Entre avanços e recuos, depois de muitas cedências, o Tratado de Lisboa, parece finalmente em condições de entrar em vigor. Com o “novo” Tratado a presidência rotativa do Conselho da Europa, dá lugar a um único Presidente nomeado pelos 27 Estados Membros e a um único representante para a Segurança e Política Externa (uma espécie de Ministro dos Negócios Estrangeiros da União).
Nos corredores da Europa comenta-se que o Trabalhista Tony Blair, antigo primeiro-ministro inglês se vem posicionando para ocupar o referido lugar. Querido pelos que defendem a ideia de que o Presidente da União deverá ser uma figura de destaque no panorama europeu e mundial, é, porém, criticado pelo facto de ser oriundo de um país eurocéptico, que se escusou pertencer à zona euro. Mesmo dentro da sua bancada (Partido Socialista Europeu) Tony Blair é visto com alguma desconfiança em viturde de ser um socialista da 3ª via, excessivamente liberal, e ter apoiado a Guerra no Iraque. Em todo caso e, apesar da forte concorrência para o lugar, Tony Blair contará com o apoio expresso de Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro francês e do próprio Governo Inglês. Apesar das críticas apontadas a Tony Blair, a verdade é que o trabalhista reúne o carisma fundamental para desempenhar o papel de representante da união (papel também já reclamado por Durão Barroso). Por outro lado, o facto de estarmos perante um ex-representante de um país eurocéptico, que goza de natural crédito, deve ser encarado como uma oportunidade única para definitivamente “continentalizar” uma insularidade europeia que a Inglaterra teima em manter.
O futuro da união continua pouco claro não só quanto às figuras, agora menos quanto às instituições, mas muito quanto às políticas. O natural equilíbrio das instituições fará pender o lugar de Presidente do Conselho Europeu para um Socialista Europeu, depois de Durão Barroso, do Partido Popular, ter renovado o mandato na União. Em todo caso, a figura escolhida terá que reunir o máximo consenso possível, aguardando eu com expectativa o relacionamento institucional entre Conselho Europeu e Comissão, e o próximo presidente do primeiro, com Durão Barroso, que reclamou para si o papel de Presidente da Europa.
Escrito por Luís Soares
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