Turismo Mata Veneza
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A cidade de Veneza organiza no próximo sábado, um cortejo fúnebre, onde um caixão vermelho será transportado nas gôndolas pelos canais da cidade. A iniciativa levada a cabo por comerciantes e habitantes locais, pretende alertar para a desertificação da cidade, que perdeu cerca de 60.000 habitantes. As razões que explicam o fenómeno estão relacionadas com o envelhecimento natural da população e pela incapacidade de rejuvenescimento dos moradores de Veneza.
Se por um lado as inundações que frequentemente assolam a praça de S. Marcos, e as ruas da cidade, não são convidativas a quem pretende instalar-se com segurança, por outro lado as “inundações de turistas”, curiosamente, têm contribuído para agravar as condições de vida de quem mora na cidade de Veneza, assistindo-se a um verdadeiro êxodo para cidades periféricas. Os elevados preços praticados, pelos “players” do sector, para os turistas, passaram também a atingir os moradores locais contribuíram para essa fuga.
No sector do turismo, assistiu-se a um crescimento acelerado da cidade de Pádua e Verona onde hotéis e restaurantes são mais baratos. Dos cerca de 55.000 turistas que, em média, visitam diariamente Veneza, mais de metade, passaram somente a ser visitantes, na medida em que deixaram de pernoitar na cidade, escolhendo as cidades vizinhas, como bases.
Ora, todo este fenómeno se tornou um ciclo vicioso, na medida em que, uma vez afectado o sector do Turismo, afectada ficou a actividade económica predominante da cidade, o emprego e a estabilidade das populações. O que de tudo isto importa reter é que o Turismo normalmente olhado como a galinha dos ovos de ouro, pode, como no caso, trazer o reverso da medalha.
Escrito por Luís Soares.
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