Mais Congregados
Falar na Avenida Central, sobretudo quando a temática de fundo é o Património ou a monumentalidade, implica necessariamente falar na Igreja dos Congregados, apesar de não o ter ainda feito neste blogue. Não tenho por hábito escrever sobre igrejas (e, em Braga, teria pano para mangas), por isso a referência que aqui faço é para louvar uma interessante iniciativa.
A Igreja dos Congregados (referente à Congregação do Oratório) foi concebida para templo conventual e a sua projecção deve remontar a finais do século XVII, tendo sido iniciada a construção no início do século XVIII. A partir daqui, o edifício apenas se deu por terminado, já com o seu aspecto actual, no século XX, o que não impediu a sua utilização ao longo de mais de dois séculos. Pelo caminho ocorre a ostensiva intervenção arquitectónica de André Soares, em meados do século XVIII.
O edifício da Igreja dos Congregados foi desenhado no âmbito de um conceito urbanístico da Idade Moderna, a monumentalização das cidades. Neste âmbito, temos em Braga imensos exemplos, sobretudo de igrejas e de casas particulares, que não procurando necessariamente critérios funcionais, visavam atribuir à cidade a monumentalidade que a devia caracterizar. Esta monumentalidade passava em grande medida pelo engrandecimento arquitectónico do então designado “Campo de Sant’Anna”, actual Avenida Central.
A este respeito teve lugar, ainda não há um ano, um interessante colóquio promovido pelo Movimento Mais Congregados, no Museu D. Diogo de Sousa, com a presença do usual público modesto. E a iniciativa que gostaria de louvar aqui é precisamente a existência do referido movimento cívico, promovido pela Jovemcoop e pela Irmandade de Nossa Senhora das Dores e de Santa Ana dos Congregados. O movimento tem subjacente um processo em execução que, sem verbas fartas, ambicionou requalificar um monumento. A sociedade civil pode ter mais peso nestas questões do que geralmente se pensa, se houver sensibilidade e empenho.
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