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Guimarães por um Canudo (versão descritiva)

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Estive hoje em Guimarães no debate que a Sociedade Martins Sarmento promoveu em torno do mais polémico dos 5 Projectos que prometem mudar a face da cidade - a renovação do Toural/Alameda. Após a visualização de um vídeo da autoria da Câmara Municipal (que apresentou alguns erros históricos que foram sendo apontados e corrigidos ao longo da sessão), o Dr. António Amaro das Neves, Presidente da Sociedade Martins Sarmento, revisitou a História e as estórias do Toural, a praça maior de Guimarães.

O Professor Miguel Bandeira colocou a tónica nas dinâmicas que devem presidir à organização do espaço urbano, contrariando a ideia preconizada pelo poder autárquico de que a actual praça é «incomportável e obsoleta» e alertando para o facto desta reestruturação «alterar a natureza vivencial do Toural». Socorrendo-se da ideia de "Plaza Mayor" que Cláudio Rodrigues introduziu neste debate, o Professor de Geografia da Universidade do Minho concordou que há um certo «emplazamento do Toural» nesta proposta. Focando-se na importância de planear com cuidado as entradas e saídas dos túneis, lembrou que o «o túnel de Braga matou a Avenida da Liberdade».

A Arquitecta Maria Manuel Oliveira referiu-se ao enterrar do tráfego automóvel afirmando que não é «óbvio que separar os tráfegos rodoviário e pedonal seja a única solução», sustentando que o parque subterrâneo não é essencial, uma vez que os aparcamentos existentes à periferia estão longe de estar saturados. A aposta em sistemas integrados de mobilidade foi outro dos pontos defendidos pela arquitecta.

Vítor Fernandes e Seara de Sá, arquitectos autores do projecto, justificaram as opções tomadas com a necessidade de construir um parque que reponha os 250 lugares que actualmente existem à superfície, explicaram que as árvores removidas do Toural serão plantadas a dobrar na Alameda e justificaram a opção de construir um «rua» no subsolo.

Após uma série de intervenções do público, António Magalhães, Presidente da Câmara, orgulhoso pela participação cívica, rematou dizendo que «se forem precisos mais dez debates sobre o tema, cá estaremos para os fazer.»

2 comentários:

  1. Pelos comentários dos projectistas parece-me que o projecto não passa de uma "imitação" das praças bracarenses.

    Se realmente se concretizar o projecto, as inumeras críticas que se fazem hoje a Braga, serão feitas no futuro a Guimarães.

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  2. É facil criticar quando já passaram 15 anos desde a concepção das praças da cidade de Braga.
    Na altura a sua construção foi considerada uma revolução no trânsito urbano e, verdade seja dita, se não fosse o estacionamento criado, o Centro Histórico teria perdido todo o comércio para as grandes superfícies.

    Contudo ainda se está a tempo de corrigir alguns dos erros das praças. O primeiro deveria ser a demolição do edifício construido no centro do campo da Vinha.

    O segundo deveria ser o prolongamento do túnel da Avenida da Liberdade de forma a valorizar os edifícios históricos do topo deste arruamento.

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