Poderia ter acontecido noutro dia qualquer mas aconteceu no 7 de Novembro de 2006. Nesse dia tínhamos a ideia de criar um blogue feito de Braga com vistas para o mundo. Queríamos que fosse, tal como a nossa Avenida, central, cosmopolita, incisivo, irreverente, sério, afirmativo, assumido, personalizado e informativo. Volvidos três anos e um mês, concederão os nossos estimados leitores que não é excessivo afirmar que este blogue foi tudo isso e ainda mais do que houvéramos previsto e imaginado: o Avenida Central, graças ao contributo de inúmeras personalidades, foi uma permanente tertúlia do Minho, um espaço de acção cívica independente e um instrumento de participação democrática na cena política regional.
Aqui lançámos o debate público sobre o regresso dos carris à cidade de Braga. Aqui rejeitámos o bairrismo mais tacanho. Aqui defendemos a responsabilidade como chave para maior dignidade das mulheres. Aqui denunciámos a letargia do nosso tempo. Aqui citámos o melhor da imprensa local. Aqui lutámos contra a intolerância das religiões. Aqui festejámos as vitórias europeias da região. Aqui lamentámos as injustiças. Aqui chorámos pelo cinzento betão que nos embacia as vistas. Aqui sentámos Braga no divã. Aqui comentámos a actualidade política. Aqui calculámos o preço da distância. Aqui promovemos a unidade no Minho. Aqui mostrámos o que acontece na cultura. Aqui celebrámos o reconhecimento nacional. Aqui informámos antes de ser notícia. Aqui fizemos acontecer conversas improváveis. Aqui protestámos contra o centralismo. Aqui cantámos um requiem ao Minho. Aqui ilustrámos a poesia da nossa terra. Aqui projectámos o que ainda estava para nascer. Aqui debatemos o futuro. Aqui partilhámos experiências na blogosfera. Aqui noticiámos ao minuto. Aqui expusemos a Braga de que gostamos. Aqui vivemos as tragédias da nossa terra. Aqui parodiámos a Braga mais beata. Aqui partilhámos o Minho de excelência mundial. Aqui promovemos quotidianamente a cidadania. Aqui defendemos intransigentemente a liberdade, o respeito, a dignidade e a igualdade como princípios basilares da sociedade democrática.
Colaboraram regularmente com o blogue, Bruno Gonçalves, Bruno Simões, Carla Cerqueira, Cláudia Rocha Gonçalves, Dario Silva, Eduardo Jorge Madureira, Francisco Sande Lemos, Gonçalo Cruz, JMiguel Corais, José Carlos Santos, João Marques, João Martinho, Luís Soares, Luís Tarroso Gomes e Pedro Romano. Mais assíduos, Cláudio Rodrigues, Vítor Pimenta e Jorge Sousa assumiram-se como autores do Avenida no último terço da sua existência. Tudo embrulhado num design que nos permitiu comunicar com mais clareza e fidelidade - nesse capítulo, o mérito é todo do jovem designer gráfico vimaranense, Cláudio Rodrigues.
Também aqui escreveram, correspondendo amavelmente ao nosso convite, António Amaro das Neves, Bruno Gonçalves, Eugénio Queirós, Fernanda Câncio, Francisco Sousa, Henrique Barreto Nunes, João Delgado, João Tinoco, Luísa Teresa Ribeiro, Manuel Monteiro, Paulo Duarte SJ, Pedro Vieira, Ricardo Gonçalves, Ricardo Rio e Rui Rocha (esperamos não ter esquecido ninguém).
A todos os que aqui escreveram, aos nossos leitores, aos que nos seguiam através de leitores de feeds e aos nossos comentadores assíduos, um bem-hajam por este milhão de páginas folheadas (eram precisamente 1.077.245 na manhã de hoje...) para ler 3.230 artigos comentados por 22.088 vezes. Estamos-vos profundamente gratos por tudo quantos nos proporcionaram ao longo destes trinta e sete meses.
Da palavra como fruição à palavra como missão, foram várias as motivações que percorremos ao longo destes três anos. O Avenida Central não tem fim. Até amanhã.
Braga, 16 de Dezembro de 2009
Pedro Morgado
Cólofon
Este blogue foi composto em caracteres Georgia (1993) e títulos em Lucida Sans (1985), tendo como fonte de cabeçalho a Garamond (originalmente desenhada em 1530). O esquema de página foi sofrendo alterações ao longo dos últimos três anos, sendo originalmente criado por Pedro Morgado e a partir de 1 de Junho de 2008 por Cláudio Rodrigues. Criado em 7 de Novembro de 2006 e concluído em 16 de Dezembro de 2009, foi publicado por Pedro Morgado. Escrito a partir de Braga, Guimarães, Arco de Baúlhe, Viseu, Barcelos, Famalicão, Porto, Chaves, Lisboa, Haia, Bruxelas, Cancun, Ultrecht, Havana, Barcelona e Málaga, entre provavelmente outros que me esquecerei de mencionar, durante a sua existência contou também com a colaboração de leitores, cronistas e outros autores, num total de mais de três mil artigos e vinte e dois mil comentários. Esteve hospedado na plataforma Blogger mas desdobrou-se pelo Twitter, Facebook, Flickr, Delicious, Technorati e Feedburner, tendo tido um total de mais de um milhão de visitas provenientes de mil novecentas e vinte e sete cidades do mundo.
Ómega e Alfa
2 anos largos volvidos desde que me associei a esta Avenida que me vou com ela nos mesmos termos com que nela entrei, a falar de Braga. Não que o Avenida Central em si tenha sido feito para ela, mas é certo que parte de Braga se fez com o Avenida. Essa nova cidade foi sonhada em postas de prosa corrida, curta e grossa, quantas vezes de sangue subido à cabeça. Nela se fez por colidir contra a sua rigidez institucional, perra como a Igreja que lhe enche as vias de moral e incenso, com as suas figuras pétreas, santos entretanto defuntos e outros, ainda que abanados, firmemente agarrados ao altar.
Por aqui, não se adormeceu no comodismo da gente, quantas vezes aparvalhada no milagre do crescimento a granel de Braga. Apontaram-se os problemas e discutiram-se soluções. Moveram-se os centros de gravidade do país (e do mundo) e colocou-se a discussão dos temas que nos dizem respeito no coração do penico. Na mesma tendência, o Minho e a sua capital incomodam agora os rankings, da excelência em ciência ao Futebol. Para bem dos nossos pecados, 3 anos depois, a cidade é cada vez mais bananeiro que roque santeiro. No(a) Avenida Central, local de chegada e partida, sala e modo de estar, mais que fim, hoje é início.
Por aqui, não se adormeceu no comodismo da gente, quantas vezes aparvalhada no milagre do crescimento a granel de Braga. Apontaram-se os problemas e discutiram-se soluções. Moveram-se os centros de gravidade do país (e do mundo) e colocou-se a discussão dos temas que nos dizem respeito no coração do penico. Na mesma tendência, o Minho e a sua capital incomodam agora os rankings, da excelência em ciência ao Futebol. Para bem dos nossos pecados, 3 anos depois, a cidade é cada vez mais bananeiro que roque santeiro. No(a) Avenida Central, local de chegada e partida, sala e modo de estar, mais que fim, hoje é início.
Mudar de Esquina
Chegada a hora de mudar de esquina, deixo-vos com um poema. É de Erich Fried (100 Poemas sem pátria. Lisboa: D. Quixote, 1979). Podem imprimi-lo e afixá-lo para o poderem reler de vez em quando.
O QUE ACONTECE
Aconteceu
e acontece agora como dantes
e continuará sempre a acontecer
se não acontecer nada contra isso
Os inocentes não sabem de nada
porque são demasiado inocentes
e os culpados não sabem de nada
porque são demasiado culpados
Os pobres não dão por isso
porque são demasiado pobres
e os ricos não dão por isso
porque são demasiado ricos
Os estúpidos encolhem os ombros
porque são demasiado estúpidos
e os espertos encolhem os ombros
porque são demasiado espertos
Aos jovens isso não preocupa
porque são demasiado jovens
e aos velhos isso não preocupa
porque são demasiado velhos
Eis por que não acontece nada contra isso
e eis por que razão aconteceu
e acontece agora como dantes
e continuará sempre a acontecer
O QUE ACONTECE
Aconteceu
e acontece agora como dantes
e continuará sempre a acontecer
se não acontecer nada contra isso
Os inocentes não sabem de nada
porque são demasiado inocentes
e os culpados não sabem de nada
porque são demasiado culpados
Os pobres não dão por isso
porque são demasiado pobres
e os ricos não dão por isso
porque são demasiado ricos
Os estúpidos encolhem os ombros
porque são demasiado estúpidos
e os espertos encolhem os ombros
porque são demasiado espertos
Aos jovens isso não preocupa
porque são demasiado jovens
e aos velhos isso não preocupa
porque são demasiado velhos
Eis por que não acontece nada contra isso
e eis por que razão aconteceu
e acontece agora como dantes
e continuará sempre a acontecer
Falperra, Hoje, Como Há Mais de 3000 anos...
© Freguesia de Esporões
Finalizando hoje o Avenida Central a sua existência, de indiscutível importância para a cidade de Braga, em virtude da discussão de praticamente todas as áreas que a Braga dizem respeito e de um conjunto de aspectos de relevo nacional, muitas vezes marginalizados, não quis deixar de assinalar aqui também este encerramento com um último texto. E para o efeito faço aqui uma referência a um aspecto ligado ao que foram as minhas intervenções na ínfima participação que tive no blogue: o património arqueológico. E dentro da temática, uma referência à Falperra, monumento sobre o qual nunca aqui escrevi.
Não pretendo descrever, que para tal não sou o mais indicado, os vestígios arqueológicos existentes no topo do monte que completa o cenário envolvente da cidade de Braga, e que integra a simbologia e o imaginário dos Bracarenses, mas recordar, como Sande Lemos fez neste blogue, a necessidade de a Câmara de Braga se consciencializar que deve à cidade a “devolução” do monte de Santa Marta das Cortiças. “Devolução” sugerida pela Unidade de Arqueologia da UM, no interessante projecto que apresentou.
Devolvido à cidade como espelho onde se reflecte uma grande parte da história de Braga, desde há mais de 3000 anos. Por essa altura e pelos séculos fora, a considerável elevação atraiu a atenção dos homens, por vezes como habitat, por outras como fortificação, por outras como santuário… Como hoje continua a atrair, agora como janela para um passado impressionante e culturalmente rico.
O Fim da Avenida Central
Esta fotografia da parte final da Avenida Central foi tirada nos anos 30. O eléctrico ainda aqui parava (o símbolo no poste indicava uma paragem) e passava a caminho do Bom Jesus, o jardim da Senhora-a-Branca tal como o conhecemos não existia, o Palacete Matos Graça ainda ostentava a escadaria, os tectos magníficos, as pinturas nas paredes e as madeiras exóticas que a Câmara e um projecto (segundo sei do Arquitecto Noé Diniz) entenderam não ter interesse, a Velha-a-Branca ainda era “apenas” a casa de habitação e o consultório médico do então Presidente da Câmara de Braga. A cidade não tinha ainda entrado a sério na "modernidade".
A casa que vemos em primeiro plano do lado direito, embora sem grande interesse especial, já não existe. Como é hábito, foi substituída por uma reles imitação em cimento. Por cá não se usa restaurar o antigo quando vale a pena ou demolir sem medo para fazer edifícios novos, modernos e marcantes (só o estádio teve direito a esse luxo). Prefere-se a hipocrisia de fingir que se restaura o centro histórico, mostrando aos turistas um cenário asséptico de telenovela que esconde prédios, na verdade, tão maus como os de Lamaçães (quantas casas realmente antigas ainda haverá no nosso centro histórico?).
Posso associar a esta foto uma série de coincidências pessoais, talvez insignificantes: vivo aqui perto nos últimos anos, a Velha-a-Branca nasceu numa das casas que se vê na foto, estudei na escola primária atrás do fotógrafo e admiro os transportes sobre carris. E claro, é a minha avó - na altura recém chegada a Braga e agora com 90 anos - que está à janela!
Apostar na Indústria Cultural
© Cláudio Rodrigues, Centro Cultural Vila Flor (Guimarães)
2012 será um ano decisivo para a projecção do Minho em termos internacionais. O projecto de Guimarães Capital Europeia da Cultura é uma oportunidade única para a região que deve ser meticulosamente preparada na perspectiva de sugar até ao tutano todo o capital mediático que a cidade e a região conseguirão captar naquele período.
Apostar num Minho Sobre Carris
© nmorao
No dia em que este comboio partir de Braga para Guimarães estaremos mais fortes, com mais possibilidades de negócio e com melhores formas de comunicação. No dia em que o comboio voltar a chegar a Fafe, como reivindica o seu edil, estaremos todos mais coesos e com mais oportunidades de desenvolvimento. No dia em que for possível viajar de comboio entre Braga, Barcelos e Viana estaremos todos mais unidos. No dia em que o transporte interurbano se fizer sob carris, podemos afirmar que ao terceiro maior centro urbano do país foi dado o que merece. Até lá, continuaremos a pagar em impostos o Metro de Lisboa, do Porto, da Margem Sul e do Mondego...
Apostar no Turismo do Minho
© carlosvasconcelos40, Gerês
Numa região fortemente deprimida pela crise e severamente fustigada pelo desemprego, a aposta no turismo pode ser decisiva para o relançamento da economia local. Do turismo natureza do Gerês ao turismo urbano do quadrilátero e do turismo religioso de Braga ao turismo cultural de Guimarães, muitas são as potencialidades inexploradas da nossa região. O Minho não se pode render à tirania do Porto e
Apostar na Reabilitação Urbana
© jx13061306, Ponte de Lima
Ponte de Lima e Guimarães são, inegavelmente, os dois melhores exemplos da reabilitação urbana que se deseja para o Minho. Cidades bem pensadas do ponto de vista urbano são necessariamente cidades mais aprazíveis, mais valorizadas e mais felizes. Que o exemplo se faça escola.
Apostar nas Colectividades da Região
© NickVG
Se a indústria desportiva nos invade o espaço mediático porque é que não havemos de aproveitá-la para nos mostrarmos e nos promovermos internacionalmente? Sporting de Braga, Vitória de Guimarães, Gil Vicente, Moreirense, Trofense, Vizela, ABC de Braga, Óquei de Barcelos, Francisco de Holanda, Hóquei de Braga e por aí em diante são os grandes embaixadores da nossa marca. Apoiar o que é nosso é valorizar a nossa terra.
Apostar no Conhecimento e na Inovação
© nobilis007, Campus de Gualtar
O estímulo à inovação tecnológica, a aposta em nichos de excelência na investigação científica e o reforço da articulação entre as instituições de Ensino Superior e as empresas da região são vectores fundamentais para o desenvolvimento integrado do Minho.
Apostar no Comércio Tradicional
© vÂniAkOstA, Centésima Página (Braga)
Promover que é nosso e fazer bater mais forte o coração das nossas cidades e vilas está ao alcance de todos. Se o comércio tradicional tiver inteligência para se modernizar sem se descaracterizar, ganham os comerciantes e ganham as nossas terras com mais gente e mais vida nos seus centros históricos.
Do Casamento Entre Pessoas do Mesmo Sexo | 2
© violentz
4. Poligamia e Incesto
Este é um argumento que procura estabelecer uma consequência lógica (eventual) entre a permissão do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a permissão de relações poligâmicas e incestuosas.
Logo à primeira vista percebemos que este é um argumento assente no medo e na sua exploração. Aliás, não é novo, tem sido utilizado ao longo dos tempos. Mas parece-me que o próprio argumento é insustentável. A abolição dos princípios de monogamia e de proibição de incesto não são, nem de perto nem de longe, uma consequência lógica da permissão dos casamentos homossexuais.
Enquanto condutas altamente censuradas pela sociedade de hoje, a porta ao casamento poligâmico e incestuoso só será aberta pela própria sociedade. Se suceder, a seu tempo o direito irá reproduzir essa evolução.
Não nos compete a nós dizer se, para essa sociedade-futura, algo é inadmissível, intolerável ou censurável. Pelo que, embora não o defenda hoje, admito que a sociedade possa vir a aceitar e tolerar essas condutas. Como veio a aceitar e generalizar o divórcio, como tem vindo a aceitar novas formas de família e ainda a homossexualidade em si, primeiro, e progressivamente as suas uniões, culminando com a expressa proibição constitucional da discriminação pela orientação sexual.
5. A falência do casamento e a sua simbologia
Basicamente é o argumento que pergunta: Porque querem os homossexuais o casamento se há tantos divórcios? Se é só pela sua simbologia?
Tem existido uma tendência para aproximar e em certos aspectos confundir certas características e direitos e deveres do casamento com os da união de facto. O casamento no sentido de uma maior liberdade e a união de facto no sentido de maiores garantias e segurança. Porquê? As pessoas, timidamente, procuram na União de Facto aquilo que o desadequado e falido Casamento não lhes oferece.
É certo que cada vez há mais divórcios, mas isso que dizer que as pessoas continuam a casar, que as pessoas optam pelo Casamento por alguma razão e que não aderem tanto às Uniões de Facto por alguma razão. A meu ver, isso deve-se a essa simbologia. Heterossexuais ou homossexuais, temos todos uma herença e um desenvolvimento socio-cultural comum.
6. O Vrrrrrhiec
O que nos leva para a ideia de conferir os (ou sensivelmente os) mesmos direitos e deveres que existem no casamento, mas dar-lhe um nome diferente.
Simplesmente: não faz qualquer sentido existir um contrato de “casamento” idêntico, mas com outro nome. Se quiserem pode-se entrar em nominalismos ou conceptualismos. Com a certeza de que, dada toda a evolução do percepção do casamento pela sociedade, o seu eventual realismo está a afastado. A reductio ad absurdum do Vrrrrrrrhiec demonstra-o
7. Prioridade?
Diziam no Sine die: "«Um argumento esgrimido contra a aprovação do projecto que prevê os casamentos homossexuais é o de que não se trata de “questão prioritária”. Trata-se obviamente de um argumento apresentado por heterossexuais, porque estes não precisam daquele projecto para nada."
De facto, é natural que os heterossexuais não sintam interessa na matéria e, naturalmente, não a achem prioritária. Mas esta é uma questão de princípio. Este argumento conduz a uma discriminação das minorias – qualquer que ela seja – por uma questão de princípio.
Dia da Animação no IPCA
Ilustração de Cátia Vidinhas (3.º ano de Design Gráfico do IPCA)
O IPCA associa-se à Casa da Animação para trazer a Festa da Animação à cidade de Barcelos, numa programação inteiramente dedicada ao tema, com dois convidados de peso no panorama nacional, Abi Feijó e Pedro Moura, e várias horas de filmes de cinema de animação.
O IPCA associa-se à Casa da Animação para trazer a Festa da Animação à cidade de Barcelos, numa programação inteiramente dedicada ao tema, com dois convidados de peso no panorama nacional, Abi Feijó e Pedro Moura, e várias horas de filmes de cinema de animação.
Da Pornografia das Subvenções
A RTP, televisão de Lisboa e do Porto que às vezes se lembra de dar notícias sobre o resto do país para ilustrar a província, recebe mais dinheiro dos nossos impostos do que a CP que gere os comboios de todo o país.
Os Metros de Lisboa e do Porto recebem 40,5 milhões de euros. Enquanto isto, as populações de Mirandela, Amarante e Vila Real foram privadas da ferrovia.
A Carris e a STCP recebem 74 milhões de euros enquanto as transportadoras públicas do resto do país não recebem nada.
As assimetrias são escandalosas e inexplicáveis. Olhando para isto só me apetece perguntar porque é que não vendem a RTP, privatizam a CP, Metros, Carris e STCP. Depois salve-se quem puder. Agora obrigarem-me a pagar os meus transportes em bilhetes e os dos outros em impostos é que não.
Os Metros de Lisboa e do Porto recebem 40,5 milhões de euros. Enquanto isto, as populações de Mirandela, Amarante e Vila Real foram privadas da ferrovia.
A Carris e a STCP recebem 74 milhões de euros enquanto as transportadoras públicas do resto do país não recebem nada.
As assimetrias são escandalosas e inexplicáveis. Olhando para isto só me apetece perguntar porque é que não vendem a RTP, privatizam a CP, Metros, Carris e STCP. Depois salve-se quem puder. Agora obrigarem-me a pagar os meus transportes em bilhetes e os dos outros em impostos é que não.
Do Casamento Entre Pessoas do Mesmo Sexo | 1
© muriloribas
No início do ano, ainda antes de começar a escrever aqui no Avenida Central, dediquei, no meu blogue, uma série de posts à questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Sem querer estar a repetir tudo, sobretudo por ainda serem algo extensos, deixo-vos, em dois posts, uma súmula dos argumentos e contra-argumentos a favor do dito casamento que lá expressei, assim como ligações para os respectivos posts, se os pretenderem ver mais desenvolvidos.
1. Do que não interessa para a discussão e do que interessa para a Igreja
Uma das notas fundamentais que a Igreja defende no seu casamento, católico, é a ideia da procriação [Cânone 1055 §1]. Ou seja, se no casamento civil 1+1 pode ser igual a 2, no católico, em princípio, nunca deve ser [Cânone 1101 §2]. Expressões desta lógica são a dissolução do casamento não conusumado [Cânone 1142] e a da dissoluação do casamento quando a impotência de um dos cônjuges preceder o casamento, "pela própria natureza deste" [Cânone 1084 §1]
Daqui não adviria nada de extraordinário se a Igreja não procurasse transpor estas ideias próprias da realidade católica, dando a entender à comunidade que estas (suas) ideias sobre o casamento e sobre a família, são também as ideias constantes da lei civil – e que, ultimamente, são as que interessam para a discussão, independentemente do (a)moralismo da coisa.
Se verificarmos o que a Igreja defende em relação à adopção por casais homossexuais, o seu argumento passa, invariavelmente, pela ideia de que na educação da criança deve existir uma figura masculina e uma figura feminina.
Isto afasta, evidentemente, essa adopção por parte de um casal homossexual, como afasta também a adopção a título individual, por uma só pessoa, quer esta seja homo ou heterossexual. A Igreja, bem ou mal, ao defender essa ideia (da necessidade de) duas figuras parentais de sexo diferente, está-se a opor a todas as famílias (ainda que os filhos sejam biológicos) monoparentais. Está-se a opor às famílias constituídas por um(a) tio(a) e um(a) sobrinho(a) ou por um(a) avô(ó) e um(a) neto(a), por exemplo.
Serve então isto para tornar claro que a (única) família que a Igreja concebe e defende não é o único tipo de família que existe na sociedade. Com certeza que a Igreja pode defender a sua concepção de família (e é isso que lhe interessa, obviamente); mas, para a sociedade, esse conceito de família – bem ou mal – já faliu, ou é insuficiente, há muito tempo.
2. A tese do "modelo social" e da "reposição geracional"
Trata-se de um argumento bastante entranhado pela ideologia e concepção católica da família e do casamento. Afiança, quem defende esta tese, que o futuro da sociedade ficará em risco.
Mas sobre isto o Eduardo Maia Costa, no Sine Die, resume muito bem: (a) "os homossexuais nunca contribuirão para a dita "reposição", quer lhes permitam que se casem, quer não"; (b) "Então e os solteiros? E os inférteis? E os casados sem filhos, por opção"; (c) "Aliás, há "modelos sociais" em democracia? O cidadão casado é melhor do que o solteiro? O cidadão com filhos é melhor do que o sem prole? O cidadão com dois filhos é melhor (por fazer uma melhor "reposição geracional") do que aquele que só tem um?"
3. A "descaracterização" do casamento [1, 2] e a evolução [1, 2]
Estes argumentos passam pela ideia de que "o casamento e a família são o que são, o que sempre foram ao longo dos tempos" e de que existem características do casamento absolutamente incontornáveis, ideias que partem de um princípio errado de imutabilidade dessas concepções.
É impossível sumarizar tudo o que escrevi nos dois posts [1, 2], pois teria de fazer uma contextualização bastante grande, de modo que ficam as seguintes ideias, exemplificativas dessa forte mutabilidade:
De 1966 até aos dias de hoje o divórcio sofreu uma enorme mutação. Se em 1966 era um elemento característico do casamento, sendo proibído, com o tempo este passou a ser possível e cada vez menos censurado e mais facilitado. Também antes da revolução as mulheres tinham direitos vertiginosamente desiguais em relação aos homens, dentro do casamento. Indubitavelmente, também um traço característico do casamento, como era entendido nesses tempos.
Diga-se que, embora se tratem de mudanças legais, repercutiam, em grande medida uma mudança social. Do mesmo modo, em 2001, veio a lei das Uniões de Facto (e não só) reconhecer, como já se reconhecia socialmente, a existência de outras realidades familiares, de outras uniões, onde se incluiam as uniões entre duas pessoas homossexuais.
Se esta pretensão que se tem hoje "redunda numa crítica radical à própria instituição do casamento", não é menos verdade que essa mesma crítica existiu a propósito do divórcio e dos direitos das mulheres. O mesmo se diga, por exemplo, dos EUA e da proibição do casamento inter-racial. De facto, a forma como a sociedade conceptualiza o que também é um instituto jurídico pode evoluir. Mais cedo ou mais tarde, o Direito tenderá a seguir essa evolução.
Justiça Cega?
Ler os relatos de alguns julgamentos é um exercício verdadeiramente anedótico. As populações do Vale do Sousa estão a tentar convencer-nos que o falso médico era conhecido como «psicoterapeuta»... Como se a palavra fosse de uso comum por aqueles lados.
Sofia Ribeiro e Florin Weber em Braga
© yellowpipeplace
No próximo Sábado, o Espaço Cultural Pedro Remy recebe mais um grande concerto de Jazz, com a cantora portuguesa Sofia Ribeiro e o pianista alemão Florin Weber. Mais informações em pedroremy.com.
Quem Está Fora Racha Lenha
Converter a lamentável sapatada a Sílvio Berlusconi num caso político é tão perverso quanto a própria cena da agressão. Antes de maiores precipitações (como alguns comentários que se lêem por aí), seria desejável que se aguardasse por um conhecimento mais cabal das circunstâncias em que o acto foi cometido.
Portugal Chamado Douro
© Emílio Biel (1877?), Arquivo Histórico CP.
O Douro antes das barragens. Actualmente a água chega perto da estação de Caldas de Aregos, Tormes, como lhe chamou Eça de Queiróz.
A Última Assembleia Municipal...
© PEB
...pôs a nu a emergência de uma profunda revisão da composição de poderes vigente.
Hoje em dia as coisas passam-se da seguinte forma: o partido A ganha as eleições para a Assembleia Municipal com maioria relativa e os partidos B, C e D obtêm a maioria dos votos. Num país com regras claras e objectivas isto significaria que o partido A teria de negociar com algum ou alguns dos partidos da oposição para obter consensos que permitissem a governação. Assim se respeitariam as regras democráticas e a vontade popular. Ora, em Portugal não é bem assim, graças à presença dos Presidentes de Junta nas Assembleias Municipais que, com direito de voto sobre todas as matérias, note-se, subvertem completamente as lógicas normais de exercício de poder.
Na hipótese de o partido A obter a maioria das juntas, como é normal (ainda que não necessário) que aconteça, obtém um suplemento de votos cuja legitimidade é perfeitamente descabida. Em Braga isto beneficia o poder, mas poderia beneficiar a oposição e ser igualmente irracional. Esta última hipótese é mais complexa e só acontecerá em situações pontuais, isto porque quem governa detém os instrumentos financeiros e de poder que condicionam a governação dos Presidentes de Junta, donde dificilmente os veremos a votar contra a Câmara Municipal, por muito corajosos que sejam. É que há respostas de diversa índole que exigem um agir urgente das juntas, que não se compadecem com estratégias negociais prolongadas e "braços-de-ferro" institucionais.
O que seria do país se os Presidentes de Câmara se sentassem no Parlamento, ainda que não eleitos para lá estar? O argumento de que as juntas vivem dependentes de receitas externas não colhe, também as Câmara Municipais dependem grandemente do Estado central e nem por isso as vemos representadas em S. Bento.
Depois dão-se situações caricatas, como a que vimos na última Sexta-feira, em que Presidentes de Junta eleitos pelo PS e alguns independentes se juntam à bancada do PS para chumbar uma recomendação que visa moderar os custos que a AGERE cobra para efectuar a ligação à rede de saneamento. Ou ainda vê-los a votar favoravelmente a aplicação das taxas máximas do IMI e da Derrama, atirando coniventemente para fora do concelho qualquer empresa que tenha gestores com capacidade de rodar o pescoço para a esquerda e para a direita.
Nesta, como em muitas outras matérias, não há inocentes. Foi Menezes, quando presidente do PSD que inviabilizou um acordo para a revisão do actual modelo operacional das Assembleias Municipais. Convém que, pela democracia e pelo respeito que nos devem merecer todos os eleitores, os próximos protagonistas das lideranças partidárias saibam fazer o que lhes compete, reformar.
Das Portagens Que Pagamos Duas Vezes
© moitas61
As populações de Braga, Guimarães, Fafe, Barcelos, Vila Verde, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto continuam a ser fortemente penalizadas e discriminadas pela(s) política(s) do(s) Governo(s) no que respeita às auto-estradas. Para além de pagarem as portagens mais caras do país, os baixo-minhotos continuam a pagar com os seus impostos as auto-estradas de outras regiões como o Alto Minho, Douro Litoral, Beiras e Algarve.
Os planos do Governo para taxação das SCUT's apenas a Norte são altamente penalizadores das populações da região do país mais fustigada pela crise. Contudo, é preciso que notar que a previsível cedência aos caciques locais não resolve o problema dos baixo-minhotos, enquanto não for definido um plano nacional minimamente lógico e coerente em termos de taxação de auto-estradas.
Capítulo 43: do barulho
Já se sabe: o discurso do "antes é que era bom" é um clássico da discussão em Portugal e nele convergem diversas sensibilidades políticas e ideológicas. Isto, aliado a um par de insultos e um tom de voz entre a sabedoria de ancião e o raspanete, então, é coisa para levantar plateias em ovação de vários minutos. É a discussão de café sob a luz dos holofotes e, tal qual efeito reality show, os defeitos do orador não são reprováveis, mas enternecedores; efeito reflexo do espelho, quem ouve identifica-se neles.
Ontem foi notícia Medina Carreira que, apesar de ter falado não num café mas num casino, afirmou que os nossos governantes são "mentirosos e incompetentes"; que a educação em Portugal "é uma miséria" e só produz "analfabetos"; que a geração dos 14 aos 20 anos é uma "cambada" que "anda para aí à solta" e que são uma "tropa-fandanga"; que as Novas Oportunidades são uma "trafulhice" e uma "aldrabice"; que a avaliação dos professores é uma "burrice"; que os programas escolares devem ser "feitos por gente inteligente".
Não é difícil ver por que razão este discurso fez sucesso. Estão lá todos os ingredientes que vimos acima: discurso miserabilista e saudosista; insultos populares e tom de repreensão paternal. Junte-se a isto o facto de o discurso de Medina Carreira poder ser ouvido, da boca de milhares de pessoas, em cafés e mercearias espalhados pelo nosso país e ficamos quase tentados a nomear Medina Carreira como porta-voz do povo português.
O problema é que se este discurso é compreensível na frustração quotidiana e em ambientes informais, não é de todo compreensível em contextos formais e, muito menos, proferidos por pessoas com a responsabilidade de Medina Carreira. E não, não é apenas pelos insultos (outra questão que começa a fazer carreira na política portuguesa), mas pela irresponsabilidade e pela falta clareza do discurso.
Medina Carreira responsabiliza ora os governantes mentirosos e incompetentes, ora a cambada dos 14 aos 20 anos que anda por aí à solta; mistura o ensino regular e um programa de reconhecimento de competências para adultos; diz que os professores têm de ser avaliados mas que a avaliação é uma burrice. Fala muito, dispara em todas as direcções, mas o que sobra do discurso é barulho, ruído e alvoroço.
E "é disto que o meu povo gosta, ripa na rapaqueca". Ninguém percebe bem o que se diz, mas todos aplaudem: "é isso mesmo!".
Viajar na Companhia da Lua
© Dario Silva, Linha do Norte, 03-12-2009.
Atrás de nós, e debaixo das estrelas encobertas, viajam mil e duzentas e tal toneladas de metal. Hoje é noite de lua cheia, há sempre tempo para mais uma viagem. Dizemos adeus?
Da Degradação da Vida Política | 2
Mais um momento verdadeiramente lamentável da vida política nacional a demonstrar que se perdeu a noção do limites.
Verdades Inconvenientes
«Os árbitros têm que pensar, até pelo dinheiro que ganham, que têm que ser mais honestos e não têm que beneficiar os 'grandes'» [Fernando Oliveira, Vitória de Setúbal]
Da Degradação da Vida Política
A política nacional anda pelas ruas da amargura. O último debate na Assembleia da República foi uma mostra da falta de educação que, de forma galopante, se apossou do diálogo político em Portugal. O que parece é que as palavras deixaram de ser medidas e comedidas, passando-se à violência verbal com uma voracidade verdadeiramente disparatada.
Ainda hoje, a propósito da intenção de pedir uma comissão de inquérito ao projecto Magalhães, o Partido Socialista classificou a intenção do PSD de «radical e extremista». Se as coisas ainda não mudaram, estou em crer que ao Governo compete governar e ao Parlamento legislar e fiscalizar a actividade do Governo pelo que, hão-de convir mesmo os socialistas mais convictos que pedir uma comissão de inquérito parlamentar a um processo que levanta dúvidas faz parte do jogo democrático mais regular e banal.
Ainda hoje, a propósito da intenção de pedir uma comissão de inquérito ao projecto Magalhães, o Partido Socialista classificou a intenção do PSD de «radical e extremista». Se as coisas ainda não mudaram, estou em crer que ao Governo compete governar e ao Parlamento legislar e fiscalizar a actividade do Governo pelo que, hão-de convir mesmo os socialistas mais convictos que pedir uma comissão de inquérito parlamentar a um processo que levanta dúvidas faz parte do jogo democrático mais regular e banal.
S.C. Braga: Três Erros e Um Ponto
Foi num relvado verdadeiramente miserável que o Braga teve que jogar na noite de ontem, situação que vem demonstrar, uma vez mais, que os clubes têm tratamento diferenciado no que respeita às condições mínimas exigíveis para praticar futebol. Se o Porto não pode jogar em Oliveira de Azemeis, também o líder Braga devia ter sido poupado ao lamaçal de Leixões, um erro que podia ter custado lesões importantes para os clubes e também para as selecções que os jogadores representam.
Contudo, a história do jogo começa verdadeiramente com o segundo erro da noite: uma colossal fífia de Eduardo entrega o golo a um Leixões que nada havia feito para o merecer. É uma situação que vem lembrar que no melhor pano cai a nódoa que é como quem diz que até a melhor defesa de Portugal comete infantilidades que lhe podem custar caro na luta pela Europa.
Depois disso, apenas uma das equipas se interessou pelo futebol. Leixões e Olegário entregaram-se a um anti-jogo que envergonha o futebol nacional, um erro partilhado que se vem perpetuando dia após dia e que há-de esvaziar os estádios por completo. Quem paga bilhete gosta de ver a bola rodar e dispensa a palhaçada repetida das lesões simuladas e das faltas cirurgircamente calculadas para quebrar o ritmo.
O golo do Braga, ao cair do pano, é bem curto para espelhar com rigor o que fizeram uma e outra equipa, mas acaba por deixar os minhotos a uma vitória do simbólico, mas sempre histórico, título de Inverno. Mesmo quando já se sentem em acção as manigâncias do costume, vamos a isso?
Contudo, a história do jogo começa verdadeiramente com o segundo erro da noite: uma colossal fífia de Eduardo entrega o golo a um Leixões que nada havia feito para o merecer. É uma situação que vem lembrar que no melhor pano cai a nódoa que é como quem diz que até a melhor defesa de Portugal comete infantilidades que lhe podem custar caro na luta pela Europa.
Depois disso, apenas uma das equipas se interessou pelo futebol. Leixões e Olegário entregaram-se a um anti-jogo que envergonha o futebol nacional, um erro partilhado que se vem perpetuando dia após dia e que há-de esvaziar os estádios por completo. Quem paga bilhete gosta de ver a bola rodar e dispensa a palhaçada repetida das lesões simuladas e das faltas cirurgircamente calculadas para quebrar o ritmo.
O golo do Braga, ao cair do pano, é bem curto para espelhar com rigor o que fizeram uma e outra equipa, mas acaba por deixar os minhotos a uma vitória do simbólico, mas sempre histórico, título de Inverno. Mesmo quando já se sentem em acção as manigâncias do costume, vamos a isso?
Prémios Média 2009 da Rede Ex Aequo
A rede ex aequo - associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes promove no próximo dia 6 de Dezembro a quinta edição dos seus Prémios Média, no Jardim de Inverno do São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, às 15 horas. Na sua 5ª edição dos Prémios Média, a rede ex aequo tem a honra de distinguir, em ex aequo, as seguintes personalidades:
Ana Zanatti, Actriz e autora, pela abordagem de temas extremamente relevantes para a juventude LGBT no programa “Sete Palmos de Testa”, numa atmosfera de respeito por todas as pessoas e por diferentes pontos de vista aliada a uma grande franqueza e a uma intenção clara de auscultar a juventude.
Rui Vilhena, autor, e Nuno Távora, actor, pela novela “Olhos nos Olhos” (TVI).
Filipe La Féria pela encenação da peça “A Gaiola das Loucas”, onde foram abordadas as temáticas do transformismo e homossexualidade.
Ana Guiomar e Diana Chaves, actrizes, pela novela “Podia Acabar o Mundo” (SIC). O programa “Prós e Contras” (RTP1), pela inclusão do casamento entre pessoas do mesmo sexo nos seus temas de debate.
Nuno Ropio pelas várias reportagens realizadas ao longo deste ano onde abordou os temas da Homossexualidade e Transsexualidade. “Polícias homossexuais discriminados pelo Ministério da Administração Interna”, “Filhos de lésbicas regem-se pela normalidade”, “Casas de abrigo para jovens gays e lésbicas expulsos pelas famílias”, etc.
Página oficial do evento: http://www.rea.pt/premiosmedia
Ana Zanatti, Actriz e autora, pela abordagem de temas extremamente relevantes para a juventude LGBT no programa “Sete Palmos de Testa”, numa atmosfera de respeito por todas as pessoas e por diferentes pontos de vista aliada a uma grande franqueza e a uma intenção clara de auscultar a juventude.
Rui Vilhena, autor, e Nuno Távora, actor, pela novela “Olhos nos Olhos” (TVI).
Filipe La Féria pela encenação da peça “A Gaiola das Loucas”, onde foram abordadas as temáticas do transformismo e homossexualidade.
Ana Guiomar e Diana Chaves, actrizes, pela novela “Podia Acabar o Mundo” (SIC). O programa “Prós e Contras” (RTP1), pela inclusão do casamento entre pessoas do mesmo sexo nos seus temas de debate.
Nuno Ropio pelas várias reportagens realizadas ao longo deste ano onde abordou os temas da Homossexualidade e Transsexualidade. “Polícias homossexuais discriminados pelo Ministério da Administração Interna”, “Filhos de lésbicas regem-se pela normalidade”, “Casas de abrigo para jovens gays e lésbicas expulsos pelas famílias”, etc.
Página oficial do evento: http://www.rea.pt/premiosmedia
Bicicletas e Comboios
Não que em Portugal seja, de todo, impossível aliar a bicicleta ao comboio, não. Apenas pode ser mais difícil. Mas nós, bracarenses, vamos mais longe ao termos criado aquele que terá sido o primeiro parque de estacionamento pago para bicicletas gratuitas. Não posso deixar de me congratular com o brilhantismo dos nossos grandes líderes, tão cheios de ideias, tão pequeninos. Braga é uma grande cidade portuguesa, tem imenso espaço para os carros mas a orografia - e só ela - repele os eléctricos, os tróleis e as bicicletas.
Da Liberdade Religiosa
© Akmal al-Taqi (Cynic)
Mais de cinquenta e sete por cento dos suíços expressaram em referendo a concordância com a proibição da construção de minaretes nas mesquitas daquele país. Contra todas as expectativas, a proposta da direita e da extrema-direita foi aprovada, configurando uma exemplar «vitória do medo» e um «duro golpe para a liberdade religiosa».
As relações entre o Estado e as religiões têm sido um tema extremamente sensível e polémico na Europa. Por um lado, as Igrejas Cristãs não têm reagido da melhor forma à progressiva separação entre Estado e religião, pretendendo continuar a utilizar os meios do Estado para a expressão das suas crenças e defendendo o dispêndio de fundos públicos em iniciativas de cariz religioso. Se é verdade que foram cometidos alguns excessos anti-religiosos em determinados períodos da história, é um facto que a multiplicidade de crenças e não crenças que compõe a sociedade dos nossos dias já não se compadece com a usurpação dos bens e espaços do Estado para benefício das crenças de alguns.
Por outro lado, a Europa tem dado alguns sinais de intolerância perante crenças emergentes no seio da nossa sociedade e, curiosamente, são precisamente os sectores mais conservadores e altamente reaccionários à laicidade do Estado que têm alimentado o discurso do medo e da discriminação. Tal como sublinham os bispos suíços, o referendo do passado Domingo é um «duro golpe na liberdade religiosa», uma ameaça para a estabilidade do país e um péssimo acto de diplomacia, a confirmar todas as perversões dos referendos e a dar razão ao argumento de que não se devem referendar os direitos civis das minorias.
A liberdade religiosa, tal como a laicidade do Estado, é um pilar fundamental da sociedade democrática em que acreditamos, não podendo hipotecar-se às mãos de qualquer medo ou devaneio extremista. A Suíça é uma lição para todos nós.
Um Caso de Estudo
«But, beyond that, it’s hard to find a pattern to explain this success. Unless you turn to the one constant at the club: António Salvador, their wheeler-dealer president. [...] Yet the Braga case suggests that money and coaches — two supposedly indispensable building blocks — may not be as crucial to success as we may think. Equally, the importance of strong leadership at club level and a clear long-term blueprint, independent of who is actually coaching the club, too often gets underappreciated.» [Gabriele Marcotti, no Times]
Cultura: Dupla Apresentação em Guimarães
© SMS
No próximo dia 3 de Dezembro, pelas 18.00, a Sociedade Martins Sarmento promove uma dupla apresentação: o lançamento do segundo número da colecção de minimis, Sherlock Holmes no Porto, de Donan Coyle [sic], e a edição da planta De Guimarães, a mais antiga representação da cidade, datada aproximadamente de 1569.
Depois de Uma Excursão ao Soajo em 1882, de Francisco Martins Sarmento e José Leite de Vasconcelos, a colecção de minimis – a edição de bolso da Sociedade Martins Sarmento – edita o seu segundo número: Sherlock Holmes no Porto. Da autoria de um tal de Donan Coyle, pseudónimo do ilustre vimaranense João de Meira, Sherlock Holmes no Porto, escrito em 1912, mostra-nos Holmes e Watson em acção no eléctrico em Paranhos, na Faculdade de Medicina e em vários cenários de um Porto londrino a desvendar o mistério de O Cadáver que se evade e O “Truc” de Mr. Raymond, as duas histórias que compõem esta série.
A colecção de minimis é dedicada a textos marginais, obras imperfeitas, peças acidentais e outros objectos avulsos de reduzidas dimensões, recolhidos nos salvados de autores consagrados, esquecidos e imprevistos. A colecção tem uma tiragem de 300 exemplares numerados, dos quais 250 são postos à venda.
A planta De Guimarães é, de todas as plantas da velha vila de Guimarães conhecidas, a mais antiga e a mais rigorosa. Datada, no respectivo inventário, de cerca de 1569, está traçada com assinalável rigor, acrescentando alguns contributos importantes para uma melhor compreensão do perfil urbano da cidade no passado e da sua evolução ao longo do tempo, introduzindo novos e relevantes elementos para o conhecimento da configuração da antiga Guimarães. Esta edição é uma reprodução fiel do original que actualmente se encontra na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
O Melhor Jazz no Espaço Pedro Remy
O espaço cultural Pedro Remy apresenta, no dia 7 de Dezembro, pelas 22h, o Quarteto de Luísa Vieira.
Luísa Vieira nasceu no Porto em 1984 . Estudou no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian em Braga desde os 8 anos de idade até ingressar em 2001 no ESMAE. Depois de ter terminado a sua licenciatura em flauta transversal na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto, Luísa Vieira enveredou pelo jazz e encontrou na voz outro modo de se expressar. Também na ESMAE, completou o curso de canto de jazz sob a orientação dos professores Fay Claassen, Harjo Pasveer e Sofia Ribeiro. Em 2008 foi-lhe atribuída uma bolsa de estudos da Berklee College of Music em Boston onde teve a oportunidade de estudar com excelentes músicos como Rhiannon, Bob Stoloff, Dominique Eade, Tomassi, Hal Crook e Mitch Haupers entre outros.
Aliando as duas vertentes, voz e flauta, apresenta-nos um projecto em quarteto com os seus originais e arranjos de temas de compositores diversos, tais como Egberto Gismonti, Steve Swallow e Mário Laginha.
Caí do Pedestal
© Saulo Cruz
Cai do pedestal! Não há discurso político, ou dos políticos que não aborde a questão do desemprego e da crise. Parece quase criminoso, imoral, insensível não falar do “flagelo” do desemprego, ou da crise mundial. Mas será um discurso realmente percebido?
Caí do pedestal! Tantos homens, mulheres, jovens com quem convivo, ou convivi diariamente, que frequentaram as mesmas escolas que eu, os mesmo cafés que eu, os mesmo espaços públicos que eu, vivem uma vida incerta, injusta e inexplicável.
Caí do pedestal! E para onde caminhámos nós? É certo, dizem os especialistas, e os que não o são, que o crescimento do desemprego está relacionado com a crise (…) a malfadada crise financeira que teve origem nos EUA e se alastrou ao resto do mundo.
Caí do pedestal! Se alguém tinha dúvida que o neo-liberalismo cavalgante não serve o interesse do Homem, certamente tê-la-á dissipado. Todavia a contraposição do modelo interventivo, assistencial e social do Estado começa, também, hoje a ser posto em causa, até pelos que mais dele retiram beneficio: os que mais precisam!
Caí do Pedestal! Há muito que as sociedades modernas perderam o contributo tolerante, voluntário e comprometido da classe média, daqueles que são o garante previdencial do Estado. As classes altas, honrosas excepções que confirmam a regra, nunca foram verdadeiramente coniventes com a social-democracia instituída. Aliás a perda do estatuto adquirido pela riqueza produzida, pelo latifúndio ou pela linhagem, é do ponto de vista das classes altas uma “conquista imperdoável das sociedades modernas”.
Caí do Pedestal! Todavia, também, o Estado previdencial, tem um limite! A antevisão de um futuro sem subsídio de desemprego, esgotado; um futuro sem a social inserção que o rendimento visava; é um futuro sem futuro. Não creio que não estejamos a correr para a ruptura social. O fenómeno do desemprego acarreta consigo espirais de delinquência, muitas das vezes pela sobrevivência, doenças psicológicas, depressões que levam ao suicídio.
Caí do Pedestal! As metas da estratégia de Lisboa, definidas pela UE, que visava o pleno emprego, através de um Pacto de Estabilidade para o emprego, estatuído na ideia de que os braços caídos não contribuem para a produção da riqueza, foram esquecidas. Hoje, já não se fala em pleno emprego, fala-se no combate ao desemprego, e isso parece sintomático da incapacidade dos Estados controlarem a política económica e de emprego.
Caí do Pedestal por vários motivos: o desemprego é um fenómeno cujos efeitos individuais e colectivos nem sempre são perceptíveis, particularmente por quem não os vive, e eu não fujo à regra; porque o modelo social e económico do Estado e da Social-Democracia está desacreditado; porque só agora percebi isso!
Texto de Luís Soares.
Subscrever:
Mensagens (Atom)