“[…] Eis então o Porto. Ir da Ribeira ao Passeio Alegre e querer viver na Foz Velha. Ir da Alameda dos Liquidambares à Quinta do Mata-Sete. Ir ver dos poetas além de Pessoa. Comer por cinco euros, e bem. Subir ao Minho. Ler Agustina no jardim do Centro Cultural Vila Flor com Guimarães ao fundo. Escalar os jardins da associação Velha-a-Branca e lá de cima avistar Braga. Voltar ao mar em Viana do Castelo, que também tem rio, história, arquitectura e empadas de pato. Caminha, Cerveira, mais para dentro o Gerês. O Verão nas margens do Cávado. O Outono na Mata da Albergaria. Continuar para Trás-os-Montes. Comprar mel escuro em Mourilhe. Ver os carvalhos em Pitões e as amendoeiras em Felgar. Seguir o Sabor de Montesinho a Bragança. Apanhar o Douro em Miranda. Não largar o Douro. De Foz Côa ao Crasto, da Ervamoira a Nápoles, ser Setembro e haver vindima, pisar uva, ouvir cantar, beber e comer bem. […]”
O mapa de Alexandra Lucas Coelho
“O meu mapa” é o título de um texto de Alexandra Lucas Coelho, jornalista e autora do imperdível Caderno Afegão (Lisboa: Tinta da China, 2009), apresentado em Novembro na comunidade de leitores da Velha-a-Branca. O mapa, que poderá ser lido na íntegra, a partir dos próximos dias, no número de Dezembro da Up, uma revista da TAP, inclui um roteiro nortenho que não esquece Braga e Guimarães e que pode ser bastante útil a quem quiser aproveitar os feriados de Dezembro para passear por perto:
IC 19
© Dario Silva, 27-11-2009.
Eles bem tentam alargar e alargar o IC 19 mas não se livram dos engarrafamentos com 18 km de extensão, não se livram! - a solução para a i-mobilidade na Grande Lisboa passa por abrir túneis ou, por outro lado, começar a abrir linha de caminho-de-ferro, coisa que ali não acontece há mais de cem anos*
* não contando as dezenas de quilómetros de linhas de "eléctricos" encerradas e das poucas dezenas de quilómetros da rede do Metro de Lisboa.
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O Intervencionismo das Empresas Públicas
A polémica em torno do caso Face Oculta e a alegada intervenção de empresas públicas no desvio da Red Bull Air Race do Porto para Lisboa são apenas mais dois capítulos nas muitas distorções que as empresas públicas introduzem têm introduzido no funcionamento dos mais diversos sectores do país.
No futebol, por exemplo, quando a PT, a TMN, a EDP, a Galp ou a Caixa Geral de Depósitos financiam apenas os três clubes do costume estão a contribuir para aprofundar as enormes assimetrias que já existem, frenando as hipóteses de outros clubes se assumirem no panorama desportivo nacional. É uma situação que prejudica o desenvolvimento da indústria do futebol fora de Lisboa e do Porto, lesando fortemente a economia local de várias cidades do país.
No futebol, por exemplo, quando a PT, a TMN, a EDP, a Galp ou a Caixa Geral de Depósitos financiam apenas os três clubes do costume estão a contribuir para aprofundar as enormes assimetrias que já existem, frenando as hipóteses de outros clubes se assumirem no panorama desportivo nacional. É uma situação que prejudica o desenvolvimento da indústria do futebol fora de Lisboa e do Porto, lesando fortemente a economia local de várias cidades do país.
O Norte Sem Norte | 3
«O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, denunciou que o Estado está a negociar a realização da Red Bull Air Race em Lisboa, "roubando" o evento a Porto e Gaia.» [JN]
Lisboa, Lisboa e Lisboa. O país resume-se a Lisboa. Das pequenas às grandes coisas, Lisboa açambarca o dinheiro e a inteligência do país, concentrando tudo com uma tirania verdadeiramente emetizante.
Para além destas matérias com grande impacto no desenvolvimento económico da Região Norte, também seria útil que se questionassem o Governo e os deputados sobre a disparidade entre o número de serviços de urgência de Urologia (para só citar um exemplo) a funcionar durante a noite na Região Norte e na (extinta) Região de Lisboa e Vale do Tejo. É que, tendo o Norte mais área e população, não se compreende a disparidade.
Política NHL
© Christopher & AmyCate
Sou um incondicional fã de desporto. Acredito que nele sobressai o melhor da condição humana. O desporto tem algo que a qualquer pessoa de direita agrada, a "meritocracia". Salvo circunstâncias pontuais, no desporto ganha sempre aquele(a) que naquele dia foi melhor. Mas também aqui conseguiu o Homem conspurcar as suas melhores criações. Com o desporto se não é a corrupção dos árbitros é o jogador que joga com a mão, se não é a espionagem de equipas na fórmula 1 é o doping no atletismo, etc, etc.
No entanto, há um desporto que me merece especial respeito e admiração, o hóquei no gelo. Aí, no que depende dos jogadores (com excepção do doping, tinha de haver uma excepção, apesar de muito combatido), não há marosca que resulte. O critério amplo dos árbitros, que as regras permitem e incitam, faz com que sejam permitidas entradas mais violentas, ou, quando necessário, levar a mão e o pé ao disco para o colocar no ringue e/ou para o controlar. Os jogadores podem ainda deitar-se e assim evitar que remates dos adversários cheguem à sua baliza. São permitidos empurrões e contactos físicos duros, até combates entre jogadores acontecem, dando origem à interrupção do jogo e terminando quando um dos dois caia ao chão, sendo ambos castigados com 2 minutos de suspensão. Agora, o que não é de forma alguma tolerado é o chico-espertismo, a deslealdade e a violência gratuita, a saber: encontrões nas costas quando o adversário está desamparado, ou quando não esteja em causa a disputa do disco; elevar o stick à cara do oponente; jogar com as mãos e os pés quando tal não seja absolutamente necessário para o regular prosseguimento do jogo e o atraso intencional do jogo.
E para que falo eu do hóquei no gelo e das suas regras mínimas mas eficazes? Muito simples, para mim, este é um desporto que traduz de forma plena a galhardia do Homem e os valores que vão sendo perdidos na sociedade actual: nobreza de espírito, companheirismo, combatividade, esforço, competência e lealdade.
Tudo isto traduzido para o nosso dia-a-dia resultaria numa pendência judicial bem menor e num desenvolvimento bem mais harmonioso e sustentável.
Traduzido para a política só pode significar um Estado com um conjunto de regras curto mas eficaz, é nisto também que me revejo e que se revêem muitos como eu. Defender um Estado forte é apostar na força dos que lhe dão o sustento, os privados. O estado deve estar lá para, como os árbitros da NHL, corrigir os "erros da carne", não como ministro da moral e dos bons costumes, mas como garante do cumprimento da lei. Quando o Estado pretende ser algo mais do que um eficaz aplicador da lei, um competente distribuidor de riqueza e um imparcial e distante, se bem que alerta, regulador do mercado, perde-se algures no caminho. A paranóia adventista da crise pode servir para corrigir erros passados, mas não deve nunca ser o mote para o estrangulamento das liberdades pessoais, onde se inscrevem, obviamente as económicas. Tentemos todos jogar limpo e queixemo-nos menos ao/do árbitro.
Contra-Natura | 2
© Daniel Nérso
A propósito desta notícia, lembrei-me d'O Principezinho, o primeiro livro em que a minha imaginação encontrou jibóias que comem elefantes. Grande livro.
Contra-Natura
Para quando um referendo sobre estes comportamentos contra-natura que estão a destruir a nossa sociedade?
A Outra Pérola da Boavista
A construção decorreu ao longo dos últimos dois anos, num investimento total de €13,4M. Está em funcionamento a Casa Vodafone do Porto, um projecto com assinatura dos arquitectos José António Barbosa e Pedro Guimarães.
O Celibato, Isso Sim, é Fisiológico
O bispo do Porto alega a «verdade fisiológica básica» do casamento entre homem e mulher, «sobretudo quando a natureza tem afirmações tão consolidadas como acontece, por exemplo, em relação à perpetuação da espécie humana». Sim, sim. Com certeza. Mas se na hierarquia da Igreja estão tão preocupados que a aprovação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo vá frenar a taxa de natalidade, mais uma razão para porem a funcionar o apêndice que a que a natureza, muito fisiologicamente, lhes pôs entre as pernas.
O Norte Sem Norte | 2
«Parece que continuamos a olhar para asa obras não do ponto de vista do interesse nacional, mas com as decisões assentes em outros critérios. Para as migalhas, não vai haver dinheiro. Mas para a terceira travessia do Tejo e para o novo aeroporto, o dinheiro não vai faltar certamente» [Rui Moreira, Público]
Reagindo ao anúncio do atraso de dois anos na construção da Linha de Alta Velocidade entre Porto e Vigo, Rui Moreira coloca o dedo na ferida aberta pelas sucessivas discriminações que o Norte tem sofrido em termos de investimento público. A situação começa a ser insustentável, mas é preciso dizer-se que a responsabilidade é, quase em exclusivo, dos quatro milhões de nortenhos e dos seus políticos tão mediáticos como Valentim Loureiro, Fernando Gomes, Armando Vara, Fátima Felgueiras ou Mesquita Machado.
Dubai Fountain ou a Fonte do Paraíso
É a maior fonte luminosa dançante do mundo, contendo um total de um milhão e quinhentas mil luzes meticulosamente sincronizadas com música (do mundo, clássica e árabe). Os jactos ultrapassam os 500 metros projectando mais de 80.000 litros de água em cada exibição. Trata-se de um projecto da Wet Design que também concebeu as fontes luminosas do Parque das Nações. O espectáculo do Dubai é o vídeo desta semana no Avenida Central.
Os Senhores da Europa
© Al Jazeera
Confesso que na "urgência" da reforma da União Europeia, fui levado de orelha pelo patriotismo coitadinho - um mal de fígado - de ver uma cidade portuguesa inscrita nos anais da Europa. Distracções, aliás, como tantas outras. Mas a nomeação do presidente do conselho europeu diz muito da suposta boa fé do Tratado de Lisboa. Sabe-se lá com que acordos prévios, elege-se para presidente desta União Europeia "dos cidadãos", um desconhecido, ainda que primeiro-ministro da Bélgica, ironicamente à rebelia dos cidadãos.
Herman Van Rompuy, sim, desconhecido, ainda que primeiro ministro de um país que também por ironia não existe, se não nas cabeças de convenções internacionais, por mor de ter servido de tampão à azia entre a Prússia e a França Imperiais (Alemanha e França modernas). Um país que continua, mesmo com Magritte ou Hergé, sem identidade e dividido por dentro, onde os distritos eleitorais têm a fronteira do idioma. Um país que há muito enviesou valores de solidariedade entre povos e cidades livres, pelo efeito contrário da imposição consensualista de um poder supranacional.
Paul Belien, apresenta uma escolha nada inocente e teme que a Europa, a partir de agora, se transforme numa Bélgica do tamanho do continente, com as suas crispações e instabilidade internas. Tendo a concordar, pese embora algumas virtudes antídotas da união, no exemplo maior do espaço Schengen, por ser livre e sem fronteiras. Mas um homem que se diz livre também não pode aceitar poderes desta envergadura. Sobretudo, quando se faz agora na linha do percurso de Herman Van Rompuy, sinistro, ziguezagueante, entre o conservadorismo xenófobo e as omissão ideológica para subir a todo o custo na escalada burocrática da governação global. Belien, no mesmo artigo para o Brussels Journal, remata num tom tolkien:
Confesso que na "urgência" da reforma da União Europeia, fui levado de orelha pelo patriotismo coitadinho - um mal de fígado - de ver uma cidade portuguesa inscrita nos anais da Europa. Distracções, aliás, como tantas outras. Mas a nomeação do presidente do conselho europeu diz muito da suposta boa fé do Tratado de Lisboa. Sabe-se lá com que acordos prévios, elege-se para presidente desta União Europeia "dos cidadãos", um desconhecido, ainda que primeiro-ministro da Bélgica, ironicamente à rebelia dos cidadãos.
Herman Van Rompuy, sim, desconhecido, ainda que primeiro ministro de um país que também por ironia não existe, se não nas cabeças de convenções internacionais, por mor de ter servido de tampão à azia entre a Prússia e a França Imperiais (Alemanha e França modernas). Um país que continua, mesmo com Magritte ou Hergé, sem identidade e dividido por dentro, onde os distritos eleitorais têm a fronteira do idioma. Um país que há muito enviesou valores de solidariedade entre povos e cidades livres, pelo efeito contrário da imposição consensualista de um poder supranacional.
Paul Belien, apresenta uma escolha nada inocente e teme que a Europa, a partir de agora, se transforme numa Bélgica do tamanho do continente, com as suas crispações e instabilidade internas. Tendo a concordar, pese embora algumas virtudes antídotas da união, no exemplo maior do espaço Schengen, por ser livre e sem fronteiras. Mas um homem que se diz livre também não pode aceitar poderes desta envergadura. Sobretudo, quando se faz agora na linha do percurso de Herman Van Rompuy, sinistro, ziguezagueante, entre o conservadorismo xenófobo e as omissão ideológica para subir a todo o custo na escalada burocrática da governação global. Belien, no mesmo artigo para o Brussels Journal, remata num tom tolkien:
«Herman is like Saruman, the wise wizard in Tolkien’s Lord of the Rings, who went over to the other side. He used to care about the things we cared about. But no longer. He has built himself a high tower from where he rules over all of us.»
Avenida em Directo
O blogue Avenida Central inaugura hoje uma nova funcionalidade com vista a melhorar a comunicação com os nossos leitores. Em directo dos estádios, os jogos do Braga e do Vitória de Guimarães passaram a ter relato em tempo real através da janela colocada na coluna da direita, mesmo em baixo do vídeo da semana. É um projecto partilhado com o blogue Vimaranes, de Guimarães.
Contra a Classe Média, Taxar, Taxar!
A maioria socialista na Assembleia Municipal com o apoio das Juntas de Freguesia eleitas pelo Partido Socialista aprovou a fixação de taxas máximas de Imposto Municipal sobre Imóveis, IRS e Derrama. Esta notícia é particularmente gravosa num momento em que se vive uma crise crise económica que vem estrangulando financeiramente as famílias bracarenses. No fundo, isto significa que é preciso taxar bem o pessoal que trabalha para haver orçamento suficiente para levar os eleitores aos almoços na Quinta da Malafaia e aos passeios a Fátima.
Adopção Caso a Caso
© Rosedevenice
O meu amigo João Moreira Pinto escreve que a adopção deve ser decidida «caso a caso», confiando aos assistentes sociais a «liberdade de decidir». O princípio parece-me justo e operativo, na medida em que confia aos que estão no terreno a selecção dos melhores condições para o crescimento e desenvolvimento das crianças adoptadas. Contudo, e apesar de reconhecer que a decisão deve ser tomada caso a caso, o João não se isenta de fornecer a receita que deve ser seguida pelos assistentes sociais: primeiro os heterossexuais, ricos, saudáveis, não violentos e por aí fora... No fundo, o que o João desejava era arranjar uma Barbie e um Ken para cada criança, uma ilusão que eu também já tive mas que depressa abandonei quando percebi que o mundo não é preto, nem branco, nem cor de rosa. Além do mais, estou certo de que a defesa dos interesses da criança não passa pela inexorabilidade da precedência destas Barbies e Kens sobre os Antónios e Marias, os Joões e Pedros e as Susanas e Catarinas do Portugal real. Analisemos caso a caso, ok?
Frase do Dia
«Tanto mais que se a vida copia a pornografia, a pornografia copia a vida.» [Luís Pedro Nunes]
O Partido Moribundo
© PSD
Mesmo sem a reclamada vaga de fundo, Marcelo Rebelo de Sousa está a posicionar-se para avançar para a Presidência do PSD, um posicionamento que descansa o partido anti-Passos mas também o país anti-Aguiar Branco, o pequeno burguês elitista da direita mais conservadora do Porto que se tem revelado manifestamente incapaz de separar os interesses pessoais da agenda do partido.
Na verdade e tendo em conta a dimensão do movimento anti-Passos, Marcelo Rebelo de Sousa pode ser a chave para (re)erguer o PSD moribundo, recolocando-o no caminho da social democracia que sabe respeitar o mérito individual, que não penaliza o trabalho, que valoriza a iniciativa privada e que não é moralista, respeitando a liberdade de escolha de cada cidadão nas questões da sua vida privada.
As Coincidências do Futebol
«Isto é uma vergonha. Com o Gil Vicente estava pior e jogaram na mesma.» [JN]
Quando são os próprios adeptos da Oliveirense que admitem que o estádio já não tinha condições em jogos anteriores, resulta claro que o facto do Presidente da Liga ser adepto do clube e agora Presidente da Câmara daquela terra não deve ser alheio ao licenciamento daquele estádio. Já agora, lembram-se quem são os clubes que não querem a continuidade de Hermínio Loureiro e Vitor Pereira na Liga Portuguesa de Futebol?
A ler: Não há jogo no pântano, no Mais Futebol; Bruno Paixão justifica decisão com a Lei 5, no Público; «O jogo vai ser aqui na mesma», diz presidente da Oliveirense, no Mais Futebol; FC Porto volta à carga contra a FPF, no Público; FPF lamenta as posições públicas de Jesualdo Ferreira, no Público.
Dê Por Onde Der
"Temos consciência que o mercado dita as suas regras e uma das regras é a fixação livre de preços, que tem a ver com a sã e livre concorrência. Mas algumas práticas que detectámos não correspondem a essas regras"
Laurentino Dias quer que se "verifique se está a ser cumprida a lei da concorrência e preços, que deve ter uma fixação livre e não concertada de preços", isto porque "há indícios claros que as soluções adoptadas foram concertadas para resolver um problema". [Público]
Estas são as declarações de Laurentino Dias e a posição oficial do Governo a respeito da polémica que houve no ano passado a propósito da baixa do IVA e dos preços praticados pelos ginásios.
O Governo anunciou hoje que o IVA vai deixar de incidir sobre o Imposto sobre Veículos, em consequência do processo movido pelo Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias. Anunciou, igualmente, que "a hipótese em estudo pressupõe a diluição do IVA no ISV, com manutenção da receita".
Politicamente, não se percebe bem em que plano é que fica, desta vez, o mercado, a livre fixação de preços, a sã e livre concorrência e a concertação de preços. Não obstante o Estado ter legitimidade legislativa para fixar o montante imposto que entende, como é que esta utilização deste artifício com o intuíto exclusivo de manutenção de receita, após serem obrigados a alterar uma situação ilegal, se compatibiliza com a firmíssima posição política adoptada em relação aos ginásios? É isto politicamente sustentável e coerente?
Não compreendo como é que «estas declarações levaram o Automóvel Club de Portugal a divulgar um comunicado a congratular-se com o anúncio». É certo que se corrigiu uma ilegalidade, mas o anúncio deixa patente que, não interessa ao Estado por que via tributa, interessa-lhe apenas obter receita fiscal no montante que bem deseja. Porventura, um dos melhores exemplos da atroz agressividade fiscal dos dias de hoje. Com um défice superior a 8%, é de esperar uma ainda maior agressividade nos próximos tempos.
Mães do Mediatismo
«em Braga há mais brasileiras do que em Bragança na prostituição ao domicílio» [Fernando Moniz, JN]
Quem conhece Braga e Bragança como eu conheço não se surpreende com a afirmação do Governador Civil, Fernando Moniz. O caso das Mães de Bragança é mais uma evidência da forma selvagem como a cena mediática distorce a realidade do nosso quotidiano. Seja como for, o debate sobre a prostituição continua atirado para as calendas gregas, um inaceitável esquecimento que maximiza a miséria, a desgraça e a exploração.
Capítulo 42: o farmville e a distopia agrícola
Costuma dizer-se que o ser humano distingue-se também pela capacidade de adaptação. Habita terras frias, terras quentes, terras húmidas e terras secas e adapta-se às mudanças com facilidade. Mas falamos de "adaptação" e não "naturalização", ou outra palavra semelhante. Entendemos, pois, que o ser humano tem grande capacidade para sobreviver em lugares que não lhe são naturais e não que o ser humano tem grande capacidade para viver os lugares em que habita.
Por esta razão, pensamos muitas vezes em fugir, para aqui ou para ali. Para um país tropical, com um clima quente, praias desertas e pouco ou nenhum trabalho; para um país nórdico, um país que funciona em condições, com sistemas de saúde e educação gratuitos, pessoas loiras e altas; para a aldeia, onde o ritmo de vida é muito mais lento, onde o inverno ainda significa lareira, onde a comida ainda tem o sabor das comidas de antigamente. O nosso instinto de sobrevivência assenta não no desejo de viver, mas no desejo de um dia fugir.
Exemplo disto é uma moda, talvez a maior, do Facebook. É um jogo chamado Farmville que pretende simular a vida no campo e é jogado por 66.000.000 de pessoas em todo o mundo. Para além do objectivo principal (gerir uma quinta), o Farmville oferece aos jogadores um mundo paralelo: os vizinhos urbanos do Facebook são lá os vizinhos rurais do Farmville. Os vizinhos urbanos comentam e gostam das coisas publicadas no Facebook, os vizinhos rurais ajudam a apanhar as ervas daninhas no Farmville.
Até aqui nada de especial, concordo. Mas o jogo, que começa por explorar uma utopia comum, transforma-se rapidamente em distopia: há um patinho feio que pode ser transformado em cisne; vacas castanhas que dão leite achocolatado e vacas cor-de-rosa que dão leite com sabor a morango; elefantes (sim, elefantes numa quinta) que produzem amendoins; uma série de animais que aparecem perdidos: para além do patinho feio e das vacas, há gatos pretos, ovelhas negras e perús.
É um jogo sobre uma utopia que descamba para a distopia, porque afinal, se o jogo fosse retrato fiel da vida no campo, a utopia deixava de o ser. Se no jogo os vizinhos se matassem uns aos outros por metros de terreno; se os agricultores de facebook não conseguissem escoar os produtos porque os agricultores de facebook espanhóis vendessem mais baratos ou se existissem quotas de produção, o jogo não teria grande sucesso; as pessoas descobririam logo a razão que levou os seus antepassados a fugir do campo.
Por esta razão, pensamos muitas vezes em fugir, para aqui ou para ali. Para um país tropical, com um clima quente, praias desertas e pouco ou nenhum trabalho; para um país nórdico, um país que funciona em condições, com sistemas de saúde e educação gratuitos, pessoas loiras e altas; para a aldeia, onde o ritmo de vida é muito mais lento, onde o inverno ainda significa lareira, onde a comida ainda tem o sabor das comidas de antigamente. O nosso instinto de sobrevivência assenta não no desejo de viver, mas no desejo de um dia fugir.
Exemplo disto é uma moda, talvez a maior, do Facebook. É um jogo chamado Farmville que pretende simular a vida no campo e é jogado por 66.000.000 de pessoas em todo o mundo. Para além do objectivo principal (gerir uma quinta), o Farmville oferece aos jogadores um mundo paralelo: os vizinhos urbanos do Facebook são lá os vizinhos rurais do Farmville. Os vizinhos urbanos comentam e gostam das coisas publicadas no Facebook, os vizinhos rurais ajudam a apanhar as ervas daninhas no Farmville.
Até aqui nada de especial, concordo. Mas o jogo, que começa por explorar uma utopia comum, transforma-se rapidamente em distopia: há um patinho feio que pode ser transformado em cisne; vacas castanhas que dão leite achocolatado e vacas cor-de-rosa que dão leite com sabor a morango; elefantes (sim, elefantes numa quinta) que produzem amendoins; uma série de animais que aparecem perdidos: para além do patinho feio e das vacas, há gatos pretos, ovelhas negras e perús.
É um jogo sobre uma utopia que descamba para a distopia, porque afinal, se o jogo fosse retrato fiel da vida no campo, a utopia deixava de o ser. Se no jogo os vizinhos se matassem uns aos outros por metros de terreno; se os agricultores de facebook não conseguissem escoar os produtos porque os agricultores de facebook espanhóis vendessem mais baratos ou se existissem quotas de produção, o jogo não teria grande sucesso; as pessoas descobririam logo a razão que levou os seus antepassados a fugir do campo.
Evidências | 2
«Uma notinha prévia para dois tipos de pessoas: a) as que usam o argumento de que os homossexuais já se podem casar, só não podem fazê-lo uns com os outros; b) e aquelas que dizem que o país tem assuntos mais graves e, portanto, este não tem a dignidade da urgência que o faria merecer se discutido.
Vão para o raio que vos parta. Todos. Os primeiros porque são imbecis e os segundos porque não têm a mínima noção do que é um contrato social ou, mais ainda, do que é ser cristão. Em que momento da vossa infeliz e ressabiada vida é que olharam directamente nos olhos de alguém que está a tentar discutir uma coisa essencial para a sua vida e tiveram a coragem de lhe dizer:” — Agora não, pá, que estou a tentar resolver os problemas das exportações”.
Caso consigam identificar esse momento — esse no qual a resolução hipotética de um problema vos ocupa mais disponibilidade mental do que o sofrimento de um outro ser humano — chegou a altura de entalarem as mãozinhas na porta do forno (ligado) para terem mais uma coisinha com que se entreter.» [Laura Abreu Cravo]
Evidências
Se substituírem a palavra "homossexual" por "preto", "chinês" ou "judeu" em muitos dos textos que escrevem por aí depressa compreendem o que é a homofobia. Não é por ser socialmente mais aceite que a homofobia é moralmente menos repugnante do que o racismo, a xenofobia ou o ódio inter-religioso.
Braga-Porto
© Dario Silva, 08-06-2009.
Entre Porto e Braga circulam 26 comboios suburbanos num dia típico. A viagem, a bordo de um dos mais modernos comboios suburbanos da Europa, custa € 2,15 (bilhete simples). A assinatura mensal custa € 50,50 (Estudantes € 38,60, 4_18 anos € 25,75).
A portagem na A3 entre Braga-Sul e Maia custa € 3. Ida e volta são seiscentos paus + carro.
Adenda 15h08: ida e volta nas portagens são mil e duzentos paus…
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Uma Questão de Princípio
“Se depender de mim, divulgo as escutas para isto acalmar” [Expresso]
Como é que chegamos ao ponto em que o próprio Procurador-Geral da República anuncia, com aparente naturalidade, a intenção de violar o segredo de justiça, praticando um crime?
Toda a razão tem o Bastonário Marinho Pinto, quando afirma (até antes de saber desta intenção) que:
“Não se pode pretender que as escutas sejam válidas para o debate político, uma vez que se concluiu que ele estava para ali a dizer umas laracha ou umas coisas que podem ter importância política”, defendeu, nunca tendo nomeado quem quer que seja. [...] “Isto não pode ser e a legalidade é para respeitar e não se pode legitimar, 'a posteriori', violações dessa legitimidade, sobretudo por quem tem por função fazê-la respeitar”, completou. [i]
Há muito boa gente a precisar de um time-out para pensar...
Não Há Fretes Como Antigamente
Pelos vistos, António Salvador está a fazer escola em matéria de gestão dos clubes de futebol. Depois da intransigência na defesa dos interesses do Braga quanto à saída de Jorge Jesus, também a Académica não cedeu às pressões do Sporting para deixar sair Vilas Boas sem o justo pagamento.
"Está Quase" - 1
Portugal, feliz e contente, vai sendo governado por "lisboetas", todos nascidos algures, muitos nas berças, como nós. Não podemos ter um grande futuro pela frente. Está Quase… 2.
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Vale do Tâmega
Acontece no Minho | 42
© GuimarãesJazz 2009
Hank Jones Trio (jazz)
[13 de Novembro. 22h. Centro Cultural Vila Flor, Guimarães]
Aos 91 anos, Hank Jones é uma lenda viva do jazz. A sua carreira é feita de sete décadas como pianista e compositor com centenas de discos gravados, quer acompanhando os mais variados tipos de artistas, quer como líder, registando mais de sessenta trabalhos.
Branford Marsalis Quartet (jazz)
[14 de Novembro. 22h. Centro Cultural Vila Flor, Guimarães]
Branford Marsalis é um prestigiado saxofonista, um homem que se movimenta por dentro de inúmeros interesses musicais do jazz, blues e funk, a projectos de música clássica como o conhecido Marsalis Brasilianos, a partir da exploração do imaginário musical de Heitor Villa-Lobos.
Projecto TOAP - Ohad Talmor & Bernardo Sassetti & Demian Cabaud & Dan Weiss (jazz)
[15 de Novembro. 22h. Centro Cultural Vila Flor, Guimarães]
O projecto TOAP/Guimarães Jazz prossegue este ano com mais um concerto único que envolve músicos portugueses e estrangeiros, concebido para ser registado e posteriormente editado.
III FESTAFIFE – Festival Internacional de Marionetas e de Cinema de Animação
[14 a 21 Novembro. Viana do Castelo]
O Festafife é uma organização do Grupo de Teatro Marionetas, Actores e Objectos, que decorre de 14 a 21 de Novembro, em vários locais da cidade, em parceria com a Ao Norte – Associação de Produção e Animação Audiovisual e o apoio do Município de Viana do Castelo. Trata-se do único festival de marionetas do Alto Minho, que pretende criar um espaço para a divulgação e confrontação das áreas do cinema de animação e do teatro de marionetas, e fora do contexto geográfico habitual da programação destas actividades.
XV Festival Universitário de Música Popular (música popular)
[14 de Novembro. 21h30. Theatro Circo, Braga]
O Festival Universitário de Música Popular (FUMP) surgiu em Março de 1992 com a finalidade de proporcionar um enriquecimento cultural através do intercâmbio de tradições que se reflecte também na sua organização, constituída pelo Grupo de Música Popular da UM, o Grupo Folclórico da UM e Bomboémia – O Grupo de Percussão da UM. Através dele divulgámos e revivemos não só as nossas tradições, como as tradições de outros povos, sendo único na promoção da música popular nos meios universitários.
Jay-Jay Johanson (música)
[14 de Novembro. 22h. São Mamede C.A.E., Guimaraẽs]
Jay Jay Johanson talvez seja o dandy mais cool do mundo e um dos mais modernos músicos contemporâneos. Nascido na Suécia, o andrógino Jay Jay já foi ovacionado em festivais, recebeu belas críticas de importantes mídias, foi elogiado por Françoise Hardy, foi documentado pelo canal francês ARTE.
Definitivamente, o amor é seu tema favorito, abordado de todos os ângulos: desejo, fantasias, abstinência, conflitos, paixões e rompimentos. Além disso, as contradições são uma forte marca de seu trabalho.
O cantor já afirmou anteriormente que nunca pode fazer boas músicas quando está bem, somente em momentos tristes e depressivos.
Jacinta (jazz)
[15 de Novembro. 17h30. FNAC, Braga]
Jacinta está de regresso à prestigiada editora Blue Note com um novo disco. Songs of Freedom – hits from the 60s, 70s and the 80s é o título do novo trabalho discográfico de Jacinta, onde a podemos encontrar a interpretar grandes clássicos do pop e do jazz das décadas de 60, 70 e 80. Bob Marley, Nina Simone, Bee Gees, Beatles, Beach Boys, Stevie Wonder, são alguns dos artistas dos quais Jacinta interpreta temas neste disco.
Turismo Mata Veneza
© let's fotografar
A cidade de Veneza organiza no próximo sábado, um cortejo fúnebre, onde um caixão vermelho será transportado nas gôndolas pelos canais da cidade. A iniciativa levada a cabo por comerciantes e habitantes locais, pretende alertar para a desertificação da cidade, que perdeu cerca de 60.000 habitantes. As razões que explicam o fenómeno estão relacionadas com o envelhecimento natural da população e pela incapacidade de rejuvenescimento dos moradores de Veneza.
Se por um lado as inundações que frequentemente assolam a praça de S. Marcos, e as ruas da cidade, não são convidativas a quem pretende instalar-se com segurança, por outro lado as “inundações de turistas”, curiosamente, têm contribuído para agravar as condições de vida de quem mora na cidade de Veneza, assistindo-se a um verdadeiro êxodo para cidades periféricas. Os elevados preços praticados, pelos “players” do sector, para os turistas, passaram também a atingir os moradores locais contribuíram para essa fuga.
No sector do turismo, assistiu-se a um crescimento acelerado da cidade de Pádua e Verona onde hotéis e restaurantes são mais baratos. Dos cerca de 55.000 turistas que, em média, visitam diariamente Veneza, mais de metade, passaram somente a ser visitantes, na medida em que deixaram de pernoitar na cidade, escolhendo as cidades vizinhas, como bases.
Ora, todo este fenómeno se tornou um ciclo vicioso, na medida em que, uma vez afectado o sector do Turismo, afectada ficou a actividade económica predominante da cidade, o emprego e a estabilidade das populações. O que de tudo isto importa reter é que o Turismo normalmente olhado como a galinha dos ovos de ouro, pode, como no caso, trazer o reverso da medalha.
Escrito por Luís Soares.
Vrrrrrnhiec ou a União Civil Registada
É a resposta do PSD ao projecto para os casamentos entre homossexuais com que o PS promete avançar até ao final do ano. A "união civil registada" é a alternativa que, para já, é encarada como "ponto de partida", nas palavras do líder da bancada social-democrata, José Pedro Aguiar-Branco. [Público]
Pela Libertação dos Presos Políticos Saharauis
No passado dia 8 de Outubro, sete activistas de direitos humanos saharauis foram detidos pela polícia marroquina, em Casablanca, quando regressavam de uma visita aos acampamentos de refugiados saharauis em Tinduf, na Argélia. A detenção foi ordenada sob a acusação de traição à pátria e de atentado contra a soberania e integridade territorial de Marrocos, ao serviço de outro país.
Esta é mais uma violação dos direitos humanos, contra a qual nos devemos insurgir. Para tal, foi criada uma Campanha pela Libertação dos Presos Políticos Saharauis, a qual foi apoiada por várias associações portuguesas.
Esta é mais uma violação dos direitos humanos, contra a qual nos devemos insurgir. Para tal, foi criada uma Campanha pela Libertação dos Presos Políticos Saharauis, a qual foi apoiada por várias associações portuguesas.
FeministizARTE em Braga
O Núcleo de Braga da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta dispôs-se a reunir, no Museu Nogueira da Silva, no Museu Regional de Arqueologia Dom Diogo de Sousa e na Torre de Menagem, produtos artísticos de jovens criadores nacionais e internacionais das mais diversas áreas, relacionados com as temáticas feministas.
O FeministizARTE – Festival de Arte Feminista – a decorrer a 27, 28 e 29 de Novembro próximo, é um evento inédito em Portugal e que englobará exposições permanentes de livre acesso, contando com as participações de Ana Pereira, André Alves, Carla Cruz, Cristiana Miranda, Maciel Cardeira, Maria Lusitano Santos, Nádia Duvall, Poderiu, Renato Roque, Rosa Vaz, Suspiria Franklyn; e, apresentações pontuais com bilheteira de AbztraQt Sir Q, Carla Cruz, GATA (Grupo de Activismo e Transformação pela Arte), Flávio Rodrigues, Micaela Maia, e Teresa Vila Verde.
A par destas, está agendada, para dia 28 de Novembro, às 18:30, uma tertúlia sobre “Arte e Feminismos” com as presenças de Ana Gabriela Macedo, Ana Paula Canotilho, Angélica Lima Cruz, Cristiana Pena e Maria José Magalhães.
O Núcleo de Braga da UMAR, que conta com vários apoios, dos quais se destaca o apoio institucional da Câmara Municipal de Braga, do Museu Nogueira da Silva e do Museu D. Diogo Sousa, pretende divulgar os trabalhos destes artistas e sensibilizar a comunidade local e nacional para o(s) feminismo(s) sob distintos olhares, tais como, as artes plásticas, a música, artes performativas, o design, o audiovisual e a fotografia; celebrar, em suma, a arte feminista.
O FeministizARTE – Festival de Arte Feminista – a decorrer a 27, 28 e 29 de Novembro próximo, é um evento inédito em Portugal e que englobará exposições permanentes de livre acesso, contando com as participações de Ana Pereira, André Alves, Carla Cruz, Cristiana Miranda, Maciel Cardeira, Maria Lusitano Santos, Nádia Duvall, Poderiu, Renato Roque, Rosa Vaz, Suspiria Franklyn; e, apresentações pontuais com bilheteira de AbztraQt Sir Q, Carla Cruz, GATA (Grupo de Activismo e Transformação pela Arte), Flávio Rodrigues, Micaela Maia, e Teresa Vila Verde.
A par destas, está agendada, para dia 28 de Novembro, às 18:30, uma tertúlia sobre “Arte e Feminismos” com as presenças de Ana Gabriela Macedo, Ana Paula Canotilho, Angélica Lima Cruz, Cristiana Pena e Maria José Magalhães.
O Núcleo de Braga da UMAR, que conta com vários apoios, dos quais se destaca o apoio institucional da Câmara Municipal de Braga, do Museu Nogueira da Silva e do Museu D. Diogo Sousa, pretende divulgar os trabalhos destes artistas e sensibilizar a comunidade local e nacional para o(s) feminismo(s) sob distintos olhares, tais como, as artes plásticas, a música, artes performativas, o design, o audiovisual e a fotografia; celebrar, em suma, a arte feminista.
Soluções Demasiado Baratas
© Bragablog
«A Transdev implementou um serviço de transporte público rodoviário em via dedicada – BRT ou Busway – na cidade francesa de Nantes. Em hora de ponta, os autocarros conseguem fazer o trajecto num tempo de viagem inferior em 50 por cento relativamente aos automóveis particulares. O resultado traduziu-se num aumento considerável no número de passageiros e na redução do tráfego automóvel. Diariamente, cerca de 26.500 passageiros utilizam a Linha 4 do Busway e os seus 20 autocarros movidos a gás natural baseados no modelo Mercedes-Benz Citaro G. Os autocarros efectuam uma carreira de sete quilómetros com 15 paragens em menos de 20 minutos. Em hora de ponta, operam em intervalos de três minutos. Decididamente, estas soluções rodoviárias em via dedicada parecem ser uma boa solução em quase o mundo… excepto em Portugal. Será pelo baixo custo de investimento?» [Transportes em Revista]
Na cidade de Braga, os problemas relacionados com o excesso de tráfego automóvel têm vindo a agravar-se ao longo dos últimos anos. Ao contrário do que seria desejável, a cidade continua órfã de um verdadeiro plano de mobilidade terrestre, acumulando-se as intervenções avulsas e desconexas. Hoje anuncia-se uma nova linha de autocarros, amanhã faz-se uma espécie ciclovia, no dia seguinte prometem-se bicicletas de borla, depois reivindica-se timidamente uma linha ferroviária entre Braga e Guimarães... No final de contas, está quase tudo na mesma...
A Oportunidade Perdida Para a Nossa Democracia
© Pedro Presilha, 2007
Finalmente o governo está totalmente constituído e como não se conseguiu formar um governo apoiado pela maioria do parlamento, apetece-me dizer que corremos o risco de perder uma oportunidade para o nosso país e para a nossa democracia.
Na minha opinião, a nossa democracia é recente e demonstra que ainda vai demorar a atingir um ponto de maturidade, como acontece com as democracias do norte da Europa, com países cujas democracias foram instituídas muito antes da nossa e ao mesmo tempo mais desenvolvidos que o nosso. Nestes países, valoriza-se a democracia representativa e o princípio da responsabilidade que os representantes do povo eleitos para os parlamentos têm, de forma a encontrar a solução governativa estável e que garanta um projecto sustentável para o mandato que estão eleitos, a bem do desenvolvimento do seu país, em detrimento das conveniências e tácticas político-partidárias. Por exemplo, antes das últimas eleições, a Alemanha foi governada por uma coligação pós-eleitoral entre o CDU (líder da coligação governativa e partido da mesma família europeia do PSD) e o SPD (partido que anteriormente tinha governado a Alemanha e da mesma família do PS). Estes dois partidos são rivais e o conseguisse governar em coligação durante a totalidade do mandato. Em muitos países, predomina o principio da governação em coligação a com a maioria do parlamento e não os governos minoritários.
Em Portugal parece que se passa o contrário e, como cidadão tenho pena, pois fico com a impressão que corre-se o risco de permanecer em suspenso importantes reformas necessárias ao progresso de Portugal. Ou seja, corremos o risco de termos o país em "gestão corrente" e parado, agravado por um contexto de crise e que é imperativo acção. Ao não conseguirmos garantias de apoio maioritário do parlamento ao Governo, perdemos várias oportunidades.
A Democracia na Sucata
© SOL
Se dúvidas houvesse, começa a ficar mais claro porque é que não há dinheiro para manter as linhas ferroviárias, porque é que pagamos a luz tão cara e porque é que a gasolina é mais barata em toda a Europa...
Da Adopção
Não consigo compreender esta celeuma com a adopção por parte de casais homossexuais. Por um lado, o PS afiança que ainda que se permitam os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, não se irá alterar a lei quanto à adopção. Por outro lado, os partidos mais à direita e a Igreja dizem que casamento ainda vá que não vá, mas adopção (plena, presumo) jamais.
Desde logo, hoje em dia, nada impede uma pessoa de adoptar, sozinha e independentemente da sua orientação sexual. Se depois vive efectivamente com outra pessoa ou não, do mesmo sexo ou não, é irrelevante. A avaliar pela forma como falam nisto, parece que a possibilidade de um homossexual adoptar é uma grande novidade.
Ora, para duas pessoas adoptarem conjuntamente, para além de outros requisitos, têm de ser casadas. É óbvio que face ao contexto legal actual, está aqui implícita uma restrição quanto à orientação sexual. Mas a admissão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a meu ver, implica necessariamente a permissão de adopção. Não é necessário mudar a lei nesse particular, pois esta fala apenas em pessoas casadas. De modo que me faz alguma confusão a posição do PS.
Mas faz-me ainda mais confusão a posição da Igreja e da direita. Igualmente, parecem ficar satisfeitos com essa palavra do PS, como se fosse uma interpretação vinculativa. Por outro lado, ao oporem-se à adopção, ainda que exista casamento, pergunto: mas qual seria a redacção que dariam à norma da adopção de forma a contornar a inconstitucionalidade da discriminação pela orientação sexual? Talvez seja uma questão de imaginação... mas parece-me incontornável.
Desde logo, hoje em dia, nada impede uma pessoa de adoptar, sozinha e independentemente da sua orientação sexual. Se depois vive efectivamente com outra pessoa ou não, do mesmo sexo ou não, é irrelevante. A avaliar pela forma como falam nisto, parece que a possibilidade de um homossexual adoptar é uma grande novidade.
Ora, para duas pessoas adoptarem conjuntamente, para além de outros requisitos, têm de ser casadas. É óbvio que face ao contexto legal actual, está aqui implícita uma restrição quanto à orientação sexual. Mas a admissão do casamento entre pessoas do mesmo sexo,
Mas faz-me ainda mais confusão a posição da Igreja e da direita. Igualmente, parecem ficar satisfeitos com essa palavra do PS, como se fosse uma interpretação vinculativa. Por outro lado, ao oporem-se à adopção, ainda que exista casamento, pergunto: mas qual seria a redacção que dariam à norma da adopção de forma a contornar a inconstitucionalidade da discriminação pela orientação sexual? Talvez seja uma questão de imaginação... mas parece-me incontornável.
A Queda do Muro
Comemora-se em 9 de Novembro de 2009 o vigésimo aniversário da queda do muro de Berlim.
Construído em 1961, durante a Guerra-fria, pela República Democrática Alemã, soviética e socialista, com o objectivo de impedir o avanço e sedimentação da República Federal Alemã, capitalista, americana. A construção do Muro mais do que a divisão de uma capital destruída, Berlim (Oriental e Ocidental), mas a divisão de dois blocos, duas potências.
Após a queda do muro em 9 de Novembro de 1989 os alemães, à semelhança do que aconteceu com outros pedaços da sua história, preservaram os vários locais cenários onde o país se construiu, assinalando para as gerações os “erros a não repetir. Foi assim com a musealização de vários campo de concentração, com os incentivos à visita do muro derrubado, com a reconstrução de algumas partes do muro, com a marcação no chão da linha amarela que divida Berlim.
No âmbito dos MTV Europe Musica Awards 2009, que foram entregues em Berlim, Bono e os U2 proporcionaram um espectáculo de música grauito, junto ao Bradenburg Gate. Os dez mil bilhetes postos à disposição do público, na internet esgotaram em menos de três horas. Horas antes do espectáculo já muitos fans do grupo irlandês se concentravam à porta de um recinto improvisado e “perimetrado” por um “novo muro”.
Apesar da condescendência dos organizadores, que abriram os portões para que entrassem mais do que os dez mil portadores de bilhetes, a verdade é que muitos ficaram do lado de fora.
O que não deixa de ser curioso é o facto de 20 anos depois da queda do muro de Berlim e numa altura em que as autoridades germânicas se preocupam em assinalar a data, se permita a construção de uma nova barreira a escassos metros da anterior.
Em 1961 a construção do muro, pelo Bloco Soviético serviu claras motivações geopolíticas, também com implicações ao nível do sistema económico, uma vez que pretendeu, entre outros objectivos, controlar o ímpeto cavalgante do capitalismo.
Em 2009 a construção de um novo muro serve motivações económicas com implicações sociopolíticas, principalmente pelas muitas críticas à construção da referida barreira.
Sinais do tempo.
Escrito por Luís Soares.
Construído em 1961, durante a Guerra-fria, pela República Democrática Alemã, soviética e socialista, com o objectivo de impedir o avanço e sedimentação da República Federal Alemã, capitalista, americana. A construção do Muro mais do que a divisão de uma capital destruída, Berlim (Oriental e Ocidental), mas a divisão de dois blocos, duas potências.
Após a queda do muro em 9 de Novembro de 1989 os alemães, à semelhança do que aconteceu com outros pedaços da sua história, preservaram os vários locais cenários onde o país se construiu, assinalando para as gerações os “erros a não repetir. Foi assim com a musealização de vários campo de concentração, com os incentivos à visita do muro derrubado, com a reconstrução de algumas partes do muro, com a marcação no chão da linha amarela que divida Berlim.
No âmbito dos MTV Europe Musica Awards 2009, que foram entregues em Berlim, Bono e os U2 proporcionaram um espectáculo de música grauito, junto ao Bradenburg Gate. Os dez mil bilhetes postos à disposição do público, na internet esgotaram em menos de três horas. Horas antes do espectáculo já muitos fans do grupo irlandês se concentravam à porta de um recinto improvisado e “perimetrado” por um “novo muro”.
Apesar da condescendência dos organizadores, que abriram os portões para que entrassem mais do que os dez mil portadores de bilhetes, a verdade é que muitos ficaram do lado de fora.
O que não deixa de ser curioso é o facto de 20 anos depois da queda do muro de Berlim e numa altura em que as autoridades germânicas se preocupam em assinalar a data, se permita a construção de uma nova barreira a escassos metros da anterior.
Em 1961 a construção do muro, pelo Bloco Soviético serviu claras motivações geopolíticas, também com implicações ao nível do sistema económico, uma vez que pretendeu, entre outros objectivos, controlar o ímpeto cavalgante do capitalismo.
Em 2009 a construção de um novo muro serve motivações económicas com implicações sociopolíticas, principalmente pelas muitas críticas à construção da referida barreira.
Sinais do tempo.
Escrito por Luís Soares.
Esqueçamos a hora de Inverno
Eis que, finalmente, alguém coloca uma boa questão: neste momento de liberalismo mais desabrido, não será chegado o tempo de nos emanciparmos do constrangimento imposto pelo Estado de todos vivermos à mesma hora? A pergunta é aqui formulada por Elie Arié, que julga que podemos começar pela hora de Inverno, decidindo, cada um, qual a hora em que deseja viver.
A afirmação da liberdade, diz ele, impõe que se permita que cada distrito, cada autarquia ou cada indivíduo possa, em cada momento, fixar a hora que considere mais conveniente, sem se deixar influenciar pela escolha dos outros e pelo pensamento horário único. Tem razão.
A afirmação da liberdade, diz ele, impõe que se permita que cada distrito, cada autarquia ou cada indivíduo possa, em cada momento, fixar a hora que considere mais conveniente, sem se deixar influenciar pela escolha dos outros e pelo pensamento horário único. Tem razão.
Do Casamento Civil
O casamento civil é um contrato entre o Estado e duas pessoas adultas (ou menores em alguns casos pontuais) em que as partes ficam sujeitas a um conjunto específico de direitos e deveres. Por definição, trata-se de um acto necessariamente público que implica registo obrigatório e consequente alteração do estado civil dos cônjuges. Por consequência, a definição dos critérios de admissibilidade ao casamento civil é um processo político que regula um acto público e não uma questão de consciência.
O próprio Marcelo Rebelo de Sousa acaba de afirmar na RTP que, cito de memória, «embora seja simpatizante de referendos, acho que este governo tem a legitimidade para o aprovar no parlamento». Mesmo tratando-se de um assunto polémico, não deixa de ser uma matéria eminentemente política a ser resolvida no palco principal da democracia representativa de acordo com as propostas que os partidos apresentaram na última campanha eleitoral.
O próprio Marcelo Rebelo de Sousa acaba de afirmar na RTP que, cito de memória, «embora seja simpatizante de referendos, acho que este governo tem a legitimidade para o aprovar no parlamento». Mesmo tratando-se de um assunto polémico, não deixa de ser uma matéria eminentemente política a ser resolvida no palco principal da democracia representativa de acordo com as propostas que os partidos apresentaram na última campanha eleitoral.
A Festa do Jazz Mora em Guimarães
© Guimarães Jazz 2009
O Guimarães Jazz que se avizinha (o festival abre as suas portas no dia 12 de Novembro) é, sem dúvida, um dos melhores das últimas décadas. Nada que me surpreenda, pois desde o primeiro certame que o visito e, sempre considerei que este evento tinha o incondicional apoio e carinho das diversas instituições da cidade de Guimarães. Uma programação à prova de bala (Ivo Martins és um mestre!), uma direcção artística sem mácula, não são, no entanto, aquilo que mais me fascina neste festival. As jogadas de mestre são executadas em torno daquilo que a meu ver define um grande festival: a envolvência da cidade e da sua população, fazendo deste certame uma verdadeira festa da música. Tal desiderato não está, neste domínio, ao alcance de todos, como um breve olhar pelos festivais de jazz deste país pode demonstrar. O Guimarães jazz tem essa particularidade de se pensar a si próprio, numa contínua insatisfação que impõe uma formulação de novos desafios e novas propostas de envolvência da cidade. Este ano, a cumplicidade entre o comércio de Guimarães, nomeadamente as actividades de restauração e o turismo em geral, vão contribuir para a sedimentação daquele que já é para muitos considerado como o melhor festival de jazz do país.
A festa do jazz está quase a abrir as suas portas e, aos amantes da música, só resta participar no evento e fruir de excelente arte patente na programação de primeira água do festival. Estar ausente deste evento é um erro histórico sem redenção. Saibamos, assim, ser dignos de tamanha oferta de arte.
Escrito por José Carlos Santos
Norte Sem Norte
© SGandara
O Jornal de Notícias dedica um conjunto de reportagens à situação difícil em que se encontra o Norte de Portugal,
Sete Fontes em Perigo
«A Estradas de Portugal (EP) vai avançar com a variante ao novo hospital de Braga com o viaduto sobre o complexo setecentista. A Câmara é contra e a Junta de S. Vítor reprova a desorganização na preservação patrimonial.» [JN]
Ainda que a Câmara de Braga esteja contra a solução apontada pela Estradas de Portugal, a verdade é que o abandono a que foram entregues as Sete Fontes e o atraso na classificação como Monumento Nacional são os principais determinantes do desprezo com que a Estradas de Portugal tem olhado para o complexo aquífero do Século XVIII. Lamentavelmente.
Linda Benção
© DR
«Eu já sabia e vós também sabeis que Guimarães tem muito lindos espaços, e este [Espaço Guimarães] é mais um deles. Vamos pedir a Deus que abençoe este espaço lindo que Guimarães, a partir de agora, vai ter dentro das suas fronteiras.» [Discurso do pároco, GMRTV, aos 5'']
Soluções Governativas de Consenso
1: O Governo do Partido Socialista desistir do programa do Partido Socialista e governar com a soma dos programas de governo dos outros partidos.
2: PSD, CDS-PP, CDU e BE somarem-se em assentos e opções programáticas e formarem governo.
2: PSD, CDS-PP, CDU e BE somarem-se em assentos e opções programáticas e formarem governo.
Acontece no Minho | 41
© joaoloureiro, Velha-a-Branca faz 5 anos.
Vimaranenses - As Mãos e As Máquinas (fotografia)
[6 de Novembro. Museu Alberto Sampaio, Guimarães]
Dois anos depois do primeiro volume, os Cadernos de Imagens voltam a ser editados. Se, em 2007, os Vimaranenses foram ponto de partida e de chegada de textos e imagens, este ano a temática centra-se no trabalho na cidade. Vimaranenses: As Mãos e as Máquinas é o título desta segunda edição dos Cadernos de Imagens. Editada pelo Cine-Clube de Guimarães, reúne séries fotográficas da autoria de Carlos Lobo, Carlos Mesquita, Catarina Laranjeiro, Eduardo Brito, Miguel Oliveira e João Octávio Peixoto e textos de António Rocha e Costa, Carlos Poças Falcão, Eduardo Ribeiro, João Almeida e Manuel Branco de Matos. Mais informações no blogue do projecto.
V-a-B art fest (arte)
[6 a 8 de Novembro, Velha-a-Branca, Braga]
Para comemorar o V aniversário, a Velha-a-Branca organiza o v-a-b art fest sob coordenação dos artistas Domingos Loureiro e César Taíbo. Neste fim-de-semana de arte poderá contar com trabalhos em vários formatos e suportes e actividades paralelas, incluindo desenho, pintura, escultura, ilustração, bd, fotografia, arquitectura, performance, vídeo, música, tertúlias, publicações e um workshop!
Ana (teatro)
[6 de Novembro, 22h. Centro Cultural Vila Flor, Guimarães]
Uma mulher, Ana, e um homem, Paulo, em casa, num dia de descanso. Ele, apesar de tudo, irrequieto, parece que assustado, não se sabe ao certo com o quê. Ela resolve fazer um chá que o acalme, mas quando voltar a entrar encontrará já outro homem, um que vem de trás, de outro tempo.
José Vieira Mendes é já um nome conhecido no teatro europeu, tendo as suas peças sido traduzidas numa dezena de línguas e representadas em Itália, nos Estados Unidos, Finlândia, Alemanha e Suécia. “Ana” é uma peça de câmara marcada pela intimidade entre os actores e espectadores.
Monólogos da Vagina (teatro)
[6 e 7 de Novembro, 21h30, Grande Auditório da Casa das Artes, Famalicão]
Para quem perdeu em Braga e em Guimarães, agora em Famalicão.
Idgriba (jazz)
[7 de Novembro, 23h00, Café Concerto da Casa das Artes, Famalicão]
Idrigba é um projecto musical iniciado no ano de 2000 com formação actual em quinteto. Centrado apenas na interpretação de temas originais, nunca prescinde de uma forte componente de improvisação. Ultrapassando largamente toda e qualquer barreira estilística, este projecto não conhece fronteiras na captação de novas influências e inspiração. Parte desta (in)fusão tem origem nas variadas colaborações e percursos dos elementos que alimentam este projecto. Com sonoridade jazzista, e algum minimalismo, este grupo tem uma formação bem equilibrada sob o ponto de vista harmónico e tímbrico.
Outros:
City Zen (indie)
[6 de Novembro, 22h. FNAC, Braga]
Cronaxia + VRT139 + Revolution Within
(Vimanares Metallvm Warmp Up) (metal)
[7 de Novembro, 21h30. Sede da Granja, Fafe]
Livre de Crucifixos | 2
“Esquecem-se que, se lhe retirarem o cristianismo, a Europa fica sem nada”, criticou o responsável, em resposta à sentença do tribunal. O veredicto sustenta que a existência de crucifixos nas escolas “contraria o direito dos pais de educarem os seus filhos de acordo com as suas crenças e a liberdade religiosa aos alunos”
De acordo com Carlos Aguiar, para que haja coerência no veredicto, seria necessário “demolir ou retirar os símbolos do cristianismo, existentes em todas as cidades europeias” [ComUM e Correio do Minho]
Não sei bem exactamente que famílias é que esta "Associação Famílias de Braga" pretende representar, mas parece-me não compreender nada bem aquilo que foi decido pelo tribunal. Não se nega a herança cultural cristã da Europa. De forma alguma.
Nega-se a existência de uma pseudo-laicidade do Estado, em favor de uma verdadeira laicidade. A decisão não pactua com a existência de religiões de Estado, ainda que estas o sejam apenas de facto e que se manifestem de formas mais ou menos dissimuladas, mais ou menos oficiais. E decide-o em nome da liberdade religiosa.
A associação demonstra algumas dificuldades em compreender como é que a presença de símbolos, concretamente, nas salas de aulas vem “contraria[r] o direito dos pais de educarem os seus filhos de acordo com as suas crenças e a liberdade religiosa aos alunos”. Porventura esta associação não conceberá uma "liberdade religiosa" e "educação dos filhos" sem referências religiosas cristãs/católicas em edifícios do Estado.
Não entenderá, igualmente, o que significa laicidade. A laicidade não significa ateísmo e a "demoli[ção] dos símbolos do cristianismo". A laicidade é a atitude mais aberta e tolerante que um Estado pode ter em relação à Religião, não se intrometendo, não tomando posição a favor de coisa alguma. Esta, ou existe, através de uma efectiva separação entre o Estado e a Religião, ou não existe de todo. Não há espaço para meio termo. Sendo que esta decisão só vêm ampliar essa liberdade religiosa e de educação. Enfim, beatices.
Perdoai-lhes Senhor, Não Sabem o Que Dizem
© Andrea Motta
«Esquecem-se que, se lhe retirarem o cristianismo, a Europa fica sem nada.»
[Carlos Gomes, Presidente da Associação Famílias de Braga]
Porque é Que Este Vídeo Não Passa na Televisão?
Toda a gente fala sobre o túnel. Eu junto as minhas vozes aos que condenam os actos lamentáveis e desejo que a Comissão Disciplinar tenha coragem para castigar os intervenientes ainda não castigados: Di Maria, Ney e Mossoró. Mas também espero que os castigos pela televisão não se esqueçam desta agressão de Javi Garcia a Meyong. Ou não haverá coragem?
De uma Autarquia, Claro!
São funcionários públicos do Departamento Técnico de Planeamento e Urbanismo da autarquia de Portimão, a cantar o hino oficial. Sabe-se que ["ohh..."] entram às duas da tarde e depois esperam "outra vez" pelas cinco e meia. E que "as senhoras com carinho fazem" chá e café "todos os dias às quatr'horas".
Livre de Crucifixos
© poorleno123
There was uproar in Italy today over a ruling by the European court of human rights that the crucifixes that hang in most Italian classrooms are a violation of religious and educational freedoms.The seven judges, whose decision could prompt a Europe-wide review of the use of religious symbols on public premises, said state schools had to "observe confessional neutrality". [Guardian] no [El País] e no [i]
A notícia, aparentemente, está a ser ignorada ou a passar muito despercebida nos media portugueses. Trata-se de uma decisão [completa, em francês] unânime entre sete juízes que afecta de forma directa os italianos, mas, como adianta o Guardian, poderá ter um impacto a nível europeu e, consequentemente, merece um olhar atento também da nossa parte.
De facto, por toda a Europa têm surgido várias questões relacionadas com a liberdade religiosa e só não se levantarão (muitas) mais em Portugal, por ser um país, também, como a Itália, predominantemente católico. Em Itália até foi uma filandesa, de nome Soile Lautsi, que fez questão de levar o litígio às últimas instâncias e consequências.
Seguramente, esta decisão irá afectar determinamente o modo como os Estados vão passar a tratar os símbolos religiosos em instalações que a si pertençam. Mas, partindo desta decisão, poder-se-á chegar mais longe, a médio prazo, no que toca à questão da liberdade religiosa. A maioria dos Estados está longe de ter modelos de liberdade religiosa maturados, funcionais e sobretudo isentos.
Têm evoluído algo discretamente, mas a sua existência, como em Portugal, assume contornos tão ténues que chegam a roçar o mero simbolismo. Ou, por outro lado, até poderia bem bastar, mas quando, de variadas formas, o Estado continua a zelar e proteger uma religião, como se fosse uma religião não-oficial, qualquer consagração de liberdade religiosa roça o simbolismo.
A ler, via Pedro Magalhães: nos EUA, "Crucifixes in the Classroom"; na Alemanha, "Classroom Crucifix Case"
Dente por Dente
© Steve Kelley
USS New York, o navio de guerra forjado do aço que sobrou dos escombros do World Trade Center. Uma máquina de morte feita do esqueleto do que outrora foi um complexo a fervilhar de vida. No ano em que o seu presidente foi agraciado com o Nobel da Paz, este é o sinal que os Estados Unidos dão, e sempre deram, ao Mundo.
RTP Viola Deveres de Isenção e Pluralismo
Apesar dos insistentes apelos do Provedor do Telespectador (pergunto-me para que serve o departamento senão para sacar mais umas massas ao bolso dos contribuintes), a RTP voltará a violar esta noite os deveres de isenção e pluralismo a que está obrigada pelo contrato de Serviço Público de Televisão. Tal como divulga no seu site, o programa Trio de Ataque propõe-se analisar «a derrota do Benfica em Braga» com a presença dos habituais comentadores Rui Moreira (F. C. Porto), António Pedro Vasconcelos (Benfica) e Rui Oliveira e Costa (Sporting).
Como é público, o jogo da jornada esteve envolto em polémica e a ausência de um representante do incontestável líder do campeonato priva o Sporting de Braga do necessário e desejável contraditório, podendo daí resultar danos irreparáveis para a imagem do clube através da difusão de versões necessariamente enviesadas dos factos ocorridos. Exige-se isenção à estação de televisão que pagamos compulsivamente em impostos.
Como é público, o jogo da jornada esteve envolto em polémica e a ausência de um representante do incontestável líder do campeonato priva o Sporting de Braga do necessário e desejável contraditório, podendo daí resultar danos irreparáveis para a imagem do clube através da difusão de versões necessariamente enviesadas dos factos ocorridos. Exige-se isenção à estação de televisão que pagamos compulsivamente em impostos.
Das Palavras e dos Actos
«O PCP volta agora a insistir na necessidade de alteração ao Código Penal para que o enriquecimento ilícito no exercício de funções públicas seja criminalizado.» [Público]
Aprovar esta proposta do PCP e estender a criminalização a todo o enriquecimento ilícito seria o melhor contributo que PS, PSD e CDS-PP podiam dar à democracia do país. Deixar tudo como está é que é demasiado comprometedor.
Os Facilitadores
© Bruno Simões
Já no estádio, rapidamente as preocupações deixaram de ser o jogo e transferiram-se para o repetido olhar por cima do ombro, para ver o que ia caindo. É verdade: o Sporting de Braga colocou as claques encarnadas na bancada superior. A ideia, saída dos sábios pensadores bracarenses, seria a seguinte: como por baixo das claques benfiquistas vai estar um sector de adeptos do Benfica, se lhes acontecer alguma coisa, azar: ninguém os manda não ser do Braga. Infelizmente, esta táctica estava manca: a massa benfiquista espalhava-se muito para lá dos adeptos benfiquistas, cobrindo cerca de metade dos adeptos bracarenses colocados na bancada Nascente.
É amplamente conhecida a propensãodos vândalos das claques encarnadas (de todas, na verdade, mas no caso em questão, são as do Benfica) para a pacatez e a não propensão para a violência. Petardos, tochas a arder, cigarros acesos, cadeiras: you name it. Quem queria ver alguma acção nas bancadas só tinha de olhar para cima e ver o que, desta vez, as claques atiravam. Eu sei que parece inacreditável, mas as claques estavam sozinhas: não havia nenhum cordão de segurança ao pé dos adeptos e apenas se vislumbravam dois elementos da segurança privada do clube a “zelar” pela segurança de quem estava cá em baixo. O arremesso de objectos dependia, naturalmente, do livre arbítrio dos benfiquistas. [ComUM]
Este é um excerto da crónica que publico no meu espaço quinzenal no jornal ComUM. Analisa os preços exorbitantes do jogo do último sábado e a insana decisão de colocar adeptos do Benfica por cima de adeptos do Braga.
Já no estádio, rapidamente as preocupações deixaram de ser o jogo e transferiram-se para o repetido olhar por cima do ombro, para ver o que ia caindo. É verdade: o Sporting de Braga colocou as claques encarnadas na bancada superior. A ideia, saída dos sábios pensadores bracarenses, seria a seguinte: como por baixo das claques benfiquistas vai estar um sector de adeptos do Benfica, se lhes acontecer alguma coisa, azar: ninguém os manda não ser do Braga. Infelizmente, esta táctica estava manca: a massa benfiquista espalhava-se muito para lá dos adeptos benfiquistas, cobrindo cerca de metade dos adeptos bracarenses colocados na bancada Nascente.
É amplamente conhecida a propensão
Este é um excerto da crónica que publico no meu espaço quinzenal no jornal ComUM. Analisa os preços exorbitantes do jogo do último sábado e a insana decisão de colocar adeptos do Benfica por cima de adeptos do Braga.
Da Obsessão
A Igreja Católica portuguesa diz que o tema não é prioritário mas não há dia em que não falem dele. Aliás, não há ninguém neste país que fale mais do casamento entre pessoas do mesmo sexo do que padres, freiras e quejandos. É uma estranha obsessão que alguma teoria freudiana há-de ajudar a explicar.
Adenda - ainda a este propósito, refira-se que há uns que se acham mais católicos que outros.
Adenda - ainda a este propósito, refira-se que há uns que se acham mais católicos que outros.
Realismo e Humildade
A vitória de ontem abre um novo capítulo na história da época. Depois de uma primeira fase em que o Braga foi visto como uma equipa forte e combativa, as boas exibições do Benfica, coroadas com goleadas expressivas, secundarizaram o clube minhoto. No jogo de ontem, o Braga renasce para o mediatismo, tendo agora que carregar a liderança com responsabilidade adicional.
Mas afinal o que é este Braga tem que nunca teve? Serenidade. Resistir à pressão da imprensa e dos comentadores, jogando sem medo e com muita serenidade foi o grande mérito de Domingos Paciência, um treinador que tem demonstrado humildade e, sobretudo, grande civilidade. O jogo foi intenso e disputado com muita agressividade e demasiados nervos à flor da pele.
A bomba soberba de Hugo Viana coroou uma entrada fabulosa do Sporting de Braga e, ao contrário do que escreve a má imprensa, não há golo anulado porque o árbitro pára o jogo ainda antes do remate de Luisão e, além do mais, Jorge Sousa acertou porque há falta de Cardozo sobre Leone. Já perto do fim do jogo, Paulo César, com um remate oportuno e certeiro, desferiu o golpe final nos intentos dos benfiquistas.
Importa salientar que neste jogo houve um tira-teimas nas bancadas: mesmo contra o melhor Benfica dos últimos trinta anos e contrariando a onda benfiquista que varre o país, os milhares e milhares de bracarenses e braguistas estiveram em maioria, envergando as cores do seu único clube e contrariando um mito que a má imprensa gosta de fazer sobreviver. Depois de ontem, só por má fé se pode continuar a dizer que esta cidade está dividida. A este propósito, refira-se uma tarja em que podia ler-se que «A Freguesia de Benfica apoia o S.C. Braga», num recado irónico para a imprensa parcial. Viva Braga!
Who will be the next European President?
Entre avanços e recuos, depois de muitas cedências, o Tratado de Lisboa, parece finalmente em condições de entrar em vigor. Com o “novo” Tratado a presidência rotativa do Conselho da Europa, dá lugar a um único Presidente nomeado pelos 27 Estados Membros e a um único representante para a Segurança e Política Externa (uma espécie de Ministro dos Negócios Estrangeiros da União).
Nos corredores da Europa comenta-se que o Trabalhista Tony Blair, antigo primeiro-ministro inglês se vem posicionando para ocupar o referido lugar. Querido pelos que defendem a ideia de que o Presidente da União deverá ser uma figura de destaque no panorama europeu e mundial, é, porém, criticado pelo facto de ser oriundo de um país eurocéptico, que se escusou pertencer à zona euro. Mesmo dentro da sua bancada (Partido Socialista Europeu) Tony Blair é visto com alguma desconfiança em viturde de ser um socialista da 3ª via, excessivamente liberal, e ter apoiado a Guerra no Iraque. Em todo caso e, apesar da forte concorrência para o lugar, Tony Blair contará com o apoio expresso de Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro francês e do próprio Governo Inglês. Apesar das críticas apontadas a Tony Blair, a verdade é que o trabalhista reúne o carisma fundamental para desempenhar o papel de representante da união (papel também já reclamado por Durão Barroso). Por outro lado, o facto de estarmos perante um ex-representante de um país eurocéptico, que goza de natural crédito, deve ser encarado como uma oportunidade única para definitivamente “continentalizar” uma insularidade europeia que a Inglaterra teima em manter.
O futuro da união continua pouco claro não só quanto às figuras, agora menos quanto às instituições, mas muito quanto às políticas. O natural equilíbrio das instituições fará pender o lugar de Presidente do Conselho Europeu para um Socialista Europeu, depois de Durão Barroso, do Partido Popular, ter renovado o mandato na União. Em todo caso, a figura escolhida terá que reunir o máximo consenso possível, aguardando eu com expectativa o relacionamento institucional entre Conselho Europeu e Comissão, e o próximo presidente do primeiro, com Durão Barroso, que reclamou para si o papel de Presidente da Europa.
Escrito por Luís Soares
Nos corredores da Europa comenta-se que o Trabalhista Tony Blair, antigo primeiro-ministro inglês se vem posicionando para ocupar o referido lugar. Querido pelos que defendem a ideia de que o Presidente da União deverá ser uma figura de destaque no panorama europeu e mundial, é, porém, criticado pelo facto de ser oriundo de um país eurocéptico, que se escusou pertencer à zona euro. Mesmo dentro da sua bancada (Partido Socialista Europeu) Tony Blair é visto com alguma desconfiança em viturde de ser um socialista da 3ª via, excessivamente liberal, e ter apoiado a Guerra no Iraque. Em todo caso e, apesar da forte concorrência para o lugar, Tony Blair contará com o apoio expresso de Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro francês e do próprio Governo Inglês. Apesar das críticas apontadas a Tony Blair, a verdade é que o trabalhista reúne o carisma fundamental para desempenhar o papel de representante da união (papel também já reclamado por Durão Barroso). Por outro lado, o facto de estarmos perante um ex-representante de um país eurocéptico, que goza de natural crédito, deve ser encarado como uma oportunidade única para definitivamente “continentalizar” uma insularidade europeia que a Inglaterra teima em manter.
O futuro da união continua pouco claro não só quanto às figuras, agora menos quanto às instituições, mas muito quanto às políticas. O natural equilíbrio das instituições fará pender o lugar de Presidente do Conselho Europeu para um Socialista Europeu, depois de Durão Barroso, do Partido Popular, ter renovado o mandato na União. Em todo caso, a figura escolhida terá que reunir o máximo consenso possível, aguardando eu com expectativa o relacionamento institucional entre Conselho Europeu e Comissão, e o próximo presidente do primeiro, com Durão Barroso, que reclamou para si o papel de Presidente da Europa.
Escrito por Luís Soares
O Minho e as Portagens
O Movimento contra as portagens na A28 extinguiu-se, alegando ter chegado a hora dos políticos defenderem os interesses da região. O problema das portagens é nacional: enquanto Lisboa e o Porto continuarem sem pagar portagens nas vias de mobilidade interna não há nenhum critério para as cobrar a quem se desloca entre Viana e Esposende, entre Braga e Barcelos ou entre Guimarães e Cabeceiras, só para citar alguns exemplos...
Louva-a-Deus | 3
© Dario Silva, 01-11-2009
O comboio já não é para todos, o comboio já não pertence a Trás-os-Montes. E como a Linha do Tua nunca alcançou as margens do Tuela, o diabo escolheu hoje outro modo de transporte.
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