
© Tom Coates
A patetice dos últimos dias tinha a ver com a Câncio e a sua alegada (pelo Expresso) obrigação de fazer uma declaração de interesses, não no seu trabalho como jornalista, mas nas suas manifestações públicas enquanto colunista, blogger e twitterer - enfim, como (livre) opinadora. Como se uma pessoa não soubesse ao que vai, quando a lê ou a ouve; tal como sabe quando lê ou ouve o Marcelo, o Pacheco Pereira e tantos outros.
Ainda nem a do caso Câncio amansou e já surgiu outra: o dress (e smell) code imposto pela Loja do Cidadão de Faro. Parece-me que é uma mera questão de bom senso. Não sei o que é que provocou esta ordem, pois pela lista de proibições até dá a ideia que a Loja do Cidadão de Faro é (tem sido) um bordel. Mas certamente que não há circunstância alguma que desculpe ou justifique esta ordem. Em todo o caso, a reacção do Manuel Alegre é exagerada.
“é uma coisa de cariz fascizante, totalitário, contra a liberdade individual”. [...] Alegre frisa que “estas coisas são sinais” e “multiplicam-se estes sinais”
O dress code vs liberdade é um non sense. Basicamente, na tese do Alegre, qualquer funcionário público, como um varredor, um juíz ou um polícia, está a ser vítima de um aterrorizador fascismo, pois utilizam um qualquer tipo de ostracizante uniforme. Eu tenho um enorme respeito pelo Manuel Alegre, mas considero esta reacção totalmente descabida. Espero que a associação disto a "sinais" - qual majestosa conspiração - não seja um sinal de que esteja, ele, a ficar "ché ché".