«Um bispo anglicano nigeriano pediu ao Parlamento que impeça os casamentos entre homossexuais. E como medida adicional a prisão para quem tiver a coragem de aparecer na boda.» [Público]
Os bispos cristãos prosseguem a sua campanha contra os homossexuais. Depois das críticas veladas da Conferência Episcopal Portuguesa, dos insultos do Cardeal Saraiva e da intromissão dos bispos espanhóis na campanha contra Zapatero, foi a vez de um bispo anglicano da Nigéria qualificar a homossexualidade como «uma perversão, um desvio e uma aberração capaz de engendrar o holocausto moral e social».
Não deixa de ser irónico que o ódio contra os homossexuais seja o assunto que mais consistentemente une os discursos da maioria das religiões e seitas em todo o mundo.
Mais do que o poder político que têm, o mal deles é continuarem a mediatizá-los e a dar-lhes atenção, a alimentar essa noção de poder que têm. É continuar a fazê-lo.
ResponderEliminar"(...)Ódio contra os homossexuais seja o assunto que mais consistentemente une os discursos da maioria das religiões e seitas em todo o mundo."
ResponderEliminarA ignorância sempre foi o pasto de eleição da maioria das religiões e seitas. Sem ela, é difícil que prosperem.
Na Nigéria? Ó Pedro, se não houver lapidação ou enforcamento menos mal... O Bispo até está a ser brandinho.
ResponderEliminarCaro Pedro,
ResponderEliminarAceito que tenhas opiniões diferentes das minhas, mas estas conclusões precipitadas é que estragam tudo. Só porque são produzidas declarações sobre um tema em debate não quer dizer que este seja precisamente o tema central e de convergência dos bispos cristãos. Há muito mais na vida das Igrejas Cristãs do que o debate sobre a homossexualidade, podes crer.
Um abraço,
Alfredo Dinis
«Os bispos cristãos prosseguem a sua campanha contra os homossexuais»
ResponderEliminarAs generalizações são um erro de muita gente, e ao que parece também do nosso amigo Pedro Morgado. Porque UM bispo anglicano disse uma asneira (consideramos nós), não se sabe bem de que ramo dos anglicanos, porque os ramos anglicanos são às dezenas e nem sequer o nome sabemos; nem sequer sabemos se ele o disse de verdade, porque não se cita fonte (mas acredito que seja verdade), a conclusão é logo: OS BISPOS (ou seja, TODOS OS BISPOS); mas já não só os anglicanos mas também TODOS OS CATÓLICOS (porque se diz os bispos cristãos)...
Nesta lógica sempre posso dizer: «O ‘monstro de Amstetten’, que durante 24 anos manteve a filha fechada numa cave, violando-a mais de três mil vezes e fazendo-lhe sete filhos, tentou ontem, no primeiro dia daquele que é já considerado o ‘julgamento do século’ na Áustria, desculpar as suas acções afirmando que ele próprio foi vítima de abusos durante a infância» (Correio da Manhã)
TODOS os habitantes de Amstetten, prosseguem a sua vida odionda de abuso de menores. Desta vez foi um homem chamado Josef Fritzl, a ser condenado por tais crimes...
Ou então: Domingos Névoa foi condenado a pagar cinco mil euros pelo crime de corrupção activa. Mais uma vez se prova que TODOS os agentes imobiliários vivem num mundo de corrupção...
E podíamos continuar... As generalização dá para coisas mesmo lindas... Não se espera é que quem quer escrever com rigor e alguma isenção... Mesmo tratando-se de um blog, onde se expressa sobretudo opinião pessoal não deixa de ser importante o rigor...
Saudações
Já agora, não sei se era homossexual ou não, mas não deixou de ser uma acto homofóbico... mas claro, não é notícia:
ResponderEliminar«O padre espanhol Ramiro Ludeño y Amigo, de 64 anos, foi assassinado a tiro, na noite desta Quinta-feira, no bairro brasileiro de Areias, no Recife. O sacerdote era conhecido pela sua participação no Movimento de Apoio aos Meninos de Rua (MAMER), em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana.
Segundo a polícia, o sacerdote foi morto dentro do carro que ia a conduzir, de regresso a casa. Foi alvejado por um tiro no braço, que acabou por perfurar o tórax. A vítima foi socorrida e levada para o Hospital Português, mas não resistiu ao ferimento.
O Pe. Ramiro morava no Brasil há 34 anos. Amigos mais próximos do sacerdote, que acorreram ao Hospital, disseram que ele era muito querido e nunca tinha recebido ameaças.
“Dava-se bem com toda a gente, não acredito que haja motivo para isto", afirmou o coordenador do projecto MAMER, Fernando Sérgio Gomes.
Segundo a polícia, testemunhas descreveram o assassino como jovem, provavelmente adolescente, vestindo uma camisa branca e usando uma mochila azul para esconder a espingarda calibre 12 que foi usada no homicídio. Nada foi roubado, de acordo com as testemunhas»
"Não deixa de ser irónico que o ódio contra os homossexuais seja o assunto que mais consistentemente une os discursos da maioria das religiões e seitas em todo o mundo."
ResponderEliminarNão é irónico. Independentemente das minhas convicções políticas/sociais/religiosas/pessoais, há que ser realista: Homossexualismo é contra-natura.
Daí se perceba o facto de a maioria das religiões (com relevância) sejam anti-homossexuais.
[Obviamente que me podem falar de inúmeros casos do Reino Animalia, inculindo o Homem (vide Renascimento & época Romana) onde podem/iam ocorrer situações (esporádicas) de homossexualismo.]
Mas, como tudo, há exageros e falta de tolerância. E neste caso, como em muitos outros, a falta de tolerância é gritante. Quem apregoa o amor pelo próximo deve demonstrar mais indulgência perante certas situações (p.e. "o caso do preservativo"), ainda que não as aceite.
Concordo com o Alfredo, uma opinião não é o mesmo que um consenso.
ResponderEliminarConcordo também que antes da orientação sexual existe o ser humano, tem todo o direito de ser feliz e construir a sua vida. A meu ver legalmente ele poderiam-se "casar", não via nenhum problema nisso nem me afectava em nada.
Porem deve-se ter em consideração que só pertence a alguma Religião ou seita, quem quer. Cada Religião tem o seu "fio condutor" e consequentemente as suas regras. Há coisa de um mês ouvi na RUM a entrevista do Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, a falar que o casamento, para a Igreja Católica, é a união de duas pessoas que ,gostam uma da outra, de sexo oposto, com vista a partilharem uma vida juntos e deixar descendência. Falou ainda que os homossexuais têm o mesmo direito de serem felizes como todas as pessoas. Insistiu que se deveria separar o que era casamento (definição dada pela igreja) de união de facto (dada pelas leis de cada estado). Eu penso que D. Jorge tem razão. As definições são diferentes.
Agora as declarações desse Bispo são mesmo estúpidas... Ele não tem nada que andar a inflamar os "crentes" da sua seita contra quem é diferente da "regra".
E o que acham da adopção de Crianças por um casal de homossexuais?
Abraço
é como digo no meu blog "pai perdoai-lhe pois ele nao sabe o que diz"
ResponderEliminarPedro Morgado,
ResponderEliminarVolto a dizer o mesmo. Tratar as Igrejas como organizações religiosas é um erro. O que elas fazem é puramente político e para proveito próprio. Daí que não ache boa ideia dar-lhes uma resposta séria a um argumento patético como o apresentado pelo tal bispo. Não levar a sério e deixá-los a berrar sozinhos é o primeiro passo para os tornar irrelevantes.
Caro Professor Alfredo Dinis,
ResponderEliminarCreio que não interpretou o que eu escrevi com a intenção com que o escrevi. O que digo e mantenho é que a homofobia é o assunto que mais consistentemente une os discursos da maioria das religiões e seitas em todo o mundo. Nos outros têm-se visto muitas divergências. Neste não.
Um abraço,
Pedro Morgado
Caro Miguel Braga,
ResponderEliminarJulgo que não leu atentamente o que escrevi. Eu cito vários exemplos dessa campanha das Igrejas cristãs...
Cumprimentos,
Pedro Morgado
Caro Pedro Morgado:
ResponderEliminar«Vários exemplos»?! Três?
Encontrará muitos mais de pessoas que consideram e defendem a união entre duas pessoas do mesmo sexo, dentro da Igreja. Até existe uma Associação de Católicos que defende isso.
Ou seja, não deixou de ser uma generalização desnecessária.
Caro Miguel,
ResponderEliminar1. Que eu saiba a CEP representa todos os bispos católicos portugueses.
2. Essa associação que referiu não é reconhecida pelos bispos portugueses.
Pois Pedro Morgado, falta conhecer melhor a orgânica da Igreja... Não existe aquilo que às vezes alguns dizem «Igreja Nacional» hipoteticamente representada por uma Conferência Episcopal. As Dioceses por sim mesmas, são totalmente autónomas, não respondem perante outra estrutura que não seja Roma. O que nela se decido não deixa de ser muito diferente, por exemplo, do Eixo Atlântico. Pode haver conjugação de esforços e partilhas de experiências, mas pouco mais do que isso. Claro que, em alguns casos, podem os Bispos conceder-lhe essa representatividade, mas não necessariamente. Pode facilmente confirma isso no seguinte: a Concordata foi assinada por quem? Pela CEP?
ResponderEliminarMas, já agora, seria importante ler o documento da CEP a que se refere, não se fique pelos ecos...
Vai ver que o que nele se faz é uma defesa da concepção de «casamento», e não, como diz, uma Campanha, ao que deduzo das suas palavras orquestrada por todos os cristãos contra a homossexualidade.
Já agora diga-me uma época da história em que este assunto foi consensual? Recue o tempo que bem entender. Mesmo para tempos onde, no seu entender, a «mentalidade nefasta e homofóbica» da Igreja não se fez sentir, ou seja, recuando uns dois mil e alguns anos.
Pensar que este assunto seria agora consensual, é ingenuidade. E bem sabe que não é consensual em qualquer meio, seja ele meio religioso ou meio ateu.
Seria honesto intelectualmente reconhecer isto, e não deitar somente lenha para o lado das religiões...