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Responsabilidade Social da Arqueologia

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Sessão de Apresentação do Trabalho Arqueológico de Braga

Na passada quinta-feira a Biblioteca Pública de Braga foi o palco de uma conferência relativa às escavações realizadas pela UAUM em Braga, no ano de 2008. Manuela Martins e Luís Fontes foram os oradores desta comunicação, que divulgou os resultados das recentes intervenções arqueológicas na cidade e arredores, na tradição seguida pela Universidade do Minho no contexto do estudo e salvamento de Bracara Augusta.

A iniciativa transparece a legimitidade de quem efectivamente conhece os processos e conteúdos abordados, mencionando as descobertas realizadas, a sua interpretação e os passos do minucioso estudo que tem vindo a ser feito. Foi também um exemplo de honestidade, pela forma como as informações foram abertamente dadas a público e pela forma como todas as questões colocadas pela assistência foram efectivamente respondidas.

O público foi, como já é hábito nestas conferências, pouco afluente. De facto, a iniciativa não foi divulgada com a mesma veemência com que por vezes se apontam supostas ilegalidades ou falta de transparência. Gostaria de ter ouvido, no auditório do Largo do Paço, a colocação frontal de muitas questões e dúvidas que, noutros contextos, quiçá menos indicados, foram manifestadas sem rodeios. Haveria melhor local e oportunidade para o fazer?

9 comentários:

  1. caro Gonçalo:

    ouvi atentamente as comunicações da dra. manuela martins e do dr. luís fontes. e fiquei com o sentimento de que as supostas ilegalidades que refere terão sido cometidas para encobrir algo que a Unidade de Arqueologia ou teima em esconder ou não pode divulgar. mas também ouvi com muita atenção a advertência da dra. manuela martins, quando abriu a porta às intervenções do público. e far-me-á justiça em reconhecer a LEGITIMIDADE da interpretação: o "recado" da presidente da Unidade foi precisamente no sentido de que não seriam respondidas as questões que afirma que gostaria que tivessem sido colocadas. Mas faça um pequeno exercício: vá ver como está o quarteirão dos CTT. verá que apenas foram feita escavações arqueológicas. porquê? porque a aprovação do projecto de construção foi condicionada à realização de escavações arqueológicas prévias. e é isso que está a ser respeitado. depois dê um saltinho às obras do túnel. e diga-me se o cenário que encontra é o mesmo... pois eu garanto-lhe que aqui foram impostas pelo igespar e pela direcção regional de cultura do norte as mesmas condicionantes. aproveite e olhe o óbvio, mas com olhos de quem quer ver. repare bem naquela "broca" com cerca de 20 metros de comprimento e quase meio metro de diâmetro. veja como ela perfura toda a área das obras, inclusive as zonas que vão esta semana ser integralmente submetidas a escavações arqueológicas detalhadas. e diga-nos depois qual o arqueólogo que vai na ponta da "broca" para dar ordem de paragem, assim que a máquina se aproxima do património soterrado. e depois venha com uma descrição HONESTA do que viu "in situ"...

    cumprimentos.

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  2. Segundo sei foi uma excelente iniciativa à qual, por razões familiares, não pude comparecer.

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  3. Caro Francisco,

    Eu não referi supostas ilegalidades, apenas comparei a maneira como essas supostas ilegalidades são alardeadas em locais onde os responsáveis não podem (ou não devem) responder.
    O Francisco é um exemplo daquilo que referi neste texto, porque esteve presente na conferência, não colocou qualquer dúvida ou acusação, e depois veio para aqui falar em "brocas". Essa conduta só pode revelar que o Francisco não está seguro do que afirma e que aquilo que viu pode, na verdade, ser muita coisa. As pessoas não devem tecer considerações com base naquilo que vêm para lá de um taipal, sobretudo quando não conhecem o contexto arqueológico que está a ser estudado.
    Não me parece que, se se tratasse de cortar níveis sedimentares, fosse nevessário recorrer a uma broca... Se, por outro lado, o Francisco acha que é possível encontrar vestígios arqueológicos debaixo do substracto geológico, desejo-lhe boa sorte na defesa dessa teoria.
    A Dra. Manuela Martins fez essa advertência, e muito bem, para que as pessoas cingissem as suas questões ao aspecto científico e patrimonial das descobertas. Mas não cingiram. Contudo, todas as questões foram categoricamente respondidas, ou não? Não esteve com atenção a essa parte?
    Cumprimentos,

    Gonçalo Cruz

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  4. e esta?
    http://www.fontedecomunicacao.com/index.php?op=8&id=255

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  5. caro gonçalo:

    estive sim. com muita atenção a essa parte. por isso achei a primeira pergunta impertinente após o aviso, que fez todo o sentido. mas também não fui lá para perguntar. as denuncias e as acusações eram públicas e fui lá para ouvir. Mas não tenha tanta certeza sobre a minha alegada ignorância.nem sobre a minha mudez, quando deveria perguntar. a tal "broca" vi in loco e posso dizer-lhe que está a ser usada para rasgar em profundidade o que há-de ser enchido com betão, para se criarem as paredes do túnel. quanto às perguntas,saberá por certo que há locais mais institucionais para as formular. as respostas é que têm sido comprometedoras, porque «em braga, as escavações são sempre urgentes». Mas as discrepâncias abissais entre o quarteirão dos CTT e o túnel também podem ser constatadas por si..

    Um abraço cordial.

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  6. Caro Francisco,

    Não compreendo porque é que foi à conferencia somente "para ouvir" e depois veio colocar questões num blogue. Se tinha questões, com base no que viu in loco, tinha toda a legitimidade de perguntar directamente aos responsáveis pelos trabalhos, nesta conferência.
    Contudo, se prefere meios mais institucionais, não devia ter comentado as suas dúvidas neste blogue, precisamente porque não sabe para que é que a referida broca vai ser utilizada. Devia colocar as suas questões aos responsáveis e formular posteriormente a sua opinião com base nas respostas que lhe forem dadas, caso não se considere esclarecido.
    Não seguindo esta conduta, o caro Francisco não parece muito interessado em esclarecer as suas dúvidas, preferindo lançar mais uma pequena especulação, a juntar a tantas outras que se lançaram à volta deste tema.

    Eu não pus em causa que tivesse visto a tal broca, mas tal como lhe disse, essas máquinas são usadas para cortar o substracto geológico. Ou seja, são máquinas que servem para abrir valas na rocha.
    Não sendo ignorante, o Francisco deve estar ciente de que os vestígios arqueólogicos estão sempre acima do nível da rocha-mãe. Não é portanto necessário que nenhum arqueólogo vá "na ponta da broca"...

    Sobre as diferenças entre a avenida e os CTT, convenhamos que são intervenções que obedecem a timings diferentes, e enquadradas em projectos diferentes.
    Nos CTT as obras ainda não começaram, porque estão atrasadas. Se bem se recorda os responsáveis da intervenção anunciaram, no decorrer de uma conferência de imprensa, que o atraso no início das obras está a provocar atrasos na intervenção arqueológica (o que normalmente se passa ao contrário), aguardando-se a remoção de algumas estruturas dos antigos CTT para que se possam prolongar as escavações.
    Na avenida, as obras estão a decorrer nos pontos em que as equipas de arqueologia não detectaram vestígios, ou em zonas onde já se concluíram as escavações.

    Já ouvi publicamente estes esclarecimentos dos responsáveis mais do que uma vez.
    Cordialmente,

    Gonçalo Cruz

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  7. Creio, na visão do cidadão, que a UAUM teve o mérito de saber como e quando divulgar as intervenções arqueológicas que vai realizando em Braga.
    Foi numa noite de chuva, com pouca divulgação mediática (tendo em conta que a noticia de divulgação foi lançada no próprio dia - mas do tempo não os podemos nós culpar)!
    Admitindo que esclarecimentos só seriam feitos se não saissem da esfera arqueológica das intervenções realizadas, então os arqueólogos acharam que não se explicaram bem, isto é, se era só para falar do que eles tinham acabado de apresentar, então não havia mais conversa a não ser que achassem que não haviam passado a mensagem correctamente! Curiosamente nenhum dos arqueólogos ali presentes abordou o facto do início das intervenções não coincidir com o início das obras.
    Com certeza que uma unidade com 32 anos de existência tem credibilidade suficiente para prescindir de determinados preceitos legais.
    E quando o Arqueólogo Fontes diz que as ESCAVAÇÕES A SÉRIO só vão começar na próxima semana (ou lá quando começarem a intervir no troço até ao Hotel Turismo), então está a dar razão ao Mesquita Machado quando ele disse CHEGA DE BRINCAR ÀS ESCAVAÇÕES !

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  8. Para o comentário mal intencionado da praxe:

    De facto, marcar uma iniciativa destas para uma noite de chuva... são do piorio, vejam lá.

    A notícia não foi divulgada no própria dia. Eu li-a no dia anterior, no jornal. Só é pena que certos jornais não tenham destacado este evento na primeira página, como destacam outras coisas, nem sempre construtivas e nem sempre verdadeiras.
    Mas quem ler o comentário anterior, há-de pensar que a culpa da pouca divulgação mediática é do promotor do evento (que por acaso até foi a Biblioteca Pública).

    O comentador que me precedeu mostra ser muito "bom entendedor", posto que vai a conferências e nunca tem dúvidas sobre o tema que foi abordado. Segundo ele, o esclarecimento de dúvidas que se segue a uma palestra é para falar de tudo menos do tema da palestra.

    Nenhum dos arqueólogos ali presentes abordou o "facto" que mencionou, precisamente porque não é nenhum facto, mas uma pura especulação.
    Mas pelos vistos o comentador que aqui se apresenta incisivo, qual defendor da verdade, pelos vistos esteve lá e também não abordou o tal "facto"...

    É pena, poderia talvez ter demonstrado as suas boas intenções e toda a sua precupação pelo património de Braga...

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  9. Dr. Gonçalo Cruz,

    Reitero a frase com que terminei o eu último comment:

    "E quando o Arqueólogo Fontes diz que as [b]ESCAVAÇÕES A SÉRIO[/b] só vão começar na próxima semana (ou lá quando começarem a intervir no troço até ao Hotel Turismo), então está a dar razão ao Mesquita Machado quando ele disse [b]CHEGA DE BRINCAR ÀS ESCAVAÇÕES [/b!"

    Isto já me diz muito do que se faz em Braga, e olhe que não precisava de nenhuma conferência para esclarecer esta situação...

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