Avenida Central

Uma Experiência Nicolina

| Partilhar
nicolinas party!!
© juaum rasta

Primeiro o jantar a preceito: rojões com papas à moda do Minho que é bem do Minho esta cidade que justamente se fez berço não tanto pela força dos factos mas pelo extraordinário amor à tradição nacional.

Depois do repasto regado com bom vinho, a viagem automobilizada até ao campo da Feira, o centro das últimas celebrações da mais longa de todas as noites vimaranenses. O ar gélido era tão cortante que o sentíamos no trajecto da boca aos alvéolos como uma espécie de lâminas afiadas capazes de cortar a respiração. Com os pulmões regelados, os olhos brilhavam de tanta luz e os ouvidos estavam preenchidos pelos sons umas vezes ritmados e outras tantas descompassados das caixas e bombos.

Quando chegámos ao Terreiro do Cano, já o pinheiro descia os Palheiros. É o maior do concelho, contam-nos. Fora arrancado pelos membros da comissão e estava pronto para ser erguido junto à Igreja de São Gualter umas horas mais tarde. Pelo caminho, muita cerveja que noutros tempos fora vinho. O cortejo estava tão animado quanto ruidoso para que não houvesse alma no Minho que não soubesse que o pinheiro estava ali, orgulhosamente transportado pelos estudantes do Liceu.

Era já madrugada quando encontramos a cama. Foi assim que descobri uma das mais genuínas festas do Minho e dei comigo a pensar no que seria esta região se da força do que nos separa se passasse a fazer união. Haverá poucas terras culturalmente tão ricas como a nossa. É um enorme desperdício continuarmos tão perto e tão longe.

[texto escrito a convite do Tiago Laranjeiro para a iniciativa "Um Olhar Sobre Guimarães" do blogue Mater Matuta]

3 comentários:

  1. "Não tanto pela força dos factos"?!

    Onde foi a primeira tarde portuguesa?
    De onde saiu o incómodo pela presença galega?
    Quem afrontou o domínio de Castela?

    Ora essa...

    ResponderEliminar
  2. O Terreiro do Cano? Não dizer antes o Campo de S. Mamede?

    ResponderEliminar
  3. Sendo de Braga e convivendo desde pequena com a rivalidade à uns anos aprendi a gostar de Guimarães e a adorar a Festa do Pinheiro.

    Esta rivalidade é mesmo a grande estupidez da nossa linda religiao.

    ResponderEliminar

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores