Comemora-se em 9 de Novembro de 2009 o vigésimo aniversário da queda do muro de Berlim.
Construído em 1961, durante a Guerra-fria, pela República Democrática Alemã, soviética e socialista, com o objectivo de impedir o avanço e sedimentação da República Federal Alemã, capitalista, americana. A construção do Muro mais do que a divisão de uma capital destruída, Berlim (Oriental e Ocidental), mas a divisão de dois blocos, duas potências.
Após a queda do muro em 9 de Novembro de 1989 os alemães, à semelhança do que aconteceu com outros pedaços da sua história, preservaram os vários locais cenários onde o país se construiu, assinalando para as gerações os “erros a não repetir. Foi assim com a musealização de vários campo de concentração, com os incentivos à visita do muro derrubado, com a reconstrução de algumas partes do muro, com a marcação no chão da linha amarela que divida Berlim.
No âmbito dos MTV Europe Musica Awards 2009, que foram entregues em Berlim, Bono e os U2 proporcionaram um espectáculo de música grauito, junto ao Bradenburg Gate. Os dez mil bilhetes postos à disposição do público, na internet esgotaram em menos de três horas. Horas antes do espectáculo já muitos fans do grupo irlandês se concentravam à porta de um recinto improvisado e “perimetrado” por um “novo muro”.
Apesar da condescendência dos organizadores, que abriram os portões para que entrassem mais do que os dez mil portadores de bilhetes, a verdade é que muitos ficaram do lado de fora.
O que não deixa de ser curioso é o facto de 20 anos depois da queda do muro de Berlim e numa altura em que as autoridades germânicas se preocupam em assinalar a data, se permita a construção de uma nova barreira a escassos metros da anterior.
Em 1961 a construção do muro, pelo Bloco Soviético serviu claras motivações geopolíticas, também com implicações ao nível do sistema económico, uma vez que pretendeu, entre outros objectivos, controlar o ímpeto cavalgante do capitalismo.
Em 2009 a construção de um novo muro serve motivações económicas com implicações sociopolíticas, principalmente pelas muitas críticas à construção da referida barreira.
Sinais do tempo.
Escrito por Luís Soares.
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