em parceria com a Paula Homem e o Pedro Tenreiro, e terá a direcção artística e produção de Nuno Rafael, conceituado músico e cúmplice habitual de Sérgio Godinho. [informação retirada do site UPA08]
Neste Natal, Levante-se Contra a Discriminação das Doenças Mentais e ofereça o CD do projecto a todos os seus amigos.
Responsabilidade Social da Arqueologia
Na passada quinta-feira a Biblioteca Pública de Braga foi o palco de uma conferência relativa às escavações realizadas pela UAUM em Braga, no ano de 2008. Manuela Martins e Luís Fontes foram os oradores desta comunicação, que divulgou os resultados das recentes intervenções arqueológicas na cidade e arredores, na tradição seguida pela Universidade do Minho no contexto do estudo e salvamento de Bracara Augusta.
A iniciativa transparece a legimitidade de quem efectivamente conhece os processos e conteúdos abordados, mencionando as descobertas realizadas, a sua interpretação e os passos do minucioso estudo que tem vindo a ser feito. Foi também um exemplo de honestidade, pela forma como as informações foram abertamente dadas a público e pela forma como todas as questões colocadas pela assistência foram efectivamente respondidas.
O público foi, como já é hábito nestas conferências, pouco afluente. De facto, a iniciativa não foi divulgada com a mesma veemência com que por vezes se apontam supostas ilegalidades ou falta de transparência. Gostaria de ter ouvido, no auditório do Largo do Paço, a colocação frontal de muitas questões e dúvidas que, noutros contextos, quiçá menos indicados, foram manifestadas sem rodeios. Haveria melhor local e oportunidade para o fazer?
Pitada de Carril no Investimento Público
Numa era em que o keinesianismo se tornou a solução e o problema de tudo, em que não há mercado livre que aguente a tentação do alheio, lá se expôs em conferência o bureau do Governo em pose de última ceia, tal qual apostolado de salvador-tecnológico ao meio entre marias madalenas e judas. A apresentação de medidas soube a mais do mesmo, investimento em mais elefantes brancos, depois dos elefantes-bancos.
Banhado em sorrisos, amores de dinheiro fresco, não tardou o sector da Construção Civil, que muito emprega e se governa, motor e betoneira da economia portuguesa - valha-nos eles e até quando o pesado fardo? -, pedir que se lancem as pedras e as empreitadas, sem se estancar, porventura, o défice às derrapagens. No requerimento, exceptuando os remendos a escolas e hospitais, de raíz mal feitos por muitos dos empreiteiros do sector: mais auto-estradas e barragens até que não sobre aldeia com a sua portagem, a sua CRIL e a sua CREL, e bacia hidrográfica que não seja bacia literalmente.
Ora, dado este New Deal a pedido, em advento de país ligado à Europa por TGV e com contas a saldar com Quioto, proponho como investimento público, que talvez agradasse a esta minha geração que pagará as fraldas que se mudaram à Banca, a substituição das automotoras por comboios a sério, nas linhas férreas que definham e nas que acabaram por fechar. Em bitola europeia ou carril magnético, reabra-se - entre outras e por exemplo - a Linha do Tâmega e inclua-se toda a sua extensão nos urbanos do Porto. As gentes do all interior agradecem, preferem carruagens a barcos de recreio.
Banhado em sorrisos, amores de dinheiro fresco, não tardou o sector da Construção Civil, que muito emprega e se governa, motor e betoneira da economia portuguesa - valha-nos eles e até quando o pesado fardo? -, pedir que se lancem as pedras e as empreitadas, sem se estancar, porventura, o défice às derrapagens. No requerimento, exceptuando os remendos a escolas e hospitais, de raíz mal feitos por muitos dos empreiteiros do sector: mais auto-estradas e barragens até que não sobre aldeia com a sua portagem, a sua CRIL e a sua CREL, e bacia hidrográfica que não seja bacia literalmente.
Ora, dado este New Deal a pedido, em advento de país ligado à Europa por TGV e com contas a saldar com Quioto, proponho como investimento público, que talvez agradasse a esta minha geração que pagará as fraldas que se mudaram à Banca, a substituição das automotoras por comboios a sério, nas linhas férreas que definham e nas que acabaram por fechar. Em bitola europeia ou carril magnético, reabra-se - entre outras e por exemplo - a Linha do Tâmega e inclua-se toda a sua extensão nos urbanos do Porto. As gentes do all interior agradecem, preferem carruagens a barcos de recreio.
Turismo do Porto e Norte de Portugal Douro
«O Município de Vila Verde reclamou ontem maior equidade na distribuição dos apoios ao turismo previstos no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O edil disse que dos 100 milhões de euros previstos para a área da entidade regional de turismo Porto e Norte de Portugal, "75 milhões de euros" vão ser aplicados no Douro.» [Diário do Minho]
O autarca de Vila Verde descobriu agora aquilo que temos vindo a denunciar repetidamente ao longo dos últimos tempos. A reorganização do turismo do Norte apenas serve para aumentar o investimento no turismo do Porto e do Douro.
Acontece no Minho [14]
O projecto musical «Deolinda» é o cabeça de cartaz de um fim de semana absolutamente excepcional para a cultura do Minho. A oferta é tanta e de tão grande qualidade que difícil será mesmo escolher...
XV Celta (música)
[Sexta e Sábado, 12 e 13 de Dezembro, 21h30m. Theatro Circo, Braga]
O Celta, Festival Internacional de Tunas, volta ao Theatro Circo após longos anos de ausência. São sete tunas num concurso em que não faltará a música e a animação.
Deolinda (música)
[Sábado, 13 de Dezembro, 21h30m. Casa das Artes, Vila Nova de Famalicão]
[Domingo, 14 de Dezembro, 17h. FNAC, Braga]
São o projecto musical do momento. Trazem no peito a metáfora mais genuína da idiossincrasia nacional e expressam-na com uma limpidez musical e literária que impressiona. «Canção ao Lado conta pequenas histórias com personagens típicas portuguesas e cenários típicos do fado, num Portugal moderno e cosmopolita.»
Homenagem a Olivier Messiaen
[Sábado, 13 de Dezembro, 21h30m. Auditório Vita, Braga]
«Em Dezembro, no mês em que Olivier Messiaen nasceu há cem anos, no Auditório Vita, presta-se uma homenagem ao singular compositor do séc. XX, que realizou em Portugal a estreia mundial de uma das suas obras, A Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo.»
Trio Manuel Beleza (música)
[Sábado, 13 de Dezembro, 22h. Espaço Cultural Pedro Remy, Braga]
Manuel Beleza nasceu em Braga em 1955, iniciando os seus estudos musicais na década de setenta como autodidacta e ingressando mais tarde no Conservatório de Música de Braga. Apaixona-se pelo Jazz e, em 1979, integra um duo com o guitarrista António Peixoto. Seguem-se inúmeras experiências com músicos como Fredo Mergner, António Ferro, Mário e Pedro Barreiros, Pedro Abrunhosa, José Meneses e Ricardo Fabini entre outros. Em 1999 cria o Trio Manuel Beleza.
Feminine (dança)
[Sábado, 13 de Dezembro, 22h. Centro Cultural Vila Flor, Guimarães]
«Cinco mulheres e Fernando Pessoa. Um Pessoa no feminino e de saltos altos. “Feminine” explora o imaginário pessoano a partir do olhar de cinco mulheres, quatro intérpretes de dança e uma actriz.» Feminine é um trabalho da companhia Paulo Ribeiro.
XIII Puer Natus Est (música)
[Sábado, 13 de Dezembro, 21h30m. Sé Catedral, Braga]
O concerto de Natal do Coro Académico da Universidade do Minho (CAUM) é uma das marcas mais significativas da época festiva da cidade.
The Blind Boys of Alabama (música)
[Domingo, 14 de Dezembro, 21h30m. Theatro Circo, Braga]
«Algumas das mais tradicionais canções de Natal são os presentes antecipados que os The Blind Boys of Alabama oferecem ao Circo com o espectáculo 'Go Tell It on the Mountain'. Num concerto único em Portugal, a banda que, desde a sua formação em 1939, conquistou admiradores de todos os quadrantes geográficos e musicais, traz a Braga o gospel que foi distinguido com quatro Grammy Awards e deu origem a colaborações com músicos como Peter Gabriel, Lou Reed ou Ben Harper.»
Cultura a Quatro
Cultura a Quatro é o projecto mais recente do Quadrilátero Urbano. A iniciativa, marcada por eventos em cada um dos quatro municípios, abre caminho para a criação da agenda cultural conjunta que repetidamente vimos reclamando. A gestão partilhada dos recursos culturais, perspectivando a cultura numa lógica regional por contraponto ao municipalismo vigente, é uma aposta capaz de fazer do Quadrilátero uma verdadeira região europeia da cultura ainda antes do desafio que a cidade de Guimarães protagonizará em 2012.
Dois Ponto Zero [15]
A ler: sra ministra, importa-se de esclarecer?, por Fernanda Câncio; Dezembro, por Tomás Vasques; O Espírito das Leis, por Francisco José Viegas.
A ver: Eu Trago Jesus no Coração, por Pedro Vieira.
A ver: Eu Trago Jesus no Coração, por Pedro Vieira.
Guimarães: A Cultura em Debate
© Cláudio Rodrigues
Se há coisa que aprecio em Guimarães é a constância do debate. Das opções desportivas ao futuro das praças e avenidas ou da gestão cultural quotidiana aos desafios dos grandes projectos, tudo é motivo de participado debate. Desta feita, os blogues do berço propõem uma reflexão sobre Guimarães e os Desafios da Capital Europeia da Cultura que o tempo é de preparação para o grande evento do Minho.
A Caricatura
Os deputados são uma das classes mais absentistas do país e o dia em que mais costumam mandriar é a sexta-feira. Vai daí, Guilherme Silva propõe que os plenários se realizem de terça a quinta. Este país não tem emenda.
Esticar a Corda
© Manuel Manso
O Ministério da Educação convidou os sindicatos para uma negociação que está morta à partida. Ao assumir que «não vai haver qualquer alteração no modelo de avaliação dos professores», José Sócrates dá razão aos sindicatos quando se queixam da irredutibilidade do Ministério.
Convém lembrar que os grandes prejudicados deste impasse são os estudantes. Enquanto o Governo procura maximizar os proveitos eleitorais do braço de ferro com os professores, a escola pública vivifica num clima de guerrilha e desmotivação. José Sócrates está a esticar a corda, mas não é certo que ela parta pelo lado dos professores.
Nem Fome, Nem Ignorância
“A alfabetização e a luta contra a fome estão ligadas, estreitamente interdependentes. Uma não triunfaria sem a outra. Ambas pedem – exigem hoje a nossa acção. Que neste terceiro milénio que há pouco começou, na nossa terra comum, não haja qualquer criança, seja qual for o seu sexo, a sua língua ou sua religião, abandonada à fome ou à ignorância, colocada à margem do festim. Esta criança traz em si o futuro da nossa raça humana. A ela a realeza, como escreveu, há muito tempo, Heraclito, o Grego.”
Assim terminou, no domingo passado, em Estocolmo, Jean-Marie Gustave Le Clézio o seu discurso de recepção do prémio Nobel da Literatura; úteis palavras, que vale a pena sublinhar neste dia em que se recorda que há sessenta anos foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Assim terminou, no domingo passado, em Estocolmo, Jean-Marie Gustave Le Clézio o seu discurso de recepção do prémio Nobel da Literatura; úteis palavras, que vale a pena sublinhar neste dia em que se recorda que há sessenta anos foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Petição pela Cinemateca em Braga
© mundokino
O Público dá conta da petição que promete mobilizar os bracarenses e minhotos ao longo dos próximos tempos. Sabendo da intenção de abrir três salas de um pólo da Cinemateca no Porto, «um grupo de cidadãos de Braga quer que a cidade tenha direito a receber "um pólo ou subpólo" da Cinemateca, onde serão exibidas "obras antigas e filmes contemporâneos fora dos circuitos comerciais".»
A iniciativa partiu de Manuel Caldeira Cabral, docente de Economia da Universidade do Minho. Para a justificar, Manuel Caldeira Cabral afirma que «neste momento, está a pensar-se descentralizar a Cinemateca para o Norte, numa medida que aplaudimos, mas se estão previstas três salas para o Porto, porque não considerar uma sala em Braga? Em vez de três salas com dois quilómetros de distância, teríamos uma a cerca de 50, para um outro público.»
O blogue Avenida Central adere à iniciativa e apela à participação de todos, assinando online aqui ou na Centésima Página, Velha-a-Branca e Universidade do Minho.
Trofa: Adeptos do Braga Esgotaram Bilhetes
Hoje houve adeptos do Sporting de Braga a regressarem da Trofa sem assistir à partida no estádio porque... os bilhetes estavam esgotados. Acontecesse com outros clubes e já se imaginam as manchetes. Depois venham dizer que os adeptos do Braga são isto e aquilo.
No jogo da Trofa, Eduardo confirmou o estatuto de melhor guarda-redes português, mais do que justificando a titularidade na selecção nacional. Recomendo a visualização deste excelente trabalho do Jornal de Notícias com o melhor guarda redes português da actualidade.
No jogo da Trofa, Eduardo confirmou o estatuto de melhor guarda-redes português, mais do que justificando a titularidade na selecção nacional. Recomendo a visualização deste excelente trabalho do Jornal de Notícias com o melhor guarda redes português da actualidade.
Obras Públicas em Tempo de Crise?
© José Andrade
Que ninguém tenha ilusões: o país está em campanha para as eleições do próximo ano. Isto significa que cada qual trabalha para conquistar o maior eleitorado possível, minimizando as perdas inevitáveis sempre que é necessário optar por um outro caminho.
Enquanto José Sócrates anuncia investimento público para combater a crise e gerar emprego, Manuela Ferreira Leite opta por pedir contenção, ensejo em que é acompanhada por alguns economistas do espectro socialista. Posto isto, deve o Estado investir para revitalizar a economia ou colocar a responsabilidade desse estímulo nas mãos dos cidadãos e dos privados por via da redução dos impostos? A questão é fácil formulação, mas de difícil resposta.
Enquanto Durão Barroso propõe a descida dos impostos, Barack Obama anuncia um plano de investimentos públicos gigantescos tendo como principal desígnio a criação de milhares de novos empregos. Nesta medida, o recém-eleito presidente norte-americano é apoiado pelo laureado com o Prémio Nobel da Economia. Paul Krugman, além de prever que a crise se estenda para até depois de 2011, assina um artigo de opinião no El País em que justifica a importância do investimento público em tempos de crise.
Assumindo as obras públicas como essenciais para a recuperação económica do país, importa definir quais as prioridades de investimento, sendo indispensável que Governo e oposição concentrem esforços na sua definição. É que, se existe consenso alargado relativamente ao novo aeroporto e à rede ferroviária de alta velocidade, parece-me muito discutível avançar desde já com algumas ligações rodoviárias (por exemplo, a nova autoestrada Porto-Lisboa) e, sobretudo, com a construção desenfreada de barragens que pouco ou nada acrescentarão à resolução dos problemas energéticos nacionais.
Vital Moreira tem razão quando defende a prioridade ao investimento público. Só falta definir com muita clareza em quê.
Visões Sobre Braga
«Uma promessa reiterada pelos Governos das últimas duas décadas e meia irá finalmente ser cumprida. A novela sem fim do novo hospital simboliza muito daquilo em que Braga se tornou. Situada numa zona de grande dinamismo, apetrechada com uma universidade que conhece a maior expansão qualitativa do País, Braga nunca impôs as suas inúmeras qualidades. Aninhada sobre si mesma, aferrada num poder autárquico que reúne quase todos os defeitos que o ‘localismo’ consegue engendrar, Braga preferiu ter um estádio de futebol ultramoderno e nunca lutar com denodo por um hospital decente, mantendo um S. Marcos sem valências bastantes e a cair de velho. Em princípio, esperemos, Braga vai ter o hospital que merece. A não ser que a crise ou o Tribunal de Contas ainda o impeçam.»
[Carlos Abreu Amorim, Correio da Manhã]
Balls and Brains
A qualidade do esperma de um homem depende da sua inteligência. Este é o resultado de um estudo conduzido por um grupo de investigadores do King’s College de Londres, liderado por Rosalind Arden.
Acontece no Minho [13]
© constintina
Café Scientifique (tertúlia)
[Terça, 9 de Dezembro, 21h30m. Velha-a-Branca, Braga]
A crise financeira e económica internacional vai estar na mesa da edição de Dezembro do Café Scientifique. Fernando Alexandre, docente da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, fala sobre a forma como «a média dos acontecimentos passados pode ser utilizada para calcular a média dos acontecimentos futuros», mas também sobre as especificidades que acrescentam uma boa dose de imprevisibilidade à crise actual.
The Bowmans (música)
[Quarta, 10 de Dezembro, 21h30m. Theatro Circo, Braga]
As irmãs Bowman (na fotografia) começaram a sua carreira na terra Natal, Davenport, Iowa (EUA). Estimuladas pelos pais, Sarah e Claire cedo descobriram e desenvolveram uma surpreendente capacidade para harmonizar vozes e compor canções.
Animação do Livro "Um Natal Especial" (infantil)
[Quinta, 11 de Dezembro, 14h. Centésima Página, Braga]
O Gorila Zé Reguila e o Chimpanzé Barnabé são as personagens principais desta história que vai ser contada pela autora, Susana Azevedo, acompanhada com uma tradução em língua gestual.
Mais Congregados
Falar na Avenida Central, sobretudo quando a temática de fundo é o Património ou a monumentalidade, implica necessariamente falar na Igreja dos Congregados, apesar de não o ter ainda feito neste blogue. Não tenho por hábito escrever sobre igrejas (e, em Braga, teria pano para mangas), por isso a referência que aqui faço é para louvar uma interessante iniciativa.
A Igreja dos Congregados (referente à Congregação do Oratório) foi concebida para templo conventual e a sua projecção deve remontar a finais do século XVII, tendo sido iniciada a construção no início do século XVIII. A partir daqui, o edifício apenas se deu por terminado, já com o seu aspecto actual, no século XX, o que não impediu a sua utilização ao longo de mais de dois séculos. Pelo caminho ocorre a ostensiva intervenção arquitectónica de André Soares, em meados do século XVIII.
O edifício da Igreja dos Congregados foi desenhado no âmbito de um conceito urbanístico da Idade Moderna, a monumentalização das cidades. Neste âmbito, temos em Braga imensos exemplos, sobretudo de igrejas e de casas particulares, que não procurando necessariamente critérios funcionais, visavam atribuir à cidade a monumentalidade que a devia caracterizar. Esta monumentalidade passava em grande medida pelo engrandecimento arquitectónico do então designado “Campo de Sant’Anna”, actual Avenida Central.
A este respeito teve lugar, ainda não há um ano, um interessante colóquio promovido pelo Movimento Mais Congregados, no Museu D. Diogo de Sousa, com a presença do usual público modesto. E a iniciativa que gostaria de louvar aqui é precisamente a existência do referido movimento cívico, promovido pela Jovemcoop e pela Irmandade de Nossa Senhora das Dores e de Santa Ana dos Congregados. O movimento tem subjacente um processo em execução que, sem verbas fartas, ambicionou requalificar um monumento. A sociedade civil pode ter mais peso nestas questões do que geralmente se pensa, se houver sensibilidade e empenho.
Projectos 15 | Hospital Público de Braga
750 camas, 700 milhões de euros, muitas novas especialidades: está em formalmente em construção o novo Hospital Universitário de Braga, que entrará em funcionamento em 2011. O governo socialista cumpre assim uma promessa que tinha sido sucessivamente adiada pelos governantes anteriores. José Sócrates e Ana Jorge ficarão assim definitivamente ligados à mais importante obra da cidade de Braga e da região no pós-25 de Abril. Hoje é um dia muito feliz para a cidade, para a região e para o país.
Comentadores Que Fascinam
«A imagem de Jorge Jesus está a cargo de Moreno, que Deus iluminou no preciso momento em que resolveu acabar com as madeixas na alva cabeça do treinador.» [Alexandre Pais]
Isto é uma pequena amostra da crónica que Alexandre Pais escreve no Record. No fundo, a demonstração cabal do amontoado de lixo em que se tornaram os jornais desportivos de Lisboa. Leiam as barbaridades que ele escreve para que melhor saibamos separar o trigo do joio jornalístico.
Cristãos, Mas Pouco!
© mandark
Com o argumento ridículo de que poderia servir para «pressionar os estados que não reconhecem o casamento homossexual», o Vaticano colocou-se ao lado de países como Nigéria, Irão, Afeganistão ou China no chumbo à declaração das Nações Unidas que pretende o fim da criminalização da homossexualidade. Dito de forma ainda mais dura e simples: o Vaticano recusa-se a condenar que haja países que considerem a homossexualidade um crime, aplicando, inclusivamente, a pena de morte!
A postura do Vaticano é bárbara e hipócrita, colidindo com os princípios versados no próprio Catecismo da Igreja Católica. Saliente-se que o Vaticano, sempre solícito na condenação dos países que adoptam leis de promoção da igualdade no que respeita aos casamentos civis, nunca se pronunciou sobre as condenações que vitimam milhares de homossexuais devido à sua orientação sexual.
De Comboio É Fixe!
De comboio até à Trofa, os adeptos do Braga escolheram o melhor meio de transporte para apoiar o seu clube. Assim tem outro sabor.
Políticos Herbalife
Quando se tem a política como carreira profissional, e provavelmente a derradeira alternativa para uma vida de estatuto e regalada, logo se depreende do que resulta da ética do “vencer a todo o custo”, e como isso se traduz na qualidade moral dos intervenientes. Contudo, o percurso do político profissional não se despoja de regras, mesmo sendo estas meras orientações de sucesso na progressão na carreira. E aqui, porque se mexe com as expectativas das pessoas, a mentira, o cinismo e a hipocrisia são instrumentos de trabalho tão válidos e importantes como outro qualquer, para atingir um objectivo.
A mecânica da carreira política em muito se assemelha ao esquema falacioso da Roda. Senão vejamos: quando alguém quer ser político de carreira, a iniciação, geralmente, é feita por baixo como militante no partido ou na juventude do mesmo. Logo aí, o investimento pessoal na roda é grande, e vai do voto às obrigações quase religiosas para com a nomenclatura partidária. Um dos valores dos quais se abdica, como jóia de inscrição, é a liberdade de pensamento, ficando esta limitada ao “partidariamente correcto” . Há quem abdique de pensar, simplesmente. A partir desse momento, já é visto como alguém integrado e de confiança, com direito a carreira política nesse partido. De seguida, se quiser chegar ao topo e não se ficar por um lugar de contínuo de escola ou membro de assembleia de freguesia (equivalente ao militante de base), terá de angariar a todo o custo, nem pelo conto do vigário – e aqui entra o talento e a formação profissional na arte da retórica -, gente disposta a comprometer-se de igual forma e a comprometer mais alguém de seguida. Só deste modo se sustenta a ascensão teórica e imaculada de todos.
Ora, quando se aparece com uma carteira de novos militantes e simpatizantes, às vezes sem ideia nenhuma, com todo o arrasto de comprometimento entranhado em famílias inteiras, o militante ganha “respeito[será antes medo?] e admiração" dentro da roda e passa quase automaticamente ao nível seguinte, aprovado por maioria ou unanimidade, assim sucessivamente: primeiro na concelhia, depois nas distritais e por aí adiante, até aos órgãos nacionais. À medida que sobe na roda hierárquica partidária, salta de posto em posto, em lugares do equivalente hierárquico da Administração Pública, ou privada protocolada. O tecto atinge-se com a eleição para alto quadro de Governo ou Parlamento, e nesse patamar ganha-se o privilégio de preparar a vida fora da alta-roda da política (nem de propósito, há expressões que não surgem por acaso) com os dividendos do investimento inicial.
Naturalmente, quando a roda fecha para si, tem-se já uma carteira de contactos e a garantia de um lugar numa grande empresa ou multinacional, de origem ou com interesses cá, ou instituição financeira, com o privilégio de fazer fortuna no jorradouro dos cofres e fraquezas do Estado. Se mais modestos, ficam-se pela reforma vitalícia, como senadores ou opinadores, quanto muito candidatos a Presidentes de República. Alcançaram também o karma de insufragáveis. A mecânica da roda assim o exige.
Por isso, esqueçam de referir Jorge Coelho ou Dias Loureiro como eternos candidatos a líderes de partido, porque jamais voltarão à política, nem para líderes nem para nada, nem sequer por amor à Causa Pública, coisa que para a qual nunca tiveram vocação nenhuma.
A mecânica da carreira política em muito se assemelha ao esquema falacioso da Roda. Senão vejamos: quando alguém quer ser político de carreira, a iniciação, geralmente, é feita por baixo como militante no partido ou na juventude do mesmo. Logo aí, o investimento pessoal na roda é grande, e vai do voto às obrigações quase religiosas para com a nomenclatura partidária. Um dos valores dos quais se abdica, como jóia de inscrição, é a liberdade de pensamento, ficando esta limitada ao “partidariamente correcto” . Há quem abdique de pensar, simplesmente. A partir desse momento, já é visto como alguém integrado e de confiança, com direito a carreira política nesse partido. De seguida, se quiser chegar ao topo e não se ficar por um lugar de contínuo de escola ou membro de assembleia de freguesia (equivalente ao militante de base), terá de angariar a todo o custo, nem pelo conto do vigário – e aqui entra o talento e a formação profissional na arte da retórica -, gente disposta a comprometer-se de igual forma e a comprometer mais alguém de seguida. Só deste modo se sustenta a ascensão teórica e imaculada de todos.
Ora, quando se aparece com uma carteira de novos militantes e simpatizantes, às vezes sem ideia nenhuma, com todo o arrasto de comprometimento entranhado em famílias inteiras, o militante ganha “respeito[será antes medo?] e admiração" dentro da roda e passa quase automaticamente ao nível seguinte, aprovado por maioria ou unanimidade, assim sucessivamente: primeiro na concelhia, depois nas distritais e por aí adiante, até aos órgãos nacionais. À medida que sobe na roda hierárquica partidária, salta de posto em posto, em lugares do equivalente hierárquico da Administração Pública, ou privada protocolada. O tecto atinge-se com a eleição para alto quadro de Governo ou Parlamento, e nesse patamar ganha-se o privilégio de preparar a vida fora da alta-roda da política (nem de propósito, há expressões que não surgem por acaso) com os dividendos do investimento inicial.
Naturalmente, quando a roda fecha para si, tem-se já uma carteira de contactos e a garantia de um lugar numa grande empresa ou multinacional, de origem ou com interesses cá, ou instituição financeira, com o privilégio de fazer fortuna no jorradouro dos cofres e fraquezas do Estado. Se mais modestos, ficam-se pela reforma vitalícia, como senadores ou opinadores, quanto muito candidatos a Presidentes de República. Alcançaram também o karma de insufragáveis. A mecânica da roda assim o exige.
Por isso, esqueçam de referir Jorge Coelho ou Dias Loureiro como eternos candidatos a líderes de partido, porque jamais voltarão à política, nem para líderes nem para nada, nem sequer por amor à Causa Pública, coisa que para a qual nunca tiveram vocação nenhuma.
Avenida Plural
© andarilhouniversal
«Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina! / Até a noite foi feita para que a vísseis até ao fim…/ (Pausa) Felizmente – felizmente há luar!» [Luís de Sttau Monteiro]
O blogue Avenida Central é uma casa onde há espaço para todos os que vierem por bem debater com responsabilidade. A pluralidade de opiniões, a qualidade dos cronistas e a riqueza dos comentários, neste e noutros blogues bem como na comunicação social nacional e regional, são as provas vivas da efectiva pluralidade desta Avenida.
O blogue Avenida Central é, assumidamente, um espaço personalizado e com opinião. Não admitimos o comentário anónimo e irresponsável nem toleramos a ameaça e o insulto como meio de diminuir ou fragilizar a liberdade de expressão. Assim, divulgamos novamente as regras de publicação de comentários.
Os comentários são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Os administradores do blogue Avenida Central reservam-se no direito de não publicar os comentários que se enquadrem nas seguintes categorias:
- comentários anónimos e/ou de utilizadores não registados;
- mensagens publicitárias;
- comentários com linguagem considerada ofensiva e/ou obscena;
- mensagens de conteúdo considerado racista, sexista ou homofóbico;
- mensagens que violem as leis nacionais.
Estão, Obviamente, Inocentes!
Dias Loureiro e Jorge Coelho accionistas de gestora de um fundo financiado por fraude ao IVA. Ninguém espera outra coisa que não a declaração de inocência dos dois eternos putativos candidatos à liderança dos dois maiores partidos do sistema política.
Perigo de Derrocada em Guimarães
À semelhança do que sucede em Braga, a cidade de Guimarães está a braços com alguns problemas em termos de degradação dos edifícios do centro histórico. Depois de uma semana marcada por uma derrocada felizmente sem vítimas, surgem as notícias que expõe os perigos escondidos no centro histórico da cidade berço.
Capítulo 21: ceci n'est pas un temple
Um pastiche de Magritte para desenjoar de um assunto que ainda não parou de dar voltas.
No dia 16 de Novembro, acordávamos com a notícia da descoberta de um Templo Romano do séc. I, desenterrado das imediações de uma das vias romanas, nos trabalhos de “enterramento” da moderna rodovia do topo da Avenida da Liberdade.
Os prognósticos de quase todos confirmavam as esperanças de muitos: “habemus ponta por onde se lhe pegue, cancelem-se as obras!”. Dizia-se à boca grande que o Templo era tão monumental que até justificava a musealização in situ, ainda que para isso fosse necessário construir um viaduto.
Vai-se a ver, porém, e o Templo afinal não o é e; na era da informação, perdemo-nos no meio da má informação, da informação inútil e da contra-informação. Perdemo-nos na ignorância e deixamos que a democracia se perca também nesta nova Torre de Babel bracarense.
Escandalizam-se os puritanos: “Enterrar o Templo, vão mas é destruí-lo! Aqui em Braga é sempre a mesma coisa: é só betão e a História não interessa a ninguém!”. E têm alguma razão; provavelmente nem a eles próprios interessará. Quantos deles terão visitado as Termas Romanas do Alto da Cividade e espreitado o Teatro; o Museu Arqueológico D. Diogo de Sousa; a Fonte do Ídolo?
Escreveu-se muito sobre o respeito pelo passado e pela História. Quem o escreveu talvez preferisse a nossa Braga toda esburacada e a nossa História, em escombros, a céu aberto. São conceitos diferentes de respeito, mas eu antes preferia ver o pouco património que temos a descoberto devidamente valorizado, do que todo o nosso passado a espreitar dos buracos da calçada.
No dia 16 de Novembro, acordávamos com a notícia da descoberta de um Templo Romano do séc. I, desenterrado das imediações de uma das vias romanas, nos trabalhos de “enterramento” da moderna rodovia do topo da Avenida da Liberdade.
Os prognósticos de quase todos confirmavam as esperanças de muitos: “habemus ponta por onde se lhe pegue, cancelem-se as obras!”. Dizia-se à boca grande que o Templo era tão monumental que até justificava a musealização in situ, ainda que para isso fosse necessário construir um viaduto.
Vai-se a ver, porém, e o Templo afinal não o é e; na era da informação, perdemo-nos no meio da má informação, da informação inútil e da contra-informação. Perdemo-nos na ignorância e deixamos que a democracia se perca também nesta nova Torre de Babel bracarense.
Escandalizam-se os puritanos: “Enterrar o Templo, vão mas é destruí-lo! Aqui em Braga é sempre a mesma coisa: é só betão e a História não interessa a ninguém!”. E têm alguma razão; provavelmente nem a eles próprios interessará. Quantos deles terão visitado as Termas Romanas do Alto da Cividade e espreitado o Teatro; o Museu Arqueológico D. Diogo de Sousa; a Fonte do Ídolo?
Escreveu-se muito sobre o respeito pelo passado e pela História. Quem o escreveu talvez preferisse a nossa Braga toda esburacada e a nossa História, em escombros, a céu aberto. São conceitos diferentes de respeito, mas eu antes preferia ver o pouco património que temos a descoberto devidamente valorizado, do que todo o nosso passado a espreitar dos buracos da calçada.
Yes, We Can!
© Record
Ao vencer na casa do Heerenveen por duas bolas a uma, o Sporting de Braga garantiu o apuramento para os oitavos de final da Taça UEFA, um feito que se repete pelo terceiro ano consecutivo. Apesar da entrada em falso com um golo sofrido aos dezanove minutos, os bracarenses nunca deixaram de acreditar. Rentería e Luís Aguiar foram os marcadores em jogo decisivo para garantir a qualificação.
Importa referir que os bracarenses são a equipa nacional que mais tem contribuído para o ranking europeu desta época, superando Porto, Sporting e Benfica. Ao colocar-se novamente entre os 50 melhores clubes das competições europeias, o Sporting de Braga confirma o estatuto de embaixador maior do país, da região e da cidade. Não há indústria em que a cidade de Braga seja tão competitiva internacionalmente como o futebol, o que aliás é extensivo a outras cidades do país, incluíndo Porto e Lisboa.
Os Problemas do 112
Há uns tempos, depois de assistir a uma acidente com fuga do condutor de um dos veículos envolvidos, liguei para o 112. A chamada foi atendida à terceira tentativa e caiu ainda antes de explicar o local do sucedido. Numa segunda chamada pedi ao telefonista para se identificar, tendo-me respondido qualquer coisa como: «Eu sou importante demais para me identificar.» Posto isto, não me admiro com o que agora se denuncia em Vila do Conde.
Ao Ataque!
Não sei bem como é que vos hei-de contar isto, mas a verdade é que vou mudar de ramo. O Braga tem um novo reforço para o ataque: Linz, Meyong e Rentería que se cuidem!
Uma Ministra a Mais [6]
«a paralisação foi a maior de sempre no sector, com uma adesão acima dos 94 por cento, ou seja, 132 dos 140 mil professores aderiram ao protesto.» [Público]
Quando todo o país educativo não suporta a Ministra da Educação, a escola não pode cumprir a sua missão. Não conheço um único professor que não tenha feito greve.
Dois Ponto Zero [14]
A ler: Em Oposição à Esquerda Que Não Tutelam, por Pedro Correia; O Glorioso Titanic, por João Gonçalves; Mistério, por Vital Moreira.
Uma Experiência Nicolina
© juaum rasta
Primeiro o jantar a preceito: rojões com papas à moda do Minho que é bem do Minho esta cidade que justamente se fez berço não tanto pela força dos factos mas pelo extraordinário amor à tradição nacional.
Depois do repasto regado com bom vinho, a viagem automobilizada até ao campo da Feira, o centro das últimas celebrações da mais longa de todas as noites vimaranenses. O ar gélido era tão cortante que o sentíamos no trajecto da boca aos alvéolos como uma espécie de lâminas afiadas capazes de cortar a respiração. Com os pulmões regelados, os olhos brilhavam de tanta luz e os ouvidos estavam preenchidos pelos sons umas vezes ritmados e outras tantas descompassados das caixas e bombos.
Quando chegámos ao Terreiro do Cano, já o pinheiro descia os Palheiros. É o maior do concelho, contam-nos. Fora arrancado pelos membros da comissão e estava pronto para ser erguido junto à Igreja de São Gualter umas horas mais tarde. Pelo caminho, muita cerveja que noutros tempos fora vinho. O cortejo estava tão animado quanto ruidoso para que não houvesse alma no Minho que não soubesse que o pinheiro estava ali, orgulhosamente transportado pelos estudantes do Liceu.
Era já madrugada quando encontramos a cama. Foi assim que descobri uma das mais genuínas festas do Minho e dei comigo a pensar no que seria esta região se da força do que nos separa se passasse a fazer união. Haverá poucas terras culturalmente tão ricas como a nossa. É um enorme desperdício continuarmos tão perto e tão longe.
[texto escrito a convite do Tiago Laranjeiro para a iniciativa "Um Olhar Sobre Guimarães" do blogue Mater Matuta]
Avenida Desportiva
1. A confirmar-se instabilidade no Vitória de Guimarães, poderá ser outro ex-bracarense a treinar a equipa da cidade berço. Jorge Costa e Carlos Carvalhal são os nomes mais falados para suceder a Manuel Cajuda.
2. Quim voltou a comprometer, confirmando o mau momento desportivo. É tempo de se questionar a opção de o manter na titularidade ao serviço da selecção nacional. Será que este seleccionador nacional é tão teimoso como o anterior?
3. Jorge Sampaio mostra-se favorável a uma candidatura ibérica para a organização do Campeonato Mundial de Futebol em 2018. Que não haja ilusões: a fazer-se, Portugal não pode disponibilizar mais do que os três grandes estádios do país.
4. Cristiano Ronaldo venceu a Bola de Ouro, uma distinção da revista francesa “France Football” para o melhor jogador do mundo. Ronaldo é o terceiro português a garantir o troféu, depois de Eusébio e Luís Figo.
2. Quim voltou a comprometer, confirmando o mau momento desportivo. É tempo de se questionar a opção de o manter na titularidade ao serviço da selecção nacional. Será que este seleccionador nacional é tão teimoso como o anterior?
3. Jorge Sampaio mostra-se favorável a uma candidatura ibérica para a organização do Campeonato Mundial de Futebol em 2018. Que não haja ilusões: a fazer-se, Portugal não pode disponibilizar mais do que os três grandes estádios do país.
4. Cristiano Ronaldo venceu a Bola de Ouro, uma distinção da revista francesa “France Football” para o melhor jogador do mundo. Ronaldo é o terceiro português a garantir o troféu, depois de Eusébio e Luís Figo.
As Iluminações de Natal
Todos os anos, as autarquias investem milhares de euros nas iluminações de Natal. A intenção é valorizar o comércio tradicional, mas alguém calculou o retorno do investimento? Aqui ficam os valores de 2008:
Aveiro - 50.000 €
Barcelos - 55.000 €
Braga - 65.000 €
Vila Nova de Famalicão - 65.000 €
Coimbra - 70.000 €
Guimarães - 100.000 €
Faro - 140.000 €
Porto - 500.000 €
Lisboa - 2 a 3 milhões de euros (privados)
Aveiro - 50.000 €
Barcelos - 55.000 €
Braga - 65.000 €
Vila Nova de Famalicão - 65.000 €
Coimbra - 70.000 €
Guimarães - 100.000 €
Faro - 140.000 €
Porto - 500.000 €
Lisboa - 2 a 3 milhões de euros (privados)
Subscrever:
Mensagens (Atom)