Avenida Central
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Avenida Ideal

Capítulo 16: das oportunidades e do oportunismo

Li na passada Quarta-feira uma crónica publicada no Diário do Minho desse dia que me deu vontade de contestar, com uma carta para o Correio do Leitores do jornal. Como passou o tempo útil, deixo aqui a minha opinião sobre a crónica que, se não me engano, se intitulava "geração oportunista".

Começa o autor por lamentar-se pelo facto de ter estudado tanto, já que agora, com as Novas Oportunidades, conseguiria facilmente e sem esforço a equivalência aos estudos secundários. Quiçá com o tempo o programa das Novas Oportunidades se estendesse também ao Ensino Superior e aí é que seria: facilmente e sem esforço teria conseguido uma licenciatura.

Esquece-se, claro, de que as Novas Oportunidades servem aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades que o autor teve em tempo útil. Ora, numa democracia meritocrática - que vai sendo o nosso caso, apesar de tudo -, todos os cidadãos são iguais perante a lei e, portanto, devem ter as mesmas oportunidades. Se as oportunidades não foram dadas em tempo útil, estas novas oportunidades só vêm, com justiça, equilibrar a balança social - e ainda assim vêm tarde, porque uma parte significativa dos beneficiários deste programa já não poderão usufruir dessas vantagens; mas não é disso que falamos.

A partir do conceito de novas oportunidades, salta para o conceito de oportunista. Diz que o governo só promove o oportunismo e a criação de uma "geração oportunista". Para o exemplificar, recorre ao facto de as gasolineiras não baixarem os preços dos combustíveis, apesar da descida do preço do barril de petróleo.

Confesso que não compreendi este raciocínio. Talvez o autor acredite que os formandos das Novas Oportunidades saiam do programa directamente para a liderança das grandes empresas petrolíferas, mas fiquei com a impressão de que com este argumento tenta demonstrar que as Novas Oportunidades são responsáveis por todos os males do mundo; isso sim, chamaria de oportunismo. Oportunismo e parvoíce, claro!

Poderia também falar de como o analfabetismo era uma das grandes armas das ditaduras, mas deixarei isso para outra oportunidade.

A Estrela

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Adepto do Benfica Condenado

Onde se esperava bom senso, alguma comunicação social tem demonstrado oportunismo e sensacionalismo numa insuportável atração pela asneira.

A fotografia heróica com a «catedral» como pano de fundo, as capas de jornais, o destaque nas edições online dos desportivos, os comentários desculpabilizantes multiplicados por blogues, as entrevistas como protagonista e a aura da vedeta martirizada... tudo se conjuga para um efeito Werther à portuguesa nos estádios nacionais. Bem diz o ditado que mais vale estrela por um dia que incógnito toda a vida!

Municípios Gerem Vale do Cávado

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Ponte do Porto
© centurion sky

A Comunidade Intermunicipal do Cávado, que agrega os municípios de Braga, Barcelos, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro e Esposende, está formalmente constituída. Esta comunidade irá gerir 84 milhões de euros ao longo dos próximos anos.

Ao assumirem competências e recursos, as comunidades intermunicipais representam um avanço significativo relativamente ao pendor centralista que, historicamente, tem imperado em Portugal. Ainda assim, e com a regionalização em banho maria, a organização administrativa do país continua a ser uma verdadeira miscelânea.

A título de exemplo refira-se que os concelhos de Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso e Vila Nova de Famalicão, estando integrados na NUTS III do Vale do Ave, vão gerir os recursos intermunicipais em conjunto com o município Guimarães (e também Fafe e Vizela). Apesar disso, o hospital de referência daqueles três concelhos é o Hospital de S. Marcos, em Braga, e não o Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães.

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Marketing Ecológico em Vila Verde

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No-knead bread
© fuzuoko

Apesar das violentas críticas de alguns, o marketing ecológico veio para ficar. Aqui bem perto, há uma padaria da Vila que é, precisamente, Verde, onde se oferece um pão aos clientes que prescindirem do saco de plástico. Uma iniciativa feliz que, mesmo sendo uma gota no imenso oceano da poluição, não deixa de contribuir para um planeta mais saudável.

Jogar na Secretaria

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Tal como a Taça da Federação Portuguesa de Futebol cuja única edição teve o Sporting de Braga como vencedor há mais de 30 anos, a Taça da Liga é uma daquelas provas com os dias contados. Daqui a 50 anos ninguém se lembrará de que existiu.

No entretanto, vamo-nos entretendo com a miséria organizativa da Liga Portuguesa de Futebol. Sujeitar uma equipa a dois jogos em pouco mais de 24 horas desafia todo o bom senso desportivo e também é jogar na secretaria.

A Minha Religião É Melhor Que a Tua [2]

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«Soube através da Palmira e fiquei passada: "Os extremistas islâmicos da Somália executaram uma jovem de 23 anos, por lapidação. A mulher foi acusada de adultério na localidade de Kismayu, no sul do país.". Mas há mais, "Para controlar a população indignada com a execução, os guardas islâmicos dispararam sobre a população e mataram acidentalmente uma criança."» [Ana Matos Pires, no Jugular]

Estes preconceitos, como outros, assentam na crença de que esta gente chega ao céu mais depressa se fizer cumprir os preceitos divinos. Em Portugal ou na Europa alguém acredita nisto?

Braga a Cair

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Blogosfera de Serviço Público.

World Health Organization

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The final resting place!
© pascal-p

10 Facts on the Global Burden of Disease [via]
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Na Esquina da Avenida

Um Programa Televisivo

No momento em que escrevo, num canal televisivo, é exibido um programa de Teresa Guilherme. Sei isso porque a encontrei quando, há instantes, fui dar uma volta à televisão. Não a vi logo. Primeiro era exibido um rapaz. Depois, foi tudo muito rápido: apareceu a Teresa Guilherme que perguntou se uma senhora que ali estava presente era boa mãe; a seguir, surgiu o rapaz a responder que não; finalmente, viu-se o rosto da senhora que o rapaz disse que não era boa mãe. Vi isto e bastou. Se, quando mudei de canal, me tivesse aparecido logo a Teresa Guilherme, nem isto teria observado. É que, embora eu não seja propriamente muito crédulo, acredito que os programas da apresentadora embotam as pessoas.

Suponho que ainda não há estudos universitários sobre o assunto, mas, se algum dia se fizerem, ficar-se-á a saber o que, já agora, é uma evidência: Teresa Guilherme provoca nos telespectadores um descomunal aumento da actividade na parte do cérebro em que se produz a estupidez, aqui tomada no sentido que lhe dá Carlo M. Cipolla em Allegro Ma Non Troppo. E se o rapaz que, há pouco, estava no programa é um modelo de participante, é bem provável que só os dotados de uma never-ending stupidity possam ser chamados a contracenar com a dita Teresa Guilherme.

A Guerra Contra a Ciência

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Depois de tantos séculos de progresso ancorado no conhecimento científico, a forma obsessivamente desconfiada como alguns sectores da sociedade encaram a ciência assume contornos de paranóia. A nova cruzada contra a ciência, liderada por grupos religiosos e acompanhada pelo sectores políticos mais conservadores, procura ostaculizar o desenvolvimento científico através da sementeira do medo e da apologia do desperdício.

O medo é instilado pela delirante denúncia de estratégias de destruição da humanidade por via da manipulação genética, da promoção da eugenia ou da barbarização dos princípios sociais dominantes. A apologia do desperdício, uma espécie de imediatismo idiota tão demagógico quanto mobilizador, opera-se pela ridizularização da investigação científica sempre que a aplicabilidade dos novos conhecimentos ainda não está ao alcance da compreensão da esmagadora maioria da população.

Uma e outra estratégias aceitam-se na conversa de café e toleram-se no jornal de bairro, mas são inadmissíveis quando está em causa decidir o futuro de uma nação. O respeito por toda e qualquer crença, dos dogmas historicamente mais resistentes às idiotices que se perdem no escoar do tempo, não deve ser justificativo para que, a troco de qualquer convicção, tenhamos que suportar uma dantesca permanência no obscurantismo ignorante.

É que, invariavelmente, os apologistas do medo e do desperdício são os primeiros a servirem-se das conquistas da ciência, tratando-se nas clínicas mais luxuosas, com recurso aos fármacos emergentes, às técnicas mais avançadas e às tecnologias mais recentes. Ao empeçilhar o desenvolvimento da ciência, os apologistas do medo e do desperdício condenam todos os outros a uma espécie de castigo de Tântalo, seja pela interminável espera que os governos e/ou o mercado resolvam as questões da acessibilidade ao tratamento emergente, seja pelo óbvio atrasar do virar de página para o sucesso científico que vem a seguir.

Sara Pallin, a número dois de John McCain na corrida à Casa Branca, tem somado intervenções anedóticas no que respeita à investigação e desenvolvimento científicos, engrossando a horda dos que fazem a apologia do medo e do desperdício. Usar do escárnio e acusar de desperdício os trabalhos que têm sido desenvolvidos com a mosca da fruta, um precioso animal que muito ajudou à compreensão e tratamento de algumas das doenças mais nefastas, é abusar da demagogia desonesta e ignorante.

Inteligência, discernimento e humildade é o mínimo que se exige a quem deseja assumir os mais altos cargos de uma nação, mas estes são atributos que, a existirem, têm estado na penumbra sempre que Sara Pallin fala sobre matérias científicas.

Braga: Imagens com História [1]

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Braga: Eléctrico e Elevador no Bom Jesus

A Praxe [4]

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«Quando a fonte se contradiz desprestigia a instituição que representa - a não ser que o seu prestígio já seja de si reduzido. Proponho, então, que Rui Jorge comece por se processar judicialmente por ter difamado, às 15h39, o que proferiu às 15h35 (o espaço temporal é exemplificativo).» [Rui Passos Rocha sobre isto e isto]

A universidade não é isto. A universidade não pode ser isto.

A Devassa da Vida Privada

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NATIONALRAT: HAIDER / PETZNER

Sempre desconfiei que as teorias da sexualidade propostas por Freud ajudavam a explicar a postura recalcada de alguns crónicos insurgentes contra a liberdade sexual dos outros. Parece que a minha desconfiança assenta na perfeição ao caso de Jörg Haider, o líder da extrema-direta austríaca. Seja como for, e independentemente das suas ideologias e opções políticas, é-me absolutamente indiferente saber com quem Jörg Haider ía para a cama.

A apologia da homofobia, do racismo, da xenofobia e do sexismo é abjecta, independentemente do sexo, da cor de pele, da orientação sexual, da religião, da nacionalidade e do partido político de quem a promove.

A Música do Dia

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Espectáculo.

Palácio das Negligências

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Palácio Dona Chica - Braga
© Paulo Silva

«De facto algo vai mal, mesmo muito mal, no “reino da bracalândia”, quando a consecução administrativa de um processo que se arrasta há de mais de duas décadas, faz depender a homologação do envio de um documento (um mapa digital?!) por parte da Câmara para os serviços competentes da tutela.» A denúncia é feita na edição de hoje do Diário do Minho por Miguel Bandeira, um ilustre membro da ASPA e um inegável amante da cidade e do património de Braga.

O historial de destruição do património edificado da cidade às mãos dos interesses betonados faz temer o pior, sendo urgente e prioritário que a cidade se mobilize na defesa do seu património e no apuramento das responsabilidades políticas por este atraso monumental na classificação do Palácio de D. Chica.

Eu ainda não tinha completado um ano de idade quando se iniciou o processo de classificação. Quase 25 anos depois, o processo continua emperrado por inércia, negligência ou falta de vontade da Câmara Municipal de Braga. É inacreditável, não é?

A Grande Depressão no Vale do Cávado [2]

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Candeeiro LESS IS MORE
© Cláudio Rodrigues - a aposta na inovação e na promoção parece ser a única saída para a indústria do vale do Cávado

1. Convém não esquecer que o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave e a Universidade do Minho são pedras angulares na resolução dos graves problemas sociais do vale do Cávado. Não só pelo contributo que os docentes e investigadores podem dar à busca de soluções, mas também porque o aumento das qualificações de que tanto se fala depende dos cérebros formados nestas duas instituições.

2. O Douro, o Douro e o Douro. A aposta do Porto sempre foi o Douro, não só porque é a região que melhor se presta ao turismo de um dia só (os turistas dormem e comem no Porto, viajando de autocarro ou de barco até ao Douro e regressando ao Porto), mas também porque é a fonte do inesgotável produto de promoção chamado «vinho do Porto». Veja-se que em tempos de grave crise no vale do Cávado, ainda se aguarda o cerrar fileiras da capital do Norte.

Lisboa Provinciana

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© Nimages DR

«mas esta ideia é mais do que saloia e idiota: diz o que pensa do centro da cidade quem a autorizou e promoveu. é gente que pensa que o que o centro precisa é desta 'animação': gente de fora na rua aos magotes para ver carros, barulho e farturas. uma espécie de playground de fim de semana para a malta dos arrabaldes -- como se não houvesse quem cá viva» [Fernanda Câncio]

Big Brother Is Watching You

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Imagino que o português comum não esteja particularmente preocupado com a devassa das caixas de correio electrónico dos trabalhadores da Direcção Geral de Contribuições e Impostos. Não fosse este o país que se excita com fotografias de Carolina Salgado nua num fellatio qualquer e que despede um cozinheiro porque o médico contou ao patrão que tinha SIDA...

Sabroso, 50 anos depois...

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Castro de Sabroso
© SMS

Fez este ano, em Abril, 50 anos sobre a passagem de um grupo de investigadores ingleses no Castro de Sabroso. Este interessante monumento localiza-se no concelho de Guimarães, em S. Lourenço de Sande. Após a escavação intensiva de Martins Sarmento, em 1878, não se desenvolveram novas escavações no povoado até 1958, ao contrário do caso da Citânia de Briteiros, não muito longe, onde Mário Cardozo coordenou trabalhos de escavação e restauro durante décadas, no século XX.

A presença da brigada inglesa da Universidade de Oxford em Sabroso, coordenada por Christopher Hawkes, partiu da ideia de implementar novas metodologias de escavação em Portugal. Se nos anos cinquenta já se faziam no Norte da Europa escavações com análise da sobreposição dos estratos de ocupação e respectiva datação, com registo gráfico de todos os contextos, em Portugal, as escavações arqueológicas que se faziam consistiam em “desaterros”, através da abertura de trincheiras. Infelizmente, muitos sítios arqueológicos da Idade do Ferro no Norte de Portugal foram em parte escavados desta forma, frequentemente por pessoas que não tinham uma formação académica adequada, mas que eram simples curiosos. Consequentemente, os únicos registos existentes são alguns textos publicados, com conclusões formuladas, mas nenhum registo técnico, não permitindo portanto uma reinterpretação dessas escavações.

Além disto, em Portugal, entre a década de 20 e inícios da década de 70, as investigações históricas foram norteadas por um paradigma muito particular, histórico-culturalista e nacionalista. A intervenção de Hawkes no Castro de Sabroso, através de uma cooperação com a Sociedade Martins Sarmento, foi portanto pioneira, embora não tenha feito com que se mudassem os métodos seguidos. Mário Cardozo continuaria a fazer as suas trincheiras em Briteiros, apesar das críticas que lhe foram feitas por investigadores de outros países (vide pág. 408).

Entretanto, e 50 anos depois, falecido já C. Hawkes, o Castro de Sabroso, a algumas centenas de metros do recente Ave Parque (planta interactiva, com o castro na zona de parque), padece de uma praga de Acacea Dealbata (mais conhecida como mimosa), que tem dificultado uma possível valorização, esperando-se que uma requalificação florestal de todo o monte possa aniquilar a “invasão” da planta australiana.

150.000 no Theatro Circo

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Teatro Circo
© jsome1

Samuel Silva assina, na edição de ontem do Público, mais um excelente trabalho com a cultura no Minho em foco. A propósito do segundo aniversário do Theatro Circo, o Público revela que, segundo um estudo inédito da Universidade do Minho, «são as mulheres, os jovens e os bracarenses quem mais frequenta a sala de espectáculos.»

A questão ganha contornos estratégicos quando se percebe que 67% dos espectadores vivem em Braga, 7,2% vêm do Porto, em segundo lugar, e apenas 2,9% de Guimarães. A forte aposta na cultura urbana, naturalmente mais atractiva para o público portuense e vimaranense, ajuda a explicar os números, mas a verdade é que a fatia de espectadores de Guimarães fica muito aquém das expectativas tendo em conta o potencial do público vimaranense. Na senda do que temos vindo a defender, a criação de uma agenda cultural conjunta para o quadrilátero urbano do Minho poderia constituir-se como um importante contributo para se ultrapassarem distâncias e barreiras que são tudo menos geográficas.

Sobre a ligação do Theatro Circo à cidade, o rosto mais visível do projecto assume a abertura do espaço aos criadores da região, salientando que «não é pelo facto de ser de Braga que abrimos as portas a quem quer que seja.» Estou certo que esta é uma matéria em que podemos confiar no trabalho de Paulo Brandão e na qual qualquer ingerência do poder político será, naturalmente, de lamentar.

Em jeito de conclusão, Samuel Silva escreve que «imune às críticas ouvidas em Braga à "formatação" da oferta e à pouca ligação com a cidade, Paulo Brandão conseguiu levar ao Theatro Circo cerca de 150 mil pessoas em dois anos.» Na verdade e em bom rigor, não podemos afirmar com precisão se o Theatro "já teve 150.000 espectadores" ou "só teve 150.000".

A prestação de contas, aquilo que os anglo-saxónicos designam por accountability, requer que as metas sejam conhecidas previamente. Independemente da percepção individual de cada um e apesar de nesta matéria ser tentado a concordar com o "", a verdade é que ninguém sabe se 150.000 espectadores é uma meta condicente com o investimento público feito no Theatro Circo porque nunca foi assumido publicamente quantos espectadores se pretendia alcançar com esse dinheiro.

Posto isto, lanço novamente o repto aos responsáveis do Theatro Circo para que assumam publica e antecipadamente quais os objectivos estratégicos e as metas para o ano de 2009. Não tenho dúvidas que, dado o mérito de Paulo Brandão, serão verdadeiramente ambiciosos.

A Grande Depressão no Vale do Cávado

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A crise no vale do Cávado é real. Depois de muitos anos de desprezo por parte do Governo central e da Comissão de Coordenação da Região Norte (CCRN), Fernando Reis, presidente do Município de Barcelos, ergue a voz em defesa do sector têxtil e dos muitos empregos que lhe estão associados.

É urgente agir. Tal como se ajudaram os bancos para salvaguardar as poupanças das pessoas, é necessário actuar em defesa das empresas do sector têxtil para garantir que a crise social não alastra numa região já suficientemente deprimida e castigada pelas opções a Norte. Convém recordar que os barcelenses, se quiserem vir a Braga, pagam as portagens mais caras do Norte e do país, que pagam mais 50% que os bracarenses para se deslocarem de comboio até ao Porto e que nem sequer existem ligações ferroviárias decentes entre Braga e Barcelos.

A criação da cidade têxtil é apresentada pela Associação Comercial e Industrial de Barcelos como um balão de oxigénio em tempos de crise. Contudo, é necessário atacar o problema nas suas causas mais profundas, até porque esta crise do Cávado não é tão conjuntural quanto possa parecer. A baixa escolarização e consequente desqualificação dos quadros das empresas, a fraca aposta na inovação e a gestão amadora de muitas das empresas são alguns dos problemas que mais contribuíram para a depressão económica.

O impacto social do encerramento de muitas pequenas e médias empresas no vale do Cávado não é menor do que as consequências do fecho de um grande empresa na Azambuja ou em Vila Franca de Xira. Assim sendo, convinha que os meios de comunicação social tratassem o assunto como "nacional" e não o relegassem para os capítulos informativos "regionais".

Da crise e da imaginação para a combater:
Ourives criam linha de luxo para exportar :: Jornal de Notícias
Uma loja onde se compra tintas e se ganha galos :: Jornal de Notícias
Gastronomia com sabor a cultura :: Jornal de Notícias
Conheça os museus depois de saborear os pratos típicos :: Correio do Minho
Nova empresa municipal para dinamizar economia :: Correio do Minho
Sistema apoia empresas em inovação e desenvolvimento :: Lusa
Fernando Alexandre defende que Governo deve levar crise a sério :: RCP
Cávado: Pedem-se medidas para socorrer sector têxtil :: Visão
Alerta de crise no vale do Cávado :: Correio da Manhã
Cávado: Município quer medidas para socorrer têxtil :: Dinheiro Digital
Vale do Cávado pode estar a caminho de grave crise social :: TSF

Linha do Tua: À Espera do Fim [3]

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Depois de uma dezena de anúncios da construção da barragem que irá submergir a Linha do Tua e de um estratégico atirar do assunto para depois das eleições de 2009, o Ministro Mário Lino garante que afinal a Linha do Tua não será encerrada. Por quanto tempo?

Braga Europeu

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«No início de 2003, António Salvador assumiu a presidência do Sporting de Braga. De temperamento difícil e com ideias que depressa entraram e conflito com a mediocridade que caracteriza a política de gestão da esmagadora maioria dos clubes portugueses, ninguém lhe deu importância. Contrato Jesualdo Ferreira e o 14º lugar desse ano alargou o sorriso hipócrita dos invejosos. Hoje, grandes à parte, obviamente, com cinco presenças consecutivas na UEFA, assina um feito apenas reclamado pelo fabuloso V. Setúbal dos anos 60.

O que merece relevo, porém, não é a fantástica vitória sobre os ingleses do Portsmouth, mas a consolidação do Braga europeu e a conquista de um estatuto que coloca em patamar imediatamente abaixo de Benfica, FC Porto e Sporting. O Boavista desapareceu; O V.Guimarães, sem envergadura, nem organização, nem dirigentes, perdeu a corrida e só disfarça essa inferioridade através da simplória rivalidade minhota. O Marítimo, apesar das generosas ajudas financeiras e do Governo da Madeira, é o que se vê: não sai do mesmo sítio. Todos os outros que apregoam grandezas no passado vivem agrilhoados a dívidas, vaidades e incompetências.» [Fernando Guerra, A Bola]

Assim e Assada, a Lei de Cabrita em Águas de Bacalhau

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A nova Lei Eleitoral Autárquica, antes que descosida, diga-se urgente, está de molho com as birras do costume, sobre o direito de paternidade em reformas do Estado e rombos de qui pro quo. Para o bem e para o mal, Eduardo Cabrita e António Ramos Preto, deputado do PS, encabeçam no Governo e no Parlamento respectivamente, a redacção da lei reformadora do organigrama político das autarquias e eleições anexadas. Encabeçam, como quem diz, porque estas questões de Regime são inevitavelmente da responsabilidade do espectro central e quando assim é não admiram as turras, os azeites e os abortos regulativos, o adiamento da maturação da democracia do País.

Apesar da boa vontade, o que Eduardo Cabrita tem nos braços é muito fraquinho para não dizer mais do mesmo. A Lei Autárquica pouco ou nada acrescenta na redefinição de funções e do prestígio da Assembleia Municipal. Ainda que das mesmas listas saiam os que depois ocuparão lugar no executivo de uma Câmara Municipal, muito à semelhança do que se faz para as Juntas de Freguesia, ou mesmo nas Legislativas, há duas nuances que não se eliminam: os Presidentes de Junta não deixam de ter assento na Assembleia, em muitos concelhos em número tão absurdo, como Barcelos (89), que nem se percebe para que se elege Assembleia Municipal; e, por outro lado, a Câmara Municipal é obrigada a meter no executivo uma minoria de vereadores da oposição que passam a ter a função arcaica e inútil de vogais - muito à semelhança dos actuais vereadores sem poleiro -perdão... - pelouro.

Ainda houve quem quisesse reduzir a participação dos presidentes de Junta a intervenções e a votação apenas do Orçamento (que dizendo-lhes respeito não deixa de ser uma protelação da necessária autonomização das juntas de freguesia) mas do avanço e recuo das tropas de Menezes ( na altura) sobrou, mais uma vez, água de bacalhau. Ainda se acrescenta a seguinte: se houver, por exemplo, 4 forças com percentagens de votos a rondar os 20 %, ganha imediatamente o direito de formação de executivo a força que tiver (nem que seja por um) a maioria relativa dos votos, tendo de negociar com as outras forças a não-recusa do executivo proposto. Muito pouco simplex.

Simplex era o seguinte: eleger uma Assembleia Municipal em boletim único, sem se lhe acrescentar Presidentes de Junta à posteriori, e trocados os votos em deputados municipais, as forças eleitas sem maioria absoluta teriam de negociar um executivo (sem vogais ou vereadores de plantão) para trabalhar em minoria relativa ou em coligação. Prestigiava-se assim, na comunidade, a Assembleia Municipal, com sessões semanais ou quinzenais, mais interventiva e valorizada para forçar a aplicação de determinadas políticas para a cidade/vila, mais central na discussão política na aprovação do plano de actividades e orçamento, ficando as figuras dos executivos mais subordinadas ao hemiciclo e à vontade do espectro eleito, como numa democracia com D grande o deve ser.

Paradoxos

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É curioso que haja regionalistas no Porto que não suportam com decência a mínima critica ao centralismo do Porto relativamente ao Norte. Há que desconfiar seriamente das suas reais intenções.

Comboio e Barragens em Debate [2]

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Conforme prometido, aqui fica o registo audio do mais recente Trio de Blogues do Rádio Clube.



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Avenida Ideal

Capítulo 15: ideias para Braga

Braga é uma cidade bonita e é-o, especialmente, com a maquilhagem outonal. São as cores, as luzes, até o vento; até o frio é bonito. Braga veste-se com as folhas que lhe caem aos pés e os dias que temos não a merecem; a monotonia embrutece a beleza e apaga as memórias.

Para a nossa Braga de Outono, e aproveitando o facto de no próximo Outono a área pedonal já se estender até ao Theatro Circo, proponho um festival literário de rua. Os festivais de rua são, normalmente, apostas ganhas e a atestá-lo temos os exemplos da nossa Braga Romana ou da Viagem Medieval e do Imaginarius, em Santa Maria da Feira. Para além disso, era uma forma de dinamizar a oferta cultural da cidade e uma forma de arte que poucas vezes é lembrada fora do contexto das feiras do livro.

Entre as Arcadas, o Largo do Barão de São Martinho e a nova Avenida da Liberdade, plantaríamos palavras e colheríamos diversas actividades: Contadores de Estórias; Teatros de Marionetas; Workshops intensivos de Escrita Criativa; Tertúlias informais com escritores portugueses; Concurso Literário; Orientação Literária; Concertos inspirados em obras literárias; Oficinas de iniciação às letras para crianças em idade pré-escolar; Encontros da Comunidade de Leitores ou Recitais de Rua pelo Sindicato da Poesia.

Uma oportunidade para lermos e reescrevermos Braga um pouco mais ao nosso gosto, num futuro um pouco mais poético.

Noite de Gala no Estádio Axa [3]

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Braga vs Portsmouth

Em dia de vitória histórica, apenas os jornais A Bola, Jornal de Notícias (edição Norte) e Diário de Notícias não cederam à tentação do popularucho. Nos outros, não se viu mais do que a habitual primazia do que vende relativamente ao que merece destaque informativo.

Quem fica mal nesta fotografia é o Público. Colocar Quique Flores na capa após uma noite em que o herói foi Jorge Jesus é competir com o nível rasteiro do Correio da Manhã ou do Record. Demasiado mau para quem pretende ser referência.

Crucifica-o, Crucifica-o!

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«Quem não tiver humor que não veja», assim reagiu D. Januário Torgal Ferreira à recente cruzada que uma horda de católicos mal humorados está a empreender contra os Gato Fedorento. A postura do Bispo, pela sua raridade no seio da hierarquia da Igreja, merece o meu elogio público.

A Praxe [3]

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«A informação foi manipulada, naquela fantástica reportagem da SIC”, revela Rui Jorge, para quem o trabalho em causa “foi encomendado pelo Governo”. [...] O ComUM não usufrui desse privilégio, por ser “uma espécie de ’24 Horas’ da universidade: é polémico» [ComUM]

A tese de uma urdidura contra praxe na Universidade do Minho, engenhosamente montada pelo Governo e apoiada por alguma imprensa universitária, regional e, vejam lá, nacional é uma mostra exemplar da tal sensibilidade e maturidade indispensáveis para o sacerdócio da chefia praxística. O devaneio nem merece comentário, apenas registo no anedotário local.

O que merece ser comentado, porque verdadeiramente injusta e infeliz, é a forma como o chefe da praxe se refere ao ComUM. Sendo um projecto de estudantes de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e uma excelente montra do valor dos nossos alunos, parece-me revelador de grande imaturidade e falta de senso que, a partir da própria universidade, lhe façam chacota pública.

Adenda - sugiro a leitura do texto «Cair de Maduro», de Luísa Teresa Ribeiro e também dos textos de Ricardo Vasconcelos e Felisbela Lopes no Correio do Minho (também disponíveis aqui).

Noite de Gala no Estádio Axa [2]

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Braga vs Portsmouth
© UEFA

O Sporting de Braga continua a fazer história nas competições europeias, assumindo o estatuto de equipa-revelação da Europa. Estou certo de que, quando chegaram ao Municipal de Braga, poucos imaginaram o que estaria para vir. Ao rubricarem a melhor exibição da época, os Guerreiros do Minho nunca deixaram respirar um Portsmouth muito mais forte no plano individual que colectivo.

Aos dez minutos de jogo, Luís Aguiar aproveitou a marcação de um livre directo para inaugurar o marcador com um golo fantástico. A primeira parte havia de ser dominada por um Braga preciso, sereno e autoritário. O intervalo não quebrou o ritmo do jogo e a segunda metade abriu com Rentería a estrear-se a marcar com a camisola do enorme Sporting de Braga. O Portsmouth acordou finalmente, mas nunca chegou a assustar um Eduardo seguríssimo e ainda mais candidato à titularidade da selecção nacional. Já perto do final, o contador haveria de ser encerrado por Alan, um dos melhores em campo ao longo de toda a partida.

E foi a festa total. Não estavam todos os verdadeiros bracarenses, mas os que estavam eram com toda a certeza verdadeiros e encheram de festa e espectáculo um estádio que nem chegava a meio da lotação. Infortúnios que a crise financeira tece e aos quais a direcção do Braga deveria ser mais sensível.

Já muito se comentou o facto do orçamento da equipa minhota ser menos de metade do valor que o Portsmouth pagou por Peter Crouch. Na verdade, a vitória do Braga não teve nada de verdadeiramente extraordinário. Teceu-se da magia mais genuína de que pode compor-se o espectáculo futebolístico. Oxalá esta cidade acorde finalmente para o valor do seu emblema maior.

Noite de Gala no Estádio Axa

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Um ambiente soberbo, uma exibição fantástica e um resultado histórico: sou do Braga e estou feliz!

«Provavelmente, Deus Não Existe»

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There's probably no God

Se dizer que Deus existe não é ofensivo, porque é que afirmar que não existe há-de ser? Esta é a pergunta que se impõe perante a reacção censória de alguns grupos religiosos radicais contra a campanha que a British Humanist Association está a promover no Reino Unido.

Da Abstenção

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«Mas a César o que é de César: o PS irá governar o arquipélago em maioria absoluta com a confiança de apenas pouco mais de 20% dos governados (40 mil, em mais de 192 mil eleitores inscritos). E isso devia ser motivo de preocupação e não de jactância. O futuro parlamento açoriano, para ser materialmente, e não só formalmente, representativo, deveria funcionar com mais de metade das cadeiras vazias.» [Manuel António Pina, JN]

Concordo com Manuel António Pina. A forma como os políticos e comentadores desvalorizam a abstenção que é sintoma de alheamento e alienação é verdadeiramente repugnante. Não menos lamentável é a forma como os cidadãos progressivamente se demitem de participar e tomar partido nas decisões importantes para o futuro colectivo, sintoma do individualismo que se apossou da sociedade dos nossos dias.

Dois Ponto Zero [10]

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A ler: Os Salários dos Gestores, por Pedro Sales; A União Faz a Força, por Rodrigo Moita de Deus; Veta, promulga…, por Paulo Gorjao.

A ver: Louvado Sejas, Magalhães, por Gato Fedorento; Sócrates - Sumo de Laranja, por Spam Cartoons.

A assistir: O Dr. Etcétera anuncia o primeiro debate blogosférico do mundo. É hoje à noite no Fontes do Ídolo.

O Melhor Jazz Nacional em Braga

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Vitor Agostinho
© Carlos Pinto

Quarteto Vasco Agostinho
[Sábado, 25 de Outubro, 22h. Espaço Pedro Remy, Braga]
O guitarrista Vasco Agostinho é actualmente um dos mais conceituados músicos de Jazz do panorama nacional e um dos melhores pedagogos na área do Jazz em Portugal. Tendo iniciado os seus estudos de Jazz em 1990 na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, é convidado um ano depois pela direcção pedagógica desta escola a leccionar a disciplina de Guitarra. É director musical de vários grupos para os quais compõe e faz arranjos, entre os quais se destacam o Quarteto de Vasco Agostinho, o Trio de Vasco Agostinho, o quarteto New Orleans Revisitado e o quinteto de Homenagem a Sarah Vaughan. Altamente recomendado pelo Avenida Central.

O Azar Crónicos dos Sorteios

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A Taça de Portugal é uma competição em que muito se decide nos sorteios. Na próxima eliminatória, o Sporting de Braga defronta o Nacional na Madeira, um jogo que a estatística diz que perdemos.

Princípio do Utilizador-Pagador [2]

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Tal como está definido pelo Decreto-Lei nº 244/2002, a NUTII Norte engloba noventa e oito municípios dos quais apenas os nove que integram a área do Grande Porto são beneficiários directos das indemnizações compensatórias da Administração Central no sector do transportes. Há uma pequeníssima excepção no que respeita aos Comboios Urbanos do Porto que, para além do Grande Porto, servem mais cinco ou seis concelhos.

No caso de Lisboa, a situação é radicalmente diferente. Os dezoito municípios que compõem a NUTII são precisamente os mesmos que integram a Área Metropolitana de Lisboa e que, como tal, são beneficiários directos das indemnizações compensatórias da Administração Central.

Posto isto, as NUTs II são adequadas para aferir o impacto das compensações indeminizatórias para o sector dos transportes? Obviamente que não. A menos que se entenda que os habitantes de Freixo de Espada à Cinta, de Alfândega da Fé, de Vila Verde, de Ponta da Barca e de Vilarinho das Furnas são beneficiários directos do financiamento da Metro do Porto e dos STCP...

SC Braga: Imagens com História [3]

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Final da Taça de Portugal - Braga vs Porto
© João Ministro

Comboio e Barragens em Debate

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De Ribeirão a Melgaço e de Esposende a Cabeceiras, não deixem de sintonizar o Rádio Clube Português (edição Minho) pelas 13h15m para mais um Trio de Bloggers. Ouvimo-nos em 92.9FM.

Entrevistas Que Fascinam...

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No fim do jogo de esta noite entre Porto e Dínamo de Kiev, diz o jornalista na TSF ao guarda-redes do Porto:
- Está visto que o Nuno não se dá com os russos...
- Mas eles são ucranianos, responde o jogador.

Dos Perigos da Litoralização do Comboio

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«O desaparecimento de linhas de combóio reflecte, pelo menos em parte, o facto de o comboio ser uma das causas do definhamento demográfico do interior. Podemos facilmente imaginar, no século XIX, os políticos de Bragança a defender o comboio como factor de progresso do interior. Provavelmente até falavam no desígnio de ligar Bragança a Portugal.» [João Miranda]

Concordo com João Miranda ao apontar o desaparecimento das linhas de comboio como uma das causas da desertificação do interior português. Ainda ontem, durante a gravação do Trio de Blogues que vai para o ar amanhã no Rádio Clube do Minho, esta temática foi abordada por mim, pelo Vitor Pimenta e pelo João Marques. Todos concordámos no erro histórico do encerramento de várias linhas de comboio e no perigo da litoralização das estruturas ferroviárias sem providenciar vias mais pequenas de ligação ao interior.

Os Equívocos do Record

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«E a escolha do sucessor deve passar por João Gomes Oliveira, figura incontornável da história do Sp. Braga» [Record]

Talvez assim, conforme está citada e sem mais nenhuma palavra, a notícia do jornal Record tivesse algum fundamento. Não será na Presidência da Assembleia Geral que João Gomes Oliveira sucederá a alguém no Sporting de Braga.

A Aposta Certa na Saúde

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«O número de camas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados é de quase três mil, o que representa um aumento de mais de 30% face a 2007. Até ao fim do ano, o objectivo é chegar às quatro mil. Implementada há dois anos, a RNCCI tem como principal objectivo a recuperação da autonomia das actividades de vida diária da população idosa e dependente. A meta traçada a dez anos é dotar a Rede com cerca 15 a 16 mil lugares de internamento, de forma a cobrir 80% das necessidades identificadas, explicou, ontem, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, no Porto, durante a assinatura de acordos para a criação de mais 90 camas na região Norte.» [JN]

Fast Forward 2008: Filme Vencedor

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Confira aqui todos os premiados da edição 2008 do Fast Forward.

Princípio do Utilizador-Pagador

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Financiamento do Estado aos Transportes
© norteamos

Eles usam e nós pagamos poderia ser a legenda desta curiosa imagem. Aqui se esquematiza aquilo de que já demos nota aqui, aqui, aqui e aqui. Perante a passividade dos políticos do Minho e do resto de Portugal para além de Lisboa e do Porto, os governos vão perpetuando uma situação de gritante injustiça social regional em que todo o país paga os transportes das duas maiores cidades do país.

Por outro lado, a iconografia padece de um erro muito grave. Ao contrário do que a imagem sugere, é preciso deixar bem claro que o Norte não recebe indemnizações compensatórias. Quem recebe é apenas a área metropolitana do Porto. Espero que o erro tenha sido inocente, mas temo bem que não.

Cónego Terá Estátua em Abril?

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«José Pinto Cardoso, revelou que a famosa estátua de homenagem "já está feita há algum tempo" e só está à espera "de uma oportunidade" que precisa de ser "amadurecida". Pelos amigos, "a estátua já estava cá fora mas vamos deixar que as coisas aconteçam, sem pressas e sem pressões".» [JN]

Uma boa saída para o impasse passaria pela colocação da estátua no Sameiro, o santuário a que o cónego Melo dedicou os últimos anos da sua vida. Porque não?

Minhotos Seguem em Frente

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Chaves Roman Bridge
© adilson faltz

O Sporting de Braga segue em frente na Taça de Portugal depois de vencer o Desportivo de Chaves pela margem mínima, num jogo disputado numa casa muito difícil. Vitória inteiramente justa do Braga que marcou de penalti depois do defesa flaviense Ricardo Rocha jogar a bola com a mão no interior da grande área.

Em Barcelos, foi o Gil Vicente que fez a festa da Taça ao eliminar com justiça o Rio Ave. Depois de um empate a duas bolas no tempo regulamentar, os barcelenses acabaram por marcar o terceiro golo no prolongamento, seguindo em frente na Taça de Portugal. Igual sorte teve o Valdevez ao bater o Olhanense de Jorge Costa no desempate por grandes penalidades.

Já em Guimarães, o Vitória local cumpriu ao vencer o União de Lamas da terceira divisão nacional por 4-2. Ainda mais expressiva foi a vitória do Vizela que bateu o Estoril por três golos sem resposta.

As Eleições nos Açores

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1. O Partido Socialista venceu as eleições e o povo açoriano reforça a confiança no executivo de Carlos César. Ao contrário do que havia acontecido com a derrota nas eleições regionais da Madeira, o Primeiro Ministro apareceu a reclamar louros da vitória, fazendo uma leitura nacional dos resultados.

2. O PSD perdeu as eleições. Manuela Ferreira Leite recusa fazer uma leitura nacional dos resultados, numa posição consistente com o que havia sucedido nas eleições regionais da Madeira.

3. Bloco de Esquerda, CDU e PPM vão estar representados no parlamento açoriano. O Bloco de Esquerda conseguiu a eleição de 2 deputados, enquanto que CDU e PPM elegem 1 cada. O Partido Popular reforçou a sua representação, elegendo 5 deputados. É o pluralismo à moda das ilhas...

4. O círculo eleitoral do Corvo tem 353 eleitores e elege 2 deputados. Há qualquer coisa errada nisto, certo?

5. A abstenção rondou os 50%, o valor mais alto de sempre. Talvez uma enorme fatia dos Açorianos não queira saber dos destinos da sua terra ou então os cadernos eleitorais estejam cheios de gente que vive no continente à custa das beneces insulares.

SC Braga: Imagens com História [2]

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Sporting de Braga - Vitesse (UEFA)
© João Ministro

Dos autarcas do interior

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Av Monumental
© Manuel Perestrelo

A propósito de um post recente do Pedro Morgado, e pelos mesmos afectos que o Pedro invocou, queria dar aqui um exemplo do funcionamento da política local no interior do país, neste caso na Beira Alta.

A barragem do Sabor foi uma de várias hipóteses de construção de empreendimentos hidroeléctricos na bacia hidrográfica do Douro. Uma das alternativas era a barragem da Quintã de Pêro Martins, no Côa, entre os concelhos de Pinhel e de Figueira de Castelo Rodrigo. A antevisão de uma decisão governamental de construir a barragem no Sabor, afectou a susceptibilidade dos autarcas de Pinhel e Figueira, de modo que a Assembleia Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo aprovou uma moção de repúdio, onde manifestava todo o seu descontentamento pela não construção da referida barragem da Quintã de Pêro Martins.

A mesma moção foi remetida para a Assembleia Municipal de Pinhel, que a aprovou, ipsis verbis. Sendo eu membro da Assembleia, em Pinhel, questionei o executivo municipal, nestes termos: quais seriam o benefícios, a médio ou longo prazo, da construção da barragem no Concelho, que nos façam sentir assim tão revoltados pela não construção da mesma. A resposta foi sucinta: a barragem da Quintã de Pêro Martins teria muito maior potencial hidroeléctrico que a do Sabor. Nada mais.

Posto isto, e tendo evidentemente ficado sem saber quais eram os tais benefícios que nos estavam a ser vedados (os responsáveis autárquicos usaram mesmo o mais que gasto chavão “uma machadada no desenvolvimento do nosso Concelho”), votei contra a moção. Votei contra, e apresentei mesmo uma declaração escrita, para vincar e fundamentar a minha posição.

Fiquei absolutamente estarrecido, quando verifiquei que, num universo de 55 deputados, eu fui o único membro a votar contra a moção, a votar contra a (pouco original) ideia de construir uma barragem no Côa. Todos queriam a barragem! Embora não soubessem muito bem porquê…

Minutos antes, a Assembleia Municipal de Pinhel tinha aprovado a Agenda 21 Local, um documento bastante completo em torno do desenvolvimento sustentado, e que claramente desaconselhava a construção da mesma barragem! Os mesmos deputados que aprovaram a Agenda 21 Local, aprovaram também uma moção de repúdio pela não construção da barragem…

Não sei bem que conclusão deva tirar destas posturas. A verdade é que a ansiedade em torno do “progresso”, leva as pessoas a comportamentos estranhos. É uma barragem. Se fosse uma central nuclear era igual, ela que viesse, “em prol do desenvolvimento do nosso Concelho”.
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Avenida do Mal

República de Outono, Outono de Democracia

Temos uma República com fundação em Outubro, mês que, de São Petersburgo a Lisboa, não é mês para fazer revoluções. Estas não se fazem ao cair da folha, quando está o mundo tão sujo e deprimido por si, que por muito que se queira aparecer com novidades faz-se pouco mais que substituir muito do que se tem por nada ou coisa nenhuma. E isso, não há primavera que resolva.

Criou-se um Presidente de República que é, quer queiramos quer não, figura de si tão obsoleta como um Rei, legitimada por 10 anos apenas (em tradição, raramente se perde o segundo mandato), uma personagem que, só por existir, desrespeita o âmago da democracia e do debate permanente de ideias. É, por si, um insulto ao parlamento, porque perpetua a ideia desconcertante de nos calhar por fado deputados que não são de fiar, incapazes de cumprir a Constituição e sobretudo legislar - embora se legisle tudo e mais alguma coisa - em tradução do que é o espectro da sociedade que representam. É uma regulação unipolar, de certo modo autocrata, não pelo poder do voto mas no poder do veto.

Bem vistas as coisas, e somando isso, um Presidente existe somente para vociferar discursos redundantes em torno de matérias redundantes, para puxar pelas orelhas e pela moral (?) à classe política, em conselhos de ancião caduco que orienta por parábolas, como um astrólogo faz quando traça cartas astrológicas que dizem tudo e dizem nada sobre nós. Não surpreende que, na total redundância, saiam todas as interpretações possíveis – do PCP ao CDS-PP -, que um Presidente seja Cristo para uns no discurso de Abril e Anti-Cristo para os mesmos em Junho.

Mas Cavaco, Sampaio ou Soares nunca disseram nada que não diria qualquer senador de bancada, na poltrona ou em entrevista a Judite de Sousa. Nunca disseram o que não diria cada um de nós. Tragicamente este sistema redundante só existe porque desde a sua fundação quase todos os eleitores se perderam na sua superficialidade, e nunca pararam para pensar às vezes e olhar o teatro de interesses e leviandades que se tornou a democracia institucionalizada num edifício pétreo cheio de gente que ninguém conhece nem sequer sabe que elegeu ou sabe que existe. Gente que se convence que percebe tanto de leis como de porcas prenhas, que vendo no acto burocrático da democracia um desperdício em si mesmo, desperdiça-se com isso. Gente que, entre abominação e a redenção, se deixa embalar por alguém que, no meio da papelada, há-de apontar defeito ou falta de virtude, fazer disciplina de voto e arrepiar caminho na pompa e protocolo para algum lado ou para lado nenhum.

Os Herdeiros Somos Todos!

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Fernando Pessoa
© jrodrigues

O anúncio de que os documentos de Fernando Pessoa vão ser classificados como Património Nacional só pode ser recebido com um enorme aplauso que é sinónimo de orgulho pela forma como o país começa finalmente a salvaguardar o seu património artístico e cultural.

Ao que parece, os herdeiros de Fernando Pessoa «consideram a intenção uma "ridicularia política» porque pretendem leiloar o seu espólio. Felizmente, os herdeiros do poeta somos todos.

Política de Sarjeta

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«O Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) adiantou, a três dias das eleições regionais, o pagamento de 75 por cento de ajudas aos agricultores açorianos. Apesar de se tratar de subsídios que têm extensão nacional, o instituto não procedeu de igual forma em relação aos produtores agrícolas do Continente e da Madeira[Público]

A chico-espertice dos responsáveis do Ministério da Agricultura é demasiado evidente. Infelizmente, a democracia enfraquece-se sempre que o Estado se verga a interesses particulares.
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Avenida Ideal

Capítulo 14: ver como quem sente

Termino este ciclo de sensações com o sentido que lhe deu origem: a visão. Ao longo das últimas semanas, procurei demonstrar que o que vemos não é apenas o que olhamos, mas é também o que ouvimos, cheiramos, provamos ou sentimos.

Por outras palavras, os estímulos aos diferentes orgãos sensoriais constroem o nosso olhar sobre a realidade. Neste caso, constroem o imaginário comum da cidade de Braga. Ora, se a memória imagética de Braga é uma construção sensorial, ao privilegiarmos o olhar em detrimento dos outros sentidos, perdemos parte significativa da memória social da cidade.

Este ano, num elogio ao olhar, iniciaram-se as obras de prolongamento do túnel da Avenida da Liberdade. Daqui a oito meses, nascerá uma nova praça e um - suposto - majestoso jardim, mas até lá perdemos um Outono tradicional de castanhas assadas e nuvens brancas e ganhamos, entretanto, uma devastadora sinfonia mecânica.

Vemos a cidade mudar e, com ela, mudamos a forma de a ver. E como a cidade se recria para nós, recriamo-la nós também, vendo-a com os olhos, com os ouvidos, com o nariz, com a boca ou com as mãos. Recriando-a cada vez mais bonita de se sentir, para que seja, efectivamente, bom viver em Braga.

SC Braga: Imagens com História [1]

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Jogo Vitoria de Guimarães vs Sporting de Braga
© João Ministro

Evidências

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«Os conhecimentos em educação sexual não antecipam o início das relações sexuais e são mesmo um factor que leva ao seu adiamento.» [Público]

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Penela

Acontece no Minho [9]

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Guimarães I
© hfmsantos

O Fast Foward 2008 é o evento da semana, mas há espectáculos para todos os gostos e desgostos. Se aceitar as nossas sugestões estará livre de fumo, mas se quiser ouvir os "Novembro" ou o "Trio Dissidentes" não se esqueça que terá que fumar. Confira também as escolhas do Zine Ócio.

Estilhaços (Adolfo Luxúria Canibal + António Rafael)
[Quinta, 16 de Outubro, 22h. São Mamede, Guimarães]
Sponken Words é o resultado de um caminho iniciado com a obra literária de Adolfo Luxúria Canibal, "Estilhaços" , editada pela editora Quasi em livro, ao qual se junta o preenchimento sonoro de António Rafael, agora num CD feito de sete peças. Adolfo trata dos textos, António Rafael ocupa-se do piano e sintetizador, imperdível este momento com estes dois elementos que fazem partes dos carismáticos Mão Morta

Fast Forward Portugal - Film Festival 2008
[Sábado, 18 de Outubro, 21h45m. Theatro Circo, Braga]
O Fast Foward Portugal 2008 é já no próximo fim de semana! Finalmente em casa condigna, a sessão de exibição dos trabalhos promete encher o Theatro Circo. Consegui-lo não será fácil, mas constituir-se-á como uma inegável mostra da vitalidade da sociedade civil minhota e da cultura-para-além-dos-subsídios-municipais. O Festival de Curtas é um projecto da Velha-a-Branca, inegavelmente a maior casa da cultura da cidade de Braga.

Rita Redshoes - Golden Era
[Sábado, 18 de Outuro, 21h30m. Casa das Artes, Famalicão]
Ao primeiro som, a voz de Rita Redshoes surpreende-nos. A sua música desperta um mundo de sonhos onde a realidade da sua voz nos embala e nos transporta através dum caminho mais maduro, sólido e esplendoroso. Depois de Braga e Guimarães, Rita em Famalicão.

DJ Set - Hugo Panzer
[Sábado, 18 de Outubro, 23h59m. Convívio, Guimarães]
A culminar um dia em que a Arte anda pela cidade - com as seis inaugurações do Projecto Informal do Laboratório das Artes - o Convívio recebe a arte e a mestria do passador de discos Hugo Panzer. Diz quem o conhece que é um Franz Beckenbauer da arte e mester do passa-discos. Pura classe e puro bom gosto, Panzer é uma referência incontornável no panorama radiofónico português dos últimos trinta anos.

Um País Magalhães...

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Adenda - O vídeo foi estranhamente removido do You Tube. Podem consultá-lo aqui.

O Freitas Era Devoto do Salazar

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«O Diogo era devoto de Salazar, amigo do presidente Tomás, de quem um tio era ajudante, ao ponto de ir preparar os seus exames para o Palácio de Belém! A revolução dos cravos foi sobretudo a derrocada do carácter dos portugueses. Que homem!» [Marcelo Caetano, DN]

Como se sabe, o ziguezaguear ideológico de Freitas do Amaral não terminou na conversão do pós-25 de Abril de que Caetano se queixa. Ainda assim, a crise dos cartoons acabou por mostrar que o ex-ministro de Sócrates manteve uma ortodoxia religiosa típica dos tempos do salazarismo. Que homem!

USA: Tempo de Decisões

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Presidential Debate 2008
© Marshall Ramsey

Nos Estados Unidos da América debate-se o futuro. Portugueses, ide dormir descansados que amanhã o Nuno Gouveia conta tudo.

Albânia Foi Tirana

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O desfile das vedetas foi um espectáculo altamente deprimente que fez chorar as pedras do magnífico Estádio Axa. Da fraca exibição colectiva ao mau feitio dos jogadores (Cristiano Ronaldo pode ser muito bom jogador, mas não tem o direito de maltratar o público português), do desastre chamado Manuel Fernandes às inexplicáveis vaias a Ricardo Quaresma quando ainda não tinha tocado na bola... tudo será para esquecer.

Portugal Joga em Braga

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Bulgaria 0-3 Denmark, Estádio Municipal de Braga 18-6-2004
© jorge

1. Num apuramento em que jogamos contra Dinamarca, Suécia e Hungria, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) reservou para a terceira cidade do país um excitante confronto com a Albânia. A partida será disputada às 20h45m no Estádio Axa e tem transmissão garantida na TVI.

2. Apesar da desconfiança relativamente ao sucesso dos apelos vamos ao estádio. Se o resultado não compensar, a deslocação ao estádio fica ganha pela justa homenagem aos atletas paralímpicos.

3. Ao contrário do que escreve Daniel Oliveira, creio que a aposta numa parceria com Espanha para a organização do Mundial 2018 pode revelar-se muito proveitosa para o país desde que não se enterrem milhões de euros na ampliação do Estádio do Algarve. A haver uma terceira cidade envolvida na competição, apenas seria admissível investir em Braga ou Guimarães. Ainda assim, estou em crer que a dimensão do país justifica a participação com apenas três estádios.

Em Alta Velocidade

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Braga [10-08-2007]

À medida que o projecto da ligação de alta velocidade entre Porto e Vigo avança e sabendo-se que manter a actual estação ferroviária de Braga como ponto de passagem da alta velocidade não parece uma opção viável, há uma pergunta que, curiosamente, continua por responder. Qual é a localização prevista para a nova estação de Braga?

Braga 2009: PSD na Frente [2]

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Futurologia: Em breve veremos uma sondagem no Correio do Minho anunciar a vitória de Mesquita Machado.

Braga 2009: PSD na Frente

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2006_braga_CMB
© VR2006
«Se as eleições para a Câmara de Braga se realizassem domingo, o líder da coligação "Juntos por Braga" bateria Mesquita Machado por uma margem mínima. O candidato “laranja” conseguiria 30,9 por cento dos votos contra 29,7 por cento de Mesquita Machado» [Diário do Minho]

As sondagens valem o que valem (ponto). Ainda assim, não deixa de ser relevante que, pela primeira vez, o PSD surja na liderança das intenções de voto.

Apesar de inéditos, os resultados acabam por não surpreender uma vez que traduzem a quebra de popularidade do executivo que se sente no pulsar da alma bracarense. Convém lembrar que esta projecção, ao fazer perigar a reeleição do maior dinossauro autárquico português, conduzirá ao avolumar do populismo eleitoralista ao longo dos próximos meses. Que ninguém se iluda para já.
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Na Esquina da Avenida

Os transportes ferroviários no Norte em 2013

Os transportes ferroviários no Norte em 2013 são um tema que, hoje, merece um amplo destaque em vários jornais. Sobre o assunto, diz, por exemplo, o Diário do Minho, que cita como fonte a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte: “Cerca de meia hora para percorrer a distância que separa Braga de Vigo. É quanto deverá demorar a viagem em comboio de alta velocidade, que se espera que seja possível já em finais de 2013. A construção do troço com uma extensão de pouco mais de 80 quilómetros vai ser adjudicada no primeiro trimestre do próximo ano, prevendo-se que a viagem inaugural ocorra sensivelmente quatro anos após a entrega dos trabalhos.”

É reduzida ou nula, por regra, a memória das promessas ou das previsões que se datam num futuro apesar de tudo algo longínquo. Por isso, sobre o que sucederá em 2013, seja em que domínio for, pode dizer-se qualquer coisa sem receio de, mais tarde, ser contraditado.

O que tem sucedido no passado com as obras ferroviárias permite, todavia, afirmar hoje que em 2013 não haverá qualquer comboio a demorar meia hora para percorrer a distância que separa Braga de Vigo. Mero palpite, dir-se-á. E com razão. Mas palpite é também ir chutando os projectos (amiúde inverosímeis, se assim se pode dizer) sempre e sucessivamente para anos futuros. De resto, em vez de prognósticos sobre o que poderá suceder nos caminhos-de-ferro num qualquer ano mais ou menos próximo, o mais útil é melhorar o presente. E, quanto a isso, já se sabe o que pode ser feito.

Ainda o Casamento Civil

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«As leis do casamento não discriminam indivíduos porque todos os indivíduos podem casar e as regras são iguais para todos.» [João Miranda, Blasfémias]

A questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo está a demonstrar um invulgar resvalar para a retórica mais falaciosa. Na afirmação supracitada, João Miranda comete dois pecados. Para além de partir do pressuposto errado de que «todos os indivíduos podem casar e as regras são iguais para todos», comete o pecado da falácia circulus in demonstrando ao assumir como conclusão a premissa que defende - dizer que não há discriminados é exactamente o mesmo que afirmar que não há discriminação pelo que uma afirmação é equivalente e não consequência da outra como se tenta demonstrar.

A realidade mostra que os homossexuais, pessoas com uma orientação sexual não dependente da sua vontade mas de factores bio-psico-sociais ainda não completamente explicados pelo consenso científico, estão impedidos de aceder ao direito a constituírem uma família por via do casamento civil. Ao Estado, mesmo supondo-se que é representante dos interesses da sociedade, não compete formular juízos de valor sobre o sexo, a raça, a etnia e a orientação sexual dos cidadãos, mas garantir o respeito escrupuloso pela sua individualidade. É uma evidência que o casamento civil, tal como previsto nas leis actuais, é discriminatório e o próprio João Miranda assume-o abertamente: «Portanto, o que os gays pretendem é, entre outras coisas, aceder à dimensão simbólica do casamento. Falta agora explicar de onde vem essa dimensão simbólica. Se calhar ela vem do facto de as regras de acesso ao casamento serem discriminatórias».

Outra perplexidade resulta do recurso ao argumentum ad antiquitatem, servindo-se da ordem espontânea ancorada na tradição para justificar a oposição ao casamento gay. Como é óbvio nem os apelos à força da maioria, nem os lamúrios de que «a sociedade ainda não está preparada», nem a força da tradição são argumentos suficientemente válidos para manter uma lei discriminatória... Mas isso é outra conversa.

É o País. Real!

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«"As pessoas dos escalões A e B [que levam o computador a custo zero] podem adquirir o computador através da Internet e este ser-lhes-á enviado para casa. Aqui na loja só podemos entregar artigos em troca de dinheiro", explicou ao DN um funcionário da operadora. Ao que Maria Fernanda contrapõe: "A entrega em casa demora muito tempo. Além disso, são as pessoas com menos rendimentos que precisam de mais informação e é melhor ir à loja.» [Diário de Notícias]

A Saúde Que Temos!

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Beelitz Surgery
© keiththrn

Não é novidade, mas convém lembrar que o mundo real é bem diferente do que nos pintam quotidianamente nos órgãos de comunicação social. Apesar da maioria dos portugueses ter uma ideia negativa do Sistema Nacional de Saúde e, em particular, do Serviço Nacional de Saúde, a verdade é que haverá poucos domínios em que o país esteja tão bem no contexto internacional.

Dois Ponto Zero [9]

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A ler: Porto, Minho e Trás-os-Montes e a Regionalização, por Afonso Miguel; Um Parque à Sua Espera, Luísa Teresa Ribeiro; Liberal Absoluto, por Daniel Oliveira.

As Rotundas e a Falta Delas

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Em Lisboa, um grupo de cidadãos instalou uma «rotunda pirata» num cruzamento mal planeado para o qual a autarquia tardava em encontrar uma solução. É a chamada «guerrilha cívica» que parece estar a dar frutos na capital.

Para Memória Futura

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O Rio Ave, clube aliado do Benfica, não aceitou o pedido do Sporting de Braga para adiar o jogo da Taça da Liga que será disputado menos de 48 horas após a partida do campeonato. Registe-se.

Dia da Escola de Ciências da Saúde

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Dia da Escola de Ciências da Saúde 2008 - Universidade do Minho
© SAS

No passado dia 8 de Outubro, precisamente 7 anos depois da aula inaugural do curso de Medicina, a Escola de Ciências da Saúde celebrou mais um aniversário. A data foi marcada pela homenagem ao fundador do curso, o Professor Joaquim Pinto Machado, uma das pessoas mais fantásticas com quem tive o privilégio de trabalhar. Médico e humanista é seguramente um dos membros mais ilustres da elite intelectual do país.

Na mesma data, o Professor Nuno Sousa, director do curso de Medicina, anunciou que os alunos e graduados da Universidade do Minho obtiveram as melhores classificações relativas e absolutas num conjunto de oito escolas médicas de todo o mundo que se submeteram ao exame do National Board of Medical Examiners, a prova que garante o acesso à prática da Medicina nos Estados Unidos da América. Também no exame nacional de seriação para a especialidade médica, os alunos do Minho estiveram quatro pontos percentuais acima da média nacional.

A Praxe [2]

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O chefe da praxe na Universidade do Minho afirma, em entrevista ao jornal Académico, que quem quiser ser cardeal (o grau máximo na hierarquia ordinária da praxe na Universidade do Minho) «tem que ter pelo menos um chumboE explica porquê: «os chumbos são para que as pessoas tenham alguma sensibilidade, quem reprova ganha outra maturidade. O cardeal é aquele que vai aprender com os erros ao longo do ano. Sairá tão bem ou mais preparado que aquele que concluir o seu curso sem reprovar.»

Perversa e contrária aos valores da universidade, esta amostra é, toda ela, uma síntese da praxe que temos. E nada disto me espanta. Do chefe disto apenas guardo a recordação de ter perdido todas as eleições democráticas a que não concorreu sozinho. É preciso dizer mais alguma coisa?

As gravuras "ocultas" do Minho

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Avenida Monumental
© CNART

A Arte Rupestre, enquanto património arqueológico culturalmente útil, é muitas vezes subestimada, não só pelos “leigos”, como também muitas vezes por especialistas da área do património, historiadores e programadores culturais. É verdade que a questão de Foz Côa veio contrariar uma tendência generalizada que atribuía valor apenas ao que enche a vista, ao que sugere uma interpretação mais evidente ou, resumindo, ao que é património edificado. Tanto para com os vestígios do passado, como para a análise do desempenho de um autarca, por exemplo, os portugueses valorizam essencialmente o que se vê, e que impressiona a visão.

As gravuras rupestres não existem só no Vale do Côa (embora aí, determinadas características contribuíram para que elas se conservassem, e que sejam testemunho de tempos muito mais remotos). A Arte Rupestre conserva-se em rochas de todo o país, e o Minho não é excepção. As superfícies graníticas que afloram por toda a região, frequentemente apresentam os mais diversos motivos gravados, de diferentes períodos históricos. Os líquenes, os fungos, a orientação da luz natural, o sobreaquecimento provocado pelos incêndios... tudo contribui para que as gravuras se tornem cada vez mais ocultas.

De um momento para o outro, acendem-se as luzes, e deparamo-nos com um cenário invulgar. Como vemos na imagem acima, a orientação da luz artificial através de fois focos, torna mais claro o que se encontra gravado num penedo, desde o Neolítico Final. E vê-se então o que, recorrendo unicamente à luz natural, apenas se distingue ao nascer do Sol, ou ao ocaso. Estas gravuras estão em Briteiros, onde foram gravadas de modo a acolher a luz nascente, que irrompe das cumeadas da Serra da Cabreira. Mas os mesmos motivos se encontram em penedos espalhados por toda a região, no meio das “bouças” ou até no meio de jardins de moradias.
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Avenida do Mal

Casamento Subprime

Reservo-me a partir de agora ao direito da incoerência, que é coisa de moda neste mundo do avesso, onde os neoliberais se confundem com os socialistas clássicos e estes com os outros atrás. Digo porque não sei para que perdi tempo, agora que vejo, em defender o alargamento dos direitos de casamento a toda a generalidade de gente que o entenda fazer. O verdadeiro significado do casamento foi bem para lá dos afectos, adquiriu um perverso sentido prático por detrás, já não tem o valor sentimental e voluntário que se especula que tem: é meramente o exercício de eficiência numa economia de mercado, seja ela no contexto do Capitalismo Neoliberal seja no de Capitalismo de Estado. Um mal menor como quem vive num apartamento com outra pessoa, a aturar-lhe as neuras e os arrotos, a foder de vez em quando, apenas para pagar as contas.

De verdade, não acredito que se discutissem os direitos adquiridos com o casamento se estes não fossem meras compensações face aos deveres e obrigações para com o Estado ou o Sistema Bancário - mais o segundo que o primeiro. Desde que a sociedade se vergou ao dinheiro e ao que ele compra, mesmo o que não interessa, ficou obcecada por ver inverter-se o sentido do "tempo é dinheiro", qualquer troco que se poupe talvez dê fôlego para nos desenganarmos, de que talvez olhássemos pelos outros e os outros por nós.

Não admira então, que no meio da mediatizada tragédia-dominó do subprime, toda a santa gente - presa ao paradigma do sistema monetário actual - faz por preservar alguma réstia de superioridade, algo que na pirâmide hierárquica do dinheiro (pago com juros) dê para gabar além da casa com picinha, o carro, as jantaradas, a roupa e todas as outras bugigangas e hinos ao ego, mais do cartel de bancos que deles. Era o que faltava, e sem filhos para criar, que se desse aos rabetas e às hómadas, tais "privilégios", no acesso a essa coisa e ao nome que lhe dão.

Tudo em prol da boa moral e tradições ( se é que existe alguma) da muita boa gente sentada na poltrona da mais profunda hipocrisia, a fazer histeria de galinha à sua crise de mealheiro. Mas as galinhas, mesmo abrigadas na toca da raposa, e apesar de tudo, não são anticonstitucionais, "que se lhes dê mesmos os direitos mas com outra denominação": casamento gay, homossexualização, ajuntamento, sodomismo empapelado... Não são preconceituosos, nem coisa que pareça. Tal qual grupo A maioritário, habituado a não partilhar o seu autocarro azul, até acha bem que o grupo B ande também de autocarro (em assentos também serviu a metáfora na questão dos pretos), desde que sejam amarelos. Cada macaco no seu bregalho. Enfim: só de saber de quem frequenta o casamento, não alinho, prefiro andar a pé.
"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

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