Esta imagem, captada nas imediações da Universidade do Minho em pleno mês de Novembro, relançou o debate em torno da praxe. O facto da adesão à praxe ser voluntária não a isenta de perversidades que importa denunciar:
1. Hierarquia anti-democrática e contrária aos valores da Universidade;
2. Instrumentalização dos caloiros nas Assembleias Gerais e Eleições das Associações de Estudantes;
3. Utilização da posição na hierarquia da praxe para garantir lugares nos órgãos de governo das Associações e das próprias Universidades;
4. Usurpação de símbolos e lugares que representam todos os estudantes (são exemplos os bares académicos e o traje que os códigos de praxe tornam exclusivos para os praxados);
5. Intimação à declaração de anti-praxe e ameaça de exclusão por parte dos colegas no caso da adopção desse estatuto.
Por muito que se goste, não se podem branquear estes factos. Praxe não é Lei. Felizmente.
A ler: A Praxe!? Eu!? Adorei!!. A natureza da praxe. É tempo de praxe. Coimbra exala estupidez. O verdadeiro espírito universitário. Pra... quê?!. a selvajaria dos tristes coitados.
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Sim, o gajo que adorou a praxe(muito mais do que praxar) fui eu!;)
ResponderEliminarPosto isto, quanto a' hierarquia acho que o problema so' surge quantos aos ditos "cardeais ou veteranos" porque normalmente como acontece na UM o que acontece e' que o 3o e 4o anos sao quem praxa mais e isso parece-me fazer todo o sentido! Depois, quanto a' "instrumentalizacao dos caloiros" e a "utilizacao da posicao hierarquica", e' triste realmente, mas nada tem a ver com a praxe, e' como qualquer cacique mas que aqui usa a praxe como veiculo ...nao sera assim tambem nas "politiquices" fora das universidades? Quanto aos locais serem frequentados por todos parece-me sensato e normal e acho que e' alias o que acontece. No ultimo ponto a verdade e' que a exclusao nao e' fruto da praxe em si, mas da forma como os outros colegas encaram normalmente a atitude de rejeitar a praxe ...
Nao vejo porque branquear nada, acho e' que o caminho correcto e' tentar melhorar aquilo que e' a praxe e nao fazer disso o suposto terror ... que ate' constitui para muita gente uma fase muito bonita e importante das suas vidas!
Pedro,
ResponderEliminarparece que alguma se passou durante a tua passagem pela UM. este parece um post muito pessoal e dirigido a alguém que desconheço (principalmente por não ter frequentado essa universidade).
Convém ver que como em tudo, a unidade não é o todo, por isso não se pode generalizar.
Também nem tudo na vida tem que ser democrático. Se olhares para uma família não vais ver os filhos a terem o mesmo poder que os pais (isto sem uzarem a sua persuasão). Aliás estamos num país em que a democracia está em causa a cada dia que passa e cada vez vemos mias actos de autoritarismo.
Também no exército existe hierarquia e muitas vezes também ela é utilizada para muita coisa... então porque não a praxe?
Praxe, caloiros e afins é tudo coisa de retardados. Quem anda envolvido nisso é gente medíocre
ResponderEliminarCaríssimos,
ResponderEliminarO texto é genérico e refere-se à realidade que fui observando em vários locais do país. Detenhamo-nos nos factos. As perversidades aqui relatadas existem ou nao?
Sim, de facto o texto sugere perversidades que existem, mas tal como referi num post no Filtragens sobre estas perversidades que sugeres, ao nivel das Associacoes Academicas, a preversidade e' o cacique, a praxe e' so' um meio ...
ResponderEliminarabsolutamente de acordo. obrigada pela clareza. no porto é igual, em letras a presidente da associação é eleita por ter dezenas de "afilhados". dizem que só um praxado pode usar traje e ameaçam os não praxados de agressões físicas (como se estivessem a cima da polícia...). estou para ver se me fazem isso quando defender a tese de doutoramento (à qual se costuma ir trajado...).
ResponderEliminarps. mas parece-me que em évora ainda é mais brutal.
Olá Pedro
ResponderEliminarMais uma vez, olho o teu comentário sobre praxes com interesse e algum sentimento nostálgico.
Concordo contigo que as barbáries, que cada vez se tornam mais frequentes, e que se conhecem como "praxe" são, na sua maioria, inúteis e degradantes, por vezes humilhantes, do estudante. Mas isso não é praxe! Rebolar num campo de terra não é Praxe.. é "Praxe"
Em boa verdade, a praxe como ela foi designada inicialmente, acontece apenas na Academia de Coimbra, embora ja bastante deturpada. O conjunto de regras que se estabeleceu, visava sobretudo a integração do recém-chegado elemento à academia. De referir que nesse ambiente, uma grande parte dos "caloiros" era proveniente de localidades distantes, muitos vindo de centros não urbanos. A Praxe era uma forma de integração, que com os seus aspectos bons e maus, integrava os alunos numa vivência escolar regrada, e em simultâneo tentava compartimentalizar as actividades lúdicas associadas à Praxe em períodos previamente estabelecidos,e desta forma limitavam a sua interferência na vida escolar. A regra de que o caloiro não deve encontrar-se fora de portas para lá das 21h era importante para evitar as tentações da noite, segundo diz a tradição.
Desta forma a Praxe era até um elemento congregador e desenvolvia um sentido de pertença a uma instituição.
Eu formei-me na UP e fiz parte de uma Tuna Académica. Em ambas as situações fui alvo de Praxe. E se bem que na Tuna as praxes seriam mais prolongadas, mais exigentes e aos olhos de alguns, em momento algum fui infeliz ou me senti humilhado nessa comunidade. A verdade é que o espírito de unidade que se sentia na tuna era superior ao que alguma vez senti fora dela. Além do mais as relações que se estabeleceram e a sensação de identidade com uma causa perduram 12 anos depois. Já a praxe de que fui alvo fora da tuna não passaram de meros exercícios sadísticos de pseudo-egos inflamados por uma capa e batina, que por poucas vezes tinha objectivos lúdicos.
No entanto, reconheço que se o "caloiro" conseguir criar uma entidade com o grupo social em que se pertende integrar e conhecer melhor a cidade para onde se está a mudar, a praxe pode ser bastante útil.
Por isso permite-me discordar contigo em alguns aspectos:
1- O que é uma hierarquia anti-democrática? A democracia não tem nada a ver com hierarquias. A eleição de representantes democráticos pressupõe que, à partida, todos têm a mesma possibilidade de representar os seus pares. Ora, na Praxe não há eleições. Em boa verdade, mesmo sendo caloiro és representante de ti mesmo e da tua academia. E hierarquia é algo que pressupõe uma escalada de poderes, que não está consagrada no espírito original da praxe. Se te referes a uma hierarquia com espírio "monárquico", concordo contigo, mas reforço que isso não é praxe!
A que valores te referes? A exaltação da excelência e da uni(versi)dade? São pontos comuns com a Praxe, não a "Praxe"
2- Infelizmente, a instrumentalização é um recurso usado em quase todas instituições e actividades colectivas. Para todos os efeitos, ao emitir opiniões públicas está a tentar instrumentalizar a tua audiência. Acho difícil que a praxe consiga muito sucesso neste sentido e é algo que não me apercebi na UP.
3 - Concordo plenamente. A designação dos "Dux"s como representantes inatos dos alunos é na verdade um atestado de incompetência e mediocricidade notórias, no entanto, muito comum noutras áreas também. Por que carga de água é que os ex-primeiros-ministros e ministros serão sempre reconduzidos a empresas públicas com benefícios financeiros notórios, mesmo que tenham sido grandemente incompetentes! Porque é que o director de serviço de um hospital em de ser o professor da cadeira correspondente?
4 - Viver a Academia em todas as suas vertentes é importante para a unidade. Mas relembro, que os trajes foram criados com o espírito de eliminar diferenças entre alunos mais abastados e outros menos, criando um uniforme comum. O traje pode ser usado por todo o académico independentemente da praxe. Não estou a ver os doutorados a levar tesouradas no cabelo porque não foram praxados e têm de usar o traje no dia da defesa. Mais uma vez questiono o que é praxe?
5 - Isso faz parte da sociologia de grupos. Não é de admirar. Mas não passa de uma ameaça. Assumir as nossas convições é o que nos torna livres, não o que os outros nos ditam.
Enfim...
Por muito que não se goste, a (verdadeira) praxe tem um sentido, e não podes negar este facto.
Praxe não é lei... o código deontológico dos médicos também não mas podes ser alvo de um processo disiciplinar se o quebrares, com possibilidade de punição. As regras servem para regular as boas práticas, não para promover as más. Senão não passam de palavras vãs...
Bem hajas
JMP
Contra cultura é apenas uma forma de viver a cultura. Confundir os abusos da coisa com a coisa é simplesmente errado. Quem não quer aderir, não adira. Respeito e espero que respeitem isso. Não percebo é quem quer estar com um pé fora e outro dentro. Faz sentido um agnóstico querer casar pela Igreja, só porque as convenções sociais o solicitam? Todos concordam que não. Então porque é que um anti praxe quer usar o traje? A doutorando firme nas suas convicções devia era recusar o traje, ou tem medo que o júri não goste? Os rituais académicos dos professores universitários não são praxe? Tudo se resume ao simples: "não gosta, não use". Confundir a árvore com a floresta dá muito jeito. A praxe é uma energia que pode ser usada de forma positiva. E na maioria das vezes é uma coisa salutar. Depende é do praxista, infelizmente.
ResponderEliminarJMP,
ResponderEliminarPerdeste uns bons minutos do teu dia para escrever sobre algo totalmente inútil e sem sentido.
Dux? Praxe? Integração?
A universidade é um local de estudo e um local onde se poderão realizar amizades que ficam para a vida. Essas amizades fazem-se normalmente. As pessoas vão-se identificando, começam a falar-se, integram-se e ficam amigos.
Isso a que chamas de praxe ou "praxe" não serve para absolutamente nada a não ser para alguns infelizes aliviarem as suas frustrações. Basta analisar os rapazes e raparigas que se dedicam a essas praxes que tudo se entende. É gente que não se consegue evidenciar e usa a praxe para de alguma forma tentarem dar nas vistas. São geralemnete os mais infelizes e mais medíocres.
Seria algo perfeitamente dispensável. No entanto, neste país, alguns professores até dispensam os seus alunos das aulas pois fazem parte da comissão de praxe. É um país de doidos...
"Basta analisar os rapazes e raparigas que se dedicam a essas praxes que tudo se entende. É gente que não se consegue evidenciar e usa a praxe para de alguma forma tentarem dar nas vistas. São geralemnete os mais infelizes e mais medíocres."
ResponderEliminarLOL
Se estamos numa de esteriotipos...
"os anonimos sao mediocres!"
Tenho dito!
«A universidade é um local de estudo»
ResponderEliminarHoje em dia, a universidade é um local onde se fazem exames. Aliás, sempre foi. As propinas não servem para mais nada a não ser isso: a faculdade de fazer e ter exames avaliados. É melhor, mesmo, dizer ter exames avaliados, já que é muito raro conferirem a identificação de quem faz exames.
Pretendem, agora, com Bolonha fazer avaliações contínuas e coisas afins. Mas no fundo não passam de barbaridades. Se antigamente não era obrigatória a frequência de aulas, agora querem-na tornar obrigatória mas constata-se uma cada vez maior abstenção por parte dos docentes em ensinar. Grupo ou alunos individuais a dar aulas? Um dos meus professores pretende colocar 150 alunos a fazer "mini trabalhos" (sim, porque agora em Bolonha é tudo "mini") a serem apresentados durante as aulas. 150. Eu diria que estão dementes, mas estão só a tirar partido da oportunidade tão apelativa de não fazer nada. Mas enfim, isso já é outra história.
Caríssimos
ResponderEliminarAnónimo 15:56
Faz sentido um agnóstico querer casar pela Igreja, só porque as convenções sociais o solicitam? Todos concordam que não.
-Nem todos.. nem mesmo a igreja que autoriza! Conheço vários casos.
Então porque é que um anti praxe quer usar o traje? A doutorando firme nas suas convicções devia era recusar o traje, ou tem medo que o júri não goste?
- Se o júri exigir traje ou capa o doutorando tem de o trajar. O traje e muito menos a capa são símbolos da praxe, são símbolos da academia.
Anónimo 17:09
Perdeste uns bons minutos do teu dia para escrever sobre algo totalmente inútil e sem sentido.
-Igualmente para ti
...alguns professores até dispensam os seus alunos das aulas pois fazem parte da comissão de praxe.
-Nunca dispensei os meus alunos. Nunca faltei a aulas para praxar ou ser praxado. A opção é do aluno. Os alunos é que estão errados em pedir dispensa!
Nota pessoal
praxe
substantivo feminino
1. aquilo que se pratica habitualmente; prática; sistema;
2. uso estabelecido; regra;
3. etiqueta;
4. execução; realização;
praxe académica costumes e convenções usadas por estudantes mais velhos de uma instituição do ensino superior, de forma a permitir a integração dos mais novos no meio académico;
(Do gr. prãxis, «acção», pelo lat. praxe-, «prática»)
o traje académico não tem NADA a ver com o que normalmente se designa por "praxe académica". é apenas mais uma apropriação, para reforçar o poder de persuasão praxístico, mas NINGUÉM dentro da praxe pode protestar contra o uso de traje por parte de um colega, seja ele caloiro ou doutorando. isto porque o traje ACADÉMICO é o traje de TODOS os estudantes, independentemente de serem ou não ovelhinhas.
ResponderEliminarEu solto o meu VIVA ÀS PRAXES ACADÉMICAS...
ResponderEliminarSou um mestre frustrado querem ver? Ou então um descerebrado que não sabe o que quer da vida? Ou ainda um desmotivado parasita social que só quer copos e festa para o corpo?
As generalizações cínicas e hipócritas de pessoas que nem o nome assinam fazem-me rir e sentir pena dessas pessoas. Esses sim, verdadeiros frustrados que nem uma identidade são capazes de assumir...
Caro JMP, elevo o teu comentário nesta discussão. Muito sumo esse tempo que disponibilizaste com a tua experiência pessoal. Um bem haja para ti...
Pedro,
ResponderEliminaras perversidades de que falas existem, de facto. Mas elas acontecem na praxe como em tudo na vida. Felizmente que são uma minoria, se não estariamos todos os dias a ouvir falr em novas atrocidades.
Caro JMP,
ResponderEliminarObrigado pelo comentário. No essencial estamos de acordo. Eu não sou contra a praxe - praxei e fui praxado. No entanto, não deixo de lhe reconhecer as perversidades que denunciei e que devem ser combatidas por estudantes esclarecidos.
Digo que a hierarquia é anti-democrática porque não há eleições em que todos participem. Digo que é contrária aos valores da universidade porque valoriza o insucesso.
Abraço,
PM