Avenida Central

Contra-Natura

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Para quando um referendo sobre estes comportamentos contra-natura que estão a destruir a nossa sociedade?

Jesus Vai ao Comício? | 3

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A Igreja Católica Espanhola continua a mobilizar-se em manifestações políticas contra o governo do socialista José Luís Zapatero com o co-patrocínio do Partido Popular, principal força da oposição. A entrada da Igreja Católica nas campanhas partidárias é altamente criticável e lesiva do princípio da separação entre Estado e confissões religiosas. Se a Igreja não aceita (e bem) as incursões dos governos e dos partidos na sua esfera privada, seria desejável que se isentasse de entrar no jogo político-partidário para impor os seus princípios a todos os cidadãos, católicos e não católicos, crentes e não crentes.

É pena que a Igreja Católica Espanhola não siga o exemplo de descrição da congénere portuguesa. As diferenças são tantas que até parecem filhos de deuses diferentes.

Adenda - sobre a contra-informação relativamente ao número de manifestantes presentes, sugiro a leitura do blogue Manifestómetro.

Passar as Marcas

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Big Euro Boys futebol céu rezar
© tony_v

O futebol, por muito que não se goste, é um dos espelhos mais fiéis da complexa matriz que enforma a sociedade do nosso tempo. Ainda esta semana, depois de assistirmos à expulsão de Vukcevic por festejar um golo sem camisola, ficámos a saber que a medida se deve, entre outras coisas, ao facto dos muçulmanos, por motivos religiosos, serem «contra a exibição do corpo nu». Vítor Pereira acha normal e justifica: «como o futebol é um jogo global, deve respeitar-se estas crenças religiosas». Curiosamente, nesta mesma semana, surge a notícia de que a FIFA pretende proibir «manifestações de fé nos relvados».

Estas situações, embora aparentemente antagónicas, são sintomas comuns de uma grave doença dos nossos dias que radica na imposição normativa do politicamente correcto. Trata-se de uma nova forma de policiamento da moral e dos bons costumes, limitando de forma severa liberdades fundamentais de cada ser humano. A facilidade com que os defensores do politicamente correcto se indignam com os comportamentos alheios e a passividade com que aceitam este permanente policiamento moral são sintomas verdadeiramente inquietantes.

Por mim, que os golos sejam festejados da forma que cada qual desejar. Não há indignação religiosa ou devaneio neutral que mereça este constante passar as marcas no que respeita à restrição das liberdades dos outros. É assim tão difícil aceitar cada qual como é?

A Professora de Espinho

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Escola de Artes Visuais
© Halley Pacheco

Ainda antes de concluído o inquérito à professora de Espinho, os juízos multiplicam-se e os pedidos de demissão ou castigo avolumam-se sem qualquer proporcionalidade, ao mesmo tempo que um conjunto de artistas tenta associar o episódio às políticas educativas do Governo, à proposta de introdução da Educação Sexual nos currículos e também à imperiosidade da avaliação dos professores (1, 2, 3 e centenas de comentários espalhados pela internet e fóruns de opinião).

Tudo isto demonstra exemplarmente a mediania do debate político nacional e a falta de honestidade intelectual com que alguns participam na vida pública. Sendo certo que o teor da conversa é impróprio para uma sala de aulas, as reais circunstâncias em que sucede e o estado de saúde dos seus intervenientes ainda estão por apurar e, como tal, a posição do Ministério da Educação tem sido irrepreensível. É que, o caso da professora de Espinho é verdadeiramente excepcional e não vem demonstrar nada para além do que já sabíamos. Haja decência.

Com Este Decote, Já Serve?

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Yemen Lafforgue
© Eric Lafforgue

Depois dos textos De Uniforme é Melhor e Festival Eurovisão da Censura escritos pelo Pedro, fiquei a pensar, afinal, para onde vamos. Suponho que seja algo como a imagem ilustra...

Festival Eurovisão da Censura

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A forma como vamos perdendo a capacidade de nos indignarmos perante repetidos atropelos aos Direitos do Homem é verdadeiramente inquietante. Na noite de hoje, perante os holofotes do mediatismo mais inútil, o Festival Eurovisão da Canção realiza-se em Moscovo, num palco tingido pela triste cor da discriminação e da censura.

1. A música «We don’t wanna put in» da Geórgia foi censurada pela organização do evento na sequência das pressões do regime russo que exigiam que o trocadilho «put in» fosse removido da canção. A Geórgia abandonou o evento, organizando uma alternativa bem mais democrática e o Presidente Saakashvili georgiano clama, muito sensatamente, contra a vergonha da Eurovisão.

2. Depois de muitas ameaças, vários manifestantes foram detidos em Moscovo quando participavam numa marcha de protesto contra a discriminação dos homossexuais. Como se sabe, a Rússia não respeita os direitos das minorias sexuais, atentando repetidamente contra os Direitos Humanos. O porta-voz da Câmara de Moscovo afirmou que «semelhantes manifestações não só destroem as bases morais da nossa sociedade como provocam conscientemente desordens que irão ameaçar a vida e a segurança dos moscovitas e dos hóspedes da capital», enquanto que a Igreja Cristã Ortodoxa embarcou na tese de que «a propaganda da homossexualidade é, em qualquer caso, um crime contra a infância».

3. Os organizadores do Festival Eurovisão da Canção pediram à representante da Alemanha, Dita von Teese, para mostrar menos decote na actuação desta noite. Segundo os senhores da Eurovisão, o decote da senhora von Teese não é apropriado para um «espectáculo televisivo familiar».

São apenas três exemplos da censória defesa da moral e dos bons costumes que impregna os nossos dias. Tolerantes perante os pequenos abusos, abrimos caminho às imposições mais ignóbeis e aos atropelos mais graves aos Direitos Humanos que todos devíamos professar. As «diferenças culturais entre os países participantes» não são justificativo bastante para que possamos prescindir da liberdade de expressão, seja escrita ou performativa, do direito à manifestação e da defesa universal da igualdade entre todos, independentemente do sexo, do género, da cor de pele, da orientação sexual ou da religião.

A ler: Gays em desgraça na cidade de Moscovo, por José Milhazes.

De Uniforme É Melhor! | 2

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Afinal, o Bruno Aleixo é de Palmela.

De Uniforme É Melhor!

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Mocidade Portuguesa
© lusografias

«Um professor veio ao Conselho Executivo dizer que se tinha sentido incomodado pelo facto de estar a dar uma aula e de ter, à sua frente, uma aluna com uma saia tão curta que se viam as cuequitas [...] Os exageros podem levar a uma falta de respeito entre alunos. Algum cuidado na forma de se apresentarem poderá contribuir para o apaziguamento de certas situações» [Jornal de Notícias]

Este trecho diz muito sobre o espírito salazarento e machista que ainda domina o país. A defesa da moral e dos bons costumes não dá tréguas, mesmo quando o móbil é o desconforto erotizante de um professor que se incomoda diante das vestes minimalistas de uma aluna. Até quando os meninos apalpam as meninas, a culpa é delas que se vestem desmesuradamente apetecíveis. Isto é Portugal, estúpido!

Maria, Mártir de Portugal

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Intercidades Lisboa-Porto, 3 de Maio de 2009. Quis a má sorte que um acidente atirasse uma morte para a linha e, por via disso, a viagem durasse o dobro do previsto. Maria sentou-se a meu lado ainda antes de supormos que a paragem do comboio para a remoção do malfadado cadáver seria tão longa que a conversa havia de tornar-se inevitável.

O vestir andrajoso, os dentes quebrados, enegrecidos e tortos, a face sombria e o semblante entristecido expunham uma qualquer história infeliz que imaginei antes de supor que ainda a ouviria durante aquela viagem. Filha mais nova de uma fratria de seis irmãos, Maria cedo foi atirava para a vida em toda a sua crueza e crueldade. Casou com dezassete anos. Ele era alcoólico e, etilizado ou não, batia-lhe quotidianamente com as mãos, os pés, as colheres de pau, as cadeiras, as garrafas... batia-lhe no corpo e no espírito, abusando-a até ao limite do suportável.

Corria a década de oitenta e Maria vivia acabrunhada numa pequena aldeia de Trás-os-Montes. Sofria num silêncio ensurdecedor, apenas quebrado por uma denúncia ao padre, em confissão, que lhe revelara tratar-se de um teste em vida, uma autêntica cruz (como a de Cristo) para ser aceite com paciência e capacidade de sofrimento. E assim fez. Maria suportou várias violações e pariu três filhos. O terceiro, nascido no dealbar da década de noventa, foi violentamente agredido in utero, tendo nascido com sequelas irreversíveis que não tem dúvidas em atribuir aos maus tratos perpetrados pelo pai.

Cansada de suportar o insuportável e com três filhos nos braços, também eles repetidamente vítimas de maus tratos, Maria avançou com um pedido de divórcio que se arrastou interminavelmente nos tribunais e na vida. Valeu-lhe a coragem de começar de novo e a boa vontade de algumas amigas e vizinhas.

«Na aldeia em que eu vivia foi o primeiro divórcio...» conta sem voz tremente nem olhos encharcados, mas com a frieza de quem de tanto sofrer verdadeiramente se tornou quase insensível ao sofrimento discursivo. «Fizeram-nos de tudo. Desde bater ao meu pequeno por ser filho de pais divorciados até olharem-me recriminadoramente por ter deixado o pai entregue ao desgosto que afogava em álcool».

A história de Maria é uma história entre muitas e, como muitas, tem a virtude de nos despertar para a discriminação do que não é vulgar. Tal como Maria, também hoje há muitas Marias e Manéis que sofrem cruelmente nas nossas ruas, nos nossos bairros, nas nossas aldeias, nas nossas cidades e nas nossas famílias por não serem a regra, por serem diferentes, por não serem vulgares, por serem os primeiros... Sofrimento que merece aceitação e compreensão, mas que a moral vigente teima em censurar.

Os Pais Sabem Melhor?

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"Numa área da educação [sexual] tão ligada às questões éticas, morais e religiosas, é inadmissível que haja esta espécie de ditadura da Assembleia da República", diz Isabel Lima Pedro, do MOVE, defendendo que a liberdade de escolha dos pais é a melhor solução para todos. [Expresso]

Nem vale a pena fazer grande alusão "às questões éticas, morais e religiosas". Na maior parte dos casos acredito que será um mero eufemismo para "fé" ou "religião", o que torna qualquer discussão absolutamente inútil.

Bem sei que a própria lei confere esse direito de orientação da educação - inclusive da religiosa - aos pais. Mas, na minha opinião, é um direito que deve ser exercido com responsabilidade, sem fundamentalismos, com moderação e no melhor interesse, não dos pais, mas (sempre) dos filhos.

O que este grupo de pais defende, aparentemente, é a substituição de "inadmissível" ditadura da Assembleia da República por uma outra, ditadura, que já entendem como admissível. E a expressão ditadura não é despropositada, pois, de facto, a liberdade de escolha [menos a dos adolescentes] é a melhor solução para todos.

Existe uma diferença inegável entre um adolescente de 10 anos e um adolescente de 17 anos e 364 dias. Por um lado, consigo compreender a posição dos pais se aplicada à fase inicial da adolescência. Por outro, já não consigo compreender, de todo, como é que pais que são, obviamente, envolvidos e dedicados e que, certamente, procurarão a melhor educação possível para os seus filhos, concebem essa educação sem conferirem algum grau (evolutivo, ao longo da adolescência) de liberdade de escolha aos seus filhos. Aliás, se essa liberdade não existe, também não pode existir responsabilidade e esta não nasce do nada, magicamente, aos 18 anos.

Por uma vez que seja, deixem que quem governa faça aquilo que os jovens, a quem a medida exclusivamente se dirige, já reivindicam há muitos anos. Aquele vasto grupo da população que não pode votar e raras vezes vê os seus anseios respondidos pela classe política. Já agora, outra das reivindicações, essa mais recente, é o voto aos 16 anos.

Patetices a Rodos

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This is not a brothel...
© Tom Coates

A patetice dos últimos dias tinha a ver com a Câncio e a sua alegada (pelo Expresso) obrigação de fazer uma declaração de interesses, não no seu trabalho como jornalista, mas nas suas manifestações públicas enquanto colunista, blogger e twitterer - enfim, como (livre) opinadora. Como se uma pessoa não soubesse ao que vai, quando a lê ou a ouve; tal como sabe quando lê ou ouve o Marcelo, o Pacheco Pereira e tantos outros.

Ainda nem a do caso Câncio amansou e já surgiu outra: o dress (e smell) code imposto pela Loja do Cidadão de Faro. Parece-me que é uma mera questão de bom senso. Não sei o que é que provocou esta ordem, pois pela lista de proibições até dá a ideia que a Loja do Cidadão de Faro é (tem sido) um bordel. Mas certamente que não há circunstância alguma que desculpe ou justifique esta ordem. Em todo o caso, a reacção do Manuel Alegre é exagerada.

“é uma coisa de cariz fascizante, totalitário, contra a liberdade individual”. [...] Alegre frisa que “estas coisas são sinais” e “multiplicam-se estes sinais”

O dress code vs liberdade é um non sense. Basicamente, na tese do Alegre, qualquer funcionário público, como um varredor, um juíz ou um polícia, está a ser vítima de um aterrorizador fascismo, pois utilizam um qualquer tipo de ostracizante uniforme. Eu tenho um enorme respeito pelo Manuel Alegre, mas considero esta reacção totalmente descabida. Espero que a associação disto a "sinais" - qual majestosa conspiração - não seja um sinal de que esteja, ele, a ficar "ché ché".

Do Portugal Beato, Intriguista e Chocalheiro

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Dual Flush
© lmpicard

Já se sabe que Portugal é uma imensa tertúlia cor de rosa, mas a capa do Expresso de ontem é uma amostra demasiado infeliz do Portugal beato, intriguista e chocalheiro que se arroga no direito ao escrutínio público da vida privada dos outros. A verdade é que quando o nível da conversa desce até à cama dos actores políticos, entramos num esgoto verdadeiramente nauseabundo e indesejável. Importam-se de puxar o autoclismo para voltarmos a discutir o futuro do país?

Adenda - a notícia é verdadeiramente patética. Desde logo porque mistura o trabalho da jornalista Fernanda Câncio com o seu direito à livre opinião fora do exercício da profissão.

Braga por um Cartoon [2]

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Cartoon DN do Caso Coubert
© DN

Braga por um Cartoon

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Cartoon do Jornal Público sobre o Caso Coubert
© Público

Da Censura ou o Advento das Mães de Braga

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courbet, crayons et d’autres choses drôles

© Pedro Vieira

Foram precisas mais de vinte e quatro horas e muita polémica para a PSP de Braga anular o auto e deliberar que, afinal, a pintura do francês Gustave Courbet (1819-1877) não é pornografia. Contudo, esta decisão está longe de ser o epílogo do caso,
tal foi o desnorte da PSP de Braga ao longo dos últimos dias, desde a apreensão que considero ilegal até às desculpas inimagináveis que foram sendo apresentadas ao longo do dia.

Adenda 1: O subintendente Henriques Almeida diz que «o livro não era apropriado para ser exposto numa feira de livros que estava a ser frequentada por crianças». Para lá do evidente moralismo, esta afirmação abre mais um precedente gravíssimo. Nem quero imaginar o que sucederia se estivesse nas mãos da PSP decidir o que deve e o que não deve ser exposto numa Feira do Livro...

Adenda 2: No site do Ministério da Administração Interna pode ler-se uma acertada tomada de posição, ao considerar a acção da PSP de Braga como «desprovida de fundamento e, se valesse como precedente , não daria descanso às forças de segurança: doravante passariam a ter de tomar partido em choques de opinião sobre questões de gosto, moral e opinião, quanto às quais lhes cabe tão só velar pelo pluralismo social e pela defesa das liberdades.»

Em Defesa da Moral e dos Bons Costumes [2]

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«É que em Braga, por esse tempo, - todos o sabem! - não havia um canto que não cheirasse a sacristia, a cacete miguelista, a ódio de cónego, de padre, de frade, de jesuíta, de casaca ou sem ele, em todo o caso formando um conjunto de miseráveis, muito devotos e tementes a Deus, mas da pior espécie, todos pensando no ventre... como bons próximos parentes dos porcos de Epicuro.»
[A. Ménici Malheiro, Braga Contemporânea]

Imaginemos que amanhã decido ir à Bertrand e, deparando-me com a tal capa pornográfica para as mentes retorcidas de alguns, alego que desato a bater em tudo e em todos se a mesma não for apreendida. Terá a PSP legitimidade para a apreender a obra? Pelos vistos, tem.

A justificação encontrada pela PSP de Braga para a medida censória de ontem não faz qualquer sentido, constituindo-se como um precedente muito perigoso para a nossa democracia. A ideia de censura preventiva não é feliz, abrindo portas a todo o tipo de condicionamento da liberdade de expressão, em nome da moral púdica e atávica de um punhado de gente que ainda não chegou ao século XXI.

A ler: Partidos e APEL criticam apreensão da PSP de Braga, Público; BE Condena Deriva Censória, Braga Bloco.

Em Defesa da Moral e dos Bons Costumes

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«Contactada pelo Diário do Minho, a PSP de Braga confirmou a apreensão das obras, na sequência de uma denúncia de uma pessoa que visitou a Feira do Livro em Saldo. «Perante a denúncia, a PSP deslocou-se ao local e aprendeu os livros e entregou-os ao Ministério Público, para avaliar se é pornografia ou não», disse fonte das Relações Públicas da PSP[Diário do Minho]

Isto significa que se um cidadão ficar sensibilizado com uma imagem publicada a capa da Maxmen ou da FHM, a PSP leva ao Ministério Público para dizer se é pornografia ou não? E se alguém ficar sensibilizado com uma passagem discriminatória da Bíblia também pode pedir à PSP para a levar ao Ministério Público dizer se há conformidade com a Constituição?

A ler: Como hoje é terça-feira de Carnaval, por Ademar Santos; Dedicado à PSP de Braga, por Nuno Ramos Almeida; A Origem da Ignorância, por JN; Livreiro apresenta queixa contra PSP por apreender livros com capa “pornográfica”, Público.

À Atenção da PSP de Braga

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Eu não queria criar alarme nas hostes policiais de Braga, mas depois das últimas notícias lembrei-me que a FNAC e a Centésima Página, esses malandros, têm em exposição vários livros pornográficos como The Big Penis Book ou The Big Breast Book, isto para não falar da última edição do Código do Trabalho. Uma coisa destas não se pode tolerar... Antes de tudo, é preciso proteger as nossas crianças desse mundo tão perigoso chamado corpo humano.

Braga É, Mais Coisa Menos Coisa, Isto... [2]

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Musée D'Orsay - Courbet
© lapinot

«A PSP de Braga apreendeu hoje numa feira de livros de saldo alguns exemplares de um livro sobre pintura. A polícia considerou que o quadro do pintor Gustave Courbet, reproduzido nas capas dos exemplares, era pornográfico, adiantou uma fonte da empresa livreira.
António Lopes disse que os três agentes policiais elaboraram um auto no qual afirmam terem apreendido os livros por terem imagens pornográficas expostas publicamente.
O quadro do pintor oitocentista - tido como fundador do realismo em pintura - expõe as coxas e o sexo de uma mulher, sendo, por isso, a sua obra mais conhecida. Pintado em 1866, está exposto no Museu D'Orsay em Paris.
» [Público, JN]

Poderá gostar-se muito ou gostar-se pouco, poderá achar-se uma obra prima ou simplesmente detestar-se... Contudo, dificilmente se poderá considerar como pornográfica esta representação realista da anatomia genital feminina. Ainda assim, a «Origem do Mundo» de Gustave Courbet conseguiu despertar o zelo de alguns agentes da PSP de Braga que, segundo as últimas notícias, apreenderam os livros em cuja capa constava tão realista ilustração, alegando tratar-se de pornografia.

A notícia assim contada assume traços de comédia, mas a tragédia é bem real e constitui-se como mais um infeliz atropelo à liberdade de expressão e uma intolerável censura sobre a expressão artística. É mais uma crónica que espelha a forma como a defesa da moral e dos bons costumes se está a tornar-se ridiculamente intolerável nesta cidade tão idolátrica.

A Tradição Ainda É o Que Era...

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«A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) anunciou hoje ter contabilizado nos seus atendimentos no ano passado 18669 crimes, dos quais 90 por cento se referem a casos de violência doméstica. [...] Na violência doméstica, 90 por cento das vítimas foram mulheres e 90 por cento dos agressores homens.» [Público]

A ler: A "vítima-tipo", por Ana Matos Pires.
"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

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