Devo dizer-vos que fui utente intensivo de um hospital público português durante oito meses. Dos porteiros aos médicos, passando pelos enfermeiros, auxiliares e administrativos só encontro coisas boas para contar. Tenho para mim que, havendo algumas razões de queixa, o Serviço Nacional de Saúde, felizmente universal e inevitavelmente quase gratuito, é uma das coisas boas deste país.
Bastará atender ao espectacular decréscimo da taxa de mortalidade infantil, às taxas de cobertura vacinal ou às percentagens de doentes em tratamento para os mais variados cancros para se perceber que, ao contrário do que sucede em sectores como o ensino ou a justiça, o Serviço Nacional de Saúde é um dos maiores sucessos do Portugal democrático. Apesar disso, muito está por fazer e, ao contrário do que alguns pensam, muito mais poderia ser feito com os recursos humanos que existem (seja pelo incentivo à exclusividade dos médicos e demais profissionais de saúde seja pelo aumento da eficiência dos diversos serviços clínicos).
O país real é muito diferente do que no-lo pintam quotidianamente nas notícias dos telejornais. Só assim se explica que uma simples remodelação ministerial tenha acabado com a suposta ineficácia do INEM e com o nascimento de crianças no caminho para as maternidades encerradas.
Bem diz o povo que «a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha.» Há nisto algo tragicamente realista, quase espelho da sociedade nacional, que ajuda a explicar o facto de muitas das discussões e comentários acerca do Serviço Nacional de Saúde resvalarem para a demagogia trauliteira e a insinuação irresponsável que infelizmente se vai ouvindo e lendo por aí.
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alias, por comparação a muitos serviços particulares, o SNS é muuuuito bom.
ResponderEliminarexemplos na minha família são muitos.
veja-se o caso da mniha irmã, que com possibilidades financeiras, optou pelo provado, no acompanhamento a uma gravidez de risco. ao fim de dois meses, voltou para o público, quer por causa dos meios, quer devido a atendimentos demorados. muita gente acha que esperar 3 horas numa urgência é muito, mas acontece com regularidade em consultas previamente marcadas, no sector privado. e acho que o SNS, com as USF, melhorou bastante. eu só tenho coisas boas a dizer da USF + Carandá. atendimento rápido, de qualidade, com facilidade na marcação de consultas e acesso a outros serviços, com acompanhamento por bons profissionais. consegui ir lá a uma consulta sem marcação (já nem sei se o nome é SAP, SACU ou urgências...) à hora de almoço, sem ter de faltar ao trabalho um minuto que fosse.
Em geral concordo com o post mas tenho que acrescentar que é pouco honroso para sucessivos governos mudarem de forma tão radical e coerciva o funcionamento de certas profissões ligadas à saúde (uma coisa é criar hipoteses diferentes num caminho professional outra coisa é fechar portas que sempre estiveram abertas e com as quais as pessoas contaram quando fizeram planos).
ResponderEliminardiscordo com muito o que aqui foi dito, até porque sou utente regular do SNS, nomeadamente o H.S.Marcos e tudo alí leva uma enorme demora, isto para não falar dos diagnósticos e dos exames clinicos que levam meses... Há quase 10 meses que estou com problemas de saúde e se ainda estivesse à espera de me marcarem o primeiro das dezenas de exames que tenho feito, só agora é que esse tal exame seria marcado (sabe-se lá para daki a quantos meses)!!! Lamento, mas é mesmo esta a fraca opinião que tenho do SNS...
ResponderEliminarApenas uma nota acerca das propriedades milagrosas do SNS. O decréscimo da taxa de mortalidade infantil, tal como a maioria dos outros indicadores de saúde, já estava em evolução nítida pelo menos desde os anos 60. O SNS não foi o motor da locomotiva; limitou-se a apanhá-la já em movimento acelerado.
ResponderEliminarA respeito de uma reportagem no telejornal da RTP, sobre o ass: Turismo de saúde, foi afirmado que pela OMS, somos o 12º no seu ranking bem à frente, entre outros da Irlanda e GB.
ResponderEliminarA ser verdade é bom que essas coisas também constem e não só para dizer mal.
Não concordo com o post. Faz-me lembrar um discurso de José Socrates! Fala na melhoria da qualidade de vida e os portugueses sentem exactamente o contrário...
ResponderEliminarLamento que o autor do post não tenha respondido às questões pertinentes suscitadas em comentários a um texto anterior.
ResponderEliminarNo entanto nota-se uma clara tentativa de fuga para a frente com o intuito de sonegar algumas das situações que fazem do nosso SNS um buraco sem fundo.
A questão da diminuição da mortalidade infantil soa-me a pregão que é gritado até à exaustão como se fosse o único motivo de orgulho da saúdede em Portugal...Como se fosse a maior conquista da nação, esquecendo que foi a Constituição da República que implementou pela 1ª vez na nossa história um SNS tedencialmente gratuito.
Infelizmente o autor do post continua sem se ver ao espelho relativamete às suas declarações, limitando-se a intitular como trauliteiras as opiniões alheias.
Primeiro tenta-se minimizar a opinião contrária e como tal não é possível passam a ignorar.
Mas eu volto a repetir as mesmas questões:
Qual a razão para que os "mesmíssimos" profissionais sejam eficientes no privado e no mesmo dia passem a ser ineficientes no público?
Concorda ou não concorda com a exclusividade dos médicos tal como aprego a ministra e a associação de médicos de saúde pública?
Acha normal que perante esta proposta os médicos tenham saído a terreiro dizendo que se perspectivava uma debandada para o público? Não se sente ultrajado por estas palavras?Pessoalmente setir-me-ia insultado por ser conotado como mercenário.Sim, porque quando se diz que esta medida só iria avante caso o governo descobrisse petróleo, implica que se conote esta classe como mercenária!
Não voltarei à velha questão da falta de médicos já que se trata de discutir o sexo dos anjos, especialmente depois do próprio bastonáro ter dito que havia défice de profissionais.
Pegando no seu exemplo da taxa de mortalidade infantil penso que estamos de acordo (mau era!) mas não acha vergonhoso que esse mesmo país necessite de enviar milhares dos seus cidadãos a um país do terceiro mundo para realizare operaçõesàs cataratas?
O que está em causa com a promiscuidade entre público e privado não é apenas uma questão de eficiência mas de moralidade!
Não é possível que estes profissionais pulem de galho em galho enquanto outros estejam vinculados a uma opção única.
Posto isto, espero que me responda às questões levantadas enão volte a esconder-se em posts que apenas servem de fuga para a frente.
Quanto à notícia da OMS, não esqueça (caro Martinho) que se estava a referir a um mercado dirigido a um segmento médo-alto, o chamado turismo de saúde de luxo.
O Manelinho de direito continua com os médicos trancados na goela. Boa.
ResponderEliminar" assegurar o processamento e pagamento, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2007, dos encargos devidos aos magistrados, actualmente suportados pelos cofres do Ministério da Justiça e pagos através do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, designadamente:
Acumulação de funções;
Subsídio de compensação (renda de casa)
Colectivos (ajudas de custo, transportes e deslocações);
Subsídio de fixação (Açores e Madeira);
Regime de substituição (licenciados em direito, em substituição de magistrados do Ministério Público)" in Direcção-Geral da Administração da Justiça
Andam todos a mamar na vaca do estado.
Amigo Regadas, considera que um funcionário que se tem de deslocar para fora da sua área de residência não deve ser apoiado com a sua deslocação e consquentes inómodos?
ResponderEliminarOs professores também deveriam ser apoiados e não apenas os magistrados.
Mas ao contrário dos médicos, nenhum destes profissionais podem optar entre aceitar ou não aceitar a deslocação. Com a agravante dos primeiros não poderem ser remunerados por actividades extra profissão (ex: docência).
p.s. sou docente e tenho familiares magistrados caso esteja tão interessado.
Caro Ivan,
ResponderEliminarObrigado pelo testemunho. De facto há indivíduos que só sabem criticar, talvez por desejarem que os privados substituam o público de vez.
Caro Pedro Fontela,
A imposição da exclusividade é desnecessária. Se houver boas condições de trabalho, muitos médicos e outros profissionais optarão naturalmente pela exclusividade no público.
Caro delta x,
Desconheço o seu problema de saúde e, como compreende, não o poderei comentar.
Caro Pedro Romano,
Os resultados do SNS antes e depois do 25 de Abril são absolutamente incomparáveis e a reforma dos cuidados de saúde primários foi a verdadeira locomotiva da mudança. Disso não tenho dúvidas.
Caro Martinho,
Obrigado pelos dados que acrescentou. Em termos comparativos, a saúde é um dos sectores mais desenvolvidos do país.
Caro ASC,
Os portugueses sentem o contrário? Não duvido. Mas não se esqueça que os portugueses também se sentem mais inseguros, embora o número de homicídios esteja a diminuir... O país não é o que é, mas sim o que passa na televisão...
Caro regadas,
De facto é mesmo uma obsessão que algumas pessoas têm com os médicos...
Caro PM:
ResponderEliminarAinda bem que concorda comigo.
Quanto à insegurança, ela não está apenas associada aos homicídios. O número de assaltos tem aumentado e as técnicas usadas são cada vez mais perigosas. A proliferação de armas, etc.
Quanto ao SNS, continuo a afirmar que não está de boa saúde, no entanto, sente-se uma lufada de ar fresco e isso, deve-se a esta malta nova que está a entrar consequência da abertura de novos cursos de medicina. Os mais antigos, habituados a determinadas mordomias, terão de acompanhar o novo ritmo o que nos vai beneficiar a todos.
Caro Manuel, parece que não é desta que será elucidado pelo autor do blogue. Eu até percebo porque não responde...mas não aceito.
ResponderEliminarPossivelmente, por falta de argumentos que o demarque do corporativismo que aparenta possuir...
Quanto à exclusividade no SNS, caro P.M., se pensa que naturalmente o SNS pode fornecer as "exigências" da classe para que naturalmente se suprime as necessidades do sector públivo, egana-se. A exlusividade do SNS deve-se impor para acabar com esta vergonha deontológica e ética que é a acumulações de funções (público-privado)
Mais uma vez a história recente, que mesmo com as regalias, medormias e proteccionismos dados pelo SNS e Estado a esta classe, mostra-se factualmente a debandada para o privado. Alimentar a classe com as suas "codições de trabalho", isto é, aumentos salariais, é alimentar o ciclo vicioso de chantagem.
Enfim, espero que um dia este País se cure da promicuidade de dos grupos de interesse que tanto mal fazem ao País.
Força Manuel, que a mão nunca lhe trema, muito mais sincero e conhecedor do quem não quer lhe responder.
As mesmas questões continuam de pé e enquanto o Pedro Morgado não responder, continuando a ignorar e a desvalorizar, apenas continuará a descredibilizar-se (note que eu não estou contra os médicos mas contra o corporativismo tacanho que tanto nesta como noutras profissões têm destruído o país).
ResponderEliminarRepetindo...
"Qual a razão para que os "mesmíssimos" profissionais sejam eficientes no privado e no mesmo dia passem a ser ineficientes no público?
Concorda ou não concorda com a exclusividade dos médicos tal como apregoa a ministra e a associação de médicos de saúde pública?
Acha normal que perante esta proposta os médicos tenham saído a terreiro dizendo que se perspectivava uma debandada para o público? Não se sente ultrajado por estas palavras?Pessoalmente setir-me-ia insultado por ser conotado como mercenário.Sim, porque quando se diz que esta medida só iria avante caso o governo descobrisse petróleo, implica que se conote esta classe como mercenária!"
Hoje voltei a ler no Diário do Minho algo que confirma tudo aquilo que eu tenho dito sobre a classe, com a agravante de que nem as novas gerações se apresentam como regeneradoras do estado de coisas.
Segundo o administrador do Hospital de S. Marcos, nem a abertura de novas vagas suscitou interesse nos médicos recém formados.
Ora estes senhores fizeram o seu estágio num hospital público suportado por todos nós mas na hora da verdade optam peo privado.
Segundo o responsável pelo HSM esta carência tende a aumentar mesmo quando os mais novos são confrontados com melhores condições (leia-se salários, obviamente!) já que o privado tende a sugar toda a mão de obra.
Não fui eu que fiz estas afirmações, não foi a ministra que as proferiu mas o próprio ADMINISTRADOR DE UM DOS MAIORES HOSPITAIS DO PAÍS!
Perante isto ainda consideram que tudo deve permanecer na mesma?
Devemos continuar a assitir impávidos e serenos a esta hemorragia lenta com receio de tomar medidas drásticas?
Por este andar os hospitais públicos ficarão sem médicos mesmo sem a dita exclusividade algo que, segundo "doutas opiniões", conduziria a uma debandada.Ora esta debandada já está a acontecer meus senhores!
Fico satisfeito pelo facto de já não se discutir o sexo dos anjos, ou seja, a falta de médicos.Seria demasiado ridículo continuar a dizer que há abundância quando o próprio bastonário afirma o contrário.
"Caro Martinho,
Obrigado pelos dados que acrescentou. Em termos comparativos, a saúde é um dos sectores mais desenvolvidos do país."
Pudera! Com todos os fundos que têm sido injectados ao longo dos anos seria penoso que assim não fosse!Só falta regozijar-se pelo facto dos pescadores portugueses já não morrerem de escrobuto...
A grande questão é que com este dinheiro, ou menos, há países do terceiro mundo que fizeram melhor (Cuba).
"Caro Pedro Fontela,
A imposição da exclusividade é desnecessária. Se houver boas condições de trabalho, muitos médicos e outros profissionais optarão naturalmente pela exclusividade no público."
Então afirma que temos excelentes condições de trabalho e mesmo assim ainda se coloca como condição para a vinculação o facto de existirem boas condições?
Ou as condições já existem ou não existem!Se evoluímos assim tanto (concordo) será que ainda não estão criadas as condições para os médicos optarem pelo público?Como explica que após tanta melhoria ainda se assista à debandada para o privado?
Terá de me explicar o que entende por "condições de trabalho"...
Enfim...
p.s. não tenho fixação pela classe médica mas não me posso calar quando alguém me acusa de ser "trauliteiro" e depois escreve posts sobre futebol com tamanha irracionalidade.
Note que esta discrepância é sobre opiniões e não sobre pessoas e que aquilo que aqui fazemos não é mais do que uma glorificação da liberdade que hoje gozamos.Ainda bem, não acha?
Para que não restem dúvidas (Diário do Minho 5/8/2008):
ResponderEliminar"Médicos preferem condições contratuais dos hospitais com gestão empresarial
Concorrência pode deixar vagas do S. Marcos por ocupar
O Ministério da Saúde criou um quadro de vagas que permite ao Hospital de S. Marcos, em Braga, contratar 25 médicos que concluíram o regime de internato complementar na primeira época deste ano. A lista publicada ontem cobre 20 das especialidades mais carenciadas da unidade hospitalar bracarense, mas o presidente do Conselho de Administração já admitiu que nada garante que sejam preenchidas, pois os hospitais com modelo de gestão empresarial oferecem melhores condições."
Caro manuel,
ResponderEliminarRecuso-me determinantemente a debater com quem faz insinuações pessoais e as mantém mesmo depois de refutadas.
Aprenda a debater mais ideias e projectos e menos pessoas. O ataque pessoal é o primeiro sinal de insegurança das nossas posições.
Ataques pessoais?
ResponderEliminarEu nem sequer o conheço homem!
Vá lá dê-me um exemplo.
Mas faço-lhe outro pedido.Não responda por mim mas pelos outros comentadores que solicitam esses esclarecimentos.Muitos deles fizeram as mesmas perguntas.
A vitimização é o primeiro sinal de insegurança das nossas posições.
Delicio-me com a facilidade com que se criam novas contas no google :)
ResponderEliminarGostaria de ver respondidas as questões do Manuel, seria deveras interessante.
ResponderEliminarHaja vontade.
Não duvido, caro Marco. As tuas declarações e as do Manuel tecem-se do mesmo asco aos médicos, usam da insinuação e misturam tudo do mesmo modo(educação e formação médicas, prestação de cuidados de saúde, gestão de recursos humanos e por aí em diante).
ResponderEliminarJá respondi a muitas das perguntas neste post. Lê nas entrelinhas.
"asco aos médicos"
ResponderEliminarAo contrário do Pedro, eu já disse em letras gordas que nada me move contra os médicos mas contra o corporativismo avassalador.Quantas vezes terei de dizer isto caramba?
Continuar com esta vitimização (que ao que parece já faz parte dos seus posts...) está a tornar-e intelectualmente desonesto.
"usam da insinuação"
Talvez aquela acusação dos jogadores aliciados antes de um jogo, sem provas e lançada no éter seja tudo menos uma...insinuação...
"educação e formação médicas"
ARRE!Será que eu falei na formação médica?será que fui eu que trouxe esta questão a público?ou será que apenas me limitei a apoiar a abertura do curso de medicina no Algarve, ao contrário de alguns?
"gestão de recursos humanos e por aí em diante"
Limitei-me a dizer aquilo que todos afirmam: há falta de médicos em Portugal!
Será que devo ser condenado por isso?
Estes e outros pontos (aos quais o Pedro foge) são matérias importantes ou acha que não?
"Delicio-me com a facilidade com que se criam novas contas no google :)"
Fica-lhe mal dizer isso.E sabe porquê? Foi você que instituiu este sistema com o argumento de moralizar este espaço.
Penso que será fácil saber se há duplicação de contas.
Se essa insinuação me era dirigida, estou perfeitamente tranquilo.Esta é a minha conta e ponto final.
Mas vejo que continua a usar subterfúgios para não responder (e não por entrelinhas mas directamente e ponto por ponto)
às questões aqui feitas.
Aqui vão elas novamente:
"Qual a razão para que os "mesmíssimos" profissionais sejam eficientes no privado e no mesmo dia passem a ser ineficientes no público?
Concorda ou não concorda com a exclusividade dos médicos tal como apregoa a ministra e a associação de médicos de saúde pública?
Acha normal que perante esta proposta os médicos tenham saído a terreiro dizendo que se perspectivava uma debandada para o público? Não se sente ultrajado por estas palavras?Pessoalmente setir-me-ia insultado por ser conotado como mercenário.Sim, porque quando se diz que esta medida só iria avante caso o governo descobrisse petróleo, implica que se conote esta classe como mercenária!"
Aguardo...
«Caro manuel,
ResponderEliminarRecuso-me determinantemente a debater com quem faz insinuações pessoais e as mantém mesmo depois de refutadas.
Aprenda a debater mais ideias e projectos e menos pessoas. O ataque pessoal é o primeiro sinal de insegurança das nossas posições.»
P.S. - parece que não sabe ler.
"Ataques pessoais?
ResponderEliminarEu nem sequer o conheço homem!
Vá lá dê-me um exemplo.
Mas faço-lhe outro pedido.Não responda por mim mas pelos outros comentadores que solicitam esses esclarecimentos.Muitos deles fizeram as mesmas perguntas.
A vitimização é o primeiro sinal de insegurança das nossas posições."
Talvez vossa excelência me ensine...
Já agora concretize as acusações.
Caro Pedro, a adjectivação fácil é sempre uma grande arma de evasão.
ResponderEliminarNão tenho asco por qualquer que seja a classe profissional, até valorizo muito quem trabalha honestamente e honrosamente. Simplesmente, não aturo corporativismos danosos, seja qual for a classe ou sujeito.
Se não pretendes responder, a opção é tua. Simplesmente, ficas sem qualquer tipo de "autoridade" moral para adjectivar ou muito menos menosprezar quem te questiona e pretende uma resposta clara sobre o teu ponto vista sobre algo. É legítimo não é? Se não é, não vejo de um modo claro qual seja a finalidade do blog ou da "caixa de comentários".
Se eu misturo tudo, muito bem, então explica qual é o teu ponto vista sobre aquilo que dizes que eu misturo...
Enquanto "ler nas entrelinhas", meu caro, desculpa mas eu gosto de "ler claramente" sem evasivas nem subterfúgios. "Ler nas entrelinhas" é um estado de escrita que não me apraz. Paciência, não podemos ser todos iguais.
Caro Marco,
ResponderEliminarPara que leias claramente aqui vai então:
1. Está por demonstrar que os médicos sejam a classe corporativista que adjectivas. São mais corporativistas que os professores? Porquê? Que os políticos? Porquê? Que os jornalistas? Porquê? Que os operários têxteis? Porquê? Que os camionistas? Porquê?
2. Digo "asco" e repito-o. Isso transborda das tuas palavras e intervenções sobre esta matéria. A este propósito gostava de saber o que achas que deve ser uma aula de universitária de medicina com dignidade. Gostava de saber quantos alunos achas aceitável assistirem a um acto médico. Gostava de saber a que hospitais reconheces idoneidade para participarem na formação médica pré-graduada.
3. Digo "asco" e repito-o. Isso transborda das tuas palavras quando tratas os médicos todos por igual. Maus profissionais há em todas as classes e há poucas em que haja tantos condenados pela própria Ordem.
4. Digo "asco" e repito-o. Porque leio com injustiça as tuas investidas. Também eu fui acometido por uma doença grave. E o que encontrei no Serviço Nacional de Saúde não é nada do que tu pintas, mas sim competência técnica e científica, profissionalismo, pontualidade, simpatia, compreensão e sucesso.
5. Não respondo às intervenções do comentador que assina como "manuel" porque me recuso a debater com quem faz ataques pessoais que ainda por cima são falsos. Tu que foste recentemente alvo do anonimato cruel devias compreender melhor que ninguém a frustração de discutir com quem cria conversas entre si e si próprio através de pseudónimos e pseudónimos.
6. O meu ponto de vista sobre a educação médica é bem conhecido. Sobre a falta de médicos também. Sobre a exclusividade também. Reescrevo para o caso de não teres lido: «muito está por fazer e, ao contrário do que alguns pensam, muito mais poderia ser feito com os recursos humanos que existem (seja pelo incentivo à exclusividade dos médicos e demais profissionais de saúde seja pelo aumento da eficiência dos diversos serviços clínicos).»
"5. Não respondo às intervenções do comentador que assina como "manuel" porque me recuso a debater com quem faz ataques pessoais que ainda por cima são falsos. Tu que foste recentemente alvo do anonimato cruel devias compreender melhor que ninguém a frustração de discutir com quem cria conversas entre si e si próprio através de pseudónimos e pseudónimos."
ResponderEliminarJá não é a primeira vez que o Pedro me faze ste tipo de acusação.
Da primeira vez desculpa-se mas da segunda resta-me dizer que é MENTIROSO e DESONESTO!
Que fique bem claro:eu não tenho vários pseudónimos e nunca lhe fiz ataques pessoais.
Tenha hombridade de uma vez por todas e diga quais foram.
E espero que não volte a dizer que tenho vários pseudónimos porque a partir daí estaremos a falar de falta de carácter de quem faz acusações e não prova.
Caro manuel,
ResponderEliminarPara todos os efeitos é um anónimo e não me perderei mais tempo consigo. Leia bem o que escreveu e por lá encontrará as insinuações sobre o que eu supostamente pensava quando era estudante de secundário.
"Para todos os efeitos é um anónimo"
ResponderEliminarBolas!Para todos os efeitos todos somos anónimos então!Inclusive você!
O caro amigo deve ter algum défice de compreensão.
Aquilo que eu disse foi que muitos dos que hoje se insurgem contra a abertura de mais vagas e cursos de medicina foram muitos daqueles que no passado se queixavam da falta de vagas.
E na sequência lancei-lhe o desafio de dizer se você fora uma dessas pessoas ou não, já que agora também se levanta contra o curso no Algarve.
Por momentos pensei que o seu amuo era mais grave mas afinal nem sequer tem razão de ser porque já percebi que não quer responder às perguntas pertinentes.Mas vejo que continua a responder-me.
Deixe-me lançar-lhe um desafio: em vez de perder tempo a vitimizar-se, responda lá às peguntas em vez de me lançar farpas e acusações caluniosas.
Se for outro comenador a fazer as perguntas você responde?
Haverá por aqui alguma alma caridosa (legitimada pelo Pedro Morgado) que faça as perguntas por mim?
E sim, sou o Manuel Nunes e não tenho nenhum psudónimo.Quer o meu número de contribuinte?
Arre!
Caro Manuel,
ResponderEliminarCom todo o respeito, quem tem compreensão lenta é você. Se seguir o link com atenção, depressa compreenderá que o mesmo NÃO se refere à abertura do curso de Medicina no Algarve mas sim às queixas de 4 faculdades privadas.
Da minha parte, a conversa termina aqui.
Cumprimentos.
Caro Pedro,
ResponderEliminarAntes de responder às tuas questões, gostaria de clarificar aqui um ponto onde tens repetido incessantemente: dizes que as minhas palavras "transbordam asco" quando falo sobre este assunto. Não compreendo como podes generalizar e mal adjectivar tanto. Como podes depreender, eu não generalizo, eu não critico todos os médicos da classe, acho injusto que penses assim.
1. "Está por demonstrar que os médicos sejam a classe corporativista que adjectivas."
Caro Pedro, as instituições que representam os médicos e zelam pela sua "qualidade" (entenda-se a Ordem e sindicatos) são a prova institucional de que o "corporativismo danoso" existe e está implementado. Basta ver as insinuações e as acções da Ordem dos médicos e dos seus bastonários para verificares. Queres que eu demonstre com factos, eu demonstro-te, dou-te apenas alguns exemplos: atitude do bastonário e dos "colegas corporativistas" em relação às idas a Cuba e as suas exigências;
os seguros para cobrir os casos de negligências médicas "dados de borla" pela Ordem aos seus inscritos (sem eles saberem); a proibição da Ordem dos Médicos, como forma de chantagem, em auxiliar telefonicamente os enfermeiros actuantes nas SIV; o desrespeito da Ordem dos Médicos em aceitar mudar o seu código deontológico (sobre a temática do aborto), recusando acatar a ordem de mudança do ministro da saúde e de pareceres da Procuradoria Geral da República; as declarações do bastonário em que aconselhava os médicos a não prescrever mais de 3 % em medicamentos genéricos por serem de mais, porque, dizia ele, que eles não deveriam subscrever medicamentos genéricos (porque será?); o condicionamento no ensino (com o auge em 1986); a promiscuidade nas decisões políticas para precaver o interesse da classe; a falta de sensibilidade social dos órgãos representativos da classe que agem como verdadeiros mercantilistas; o desrespeito gritante pelo SNS (veja-se o que aconteceu com várias medidas de tornar mais eficiente o SNS como, mais recentemente, o contrato de exclusividade), a enorme pressão política feita por políticos " da Ordem"; os pareceres distorcidos da realidade por especialistas "suspeitos" .... quase que passaria uma vida a escrever os actos corporativistas dos representantes da classe (oficiais e não oficiais), basta ver como está a carreira médica e a saúde "controlada" por estes senhores. Exemplos no dia-a-dia não faltam, basta passar algumas horas num centro de saúde ou num hospital, neste caso, os factos "têm pernas e falam".
Mas outras classes também actuam assim, não só a classe médica. Outras, em órgãos de responsabilidade mais elevada e, portanto, com consequências bem mais perniciosas para a sociedade.
2. Digo "corporativista" e repito-o a quem age ou compactua como tal. As particularidades do ensino médico devem ser delineadas às entidades responsáveis. Elas, baseadas nos seus conhecimentos técnicos e pedagógicos devem elaborar pareceres cientifico e pedagógicos onde indicam as particularidades para um ensino de qualidade (e penso que já existe).
3. Digo "corporativista" e repito-o a quem age ou compactua como tal. Quanto à acusação de generalização, com que me acusas, penso que já a esclareci.
4.Digo "corporativista" e repito-o a quem age ou compactua como tal. Não sei o como pinto o SNS, até sou muito afecto a um serviço nacional de saúde como um serviço universalista e totalmente gratuito. Está na essência da social democracia e de um conjunto de medidas que modificaram o século passado para muito melhor. Portanto, acredito no SNS e na sua qualidade, mas, também critico as falhar que tem, a desorganização, e os ataques (interiores e exteriores) que sofre.
5. Compreendo a tua posição a não responder a quem não queiras, mas, contudo, acharia deveras interessante responderes às questões colocadas, para de uma vez esclareceres quem quer ser esclarecido.
6. Quanto às tuas posições. Vejamos, és contra a abertura de novos cursos de medicina (seja em moldes que forem)? Se não, estamos de acordo, se sim então as razões para tal não conheço. Seria pela qualidade do ensino, ora se um curso "abre" deve possuir a certificação e o plano formativo autenticado e acreditado pelo CNAVES. Logo, a qualidade, pelo menos oficialmente, estará assegurada. Depois, o condicionamento do ensino médico é deveras retrógrado. O ensino de medicina é o único curso superior exclusivo do ensino público (por uma questão de equidade é um atentado democrático) e condicionado pela classe ao seu belo-prazer. Ora, eu penso que uma formação académica é principalmente um processo de aquisição de conhecimento e não, somente, de preparação tecnocrata para um emprego ou profissão (uma das razões das convulsões de Maio de 68). Isto, ao condicionar os cursos superiores à lei da oferta e procura de uma profissão é um atentado ao ensino e às conquistas de Maio de 68. Sobre a falta de médicos penso que a posição deve ser comum, existe e existirá uma falta gritante de médicos em Portugal que urge combater. Causas: corporativismo danoso. Quanto à exclusividade e a consequente melhoria de eficiência do SNS, a falta de vontade política e o condicionamento da Ordem e afins determinou o fim da reforma. É uma medida essencial para a reestruturação do SNS, que peca por tardia. Mas, como deves saber, a promiscuidade entre o privado e o público é um mal que corrói a sociedade, tanto no caso da saúde como noutros sectores da sociedade, e como tal, deveríamos todos denunciá-la e combatê-la.
Caro Marco,
ResponderEliminarLamento todos os equívocos que proferes.
1. Desculpa mas não demonstras de modo algum que os médicos sejam mais corporativistas que os professores, camionistas, juízes ou jornalistas.
2. Os sindicatos não representam os médicos, mas os seus membros.
3. «os seguros para cobrir os casos de negligências médicas "dados de borla" pela Ordem aos seus inscritos (sem eles saberem);»
Eu bem digo que tu tens um asco aos médicos que até mete dó. Por um lado, os seguros não são dados de borla, mas pagos pelos médicos através das quotizações e, por outro, os médicos são informados da existência desse seguro.
4. «a proibição da Ordem dos Médicos, como forma de chantagem, em auxiliar telefonicamente os enfermeiros actuantes nas SIV;» Lamento que desconheças o que é um acto médico e que aparentemente prefiras ser atendido por um médico ao telefone do que por um médico presente. A posição da Ordem dos Médicos é absolutamente correcta no sentido de defender os melhores cuidados possíveis para os portugueses.
5. «o desrespeito da Ordem dos Médicos em aceitar mudar o seu código deontológico (sobre a temática do aborto), recusando acatar a ordem de mudança do ministro da saúde e de pareceres da Procuradoria Geral da República;» Devo dizer que embora seja favorável à alteração do código deontológico pela substância das alterações propostas, concordo em absoluta que o código, por ser deontológico, não pode estar dependente da vontade política de um ministro.
6. Sobre os genéricos apenas digo isto: o médico deve prescrever o medicamento mais adequado para o doente e com o menor custo possível. Tudo o resto é uma inaceitável intromissão política. Lamento que não percebas isto, na defesa do interesse do doente. Há farmácias que trocam prescrições de medicamentos de marca por genéricos que custam exactamente o mesmo e nunca vi insurgires-te contra isto. No entanto, se os médicos estivessem nas farmácias já terias feito 30 posts a falar do assunto.
7. «a falta de sensibilidade social dos órgãos representativos da classe que agem como verdadeiros mercantilistas;» afirmação gratuita. É a tua opinião, respeito-a, mas continua por demonstrar. Confesso que até vejo alguma obsessão na forma como atacas todas as posições dos médicos.
8. «Exemplos no dia-a-dia não faltam, basta passar algumas horas num centro de saúde ou num hospital, neste caso, os factos "têm pernas e falam".» Devo dizer-te que conheces muito pouco da realidade dos nossos hospitais e centros de saúde ou então generalizas que uma leviandade que arrepia.
9. Eu rio-me com a forma como os supostos esquerdistas adoptam uma postura neoliberal sempre que se fala em abrir cursos de Medicina no ensino privado. O ensino médico tem efectivamente características muito particulares e, desde logo, a necessidade de instituições hospitalares de retaguarda com o mínimo de condições.
A OMS diz que deve haver 1 faculdade de medicina para cada 2 milhões de habitantes. Portugal tem 10 para 10 milhões. Estamos falados. A OMS não percebe nada disto.
"Devo dizer-te que conheces muito pouco da realidade dos nossos hospitais e centros de saúde ou então generalizas que uma leviandade que arrepia."
ResponderEliminarTem razão, até arrepiam a sua cegueira e o seu desconhecimento caro Pedro...Listas de espera, viagens a Cuba, pessoas abandonadas nos corredores, faltas aos magotes, pessoas sem médico defamília...
"Caro Manuel,
Com todo o respeito, quem tem compreensão lenta é você. Se seguir o link com atenção, depressa compreenderá que o mesmo NÃO se refere à abertura do curso de Medicina no Algarve mas sim às queixas de 4 faculdades privadas.
Da minha parte, a conversa termina aqui.
Cumprimentos."
Vá lá assuma!
É a favor ou não da abertura de um curso no Algave?
Acho que ambos sabemos essa resposta a partir do momento em que diz o seguinte:
"A OMS diz que deve haver 1 faculdade de medicina para cada 2 milhões de habitantes. Portugal tem 10 para 10 milhões. Estamos falados. A OMS não percebe nada disto."
Vá lá, não fuja mais!Assuma-se de uma vez por todas!Responda às perguntas.
É ou não é a favor da abertura de mais um curso de medicina?
E qual a razão para que as privadas não façam acordos com as entidades hospitalares para o apoio ao ensino da medicina?
Parece-me que para você o privado apenas é bom quando se trata de levantar o cheque ao fim do mês...você e muitos dos mercadores da saúde tal como referiu o administrador do Hospital de S, Marcos.
Vá lá, deixe-se de amuos!
Reparou que já disse mais de 3 vezes que não me voltaria a dirigir a palavra e no final de contas faz comentários dirigidos à minha pessoa?
E este post sobre o qual estamos a opinar não foi uma tentativa de se sobrepor à minha opinião em posts anteriores?
Esqueça que sou eu a fazer as pergunas.Não me responda a mim mas ao caro Marco Gomes que também gostaria de ser elucidado.
"Eu rio-me com a forma como os supostos esquerdistas adoptam uma postura neoliberal sempre que se fala em abrir cursos de Medicina no ensino privado"
Mas que raio tem isto a ver com esquerdistas?
Será você mais um daqueles que tem asco aos "esquerdistas" que comem meninos ao pequno almoço?
Lá está você a fugir ao ponto fulcral.
Haverá esqueletos no armário por essas bandas?
Até os ex PIDE e apoiantes do antigo regime tinham família...
"2. Os sindicatos não representam os médicos, mas os seus membros.
Mas a Ordem representa todos os médicos e esta tem posições em tudo idênticas às dos sindicatos e vice versa.
" Desculpa mas não demonstras de modo algum que os médicos sejam mais corporativistas que os professores, camionistas, juízes ou jornalistas"
Perunta de um milhão de euros: qual a classe que ainda não foi tocada ao de leve sequer pelas reformas deste governo.Todas aquelas que você refere foram...Coincidência quiçá...
Lamento que desconheças o que é um acto médico e que aparentemente prefiras ser atendido por um médico ao telefone do que por um médico presente. A posição da Ordem dos Médicos é absolutamente correcta no sentido de defender os melhores cuidados possíveis para os portugueses."
Lamento que o Pedro desconheça como se faz socorro nos EUA ou Canadá onde não há médicos no terreno mas paramédicos qualificados.
Decididamente os americanos e canadianos não percebem nada disto...
Volto a fazer a pergunta mas desta vez peço ao amigo Marco Gomes (o meu outro pseudónimo ;-) ) que as faça por mim porque o Pedro não me responde.
Aqui vão elas:
Qual a razão para que os "mesmíssimos" profissionais sejam eficientes no privado e no mesmo dia passem a ser ineficientes no público?
Concorda ou não concorda com a exclusividade dos médicos tal como apregoa a ministra e a associação de médicos de saúde pública?
Concorda com a abertura de mais curos de medicina sejam eles públicos ou privados?
Espero...
Mas desta vez não faça outro comentário a dizer pela milésima vez que não me responde.
Caro Pedro,
ResponderEliminarLamento eu os equívocos e a inocência (propositada) com que abordas as questões "corporativistas".
1. Nunca disse ou escrevi que a classe médica era mais "corporativista" do que outras. Mas, os factos falam por si. O corporativismo, não nos moldes do antigo regime e dos regimes fascistas mas nos actuais bem mais dissimulados, da classe médica vê-se pelas medidas de apoio da Ordem e pelo simples facto de condicionarem o ensino e a profissão. Queres mais? Até proponho o contrário, demonstra-me que a classe médica é menos corporativista do que as demais classes profissionais.
2." Os sindicatos não representam os médicos, mas os seus membros." Caro Pedro, os sindicatos representam os trabalhadores de um modo geral, defendem os direitos de todos os trabalhadores, e actuam oficiosamente perante os seus sócios. As suas conquistas são para todos, ou não será assim?
3. "Eu bem digo que tu tens um asco aos médicos que até mete dó. Por um lado, os seguros não são dados de borla, mas pagos pelos médicos através das quotizações e, por outro, os médicos são informados da existência desse seguro."
Nem comento a tua obsessão em denegrir os que de ti discordem, simplesmente consubstancias o teu ódio a quem te questiona em certos assuntos, enfim, provavelmente não será defeito, será feitio. São às dezenas as notícias sobre este facto horrendo e de idoneidade questionável da Ordem. Dou-te aqui um exemplo, se quiseres informar-te mais, basta uma pesquisa rápida sobre este assunto.
4."Lamento que desconheças o que é um acto médico e que aparentemente prefiras ser atendido por um médico ao telefone do que por um médico presente. A posição da Ordem dos Médicos é absolutamente correcta no sentido de defender os melhores cuidados possíveis para os portugueses. "
Enfim, menosprezas o assunto, porque a proibição da assistência telefónica foi um acto de pura chantagem e entristeces-me que o aceites. O que se passa, nas ambulâncias SIV, não é uma usurpação de poderes pelos enfermeiros, o auxilio médico via telefone é um auxílio essencial para uma eficaz e qualitativa actuação destes profissionais do socorro. Pareces desconhecer a assistência médica nas terras interiorizadas como Cabeceiras. Estes veículos de socorro são muito importantes. Embora não substituam uma equipa médica (devido à rarefacção de médicos que existe pelo corporativismo) é de elevada competência e do melhor da assistência pré-hospitalar cá por estas terras. Não temos capacidade de ter médicos a fazer este tipo de assistência, porque este tipo de corporativismo arrasta-se há muito tempo. E não consigo aceitar que a Ordem dos médicos faça chantagem, diminuindo a qualidade de assistência, para arranjar mais uns "tachos" que provavelmente não seriam preenchidos pelos seus inscritos. Em Cabeceiras temos um exemplo, uma viatura preparada para assistência médica no socorro não pode funcionar porque os médicos cá do burgo não passaram no teste técnico e de conhecimento para poderem tripular o veículo. Neste mesmo teste, onde chumbaram à volta de 3 ou 4 médicos, todos os enfermeiros concorrentes passaram. Conclusão, o veículo devidamente equipado não pode actuar porque não existe médicos acreditados para tal.
5. "Devo dizer que embora seja favorável à alteração do código deontológico pela substância das alterações propostas, concordo em absoluta que o código, por ser deontológico, não pode estar dependente da vontade política de um ministro."
O que está em causa é uma impossibilidade técnica devido ao código deontológico. Se o código deontológico não permite cumprir uma lei, é preciso mudá-lo. Contudo, os governantes, como tais, tem total permissão de imiscuir nos assuntos de uma classe, com a devida ponderação, porque são eles os reguladores máximos por direito.
6. " Sobre os genéricos apenas digo isto: o médico deve prescrever o medicamento mais adequado para o doente e com o menor custo possível. Tudo o resto é uma inaceitável intromissão política. "
Meu caro, pelas tuas afirmações só devo ficar preocupado. Nem te pergunto pela tua responsabilidade social como profissional, mas pela tua "consciência social". Afirmas que é em defesa do utente que o bastonário incita à proibição da prescrição de medicamentos genéricos, assim contradizes-te e assustas-me. Sendo os medicamentos genéricos acreditados, com pequenas diferenças de actuação, muito mais baratos do que os de "marca", tu defendes a erradicação deles nas prescrições médicas !!! Claro, defendo o utente e assim cravá-lo com esta vergonha...
Intromissão política, mas a classe médica e a saúde é um círculo restrito onde a governação não pode entrar e fazer cumprir as suas directivas e leis. Onde vives ?
7. É a tua opinião, respeito-a, mas continua por demonstrar. Confesso que até vejo alguma obsessão na forma como atacas todas as posições dos médicos.
Quase poderia dizer-te o mesmo, mas com a devida diferença, em que a tua obsessão está na forma obtusa como defendes o corporativismo vigente.
8. "Devo dizer-te que conheces muito pouco da realidade dos nossos hospitais e centros de saúde ou então generalizas que uma leviandade que arrepia. "
Agora é que me assustastes-me a valer. Eu conheço a realidade dos nossos hospitais e centros de saúde com utente mas tu deverias conhecer melhor do que eu, mas pela tua afirmação estás ainda mais desconhecedor do que eu. Ora, vejamos, os casos (não estou a generalizar) de negligência médica e a consequente impunidade judicial (se quiseres basta leres os relatórios e os exemplos que explicam muito bem os casos dúbios de injustiça na não condenação), as longas listas de espera, as muitas horas de espera para uma simples consulta (nem falo em cirurgias), a desumanização de certos médicos e etc... Enfim, nem deveria te dizer estes exemplos. Se quiseres perceber esta realidade passa (como utente) num centro de saúde de uma terra interiorizada e verás o que quero dizer.
9. "Eu rio-me com a forma como os supostos esquerdistas adoptam uma postura neoliberal sempre que se fala em abrir cursos de Medicina no ensino privado. O ensino médico tem efectivamente características muito particulares e, desde logo, a necessidade de instituições hospitalares de retaguarda com o mínimo de condições. "
Ris-te e eu também, como supostos neo-liberais desejam condicionar o ensino médico apenas ao sector público (para assim poderem condicionar a profissão pela via política). Ora eu apoio a equidade e a alternativa. Por ser defensor acérrimo do sector público não me impede, nem desejo, de apoiar alternativas ao privado. Por isso, as tuas insinuações são demagógicas. Onde está o teu livre-espírito ? Quanto ao ensino médico ter certas particularidades, sim, como um miríade de outros ensinos, mas isto não é um argumento para a não abertura de um vertente privada, como todos os outros ensinos. A falta de médicos exige. Existe instituições para validar (CNAVES) as condições de ensino, já houve propostas sólidas e com as condições todas para o ensino com qualidade mas não segui em frente pelos mesmo do costume. Já agora desafio-te e argumenta o porquê da não abertura de uma faculdade de medicina privada?
Outra coisita, qual a "obrigação" do Estado fornecer e financiar a especialização de um médico?
10. "A OMS diz que deve haver 1 faculdade de medicina para cada 2 milhões de habitantes. Portugal tem 10 para 10 milhões. Estamos falados. A OMS não percebe nada disto." Sem prestar atenção à ironia, qual é o problema do relatório da OMS ? Temos 10 faculdades e temos falta de médicos, e ? Qual o problema de termos mais médicos, o problema (para mim e outros como eu, porque para os corporativistas isto é um maná mercantilista) é a falta destes profissionais.
Portanto, Pedro, não aceito que uma classe profissional condicione uma profissão para tirar proveito de tal. Peço desculpa, também não compactuo com quem defende este tipo de política e penso que conhecimento profissional não deve ser condicionado pelas classes. Nunca.
E verdadeiramente entristece ver jovens como tu, os profissionais de amanhã numa área tão sensível como a saúde, terem comportamentos anacrónicos e tão mal condizentes com as suas personalidades. Enfim, é uma opinião sincera e pessoal.
P.S.
Alguém que precise ser elucidado:
Qual a razão para que os "mesmíssimos" profissionais sejam eficientes no privado e no mesmo dia passem a ser ineficientes no público?
Concorda ou não concorda com a exclusividade dos médicos tal como apregoa a ministra e a associação de médicos de saúde pública?
Concorda com a abertura de mais curos de medicina sejam eles públicos ou privados?
Caro Marco,
ResponderEliminar«Afirmas que é em defesa do utente que o bastonário incita à proibição da prescrição de medicamentos genéricos, assim contradizes-te e assustas-me.»
É inqualificável que tentes colocar na minha boca palavras que não disse e ideias que não defendo.
O que eu disse foi: «Sobre os genéricos apenas digo isto: o médico deve prescrever o medicamento mais adequado para o doente e com o menor custo possível. Tudo o resto é uma inaceitável intromissão política» Esta é a minha posição e tenho a consciência completamente tranquila relativamente a este assunto. Quero lá saber da posição do Bastonário. Eu nem falei nele!
É muito triste que faças insinuações sobre a minha idoneidade profissional com base em afirmações que eu não proferi e em ideia que não tenho. Não o admito e lamento-o profundamente.
Tenho todo o gosto em participar em todos os debates sobre saúde, como sempre tenho feito nos mais variados fóruns, mas exijo que esses debates tenham nível, usem argumentos sólidos e dispensem o preconceito. Gosto de falar dos assuntos com base em dados concertos e não em ideias vagas.
Porque estou a mais nesta conversa e como não me revejo nos expedientes utilizados por certos comentadores e por ti ratificados, a conversa está encerrada da minha parte.
Abraço.
Compreendo.
ResponderEliminarPeço desculpa se te acusei de algo infundado ou interpretei algo mal. mea culpa , nomeadamente em relação aos genéricos.
Quanto ao resto, impõe-se o teu preconceito em debater, se os argumentos não são sólidos prova-os e elucida-nos. Não te evadas às perguntas a ti dirigidas, porque isso, infelizmente, só demonstrará desonestidade e a fraqueza em esclarecer a quem te questiona.
Enfim, seguramente terás uma opinião sobre esta conversa (muito) diferente da minha, se não a queres discutir e preferires evadir, não te posso impedir.
Fica aqui a minha tristeza perante certas atitudes tuas e a falta de esclarecimento que, desonestamente, escapaste.
Para mim acaba esta conversa aqui e agora, e espero não voltar a discuti-la, porque não vale a pena, até certos honestos "procedimentos" se imporem.
Abraço
No essencial concordo com o que o Pedro Morgado escreveu tanto no post como nos vários comentários.
ResponderEliminarPercebe-se pelo discurso de algumas pessoas o tal asco desapegado de dados concretos mas que emerge de emoções mais exaltadas quando se fala de médicos.
Portugal pode orgulhar-se do seu Sistema Nacional de Saúde. Digo isto porque se estivessemos a nível de educção, justiça, economia ou finanças ao nível que nos encontramos em termos de rankings internacionais de saúde seríamos um país muito mais desenvolvido e feliz.
É pertinente que as discussões sobre estas matérias sejam fundamentas: o Marco Gomes diz que há muita negligência em Portugal - pois bem, em que dados se baseia? Nas manchetes do 24 Horas e nos telejornais da TVI?
O Manuel diz que os médicos são mais eficientes no privado que no público. Em que dados se baseia? No senso comum de que o serviço privado é melhor? Se é porque é que os casos mais complicados acabam nos hospitais públicos? É bom não esquecer que no privado as coisas correm bem porque os casos são geralmente mais simples e o número de utentes é gigantescamente inferior.
O que leio nos argumentos destes dois personagens são ideias feitas e pouco ou nada fundamentadas. Infelizmente, são ingénuos o suficiente para embarcarem nas conversas das televisões e nos jornais de pacotilha.
É pertinente perguntar-lhes, já que são todos tão visionários, se não acham estranha a pressão de certas farmacêuticas para que se vendam certos genéricos e a disponibilização por parte de algumas farmácias das mesmas marcas de forma sistemática.
É pertinente perguntar-lhes, já que se auguram mais sabedores que a própria Organização Mundial de Saúde, se querem entregar a emergência às corporações de bombeiros já que os médicos são tão burros que chumbam nos exames, enquanto os enfermeiros passam todos...
Declaração de interesses: Não, não sou médico. Sou professor, filho de médicos e bem sei o que eles trabalharam para ganhar uns trocos.
"a conversa está encerrada da minha parte."
ResponderEliminarPela milésima vez...
E não tem um tempinho para responder a estas perguntas?
Qual a razão para que os "mesmíssimos" profissionais sejam eficientes no privado e no mesmo dia passem a ser ineficientes no público?
Concorda ou não concorda com a exclusividade dos médicos tal como apregoa a ministra e a associação de médicos de saúde pública?
Concorda com a abertura de mais curos de medicina sejam eles públicos ou privados?
Caro Marco Gomes agora já sabemos que o Pedro não responde pelo simples facto de ter sido eu a fazer as perguntas.Obrigado por ter contribuido.
Agora só me falta que o Pedro diga aqui taxativamente quais as acusções caluniosas que eu lhe fiz.
Depois disso prometo que deixo de massacrar.
Que grande confusão que para aqui vai.
ResponderEliminarEu só sei que ando há 10 meses há espera de uma consulta para tratar dos joanetes e ninguém me resolve o assunto..
já a minha avó teve um cancro da pele e foi tratada num ápice. São prioridades..
"Digo isto porque se estivessemos a nível de educção, justiça, economia ou finanças ao nível que nos encontramos em termos de rankings internacionais de saúde seríamos um país muito mais desenvolvido e feliz."
ResponderEliminarJá o disse mas torno a referir.
Com a avalanche de fundos e meios que o Ministério da Saúde sorveu ao longo da últimas décadas mau seria que a taxa de mortalidade infantil ainda fosse a mesma de à 50 anos e os nossos marinheiros morressem de escrobuto!
A questão é esta: Com muito menos há países do terceiro mundo que fizeram bem melhor (Cuba).
Se a Justiça tivesse metade dos fundos da Saúde porventura os tribunais pudessem ter video vigilância e segurança 24 horas por dia.
Convenhamos que o trabalho que se faz nos tribunais não se resume a dar injecções e a prescrever aspirinas, ora vejamos:
"Segundo o documento, cada um dos 33 juízes da área tributária tem em mãos 1140 processos de contencioso fiscal, pelo que, sem ter em consideração novos processos, o sistema precisa de mais quatro anos para analisar os processos existentes" – cenário que para os responsáveis pelo estudo assume proporções chocantes. O Ministério da Justiça não dispõe, contudo, de dados relativos ao último ano"
1000 processos para cada um!Mil!
O que diriam os médicos se tivessem 1000 pacientes por dia!Talvez dissessem que...faltam médicos?
Mais: como é possível que a Justiça seja célere quando um processo tem trinta mil documentos e várias centenas de testemunhas, diligências, etc...Convenhamos que não é o mesmo que despachar uma criança com tosse...
E tudo isto em instalações em ruína, degradadas, sem espaço, tecnologia, etc (ao contrário dos hospitais que têm do bom e do melhor e ainda bem!)
Na educação muito foi feito se pensarmos que em 1908 eramos um país de analfabetos.
O problema da educação não está nos seus profissionais que têm sido sujeitos a todas as experiências como se fossem cobaias.A educação padece dos problemas sociais que desembocam nas escolas e lhe são exteriores para além do facto dos vários governos terem feito tábua rasa das medidas que os seus predecessores tomavam.
Nem a Justiça ou a Educação gozaram ao longo das décadas dos meios que a saúde gozou.E mesmo assim continuam as listas de espera, etc...
"O Manuel diz que os médicos são mais eficientes no privado que no público. Em que dados se baseia?"
Vejamos:
Depois da vergonha de um país europeu ter de recorrer ao terceiro mundo para meras intervenções cirúrgicas, os médicos passaram de 3 a 4 cirurgias por dia (no público) a várias dezenas ao ponto de se estar a resolver um problema que condenava milhares de portugueses.
Não me consta que esses mesmos médicos fizessem apenas 3 ou 4 cirurgias no privado...
(este número é real e passou-se num hospita público)
"o número de utentes é gigantescamente inferior."
Porque será? já agora porque será que os médicos fogem para o privado e nem os mais novos escapam, tal como disse o administrador do HSM? "Melhores condições", não?
"O que leio nos argumentos destes dois personagens são ideias feitas e pouco ou nada fundamentadas. Infelizmente, são ingénuos o suficiente para embarcarem nas conversas das televisões e nos jornais de pacotilha."
Serei ingénuo quando digo que faltam médicos? Então o bastonário também o é.
Serei ingénuo quando digo que é necessário formar mais médicos?
Então a ministra o é!
Serei ingénuo quando falo em debandada para o privado?
Então o administrador do HSM também o é!
Serei ingénuo quando falo em listas de espera, cidadãos sem médico de família? Então nesse caso o senhor é que é!
"É pertinente perguntar-lhes, já que são todos tão visionários, se não acham estranha a pressão de certas farmacêuticas para que se vendam certos genéricos e a disponibilização por parte de algumas farmácias das mesmas marcas de forma sistemática"
Quanto a isso deverá perguntar aos seus pais (médicos) porque estes profissionais é que recebem brindes e viagens por receitarem determinadas marcas...
"É pertinente perguntar-lhes, já que se auguram mais sabedores que a própria Organização Mundial de Saúde, se querem entregar a emergência às corporações de bombeiros já que os médicos são tão burros que chumbam nos exames, enquanto os enfermeiros passam todos..."
Ai chumbam?Mas a formação não é assim tãaaaaaao boa?
Talvez nos EUA o socorro seja pior pelo facto de não serem médicos a faze-lo...
"bem sei o que eles trabalharam para ganhar uns trocos."
Por respeito aos milhões de portugueses que ganham o salário mínimo escuso-me a comentar esta afirmação.
p.s.
Já que teve a hombridade para responder à primeira pergunta (segundo o seu ponto de vista) algo que o Pedro ainda não fez, peço-lhe que responda às outras duas:
Concorda ou não concorda com a exclusividade dos médicos tal como apregoa a ministra e a associação de médicos de saúde pública?
Concorda com a abertura de mais curos de medicina sejam eles públicos ou privados?