Número redondos, o Theatro Circo acolheu 52.000 visitantes ao longo do último ano. Não há qualquer dúvida, porque não pode haver, de que o Theatro Circo é um excelente catalizador da cultura bracarense e minhota.
No entanto, o desconhecimento prévio das metas que se pretendiam atingir impede qualquer análise séria e objectiva do resultado apresentado. Aguardamos, portanto, a divulgação das metas para 2008.
[Fotografia de Pedro Guimarães]
A UEFA aqui tão longe...
A Federação Portuguesa de Futebol confirmou a retirada de 6 pontos ao Belenenses pela utilização irregular de Meyong, afastando quase definitivamente o clube lisboeta da qualificação para as competições europeias.
Apesar da decisão fazer cair o Belenenses para a oitava posição, o Sporting de Braga pouco virá a beneficiar. Obrigado a facturar mais 4 pontos que o Marítimo em apenas 2 jogos, é mais que certo que Portugal terá menos um cabeça de série na próxima edição da Taça UEFA.
Apesar da decisão fazer cair o Belenenses para a oitava posição, o Sporting de Braga pouco virá a beneficiar. Obrigado a facturar mais 4 pontos que o Marítimo em apenas 2 jogos, é mais que certo que Portugal terá menos um cabeça de série na próxima edição da Taça UEFA.
Aos poucos
Durante muitos séculos a crença num Deus criador foi comum. Aliás, foi não só comum como racionalmente plausível. Porque havia factos a explicar e porque o criacionismo bíblico apresentava-se como a única teoria capaz de o fazer. Claro que havia a concorrência das outras religiões, mas o argumento da heresia era particularmente convicente nesses casos. O argumento da fogueira também não tinha maus resultados.
David Hume atacou de forma incisiva os principais argumentos a favor da tradicional concepção de um Deus criador. Mas faltava-lhe o fundamental: uma explicação alternativa capaz de rivalizar com a hipótese cristã e que pudesse ser pesada na balança dos factos. Por isso, o máximo a que intelectualmente se sentiu obrigado foi a suspensão do juízo em matéria de criação divina. Faltava qualquer coisa que permitisse saltar do tradicional «não sei se a criação foi feita em seis dias» para o actual «mas tu bebes ou quê?».
A revolução veio com Darwin. A explicação que Darwin propôs era simples mas extraordinariamente fecunda. Desde então, deixaram de ser necessários artifícios sobrenaturais para explicar a criação. A hipótese darwinista explicava tudo o que a hipótese bíblica explicava, mas de uma forma muito mais elegante e sem precisar de postular entidades desnecessárias. Era curto e apelativo.
Hoje parecem ridículas as teses bíblicas da criação em seis dias. Posturas como as de Jónatas Machado, que esta semana defendeu o criacionismo em Braga, são praticamente impossíveis de encontrar. O edifício ruiu por dentro. A Igreja adaptou-se e os teológos reviram a hermenêutica. A teologia agilizou-se e tornou-se mais fácil ver metáforas e conotações onde antes havia apenas uma verdade pura e dura. Os tempos mudaram a Igreja fez um lifting. Foi o preço a pagar pela fidelidade dos fiéis em fuga.
Claro que foi um processo gradual. Primeiro aceitou-se que a explicação darwinista era correcta, mas que o processo de selecção natural exigia a mão divina. Depois a mão divina mudou de hospedeiro: era na origem das primeiras formas de vida que residia o toque de Deus. A biologia mostrou que nem para isso era necessário um Deus. E ele conformou-se. Foi aos poucos.
Actualmente, é difícil encontrá-lo. Já não está na criação dos homens nem na sua evolução. Já não está na origem da vida nem na criação dos planetas. Já nem está na Ética. Tem recuado aos poucos, para os únicos lugares que nunca serão perscrutados: para os confins do Universo e para os corações dos fiéis. Os únicos em que nenhum cientista alguma vez poderá entrar para ver se está lá alguém. É o mais sensato. E o mais seguro. Ninguém quer perder o amigo invisível.
David Hume atacou de forma incisiva os principais argumentos a favor da tradicional concepção de um Deus criador. Mas faltava-lhe o fundamental: uma explicação alternativa capaz de rivalizar com a hipótese cristã e que pudesse ser pesada na balança dos factos. Por isso, o máximo a que intelectualmente se sentiu obrigado foi a suspensão do juízo em matéria de criação divina. Faltava qualquer coisa que permitisse saltar do tradicional «não sei se a criação foi feita em seis dias» para o actual «mas tu bebes ou quê?».
A revolução veio com Darwin. A explicação que Darwin propôs era simples mas extraordinariamente fecunda. Desde então, deixaram de ser necessários artifícios sobrenaturais para explicar a criação. A hipótese darwinista explicava tudo o que a hipótese bíblica explicava, mas de uma forma muito mais elegante e sem precisar de postular entidades desnecessárias. Era curto e apelativo.
Hoje parecem ridículas as teses bíblicas da criação em seis dias. Posturas como as de Jónatas Machado, que esta semana defendeu o criacionismo em Braga, são praticamente impossíveis de encontrar. O edifício ruiu por dentro. A Igreja adaptou-se e os teológos reviram a hermenêutica. A teologia agilizou-se e tornou-se mais fácil ver metáforas e conotações onde antes havia apenas uma verdade pura e dura. Os tempos mudaram a Igreja fez um lifting. Foi o preço a pagar pela fidelidade dos fiéis em fuga.
Claro que foi um processo gradual. Primeiro aceitou-se que a explicação darwinista era correcta, mas que o processo de selecção natural exigia a mão divina. Depois a mão divina mudou de hospedeiro: era na origem das primeiras formas de vida que residia o toque de Deus. A biologia mostrou que nem para isso era necessário um Deus. E ele conformou-se. Foi aos poucos.
Actualmente, é difícil encontrá-lo. Já não está na criação dos homens nem na sua evolução. Já não está na origem da vida nem na criação dos planetas. Já nem está na Ética. Tem recuado aos poucos, para os únicos lugares que nunca serão perscrutados: para os confins do Universo e para os corações dos fiéis. Os únicos em que nenhum cientista alguma vez poderá entrar para ver se está lá alguém. É o mais sensato. E o mais seguro. Ninguém quer perder o amigo invisível.
O Criacionismo
«Em suma, a argumentação criacionista descredibiliza-se a si mesma e, pior que isso, descredibiliza o cristianismo, oferecendo alegremente aos seus críticos muitas das armas com que actualmente acreditam conduzir uma guerra conclusiva contra a religião em geral, e contra o cristianismo em particular quando, de facto, apenas combatem contra um moinho de vento.»
[Alfredo Dinis, SJ]
Da leitura deste interessante comentário do jesuíta Alfredo Dinis fica a ideia de que o abandono do criacionismo pelos sectores mais esclarecidos da Igreja Católica pode ser meramente estratégico. Na realidade, a defesa da teoria do criacionismo, sustentada durante séculos pela Igreja Católica como a única explicação aceitável e plausível para a origem da vida, está a tornar-se absolutamente insuportável e, pior do que isso, o patrocínio cego de princípios contrariados por toda a racionalidade e razoabilidade científicas continua a abrir brechas significativas na catequese católica, tornando ainda mais vulneráveis os incipientes fundamentos da fé.
No mesmo texto, Alfredo Dinis escreve que «seria bom não identificar o combate contra este terrível equívoco [do criacionismo] com uma crítica inteligente e informada da religião em geral e do cristianismo em particular.» Mas, na verdade, a crítica inteligente e informada da religião não pode ignorar o facto de existir uma teoria, defendida como dogma durante séculos, que se vai desmoronando às mãos da razão e do conhecimento científico. É que, essa teoria que vai sucumbindo, é tão solidamente fundamentada como as outras: do aborto à homossexualidade e da insolubilidade do casamento à demonização da clonagem terapêutica.
Ainda que este assumir de erros seculares seja positivo, convém não esquecer que apedrejados na Nigéria, enforcados no Irão ou impedidos de conhecer novas formas de tratamento na Europa, hoje, tal como no passado, ainda há quem sucumba injustamente às mãos das certezas absolutas da fé.
[Alfredo Dinis, SJ]
Da leitura deste interessante comentário do jesuíta Alfredo Dinis fica a ideia de que o abandono do criacionismo pelos sectores mais esclarecidos da Igreja Católica pode ser meramente estratégico. Na realidade, a defesa da teoria do criacionismo, sustentada durante séculos pela Igreja Católica como a única explicação aceitável e plausível para a origem da vida, está a tornar-se absolutamente insuportável e, pior do que isso, o patrocínio cego de princípios contrariados por toda a racionalidade e razoabilidade científicas continua a abrir brechas significativas na catequese católica, tornando ainda mais vulneráveis os incipientes fundamentos da fé.
No mesmo texto, Alfredo Dinis escreve que «seria bom não identificar o combate contra este terrível equívoco [do criacionismo] com uma crítica inteligente e informada da religião em geral e do cristianismo em particular.» Mas, na verdade, a crítica inteligente e informada da religião não pode ignorar o facto de existir uma teoria, defendida como dogma durante séculos, que se vai desmoronando às mãos da razão e do conhecimento científico. É que, essa teoria que vai sucumbindo, é tão solidamente fundamentada como as outras: do aborto à homossexualidade e da insolubilidade do casamento à demonização da clonagem terapêutica.
Ainda que este assumir de erros seculares seja positivo, convém não esquecer que apedrejados na Nigéria, enforcados no Irão ou impedidos de conhecer novas formas de tratamento na Europa, hoje, tal como no passado, ainda há quem sucumba injustamente às mãos das certezas absolutas da fé.
Abril Visto de Fora
«Porque eles calam mas tu não!»
Este foi um Abril chuvoso em que o sol, tal como em mil novecentos e setenta e quatro, raiou ao vigésimo quinto dia. Aproveitei-o para passear à beira mar e, ainda que o politicamente correcto convidasse a um subtil esquecimento, não passo ao lado do Abril que vai ficando por se cumprir.
Nesta Grândola que é mais utopia que espaço de civitas, não há cravo que amenize a tristeza de se continuar a fazer da ignorância panaceia para a conquista do voto popular. Levam-nos o fruto do trabalho, qual sangria, e dele fazem sustento para um Estado ineficiente que os paga com salários de ouro e reformas de diamante.
A banda sonora não ajuda. Enquanto cantamos, com cega convicção, que «o povo é quem mais ordena», venderam a ágora, a nossa ágora de sempre, e o que não pagamos ao Estado temos em débito aos oligarcas do cimento. Da estrada à água, da saúde à educação, da natureza à diversão, pagamos o nosso em impostos e o dos outros em subsídios de duvidosa fiscalização.
Não há fraternidade que resista nesta terra que perpetua legislativamente o preconceito infundado e o moralismo bafiento. O Estado é «regulador» do que como e do que bebo, escolhe a cama em que me deito e com quem me posso nela deitar. Mas o preconceito é sagrado, porque benzido.
Tenho para mim que Abril é, obviamente, melhor que isto. Mas hoje, tal como ontem, ainda há demasiada gente a calar...
Este foi um Abril chuvoso em que o sol, tal como em mil novecentos e setenta e quatro, raiou ao vigésimo quinto dia. Aproveitei-o para passear à beira mar e, ainda que o politicamente correcto convidasse a um subtil esquecimento, não passo ao lado do Abril que vai ficando por se cumprir.
Nesta Grândola que é mais utopia que espaço de civitas, não há cravo que amenize a tristeza de se continuar a fazer da ignorância panaceia para a conquista do voto popular. Levam-nos o fruto do trabalho, qual sangria, e dele fazem sustento para um Estado ineficiente que os paga com salários de ouro e reformas de diamante.
A banda sonora não ajuda. Enquanto cantamos, com cega convicção, que «o povo é quem mais ordena», venderam a ágora, a nossa ágora de sempre, e o que não pagamos ao Estado temos em débito aos oligarcas do cimento. Da estrada à água, da saúde à educação, da natureza à diversão, pagamos o nosso em impostos e o dos outros em subsídios de duvidosa fiscalização.
Não há fraternidade que resista nesta terra que perpetua legislativamente o preconceito infundado e o moralismo bafiento. O Estado é «regulador» do que como e do que bebo, escolhe a cama em que me deito e com quem me posso nela deitar. Mas o preconceito é sagrado, porque benzido.
Tenho para mim que Abril é, obviamente, melhor que isto. Mas hoje, tal como ontem, ainda há demasiada gente a calar...
BES Photo: Bracarense Miguel Soares Vence 4ª Edição
O bracarense Miguel Soares foi o vencedor da 4ª Edição do BES Photo, um dos mais prestigiantes prémios nacionais de arte contemporânea A iniciativa é promovida em parceria pelo Banco Espírito Santo e o Museu Colecção Berardo. Eis a história de um bracarense de sucesso que nunca expôs em Braga...
BIOGRAFIA
«Miguel Soares nasceu em Braga a 5 de Julho de 1970. Vive e trabalha em Lisboa. Estudou fotografia no Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa, em 1989, altura em que começou a expor fotografia, e daí até 1995 graduou-se em Design de Equipamento na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Foi artista residente em Nova Iorque, entre 2003 e 2004. Durante esse periodo começou também a produzir objectos escultóricos e instalações por vezes com recurso a luz, som, vídeo e movimento.
Expôs individualmente em 2007 no Museu da Electricidade e na Galeria Graça Brandão, Lisboa. Já este ano, Miguel Soares expôs na Universidade de Coimbra.
Presentemente, Miguel Soares é professor convidado da Universidade do Algarve (Faro), leccionando a cadeira de Vídeo e Imagem Digital. No trabalho de Miguel Soares podemos identificar certos elementos, como uma reflexão sobre o real e uma análise dos mecanismos que regulam e determinam a percepção. Por exemplo, na sua nova série "Planets" (2008), o artista recorre à fotografia convencional para gerar uma série de ilusões que vão sendo desvendadas à medida que vamos percorrendo as imagens...
"A nossa vontade de aceitar a ilusão, mesmo em casos inverosímeis e tecnicamente imperfeitos, a chamada teoria da "Suspension of Disbelief" interessa-me imenso. Há coisas que víamos há vinte anos atrás e pareciam altamente verosímeis e realistas e que hoje em dia parecem muito mal feitas."»
Ligações Interessantes:
Site Pessoal de Miguel Soares
Liine HD, Miguel Soares 2008 :: You Tube
Veja a foto premiada do BES Photo 2007 :: IOL Diário
Miguel Soares é o novo vencedor do Prémio BESPhoto :: PúblicoLiine HD, Miguel Soares 2008 :: You Tube
Veja a foto premiada do BES Photo 2007 :: IOL Diário
Miguel Soares vencedor do IV Prémio Bes Photo :: RTP
Prémio BES Photo: Ministro da Cultura enaltece trabalho de galeristas, curadores e leiloeiros :: RTP
Planetas e limusinas conquistam BES Photo :: Diário de Notícias
[agradecimento especial ao Bruno Gonçalves pelas preciosas informações que me fez chegar sobre Miguel Soares e o BES Photo]
[Avenida do Mal] Sétimo Dia
Não vejo como adiar o que não fiz, nem aqui nem em lado nenhum: o meu comentário ou sequer a referência à morte do Monsenhor Melo. Pareceria estranho de minha parte que tanto o utilizei nas paródias e nas metáforas, ironias, exercícios plenos da minha idiossincrasia. Aliás, apanhou-me a notícia com algum desamparo. E lamentei-a com a humanidade de quem desconhece o processo e a experiência da morte, porque também ninguém sobra para a contar e a editar em artigo, e os que dizem que de lá voltaram, falam em túneis e luzes ao fundo. Conversa que parece típica de português e madeirense: túneis e luz ao fundo. Mais os túneis que as luzes.
Mas de todo me parece uma desgraça, a morte do cónego Melo, pelo que se lê nas entrelinhas de tanta gente que lhe guardava rancor. Coisa de que estamos sujeitos todos, sempre que nos empoleiramos algures com bons, razoáveis ou piores motivos.
Também não lhe ergo estátuas em gratidão, nem assino petições contra ou a favor, porque o mais próximo que tivemos um do outro, foi na pompa da minha Comunhão Solene e ele fez a gentileza de me dar um bocado da hóstia grande que eles levantam alto no Ofertório, e levam na Comunhão à boca, depois de partida em 2 ou 3 bocados. Eu fiquei com um deles, tinha 12 anos, lido a Primeira Leitura e achei-me um burguês.Mesmo que não tenha provado o vinho. E isso não chega para uma estátua.
Verdade é que, não lhe conhecendo a vida em pormenor, deixou-me um vazio literário. É aí o meu luto. O cónego Melo era uma figura misteriosa, daquelas de romance de conspiração, de preto e, nalgumas fotos que lhe vi, com batina de cinta vermelha - cor que mandaria botar fogo noutros contextos talvez, ou lhe fizesse explodir de fúria. Como alguns outros, monsenhores e leigos, padres e diáconos, em discussão de coisas da sociedade, plenas de pecado.
Mas mais, Cónego Melo simbolizava, ainda que romantizada porventura, esta promiscuidade presente, anos depois de derrubado um regime assente no pior do catolicismo, de como o poder político precisa e faz por precisar de manter um apego à máscara clerical para santificar ou purgar, em funerais e fotografias, muitas das suas acções e condutas. Infelizmente, não há frente laicista de governo que disfarce o beatismo confesso de alguns dos seus autarcas, nos discursos como homilias e nos apelos às prostrações...
Mas de todo me parece uma desgraça, a morte do cónego Melo, pelo que se lê nas entrelinhas de tanta gente que lhe guardava rancor. Coisa de que estamos sujeitos todos, sempre que nos empoleiramos algures com bons, razoáveis ou piores motivos.
Também não lhe ergo estátuas em gratidão, nem assino petições contra ou a favor, porque o mais próximo que tivemos um do outro, foi na pompa da minha Comunhão Solene e ele fez a gentileza de me dar um bocado da hóstia grande que eles levantam alto no Ofertório, e levam na Comunhão à boca, depois de partida em 2 ou 3 bocados. Eu fiquei com um deles, tinha 12 anos, lido a Primeira Leitura e achei-me um burguês.Mesmo que não tenha provado o vinho. E isso não chega para uma estátua.
Verdade é que, não lhe conhecendo a vida em pormenor, deixou-me um vazio literário. É aí o meu luto. O cónego Melo era uma figura misteriosa, daquelas de romance de conspiração, de preto e, nalgumas fotos que lhe vi, com batina de cinta vermelha - cor que mandaria botar fogo noutros contextos talvez, ou lhe fizesse explodir de fúria. Como alguns outros, monsenhores e leigos, padres e diáconos, em discussão de coisas da sociedade, plenas de pecado.
Mas mais, Cónego Melo simbolizava, ainda que romantizada porventura, esta promiscuidade presente, anos depois de derrubado um regime assente no pior do catolicismo, de como o poder político precisa e faz por precisar de manter um apego à máscara clerical para santificar ou purgar, em funerais e fotografias, muitas das suas acções e condutas. Infelizmente, não há frente laicista de governo que disfarce o beatismo confesso de alguns dos seus autarcas, nos discursos como homilias e nos apelos às prostrações...
Braga no Mapa dos Desportos Motorizados
«O renovado Circuito Vasco Sameiro recebe nos dias 26 e 27 de Abril a primeira prova do Campeonato de Portugal de Circuitos (PTCC), numa jornada que tem ainda o Campeonato de Portugal de Clássicos, Clássicos 1300 e Vodafone Sprint e Endurance by Seat.»
A Lógica Regional
© Jsome1
É hoje que Guimarães apresenta em Bruxelas a candidatura formal ao estatuto de Capital Europeia da Cultura em 2012. Sensato, o programa promete ser feito à medida das necessidades culturais da região, apostando nas potencialidades dos vizinhos para maximizar os proveitos e minimizar os custos da organização.
Ouvi há pouco António Magalhães explicar à Antena 1 as linhas mestras da candidatura. Enaltecendo as potencialidades da região, o Presidente da Câmara de Guimarães prometeu emprestar uma visão regional à empreitada, trabalhando em conjunto com as cidades vizinhas.
A aposta é feliz. O que se espera (e se deseja) é que a boa vontade do edil vimaranense seja o primeiro passo para a criação de uma Agenda Cultural conjunta que agrupe, pelo menos, os concelhos do Quadrilátero Urbano do Minho. Programar para 600.000 habitantes traduzir-se-ia, inexoravelmente, num aumento significativo da diversidade e da qualidade dos programas. Vamos a isso?
Guimarães aposta na reabilitação da identidade da cidade :: TSF
Tecnologia do couro é a mão que embala o berço :: Diário de Notícias
Guimarães é hoje proposta para capital da Cultura em 2012 :: Público
Presidente da Câmara de Guimarães apresenta hoje em Bruxelas propostas concretas :: RTP
Câmara de Guimarães "confiante" no sucesso do projecto português :: RTP
O meu boato é melhor que o teu (II)
A imprensa desportiva pratica o melhor humor nacional. Depois de Boloni ter assinado pelo Braga, segundo A BOLA, afinal o novo treinador é Jorge Jesus, garante O JOGO. Como facilmente se percebe, só uma das notícias poderá ser verdade e, assim sendo, é impressionante a quantidade de pormenores que os jornalistas desportivos são capazes de inventar.
Confira aqui o filme de Novembro passado.
Confira aqui o filme de Novembro passado.
Serviço Público no Small Brother
Lição nº 1: Desmontar a publicidade dos bancos
«12,0% = 3,3 %! Desprezar o prospecto, passar a frente do texto, sossegar as hormonas, ir a ultima pagina, encontrar as letras pequenas, e multiplicar TANB por 80%.»
Lição nº 2: A estabilidade é uma farsa
«Quando o governo afixa a inflação nos 3%, o aumento dos encargos financeiros em 250 € reduziu o poder de compra bem acima dos 15%. É essa a inflação real, sentida no orçamento familiar. A estabilidade é uma farsa. A factura é real. O monopólio de estado é um mau serviço.»
«12,0% = 3,3 %! Desprezar o prospecto, passar a frente do texto, sossegar as hormonas, ir a ultima pagina, encontrar as letras pequenas, e multiplicar TANB por 80%.»
Lição nº 2: A estabilidade é uma farsa
«Quando o governo afixa a inflação nos 3%, o aumento dos encargos financeiros em 250 € reduziu o poder de compra bem acima dos 15%. É essa a inflação real, sentida no orçamento familiar. A estabilidade é uma farsa. A factura é real. O monopólio de estado é um mau serviço.»
Avenidas Breves
José Saramago diz que «falta em Portugal espírito crítico». Penso que nisso estamos todos de acordo.
Alfredo Maia, presidente do Sindicato dos Jornalistas, veio a Guimarães dizer que os «maus jornais levam à criação de blogues». Penso que nisto também estaremos todos de acordo.
«Braga: O Comércio Está no Centro» é o mote da nova campanha que invadiu a capital minhota. Sejam quem forem os seus autores, nota positiva para o impacto.
Chegou o novo site do jornal "O Balcão". O novo figurino, quer pela forma quer pelos conteúdos disponibilizados, parece suplantar as edições online dos diários minhotos.
Alfredo Maia, presidente do Sindicato dos Jornalistas, veio a Guimarães dizer que os «maus jornais levam à criação de blogues». Penso que nisto também estaremos todos de acordo.
«Braga: O Comércio Está no Centro» é o mote da nova campanha que invadiu a capital minhota. Sejam quem forem os seus autores, nota positiva para o impacto.
Chegou o novo site do jornal "O Balcão". O novo figurino, quer pela forma quer pelos conteúdos disponibilizados, parece suplantar as edições online dos diários minhotos.
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Os Nossos Neurónios
Esta entrevista desvenda mais alguns bons motivos para se escolher a Universidade do Minho para estudar ou trabalhar.
Por Quem os Sinos Dobram? (IV)
Ainda às voltas com o polémico comunicado da Câmara Municipal de Braga, Henrique de Almeida escreve no Diário do Minho:
«Obviamente que todos nos podemos pronunciar sobre tudo, mas convém que cada um saiba ocupar “o seu lugar”. Não é o que acontece com este comunicado (no mínimo) trauliteiro do gabinete da presidência da CMB assinado pelo Sr. Mesquita adjunto. E justifico. O comunicado, pretensamente de um organismo público, responde pelo presidente que devia ser o de “todos os cidadãos”, toma a posição clara e inequívoca do secretariado do seu partido. [...] Há, ainda, neste tipo de comunicados uma linguagem cheia de ironia, por vezes a roçar alguma má criação que, não sendo original mas desculpável nas refregas partidárias, reflecte o nível por onde anda o “gabinete da presidência” da CMB pago pelos impostos de todos nós. E eu não quero pagar para este tipo de “serviço (que devia ser) público”! A “parceria Mesquita e Mesquita” devia mudar-se imediatamente para instalações próprias, pagos por dinheiros próprios, na Avenida João XXI, e deixar a Praça do Município à exclusiva governação da polis.»
Pode ler sobre este assunto no Avenida: 1, 2 e 3.
«Obviamente que todos nos podemos pronunciar sobre tudo, mas convém que cada um saiba ocupar “o seu lugar”. Não é o que acontece com este comunicado (no mínimo) trauliteiro do gabinete da presidência da CMB assinado pelo Sr. Mesquita adjunto. E justifico. O comunicado, pretensamente de um organismo público, responde pelo presidente que devia ser o de “todos os cidadãos”, toma a posição clara e inequívoca do secretariado do seu partido. [...] Há, ainda, neste tipo de comunicados uma linguagem cheia de ironia, por vezes a roçar alguma má criação que, não sendo original mas desculpável nas refregas partidárias, reflecte o nível por onde anda o “gabinete da presidência” da CMB pago pelos impostos de todos nós. E eu não quero pagar para este tipo de “serviço (que devia ser) público”! A “parceria Mesquita e Mesquita” devia mudar-se imediatamente para instalações próprias, pagos por dinheiros próprios, na Avenida João XXI, e deixar a Praça do Município à exclusiva governação da polis.»
Pode ler sobre este assunto no Avenida: 1, 2 e 3.
Guimarães.
«Num Norte policêntrico, o Porto será o núcleo de uma rede com pólos fortes, com a sua própria identidade e protagonismo. Guimarães é, a esse título, um caso a ter em conta. Pela mão do seu discreto presidente da Câmara, António Magalhães, a cidade tem vindo a traçar e concretizar uma estratégia exemplar, traduzida na classificação do seu Centro Histórico como património mundial ou na recuperação e edificação do Centro Cultural Vila Flor. A designação de Guimarães para capital europeia da cultura em 2012 é, por uma vez, um acto de justiça. Que ao mesmo tenha estado ligada uma ministra natural de Braga não deixa de ser simbólico de uma nova mentalidade que ultrapassa invejas serôdias, alimentadas, durante muitos anos, pelo Poder Central.» [Alberto Castro no Jornal de Notícias]
A este propósito sugiro a (re)leitura deste texto que aqui deixei em Novembro passado.
A este propósito sugiro a (re)leitura deste texto que aqui deixei em Novembro passado.
Goste-se ou não... (III)
António Marques, Presidente da Associação Industrial do Minho
«Defendo que aqueles que se bateram pela homenagem ao cónego Melo, lembrando a sua vida e obra numa praça de Braga, têm, agora, de retomar o processo.»
Bloco de Esquerda
«Querem bater-se? Vamos bater-nos.»
Ricardo Rio, Juntos por Braga
«desencadear debates precipitados sobre o assunto poderá ter um efeito contraproducente sobre os objectivos que presidem a essa homenagem, face ao extremar de posições ainda latente em muitos sectores da sociedade Bracarense.»
Mais Notícias
Milhares de pessoas na despedida ao cónego Melo :: Jornal de Notícias
Ideia da estátua pode vir a ser recuperada :: Jornal de Notícias
Milhares de pessoas no funeral do cónego Melo :: Diário de Notícias
Lenços e palmas no adeus ao Cónego Eduardo de Melo :: Diário do Minho
Cinco mil pessoas acompanharam cerimónias fúnebres :: Agência Lusa
Cónego Melo encheu a Sé :: Correio do Minho
Comunicado :: S. C. Braga
«Defendo que aqueles que se bateram pela homenagem ao cónego Melo, lembrando a sua vida e obra numa praça de Braga, têm, agora, de retomar o processo.»
Bloco de Esquerda
«Querem bater-se? Vamos bater-nos.»
Ricardo Rio, Juntos por Braga
«desencadear debates precipitados sobre o assunto poderá ter um efeito contraproducente sobre os objectivos que presidem a essa homenagem, face ao extremar de posições ainda latente em muitos sectores da sociedade Bracarense.»
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Cinco mil pessoas acompanharam cerimónias fúnebres :: Agência Lusa
Cónego Melo encheu a Sé :: Correio do Minho
Comunicado :: S. C. Braga
Bracarenses Ilustres Ainda Sem Estátua
D. Diogo de Sousa, Arcebispo de Braga (1461-1532)
André Soares, Arquitecto (1720-1769)
Carlos Amarante, Engenheiro e Arquitecto (1748-1815)
Moura Coutinho, Arquitecto (1872-1954)
Elísio de Moura, 1º Bastonário da Ordem dos Médicos (1877-1977)
Tomaz de Figueiredo, Escritor (1902-1970)
Francisco Salgado Zenha, Advogado e Político (1923-1993)
André Soares, Arquitecto (1720-1769)
Carlos Amarante, Engenheiro e Arquitecto (1748-1815)
Moura Coutinho, Arquitecto (1872-1954)
Elísio de Moura, 1º Bastonário da Ordem dos Médicos (1877-1977)
Tomaz de Figueiredo, Escritor (1902-1970)
Francisco Salgado Zenha, Advogado e Político (1923-1993)
Já foi tarde...
«A Administração da Sporting Clube de Braga - Futebol, SAD recebeu e aceitou o pedido de cessação de contrato do Prof. Manuel Machado.»
Cumpriu-se assim um divórcio que devia ter acontecido em Janeiro. As consequências estão à vista de todos!
Cumpriu-se assim um divórcio que devia ter acontecido em Janeiro. As consequências estão à vista de todos!
O Eléctrico de Murcia
Enquanto não se conhecem os resultados do estudo sobre o regresso do transporte urbano sobre carris à cidade de Braga, sugiro a visita ao site da Tranvimur, «un transporte público rápido, ecológico, seguro y económico» da Múrcia do Século XXI. [endereço do portal enviado por Dario Silva]
Goste-se ou não... (II)
Ademar Santos, no abnoxio, escreve descomplexadamente sobre o Cónego Melo.
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (1)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (2)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (3)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (4)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (5)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (6)
P.S. - Agradeço moderação nos comentários a este post
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (1)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (2)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (3)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (4)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (5)
Ecos da Morte de Eduardo Melo... (6)
P.S. - Agradeço moderação nos comentários a este post
[Avenida do Mal] E Tudo o Ventre Levou
O vazio legal sobre a Reprodução Medicamente Assistida resultou numa lei aprovada em 2007 pelo PS e pelo BE com características um tanto ou quanto paternalistas e a roçar o tacanho. Contraditórias aliás, para quem confia na responsabilidade dos cidadãos, defendendo o divórcio a pedido, e restringe o acesso da mesma técnica às exigências de gente bem casada. Já fiz questão de abordar o assunto numa crónica anterior. No entanto pouco insisti na tentativa de estatização do útero materno.
Antes de qualquer fantasia reprodutiva, histórias da Globo, como novelas, de mães a aguentar a gestação de netos em vez da filha de ventre seco é coisa que em Portugal impossível, pelo menos oficialmente. A chamada maternidade de substituição é, aqui, interdita e penalizada com a sentença moral de mãe obrigatória.
Basicamente, um casal que deseje ter um filho biológico, gerado por fecundação de um oócito materno (retirado do ovário da mulher) e um espermatozóide do pai, assim que implantado numa mulher externa ao casal, que acordou livremente viabilizar a gestação ou a gravidez, fica privado da paternidade do rebento que dali vier a nascer. Caso a regulação vir o caso denunciado, a gestante fica de imediato com o direito sobre a criança, para lá dos penosos custos processuais.
A lei basicamente, terá por base a motivação socialista de impedir o que poderia ser um mercado de úteros, em que as barrigas de aluguer se tornariam um apetecido e lucrativo, senão um derradeiro, negócio para mulheres em difícil condição económica. Mas não é com este tipo de impedimento legislativo que se consegue fazer a prevenção da… maternidade de vão de escada.
Primariamente, o Estado deve empenhar-se na formação ética e sexual dos seus cidadãos. de modo a capacitá-los, para além doutras, de competências de negociação perante um acto que pode demonstrar-se altamente generoso, solidário e moralmente legítimo. E só depois regular as condições em que, a troco das merecidas contrapartidas, uma mulher saudável, psicológica e biologicamente disponível, possibilita a um casal de consumar o projecto de ver os seus traços no filho, abdicando de quaisquer direitos sobre esta criança.
No entanto, não devem os leitores esperar de mim uma opinião de guru dos úteros de aluguer. A qualquer casal - ou singular, porque não - com problemas de fertilidade e com desejo de educar um ou mais filhos, devem ser estimuladas as alternativas, e nisto torna-se pertinente a insistência na adopção como opção viável e valorizada. A paternidade e a maternidade fazem-se mais dos laços dos afectos do que de hélices de DNA. Mas se os tribunais se negam a entender esse valor, o legislador, na maioria dos assentos em São Bento, ainda não desfez, como faz por complicar, a complexa teia burocrática do processo de adopção.
Antes de qualquer fantasia reprodutiva, histórias da Globo, como novelas, de mães a aguentar a gestação de netos em vez da filha de ventre seco é coisa que em Portugal impossível, pelo menos oficialmente. A chamada maternidade de substituição é, aqui, interdita e penalizada com a sentença moral de mãe obrigatória.
Basicamente, um casal que deseje ter um filho biológico, gerado por fecundação de um oócito materno (retirado do ovário da mulher) e um espermatozóide do pai, assim que implantado numa mulher externa ao casal, que acordou livremente viabilizar a gestação ou a gravidez, fica privado da paternidade do rebento que dali vier a nascer. Caso a regulação vir o caso denunciado, a gestante fica de imediato com o direito sobre a criança, para lá dos penosos custos processuais.
A lei basicamente, terá por base a motivação socialista de impedir o que poderia ser um mercado de úteros, em que as barrigas de aluguer se tornariam um apetecido e lucrativo, senão um derradeiro, negócio para mulheres em difícil condição económica. Mas não é com este tipo de impedimento legislativo que se consegue fazer a prevenção da… maternidade de vão de escada.
Primariamente, o Estado deve empenhar-se na formação ética e sexual dos seus cidadãos. de modo a capacitá-los, para além doutras, de competências de negociação perante um acto que pode demonstrar-se altamente generoso, solidário e moralmente legítimo. E só depois regular as condições em que, a troco das merecidas contrapartidas, uma mulher saudável, psicológica e biologicamente disponível, possibilita a um casal de consumar o projecto de ver os seus traços no filho, abdicando de quaisquer direitos sobre esta criança.
No entanto, não devem os leitores esperar de mim uma opinião de guru dos úteros de aluguer. A qualquer casal - ou singular, porque não - com problemas de fertilidade e com desejo de educar um ou mais filhos, devem ser estimuladas as alternativas, e nisto torna-se pertinente a insistência na adopção como opção viável e valorizada. A paternidade e a maternidade fazem-se mais dos laços dos afectos do que de hélices de DNA. Mas se os tribunais se negam a entender esse valor, o legislador, na maioria dos assentos em São Bento, ainda não desfez, como faz por complicar, a complexa teia burocrática do processo de adopção.
pintura de Alice Neel
Goste-se ou não...
... morreu uma das figuras mais proeminentes da cidade de Braga.
Cónego Melo morreu hoje em Fátima
Cónego Melo tornou-se conhecido por combater comunismo no pós-25 de Abril
"É uma grande perda" - Mesquita Machado
Cónego Melo morreu hoje em Fátima
Cónego Melo tornou-se conhecido por combater comunismo no pós-25 de Abril
"É uma grande perda" - Mesquita Machado
Gostava de ter escrito...
«A 16 de Abril, a praxe já deveria ter surtido o efeito pretendido, que é a integração dos caloiros, e já deveria ter acabado. Se esse objectivo não foi alcançado, tantos meses depois, diz o bom senso que seria altura de mudar de estratégia e de acabar com as cenas intermináveis de universitários a “comer relva”. Ou não?!» [Luísa Teresa Ribeiro]
PSD: A Crise Continua...
No próximo dia 24 de Maio, o PSD vai conhecer o sexto líder num período de apenas quatro anos. Menezes não resistiu ao colete de forças imposto pelas elites do partido que, dia após dia, com ou sem razões, foram minando uma liderança que, embora não tivesse muito tempo para se dar a conhecer, acaba por deixar o partido ainda mais estilhaçado do que o encontrara.
O PSD caminha alegremente para o abismo. Não vejo como podem entender-se quando cada acto eleitoral é uma tempestade que só serve para alimentar ódios pessoais e cujos escombros alimentam longos meses de convalescença. Razão tinha Pedro Correia quando, em Setembro de 2007, escreveu que «quando o PSD mais precisava de se virar para a sociedade, quando mais precisava de se reconciliar com o País real, ficou ainda mais fechado sobre si próprio, mergulhado em sucessivas convulsões internas.»
A estrutura interna do partido não é alheia à crise. Em vez de grupos ou correntes de opinião, organizam-se em clãs que debatem estilos e estratégias de assalto ao poder (lembram-se dos aplausos frenéticos ao discurso taticista de Manuela Ferreira Leite no último congresso?). Como existem mais patriarcas do que clãs, os confrontos eternizam-se tornando infernal a governação do partido.
O PSD precisa de paz para se libertar do castigo de Sísifo a que se tem auto-condenado. Infelizmente para o país, a paz parece demasiado distante.
P.S. - As declarações de Aguiar Branco estiveram no epicentro da crise do PSD e, como tal, não tenho dúvidas de que este «burguês do Porto», assim lhe chama João Jardim, será candidato às próximas eleições internas. Pedro Passos Coelho fala amanhã. Rui Rio está condicionado pela data, Santana Lopes pelo passado. Haverá uma terceira via?
O PSD caminha alegremente para o abismo. Não vejo como podem entender-se quando cada acto eleitoral é uma tempestade que só serve para alimentar ódios pessoais e cujos escombros alimentam longos meses de convalescença. Razão tinha Pedro Correia quando, em Setembro de 2007, escreveu que «quando o PSD mais precisava de se virar para a sociedade, quando mais precisava de se reconciliar com o País real, ficou ainda mais fechado sobre si próprio, mergulhado em sucessivas convulsões internas.»
A estrutura interna do partido não é alheia à crise. Em vez de grupos ou correntes de opinião, organizam-se em clãs que debatem estilos e estratégias de assalto ao poder (lembram-se dos aplausos frenéticos ao discurso taticista de Manuela Ferreira Leite no último congresso?). Como existem mais patriarcas do que clãs, os confrontos eternizam-se tornando infernal a governação do partido.
O PSD precisa de paz para se libertar do castigo de Sísifo a que se tem auto-condenado. Infelizmente para o país, a paz parece demasiado distante.
P.S. - As declarações de Aguiar Branco estiveram no epicentro da crise do PSD e, como tal, não tenho dúvidas de que este «burguês do Porto», assim lhe chama João Jardim, será candidato às próximas eleições internas. Pedro Passos Coelho fala amanhã. Rui Rio está condicionado pela data, Santana Lopes pelo passado. Haverá uma terceira via?
A Gata Não Morre!
Não partilho a angústia do Samuel. Se há coisa em que eles se profissionalizaram foi na organização do Enterro.
Por Quem os Sinos Dobram? (III)
Em face de alguns comentários manifestamente desonestos, acrescento algumas notas:
1. Tratando-se de um funcionário do Gabinete da Presidência, João Paulo Mesquita não pode, obviamente, ser responsabilizado pelo teor do comunicado. Aliás, se a encomenda foi a que se adivinha, cumpriu exemplarmente a sua tarefa.
2. A Câmara de Braga tem, obviamente, o direito (e o dever) de esclarecer os munícipes sobre todas as matérias da governação autárquica. Mas sejamos sérios e não confundamos o exercício do direito (e dever) de informar com a publicitação, através dos meios da autarquia, de juízos de valor altamente subjectivos sobre a actividade partidária da oposição, num tom que me escuso voltar a qualificar.
3. A acusação de parcialidade que me imputam é, obviamente, o argumento que resta a alguns anónimos descontentes com a minha análise. Mas, como pode ler-se aqui, não fui quem mudou de opinião.
P.S. - Sugiro a leitura deste post, no Café Toural.
P.S. 2 - Afinal, ainda que com brandura, houve na imprensa quem ousasse qualificar o comunicado da Câmara («numa linguagem algo violenta» pode ler-se no Diário do Minho).
1. Tratando-se de um funcionário do Gabinete da Presidência, João Paulo Mesquita não pode, obviamente, ser responsabilizado pelo teor do comunicado. Aliás, se a encomenda foi a que se adivinha, cumpriu exemplarmente a sua tarefa.
2. A Câmara de Braga tem, obviamente, o direito (e o dever) de esclarecer os munícipes sobre todas as matérias da governação autárquica. Mas sejamos sérios e não confundamos o exercício do direito (e dever) de informar com a publicitação, através dos meios da autarquia, de juízos de valor altamente subjectivos sobre a actividade partidária da oposição, num tom que me escuso voltar a qualificar.
3. A acusação de parcialidade que me imputam é, obviamente, o argumento que resta a alguns anónimos descontentes com a minha análise. Mas, como pode ler-se aqui, não fui quem mudou de opinião.
P.S. - Sugiro a leitura deste post, no Café Toural.
P.S. 2 - Afinal, ainda que com brandura, houve na imprensa quem ousasse qualificar o comunicado da Câmara («numa linguagem algo violenta» pode ler-se no Diário do Minho).
Do Urbanismo em Braga
«Braga é uma cidade sem sorte, porque o tempo não se aliou a ela e porque ela não se aliou ao rio. E porque foi tratada com a leviandade de alguém que recebe uma fabulosa herança que não lhe custou a ganhar. Braga é uma cidade sem sorte, a não ser a sorte de haver nela uma música visual que soa acima de qualquer ruído. Mas, nos últimos anos, Braga foi aquilo que nos envergonha. Abriu-se o tempo do desprezo para com ela, iniciou-se um caminho que levaria ao precipício. Tudo se passou ao contrário. Tudo parece trocado. Até as palavras com que nomeamos os seus males e os seus bens. Braga é hoje uma cidade enlouquecida pelos maus tratos. É uma cidade onde avançou o que devia ter parado e onde parou o que devia ter avançado.»
Assim escreve Pedro Antunes, parafraseando José Manuel dos Santos. Depois da praça desfeita, do rio esquecido e do mercado abandonado, o urbanismo em Braga volta a ser notícia.
Operação: Impermeabilização e betonização total do país :: Georden
Construções à moda de Braga :: Ágora
Prédio polémico nasce em Nogueiró :: Jornal de Notícias
Câmara embarga prédio em Nogueiró :: Jornal de Notícias
Moradores denunciam obras ilegais em Celeirós :: Jornal de Notícias
Braga: Técnicos da Câmara em Tribunal :: Portugal Diário
Assim escreve Pedro Antunes, parafraseando José Manuel dos Santos. Depois da praça desfeita, do rio esquecido e do mercado abandonado, o urbanismo em Braga volta a ser notícia.
Operação: Impermeabilização e betonização total do país :: Georden
Construções à moda de Braga :: Ágora
Prédio polémico nasce em Nogueiró :: Jornal de Notícias
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Moradores denunciam obras ilegais em Celeirós :: Jornal de Notícias
Braga: Técnicos da Câmara em Tribunal :: Portugal Diário
Serviço de Urgência
Numa urgência médica, a gestão das expectativas é tão importante como o factor tempo. Não há nada pior que esperar por uma chamada que não se sabe quando chega.
Por Quem os Sinos Dobram? (II)
O que realmente me choca é que amanhã o comunicado esteja acriticamente transcrito nas páginas dos jornais. Sem contraditório. Sem qualquer questionamento da legitimidade da difusão de um documento daquele teor através dos meios oficiais da Câmara. Sem qualquer onda de contestação por parte da sociedade civil bracarense. Sem qualquer voz de descontentamento por parte das chamadas elites pensantes.
Por Quem os Sinos Dobram?
Há uns tempos, um amigo de Lisboa espantava-se com a minha paciência para a discussão dos assuntos locais e regionais. Dizia-me na ocasião que a política regional/local não lhe interessava porque era raivosa e bafienta. Pois é bom que saibam os leitores, se é que não estão fartos de o saber, que a política de Braga é raivosa, bafienta e pérfida. Mas as coisas são o que são e diz o povo, que normalmente não se engana, que «o abuso vem do costume».
Serve o intróito para expressar em palavras livres, coisa tão rara numa cidade de tanta gente esquecida e comprometida, o nojo que me assola quando leio o último comunicado difundido pelo Canal Informativo da Câmara Municipal de Braga.
É o próprio documento que assume, com desassombrada lucidez, «que não compete à Presidência da Câmara Municipal de Braga reflectir sobre [um] facto puramente partidário.» Contudo, este rasgo de responsabilidade não impediu o dislate e, ao longo de onze parágrafos, onze, mais não se lê que um destilar de ódio político-partidário. É inacreditável para quem lê, é infame para a terra e é desonroso para a democracia.
Dispenso-me comentar o conteúdo porque a lama deve evitar-se a todo o custo. Contudo, não posso silenciar a minha indignação perante o último parágrafo: «Em tão breves palavras, ficará, pelo menos, o candidato do “partido-de-luís-filipe-menezes” a saber algo de mais útil para o exercício de cidadão bracarense do que aquilo que o grupo de convidados lhe repetiu sexta-feira passada.»
Estranho tamanha presunção. É que, quem tão afincadamente diz respeitar a academia, não pode sentir-se, com uma dezena de parágrafos mal digeridos, mais útil do que foram as conferências do tal «grupo de convidados» que incluía personalidades como Luís Filipe Lobo-Fernandes (Pró-Reitor da Universidade do Minho), Pio G. Alves de Sousa (Presidente da Comissão Instaladora do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa) ou Maria Cecília Leão (Presidente da Escola de Ciências da Saúde).
Questiono, porque é urgente questioná-lo quando a democracia está em ruínas, a legitimidade do uso de meios públicos para a difusão de um documento cujo conteúdo não vai além da política de sarjeta, servida num estilo trauliteiro, soez e brejeiro. Não teria sido mais avisado escrevê-lo num comunicado do «partido-do-josé-sócrates»?
Serve o intróito para expressar em palavras livres, coisa tão rara numa cidade de tanta gente esquecida e comprometida, o nojo que me assola quando leio o último comunicado difundido pelo Canal Informativo da Câmara Municipal de Braga.
É o próprio documento que assume, com desassombrada lucidez, «que não compete à Presidência da Câmara Municipal de Braga reflectir sobre [um] facto puramente partidário.» Contudo, este rasgo de responsabilidade não impediu o dislate e, ao longo de onze parágrafos, onze, mais não se lê que um destilar de ódio político-partidário. É inacreditável para quem lê, é infame para a terra e é desonroso para a democracia.
Dispenso-me comentar o conteúdo porque a lama deve evitar-se a todo o custo. Contudo, não posso silenciar a minha indignação perante o último parágrafo: «Em tão breves palavras, ficará, pelo menos, o candidato do “partido-de-luís-filipe-menezes” a saber algo de mais útil para o exercício de cidadão bracarense do que aquilo que o grupo de convidados lhe repetiu sexta-feira passada.»
Estranho tamanha presunção. É que, quem tão afincadamente diz respeitar a academia, não pode sentir-se, com uma dezena de parágrafos mal digeridos, mais útil do que foram as conferências do tal «grupo de convidados» que incluía personalidades como Luís Filipe Lobo-Fernandes (Pró-Reitor da Universidade do Minho), Pio G. Alves de Sousa (Presidente da Comissão Instaladora do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa) ou Maria Cecília Leão (Presidente da Escola de Ciências da Saúde).
Questiono, porque é urgente questioná-lo quando a democracia está em ruínas, a legitimidade do uso de meios públicos para a difusão de um documento cujo conteúdo não vai além da política de sarjeta, servida num estilo trauliteiro, soez e brejeiro. Não teria sido mais avisado escrevê-lo num comunicado do «partido-do-josé-sócrates»?
A tecla de sempre II
A entrada da semana passada justificou alguns comentários. Alguns já eram expectáveis. Vergastam o neoliberalismo selvagem, esquecendo que a flexisegurança é uma invenção desse paraíso social-democrata que é a Escandinávia. O disparate do costume.
Mas outros colocam questões interessantes. A leitora Lois Lane afirma: «(...) a experiência no nosso mercado laboral mostra que se o “velhadas” for para a rua o mais provável é nunca mais ninguém venha a ser contratado para aquele lugar, em condições similares. O posto de trabalho extingue-se». Mas não é bem assim.
Suponhamos que a empresa x quer despedir o empregado y porque o posto de trabalho já não é necessário. Suponhamos ainda que a legislação laboral não o permite. Neste caso, a legislação laboral está a manter um emprego desnecessário. O que é óptimo para o empregado mas péssimo para o empregador e para a economia, que aplica recursos humanos em actividades nas quais estes já não são necessários.
A segunda alternativa é a empresa x despedir o empregado y porque o empregado não é produtivo. Ainda há uma função útil pela qual compensa pagar um salário, mas não àquele empregado em particular. O carro ainda é bom, só é preciso trocar os pneus traseiros. Nesta situação, mais cedo ou mais tarde a empresa acabará por contratar alguém como substituto. A legislação laboral rígida manteria um emprego às custas do empregador, do empregado que deixou de ser contratado, e da economia, que tem uma empresa menos produtiva.
Em qualquer dos casos, a rigidez laboral tem um custo elevado. Se a economia está em reestruturação, a rigidez impede-a. Mantém-se um posto de trabalho apenas pelo mecanismo perverso que impede a criação de um outro posto de trabalho mais produtivo. Se o problema é do trabalhador, a rigidez impede que um trabalhador mais produtivo possa aceder ao posto de trabalho. Perdemos todos e perde o trabalhador que não é contratado. Bom, talvez seja. Talvez o contratem a recibos verdes. Se a estrutura de custos é rígida, há que flexibilizar por algum lado.
O ideal seria flexibilizar, aumentando a eficiência, e proteger durante as fases de reestruturação económica, dando segurança àqueles cujos empregos mais facilmente se volatilizam. Voilá! A flexisegurança permite compatibilizar a eficiência com a segurança, promovendo ainda a aprendizagem activa durante a vida. E aumenta a produtividade – e consequentemente os salários – ao mesmo tempo que diminui o desemprego. Como os benefícios diminuem ao longo do tempo também exige algum esforço com a requalificação, mas também não parece demasiado exigente pedir um esforçozinho de vez em quando.
A objecção a esta hipótese é a de que o empresário médio português é um idiota com a quarta classe, que despede mais porque acordou com mau humor do que porque a produtividade desceu. Mas, dado que esta é uma má opção económica, empresas que funcionam nesta base tenderão a ser superadas por empresas que actuem de forma mais racional. Neste caso particular, a legislação laboral rígida apenas impede que empresas deste género sejam substituídas por empresas mais racionais e que os empresários com o quarto ano sejam ultrapassados por empresários mais evoluídos.
Mas outros colocam questões interessantes. A leitora Lois Lane afirma: «(...) a experiência no nosso mercado laboral mostra que se o “velhadas” for para a rua o mais provável é nunca mais ninguém venha a ser contratado para aquele lugar, em condições similares. O posto de trabalho extingue-se». Mas não é bem assim.
Suponhamos que a empresa x quer despedir o empregado y porque o posto de trabalho já não é necessário. Suponhamos ainda que a legislação laboral não o permite. Neste caso, a legislação laboral está a manter um emprego desnecessário. O que é óptimo para o empregado mas péssimo para o empregador e para a economia, que aplica recursos humanos em actividades nas quais estes já não são necessários.
A segunda alternativa é a empresa x despedir o empregado y porque o empregado não é produtivo. Ainda há uma função útil pela qual compensa pagar um salário, mas não àquele empregado em particular. O carro ainda é bom, só é preciso trocar os pneus traseiros. Nesta situação, mais cedo ou mais tarde a empresa acabará por contratar alguém como substituto. A legislação laboral rígida manteria um emprego às custas do empregador, do empregado que deixou de ser contratado, e da economia, que tem uma empresa menos produtiva.
Em qualquer dos casos, a rigidez laboral tem um custo elevado. Se a economia está em reestruturação, a rigidez impede-a. Mantém-se um posto de trabalho apenas pelo mecanismo perverso que impede a criação de um outro posto de trabalho mais produtivo. Se o problema é do trabalhador, a rigidez impede que um trabalhador mais produtivo possa aceder ao posto de trabalho. Perdemos todos e perde o trabalhador que não é contratado. Bom, talvez seja. Talvez o contratem a recibos verdes. Se a estrutura de custos é rígida, há que flexibilizar por algum lado.
O ideal seria flexibilizar, aumentando a eficiência, e proteger durante as fases de reestruturação económica, dando segurança àqueles cujos empregos mais facilmente se volatilizam. Voilá! A flexisegurança permite compatibilizar a eficiência com a segurança, promovendo ainda a aprendizagem activa durante a vida. E aumenta a produtividade – e consequentemente os salários – ao mesmo tempo que diminui o desemprego. Como os benefícios diminuem ao longo do tempo também exige algum esforço com a requalificação, mas também não parece demasiado exigente pedir um esforçozinho de vez em quando.
A objecção a esta hipótese é a de que o empresário médio português é um idiota com a quarta classe, que despede mais porque acordou com mau humor do que porque a produtividade desceu. Mas, dado que esta é uma má opção económica, empresas que funcionam nesta base tenderão a ser superadas por empresas que actuem de forma mais racional. Neste caso particular, a legislação laboral rígida apenas impede que empresas deste género sejam substituídas por empresas mais racionais e que os empresários com o quarto ano sejam ultrapassados por empresários mais evoluídos.
Corrupção: Polícia Municipal de Braga sob Suspeita
Notícia Completa no Correio da Manhã
A Polícia Municipal de Braga está sob investigação há ano e meio devido a irregularidades na gestão de dinheiros relativos a contra-ordenações e à suspeita de tráfico de influência e favorecimentos ilícitos. A Polícia Judiciária está a ouvir os agentes e tem efectuado visitas regulares aos serviços municipais.
OITO ANOS À ESPERA DO PROCESSO
Presidente da Câmara Municipal de Braga desde 1976, Mesquita Machado é um dos autarcas mais acossados por suspeitas e acusações de corrupção e tráfico de influências, envolvendo sobretudo negócios no sector imobiliário. Mas tem passado incólume. As denúncias por suposto enriquecimento indevido têm mais de duas décadas. O vereador da Oposição Miguel Brito (CDS) foi dos mais contundentes nas acusações. Está há oito anos à espera da conclusão do inquérito aberto após conferência de imprensa sublinhando estranheza por sinais de riqueza incomportável com o cargo de presidente de Câmara. O Ministério Público de Braga abriu inquérito e a PJ do Porto assumiu a investigação que esteve parada cinco anos. Depois a PJ fez diligências burocráticas, mas mandou arquivar. Só que o MP de Braga não aceitou e a investigação recomeçou na PJ do Porto. A PGR anunciou a intenção de fechar o caso antes do final 2007, mas a situação mantém-se inalterável, para desagrado também dos visados no processo.
A Polícia Municipal de Braga está sob investigação há ano e meio devido a irregularidades na gestão de dinheiros relativos a contra-ordenações e à suspeita de tráfico de influência e favorecimentos ilícitos. A Polícia Judiciária está a ouvir os agentes e tem efectuado visitas regulares aos serviços municipais.
OITO ANOS À ESPERA DO PROCESSO
Presidente da Câmara Municipal de Braga desde 1976, Mesquita Machado é um dos autarcas mais acossados por suspeitas e acusações de corrupção e tráfico de influências, envolvendo sobretudo negócios no sector imobiliário. Mas tem passado incólume. As denúncias por suposto enriquecimento indevido têm mais de duas décadas. O vereador da Oposição Miguel Brito (CDS) foi dos mais contundentes nas acusações. Está há oito anos à espera da conclusão do inquérito aberto após conferência de imprensa sublinhando estranheza por sinais de riqueza incomportável com o cargo de presidente de Câmara. O Ministério Público de Braga abriu inquérito e a PJ do Porto assumiu a investigação que esteve parada cinco anos. Depois a PJ fez diligências burocráticas, mas mandou arquivar. Só que o MP de Braga não aceitou e a investigação recomeçou na PJ do Porto. A PGR anunciou a intenção de fechar o caso antes do final 2007, mas a situação mantém-se inalterável, para desagrado também dos visados no processo.
UniverCidade
Ricardo Rio acusa a Câmara de Braga de desperdiçar o contributo das universidades aqui instaladas. O assunto não é novo, mas o líder da coligação Juntos por Braga é contundente afirmando que «a maioria socialista liderada por Mesquita Machado é uma cúpula fechada que não está a servir os interesses dos bracarenses». A declaração surgiu na II Edição da UniverCidade, uma iniciativa que pretende trazer os académicos das Universidades de Braga (do Minho e Católica) para a discussão dos assuntos da cidade.
É Muita Fruta... (II)
«Sem baixar o dedo acusador, foi mais longe do que nunca na apreciação ao desempenho dos homens do apito: "São os árbitros os culpados pela nossa classificação e a eles devemos o facto de a época não nos estar a correr tão bem, pois temos sido sistematicamente prejudicados", rematou. O rol de críticas estendeu-se depois a quem manda na modalidade, afirmando que "nesta fase de decisões é necessário que quem tutela o futebol português, mais do que pedir contenção a quem tem razões de queixa, tome medidas para que os erros do passado não se repitam, bem como dê por concluídos processos que estão há muito na Comissão Disciplinar…". Questionado sobre se estava a referir-se ao caso Meyong, Salvador respondeu estar a falar de "generalidades", aconselhando, cada um a tirar as ilações.» [O Jogo]
Salvador Exige Celeridade no Caso Meyong :: Record
Salvador exige isenção :: A Bola
Salvador Exige Celeridade no Caso Meyong :: Record
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Não Faça Parte Deste Filme
Um grupo de estudantes de Medicina da Universidade do Minho está a promover uma campanha contra a sinistralidade rodoviária. No blogue "A Comissão" decorre a votação para a escolha da melhor proposta de cartaz. Participem.
[Avenida do Mal] Faixismo
Não é teoria filosófica, nem ensaio porque longe estou de ter formação que me dê premissas para exercícios notáveis de sabedoria, nem o texto é assim tão grande. É antes exposição livre, quem quiser que a coma. Mas inspira-me gente de cabelo rapado e tatuagens, sentada em barras de tribunal a dar outras voltas aos conceitos. Entre o racista e o racialista. Racialismo, defende Mário Machado, orgulhoso da sua raça – muito céltica e ariana certamente – nada contra as outras. Como se a cada se desenhasse uma fronteira como cerca de curral. Vá cada arraçado no seu galho. E falam eles de homens, a mim parece-me que falam de cães. Mas a termos orgulho, algum que reste, da nossa história e cultura, que se ressalte a lusitana paixão de fazer colonialismo com mais cama que qualquer outro povo: para mal dos seus (nossos) pecados, legamos ao mundo um império de mestiços.
De qualquer modo, o precedente aberto justifica a reflexão e legitima a adaptação de termos. Eu por exemplo, deixei de usar o neo no prefixo de fascismo, nem o fascismo como sufixo de neo. Para mim o (neo)fascismo não existe – quanto mais porque não há já quem use o facho como candeia da reacção, são mais os blogues que os archotes. O que existe é o faixismo. E para o faixismo, a liberdade é um dom (quase de Deus) e deve ser para gente com cabeça, com o dote do privilégio: uma faixa! Esta, composta de boas famílias, título ganho de Aljubarrota a Quibir, de bom dinheiro, burgueses bem-educados, excepções dotadas, impregnados na alta Sociedade e na estrutura do Estado torniquete de favores e charneira de elites.
Para os faixistas, a droga é má, o sexo é mau. As liberdades nos prazeres da carne e nos abusos, o livre arbítrio, o amor livre, a cultura, a boa cultura, a liberdade de expressão, de insulto, de culto, o ateísmo, os cuidados de saúde, as paisagens e os altos cargos devem ser crivados por lei, limitados e proibidos a gente miúda. E esta controlada pela autoridade moral e da polícia, e limada por uma educação burrificadora.
Neste contexto, não admira o fervor cerrado dos faixistas e Direita disfarçada. É que Estado de Direito, Social, Democrático, universal, promotor de igualdade de oportunidades, incomoda-os por um motivo apenas: generaliza o gozo.
De qualquer modo, o precedente aberto justifica a reflexão e legitima a adaptação de termos. Eu por exemplo, deixei de usar o neo no prefixo de fascismo, nem o fascismo como sufixo de neo. Para mim o (neo)fascismo não existe – quanto mais porque não há já quem use o facho como candeia da reacção, são mais os blogues que os archotes. O que existe é o faixismo. E para o faixismo, a liberdade é um dom (quase de Deus) e deve ser para gente com cabeça, com o dote do privilégio: uma faixa! Esta, composta de boas famílias, título ganho de Aljubarrota a Quibir, de bom dinheiro, burgueses bem-educados, excepções dotadas, impregnados na alta Sociedade e na estrutura do Estado torniquete de favores e charneira de elites.
Para os faixistas, a droga é má, o sexo é mau. As liberdades nos prazeres da carne e nos abusos, o livre arbítrio, o amor livre, a cultura, a boa cultura, a liberdade de expressão, de insulto, de culto, o ateísmo, os cuidados de saúde, as paisagens e os altos cargos devem ser crivados por lei, limitados e proibidos a gente miúda. E esta controlada pela autoridade moral e da polícia, e limada por uma educação burrificadora.
Neste contexto, não admira o fervor cerrado dos faixistas e Direita disfarçada. É que Estado de Direito, Social, Democrático, universal, promotor de igualdade de oportunidades, incomoda-os por um motivo apenas: generaliza o gozo.
O Espelho
Maria vê-se ao espelho e não gosta do que vê. A culpa é do espelho.
Algo vai mal quando a Administração Pública sugere que o crime não é vivermos na lama mas confrontarmo-nos com a lama em que vivemos.
Algo vai mal quando a Administração Pública sugere que o crime não é vivermos na lama mas confrontarmo-nos com a lama em que vivemos.
É muita fruta...
António Salvador quebrou o silêncio e denunciou os prejuízos que têm sido imputados ao Sporting de Braga na sequência de arbitragens altamente desprestigiantes para o futebol nacional. Salvador poderá ter falado tarde demais, mas a verdade é que «temos 10 pontos a menos por causa dos árbitros. Nós temos a menos, mas há quem tenha a mais uns 10 ou 15. Parece que nos querem fora da Taça UEFA.»
A estratégia montada pelos alcoviteiros do futebol, seja com ou sem alcoviteiras, pode custar caro às aspirações internacionais do desporto nacional. É que, goste-se ou não, o Sporting de Braga tem sido um dos maiores contribuidores para os rankings nacionais e, à excepção dos 3 grandes, é o único clube com resultados e potencial para ser cabeça de série.
A desfaçatez saiu à rua e a utilidade pública do futebol português já só reside no facto de nos mostrar, com uma naturalidade que incomoda, a miséria da essência nacional. A promiscuidade, para lá dos golos pagos com trocas de fluídos imigrados, vai do futebol à política. Enquanto se governam, uns e outros, vão alimentando este bloco central da podridão perante o silêncio enternecido da sociedade. E, como se tem visto, a justiça, esse último reduto em que depositámos vã esperança, também se senta no camarote da displicente conivência com o circo montado.
É com este desencanto enojado que folheio o Diário do Minho (texto de Pedro Vieira da Silva) e encontro, afinal, quem ainda não se reveja neste lodo fedorento. É nestes momentos que o Diário do Minho, mais que repórter regional, se converte num autêntico Diário de Portugal.
«A montanha pariu um rato. Afinal de contas, o futebol português vai de vento em popa. Não há corrupção e as arbitragens são normais. As escutas do Apito Dourado, aquelas em que se ouve Pinto da Costa a pedir favores a árbitros, e ainda um empresário ligado ao FC Porto a distribuir fruta para árbitros que iriam apitar os jogos dos dragões, não servem para nada. Também não tem mal um árbitro, que até é de Braga, ir à casa do líder da equipa portuense na véspera de um jogo.
No passado não muito longínquo, um tal de Carlos Calheiros, ou José Amorim, foi de férias para o Brasil. E fez bem. Tem muito calor por lá. Come-se bem. O FC Porto achou que o senhor precisava de apanhar uma cor e, por isso, mandou-o (a ele e a toda a sua família) para terras de Vera Cruz. A factura, da Cosmos, foi parar – por engano, claro – à sede do FC Porto que – por engano, claro – pagou.
Este ano, e já com o Apito Dourado em alta rotação, o campeonato português está ao rubro. Não há casos e tudo corre às mil maravilhas. As primeiras jornadas da prova (com penalties inventados, golos mal anulados e outros mal validados) correram bem, lindamente. Os do costume foram empurrados para cima nas primeiras rondas. Agora sem ficção. Basta ver uns segundos do Belenenses-FC Porto, do Leixões-FC Porto, do Vitória-Braga e, reportando-me à última jornada, do Sporting-Braga, do Boavista-Benfica e do Paços de Ferreira-Vitória para perceber o que se passa.
Em Portugal só existirá corrupção quando um dirigente de um clube entrar em campo, com duas “meninas” a acompanhá-lo e um envelope carregadinho de notas daquelas que um trabalhador raramente vê, e entregar a “fruta” ao árbitro. Este, com o microfone ligado, passa a factura respectiva, marca um penálti contra a equipa adversária do dirigente que lhe ofereceu a prenda e ainda expulsa quatro adversários. Aí, talvez digo eu, alguém seja punido. Aqui, ao contrário de Itália, país da Máfia, mas onde os corruptos são punidos, a Justiça é cega... e surda.»
[fotografia do projecto bragatempo]
A estratégia montada pelos alcoviteiros do futebol, seja com ou sem alcoviteiras, pode custar caro às aspirações internacionais do desporto nacional. É que, goste-se ou não, o Sporting de Braga tem sido um dos maiores contribuidores para os rankings nacionais e, à excepção dos 3 grandes, é o único clube com resultados e potencial para ser cabeça de série.
A desfaçatez saiu à rua e a utilidade pública do futebol português já só reside no facto de nos mostrar, com uma naturalidade que incomoda, a miséria da essência nacional. A promiscuidade, para lá dos golos pagos com trocas de fluídos imigrados, vai do futebol à política. Enquanto se governam, uns e outros, vão alimentando este bloco central da podridão perante o silêncio enternecido da sociedade. E, como se tem visto, a justiça, esse último reduto em que depositámos vã esperança, também se senta no camarote da displicente conivência com o circo montado.
É com este desencanto enojado que folheio o Diário do Minho (texto de Pedro Vieira da Silva) e encontro, afinal, quem ainda não se reveja neste lodo fedorento. É nestes momentos que o Diário do Minho, mais que repórter regional, se converte num autêntico Diário de Portugal.
«A montanha pariu um rato. Afinal de contas, o futebol português vai de vento em popa. Não há corrupção e as arbitragens são normais. As escutas do Apito Dourado, aquelas em que se ouve Pinto da Costa a pedir favores a árbitros, e ainda um empresário ligado ao FC Porto a distribuir fruta para árbitros que iriam apitar os jogos dos dragões, não servem para nada. Também não tem mal um árbitro, que até é de Braga, ir à casa do líder da equipa portuense na véspera de um jogo.
No passado não muito longínquo, um tal de Carlos Calheiros, ou José Amorim, foi de férias para o Brasil. E fez bem. Tem muito calor por lá. Come-se bem. O FC Porto achou que o senhor precisava de apanhar uma cor e, por isso, mandou-o (a ele e a toda a sua família) para terras de Vera Cruz. A factura, da Cosmos, foi parar – por engano, claro – à sede do FC Porto que – por engano, claro – pagou.
Este ano, e já com o Apito Dourado em alta rotação, o campeonato português está ao rubro. Não há casos e tudo corre às mil maravilhas. As primeiras jornadas da prova (com penalties inventados, golos mal anulados e outros mal validados) correram bem, lindamente. Os do costume foram empurrados para cima nas primeiras rondas. Agora sem ficção. Basta ver uns segundos do Belenenses-FC Porto, do Leixões-FC Porto, do Vitória-Braga e, reportando-me à última jornada, do Sporting-Braga, do Boavista-Benfica e do Paços de Ferreira-Vitória para perceber o que se passa.
Em Portugal só existirá corrupção quando um dirigente de um clube entrar em campo, com duas “meninas” a acompanhá-lo e um envelope carregadinho de notas daquelas que um trabalhador raramente vê, e entregar a “fruta” ao árbitro. Este, com o microfone ligado, passa a factura respectiva, marca um penálti contra a equipa adversária do dirigente que lhe ofereceu a prenda e ainda expulsa quatro adversários. Aí, talvez digo eu, alguém seja punido. Aqui, ao contrário de Itália, país da Máfia, mas onde os corruptos são punidos, a Justiça é cega... e surda.»
[fotografia do projecto bragatempo]
Ponte da Barca é Braga!
«A partir das 11 horas de hoje, Ponte da Barca passa a pertencer a Braga. A geografia diz que os perto de 60 quilómetros que separam as localidades colocam a primeira no distrito de Viana do Castelo, mas o clube prepara-se para alterar o mapa, com a inauguração de uma extensão local. António Salvador e a comitiva do clube serão recebidos na câmara municipal, antes da oficialização do núcleo, na "Cervejaria da Vila".» [O Jogo]
Na Centésima Página, em Braga
Hoje, 9 de Abril, às 18.00
Uma iniciativa da Associação de Estudantes da Escola Secundária Alberto Sampaio
Projecto da UM vence "Fronteiras das Ciências da Vida"
«O Programa de Apoio à Investigação na Fronteira das Ciências da Vida vai financiar dois projectos na área das Neurociências, no valor de 50 mil euros. O Júri do prémio elegeu as propostas apresentadas pelos investigadores António Salgado, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida, em Braga, e Filipe Monteiro, do Laboratório de Biologia Celular e Molecular, no Porto. A entrega formal dos apoios será feita, esta quinta-feira, dia 10 de Abril, às 17 horas, a António Salgado, na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, e no dia seguinte, 11 de Abril, às 11 horas, a Filipe Monteiro, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
António Salgado pretende com o seu projecto, Identification of Key Neuroregulatory Molecules Expressed by Human Umbilical Cord Stem Cells, identificar os factores de crescimento libertados por células estaminais, que serão isoladas a partir da matriz que suporta o cordão umbilical. Aumentar o conhecimento da biologia básica deste tipo de células permitirá modelar a sua actividade com mais eficácia, podendo vir a ser útil, do ponto de vista biológico, para o tratamento de lesões, com vista à sua aplicação ao nível da regeneração do sistema nervoso central. António Salgado doutorou-se em 2005 em Biologia pela Universidade do Minho.
Um dos objectivos da proposta distinguida pela Fundação Calouste de Gulbenkian, está centrado na identificação das moléculas neuroreguladoras para elucidar a função de cada um desses factores nos efeitos observados in vitro. O próximo passo após a identificação dos factores será relacionar estes últimos com os efeitos já observados em neurónios e oligodendrócitos. Ao fazermos isto estamos a aumentar o nosso conhecimento da biologia básica deste tipo células, o que nos permitirá no futuro modelar a sua actividade com mais eficácia tendo em vista aplicações ao nível do sistema nervoso central.» [CiênciaPT]
Mais um Troféu Minhoto
Numa semana em que, pelas piores razões, todas as atenções desportivas estão centradas no futebol, convém não esquecer de felicitar o Vitória de Guimarães pela conquista da Taça de Portugal de Basquetebol. Parabéns.
Vai Acontecendo...
Universidade do Minho ensina chinês a atletas olímpicos :: Agência Lusa
Música pelo Médio Oriente hoje em Braga :: Jornal de Notícias
Circuito Vasco Sameiro com traçado remodelado :: Jornal de Notícias
Sp. Braga - José Manuel (ex-Merelinense) contratado :: Record
Braga - Novo guia ilustrado mostra cidade :: Correio do Minho
Ao contrário do que avança o Jornal de Notícias, o concerto pelo Iraque é no dia 10 de Abril, Quinta Feira, no Theatro Circo. Agradeço a correcção.
Música pelo Médio Oriente hoje em Braga :: Jornal de Notícias
Circuito Vasco Sameiro com traçado remodelado :: Jornal de Notícias
Sp. Braga - José Manuel (ex-Merelinense) contratado :: Record
Braga - Novo guia ilustrado mostra cidade :: Correio do Minho
Ao contrário do que avança o Jornal de Notícias, o concerto pelo Iraque é no dia 10 de Abril, Quinta Feira, no Theatro Circo. Agradeço a correcção.
Há Circo no Theatro? (II)
O jornal Público noticia que o Theatro Circo está em dificuldades financeiras. Segundo Paulo Brandão, «a culpa é do Ministério da Cultura. [...] O conselho de administração tem-me dito que se encontra em dificuldades financeiras, e já reduziu o orçamento para a programação. Tenho menos dinheiro neste segundo ano para programar e já me foi comunicado que certamente irá haver uma reestruturação ao nível do pessoal.»
Segundo a mesma notícia, a situação do Theatro Circo, há muito comentada nos bastidores da política local, não é caso único. «A Feira do Livro de Braga, que decorre até ao próximo domingo, no Parque de Exposições de Braga, também teve que reduzir o seu orçamento e, na última sexta-feira, os responsáveis do Mosteiro de S. Martinho de Tibães, propriedade do Estado, anunciaram uma redução no horário de funcionamento devido à falta de dinheiro para contratar pessoal.»
Mesquita Machado diz que «a atitude do Ministério da Cultura é uma tristeza e uma injustiça» e parece não estar mais disponível para abrir os cordões à bolsa. A cultura bracarense, tão maltratada nos últimos anos, sofre assim mais um duro revés.
Segundo a mesma notícia, a situação do Theatro Circo, há muito comentada nos bastidores da política local, não é caso único. «A Feira do Livro de Braga, que decorre até ao próximo domingo, no Parque de Exposições de Braga, também teve que reduzir o seu orçamento e, na última sexta-feira, os responsáveis do Mosteiro de S. Martinho de Tibães, propriedade do Estado, anunciaram uma redução no horário de funcionamento devido à falta de dinheiro para contratar pessoal.»
Mesquita Machado diz que «a atitude do Ministério da Cultura é uma tristeza e uma injustiça» e parece não estar mais disponível para abrir os cordões à bolsa. A cultura bracarense, tão maltratada nos últimos anos, sofre assim mais um duro revés.
Viva o Futebol Português (III)
«Cosme Machado não anulou o primeiro golo do Belenenses, não assinalou um penálti no fecho da primeira parte e assinalou outro que não existiu.»
Cada dia que passa adiciona nojo ao nojo. Quantos pontos roubaram, directa e indirectamente, ao Braga esta época?
Cada dia que passa adiciona nojo ao nojo. Quantos pontos roubaram, directa e indirectamente, ao Braga esta época?
[Avenida Marginal] A tecla de sempre
O PCP vai levar à Assembleia da República cinco diplomas para combater a precariedade laboral. A peça do Diário de Notícias não é suficientemente específica em relação ao teor das propostas concretas. Mas, vindo do PCP, também não se esperam grandes surpresas. Afinal de contas, desde há cerca de 30 anos que a coisa cristalizou mais ou menos no ponto granítico em que hoje se encontra.
De facto, desde Abril que a coisa não mudou muito. Os problemas continuam simples e cristalinos como sempre. Quando alguma coisa falha, soluciona-se da forma mais rápida: por decreto. A precariedade faz parte do mesmo lote. Se há trabalhadores precários, a solução é simples: basta proibir o trabalho precário. Em mais de três décadas, não deu para evoluir muito mais do que isto.
A precariedade laboral é um fenómeno multifacetado e no qual participam vários factores. Um deles é a incerteza; incerteza quanto à real produtividade do trabalhador e incerteza quanto à situação futura da empresa. E a incerteza não se regula por decreto. A proibição de vínculos precários não a elimina; apenas acentua os seus efeitos nefastos, porque o risco da contratação aumenta. O resultado é simples: mais desemprego.
E o fenómeno é particularmente perverso porque afecta sempre, ou quase sempre, os desfavorecidos. São os mais jovens – que, por terem entrado recentemente no mercado de trabalho, ainda não têm provas dadas –, as minorias e os trabalhadores com menos qualificações que ficam mais expostos aos piores efeitos de um Código do Trabalho mais rígido. Quando se põe a fasquia muito alta, o mais provável não é que os mais baixos se tornem subitamente grandes atletas, mas sim que acabem por não passar na prova.
A isto acrescenta-se outro problema que é a da reestruturação do tecido produtivo. O comércio internacional provoca desequilíbrios à medida que a produção de determinados bens se desloca para as áreas em que os seus custos de produção sejam, em termos relativos, mais baixos. Sectores em reestruturação terão sempre tendência para recorrer ao despedimento e aos contratos a prazo. O preço da riqueza é uma metamorfose por vezes dolorosa.
Há uma forma de atenuar este problema. Permitir a flexibilidade do mercado laboral para que as adaptações sejam facilitadas, ao mesmo tempo que se garante apoio financeiro a quem é mais atingido pelos choques de reestruturação, é uma possibilidade que permite reunir o melhor dos dois mundos: a agilidade de um mercado livre e a segurança de uma social-democracia. Aliás, até já houve quem o tentasse. Os nórdicos chamaram-lhe flexisegurança. Nós, por cá, chamamos-lhe neoliberalismo selvagem. O tempo frio é lá em cima, mas fomos nós que congelámos no tempo.
De facto, desde Abril que a coisa não mudou muito. Os problemas continuam simples e cristalinos como sempre. Quando alguma coisa falha, soluciona-se da forma mais rápida: por decreto. A precariedade faz parte do mesmo lote. Se há trabalhadores precários, a solução é simples: basta proibir o trabalho precário. Em mais de três décadas, não deu para evoluir muito mais do que isto.
A precariedade laboral é um fenómeno multifacetado e no qual participam vários factores. Um deles é a incerteza; incerteza quanto à real produtividade do trabalhador e incerteza quanto à situação futura da empresa. E a incerteza não se regula por decreto. A proibição de vínculos precários não a elimina; apenas acentua os seus efeitos nefastos, porque o risco da contratação aumenta. O resultado é simples: mais desemprego.
E o fenómeno é particularmente perverso porque afecta sempre, ou quase sempre, os desfavorecidos. São os mais jovens – que, por terem entrado recentemente no mercado de trabalho, ainda não têm provas dadas –, as minorias e os trabalhadores com menos qualificações que ficam mais expostos aos piores efeitos de um Código do Trabalho mais rígido. Quando se põe a fasquia muito alta, o mais provável não é que os mais baixos se tornem subitamente grandes atletas, mas sim que acabem por não passar na prova.
A isto acrescenta-se outro problema que é a da reestruturação do tecido produtivo. O comércio internacional provoca desequilíbrios à medida que a produção de determinados bens se desloca para as áreas em que os seus custos de produção sejam, em termos relativos, mais baixos. Sectores em reestruturação terão sempre tendência para recorrer ao despedimento e aos contratos a prazo. O preço da riqueza é uma metamorfose por vezes dolorosa.
Há uma forma de atenuar este problema. Permitir a flexibilidade do mercado laboral para que as adaptações sejam facilitadas, ao mesmo tempo que se garante apoio financeiro a quem é mais atingido pelos choques de reestruturação, é uma possibilidade que permite reunir o melhor dos dois mundos: a agilidade de um mercado livre e a segurança de uma social-democracia. Aliás, até já houve quem o tentasse. Os nórdicos chamaram-lhe flexisegurança. Nós, por cá, chamamos-lhe neoliberalismo selvagem. O tempo frio é lá em cima, mas fomos nós que congelámos no tempo.
Há Circo no Theatro?
Diz-se em surdina que Paulo Brandão vai sair do Theatro Circo. Se acontecer, o discurso oficial depressa se encarregará de transformar o bestial em besta, Braga perderá o melhor programador nacional e voltará à penumbra cultural dos últimos anos.
Numa entrevista ao jornal O Balcão, Adolfo Luxúria Canibal assume com desassombro o que há muito se vai dizendo em surdina, acusando directamente Rui Madeira, administrador do Theatro Circo e director da Companhia de Teatro de Braga, de estar à espera do «poleiro» e de receber «um salário que é o dobro do salário médio nacional.»
Ora leiam com muita atenção: «E chegamos a uma fase actual que é gritante. O TC tem um programador que não programa porque não o deixam programar. O TC despede ou tenta despedir todos os funcionários que tem a trabalhar que faziam um trabalho interessante e importante para que a casa mantivesse os niveis de qualidade que nos habituou nos primeiros seis meses com a desculpa de que se vai tornar mais barato baixando a programação e contratando serviços a privados, fora do TC, que é muito estranho, e alegando que está sem capacidade financeira para fazer a gestão do espaço.
Na altura da abertura subscrevi uma carta dirigida ao Presidente da Câmara dando os parabéns pela aposta que me parecia ganha e tanto quanto sei a casa nesses primeiros seis meses não deu prejuizo. Se dá prejuizo é porventura depois da desacelaração da programação e da interferência da Administração na programação. Nós chegamos a caricaturas de vermos o mês de Março, por exemplo, em que o programador não tem um único espectáculo programado por ele, são todos programados pela Administração do TC. Se é a Administração que manda e programa para que é que querem um programador?»
Numa entrevista ao jornal O Balcão, Adolfo Luxúria Canibal assume com desassombro o que há muito se vai dizendo em surdina, acusando directamente Rui Madeira, administrador do Theatro Circo e director da Companhia de Teatro de Braga, de estar à espera do «poleiro» e de receber «um salário que é o dobro do salário médio nacional.»
Ora leiam com muita atenção: «E chegamos a uma fase actual que é gritante. O TC tem um programador que não programa porque não o deixam programar. O TC despede ou tenta despedir todos os funcionários que tem a trabalhar que faziam um trabalho interessante e importante para que a casa mantivesse os niveis de qualidade que nos habituou nos primeiros seis meses com a desculpa de que se vai tornar mais barato baixando a programação e contratando serviços a privados, fora do TC, que é muito estranho, e alegando que está sem capacidade financeira para fazer a gestão do espaço.
Na altura da abertura subscrevi uma carta dirigida ao Presidente da Câmara dando os parabéns pela aposta que me parecia ganha e tanto quanto sei a casa nesses primeiros seis meses não deu prejuizo. Se dá prejuizo é porventura depois da desacelaração da programação e da interferência da Administração na programação. Nós chegamos a caricaturas de vermos o mês de Março, por exemplo, em que o programador não tem um único espectáculo programado por ele, são todos programados pela Administração do TC. Se é a Administração que manda e programa para que é que querem um programador?»
Viva o Futebol Português (III)
Luís Filipe Vieira pôs o país a discutir o jogo do Bessa (1, 2 e 3) quando o escândalo maior aconteceu em Alvalade. Carlos Fernandes tem razão quando diz que «há equipas com mais quinze pontos do que deviam ter e o Sp. Braga tem menos quinze pontos do que devia ter. [...] Há erros, há equipas que têm sido beneficiadas e quando são muitos erros contra a mesma equipa, as coisas têm de ser analisadas.»
Estas declarações não merecerão comentários do Secretário de Estado, nem do Presidente da APAF, nem dos dirigentes de outros clubes. Estas declarações não chegarão à capa de nenhum jornal desportivo. Estas declarações não passarão nas rádios ou televisões e, muito menos, nas estações públicas de comunicação social.
Para o sistema, só contam os três clubes do costume. O resto é pura paisagem.
Estas declarações não merecerão comentários do Secretário de Estado, nem do Presidente da APAF, nem dos dirigentes de outros clubes. Estas declarações não chegarão à capa de nenhum jornal desportivo. Estas declarações não passarão nas rádios ou televisões e, muito menos, nas estações públicas de comunicação social.
Para o sistema, só contam os três clubes do costume. O resto é pura paisagem.
Viva o Futebol Português (II)
O sentimento não é novo: as más péssimas arbitragens têm perseguido o Sporting de Braga. A SAD, sempre expedita a criticar os adeptos, tem mantido um silêncio ensurdecedor. Até quando?
[Avenida do Mal] Banha de Cobra
Não me quero meter em artimanhas de vendedor, nem boticário, nem pau-mandado ou pau-de-cabinda da indústria de produtos naturais. Tão pouco alinho em homeopatia ou endireitas. Mas o caso da Depuralina, mais que bem contextualizado no alarmismo que de repente assolou a nação, pode ser uma amostra da real natureza das coisas do negócio.
O produto à partida é inofensivo. Vista a composição é um pó ralado de frutas secas, ervas e pouco mais. Um suplemento alimentar, laxante como dizem, e claro, lá terá os riscos raros de alergia ou de choque anafilático como qualquer outra coisa que se leve à boca: amendoins ou medicamentos – vejam lá! Não sei se faz realmente perder peso, mas fez com certeza emagrecer os proveitos de outros produtos do género, mais ou menos farmacológicos, tão procurados meses antes da exposição das pneumáticas vergonhas pela praia. E nisto, é engraçado como a ASAE não se inibiu de varrer prateleiras de tudo quanto era farmácia e lojas dietéticas com a velocidade que eu esperaria na fiscalização dos milhares de estabelecimentos que não se inibem em permitir, à margem da lei, que se encha o espaço público fechado de fumarada de tabaco.
Mas nas questões de Comércio da Saúde, pouca será a coincidência. É normal. Ou vai sendo normal. Há uns meses atrás, o Infarmed retirou do mercado o nostálgico Quitoso, o anti-parasitário, alegando questões ambientais, uma vez que a referida loção continha substâncias altamente poluentes. Verdade é que não sendo este Portugal a piolheira de D. Carlos e não se estimando o uso do Quitoso em quantidades industriais, ficam os argumentos enviesados pelo cano abaixo. Por outro lado, anos de uso generalizado e a popularidade do Quitoso pôs o produto, a preços de mercado, entre 4 e 5€. Dos anti-parasitários substituintes que restaram disponíveis, não lhes fazendo publicidade, diga-se que vão para lá dos 25€...
Outro exemplo é o da penicilina. O afamado antibiótico, por ser o primeiro e ter acabado com a sífilis por exemplo, é vendido em Portugal na sua versão de injecção, a benzilpenicilina ou Penicilina G. No entanto, a produção é de tal modo barata que em forma de comprimidos, a fenoximetilpenicilina, ou Penicilina V – sim, em comprimidos - chega ao ridículo dos cêntimos quando posto à venda em Espanha. Mas em Portugal não há desgraçado com amigdalite, ou outra afecção do espectro, que a tome por via oral. Talvez custe a engolir (é da amigdalite), mas o estojo de injecção, com toda aquele mórbido ritual, sai mais proveitoso à indústria farmacêutica, dá trabalho a enfermeiros, e portanto é mantido como a única disponível nas farmácias do rectângulo, para mal das nossas nádegas.
Estas são estratégias de mercado de uma das indústrias mais rentáveis no mundo. Faço-lhes a vénia. Polvo montado, nomenclaturas, prescritores, o contexto oportuno e a sempre boa ajuda da comunicação social constroem estes artifícios de propaganda. E a verdade está no pormenor das coisas, mas os pormenores tendem a escapar no andar apressado das vistas. Não há-de ser nada, "cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas"...
O produto à partida é inofensivo. Vista a composição é um pó ralado de frutas secas, ervas e pouco mais. Um suplemento alimentar, laxante como dizem, e claro, lá terá os riscos raros de alergia ou de choque anafilático como qualquer outra coisa que se leve à boca: amendoins ou medicamentos – vejam lá! Não sei se faz realmente perder peso, mas fez com certeza emagrecer os proveitos de outros produtos do género, mais ou menos farmacológicos, tão procurados meses antes da exposição das pneumáticas vergonhas pela praia. E nisto, é engraçado como a ASAE não se inibiu de varrer prateleiras de tudo quanto era farmácia e lojas dietéticas com a velocidade que eu esperaria na fiscalização dos milhares de estabelecimentos que não se inibem em permitir, à margem da lei, que se encha o espaço público fechado de fumarada de tabaco.
Mas nas questões de Comércio da Saúde, pouca será a coincidência. É normal. Ou vai sendo normal. Há uns meses atrás, o Infarmed retirou do mercado o nostálgico Quitoso, o anti-parasitário, alegando questões ambientais, uma vez que a referida loção continha substâncias altamente poluentes. Verdade é que não sendo este Portugal a piolheira de D. Carlos e não se estimando o uso do Quitoso em quantidades industriais, ficam os argumentos enviesados pelo cano abaixo. Por outro lado, anos de uso generalizado e a popularidade do Quitoso pôs o produto, a preços de mercado, entre 4 e 5€. Dos anti-parasitários substituintes que restaram disponíveis, não lhes fazendo publicidade, diga-se que vão para lá dos 25€...
Outro exemplo é o da penicilina. O afamado antibiótico, por ser o primeiro e ter acabado com a sífilis por exemplo, é vendido em Portugal na sua versão de injecção, a benzilpenicilina ou Penicilina G. No entanto, a produção é de tal modo barata que em forma de comprimidos, a fenoximetilpenicilina, ou Penicilina V – sim, em comprimidos - chega ao ridículo dos cêntimos quando posto à venda em Espanha. Mas em Portugal não há desgraçado com amigdalite, ou outra afecção do espectro, que a tome por via oral. Talvez custe a engolir (é da amigdalite), mas o estojo de injecção, com toda aquele mórbido ritual, sai mais proveitoso à indústria farmacêutica, dá trabalho a enfermeiros, e portanto é mantido como a única disponível nas farmácias do rectângulo, para mal das nossas nádegas.
Estas são estratégias de mercado de uma das indústrias mais rentáveis no mundo. Faço-lhes a vénia. Polvo montado, nomenclaturas, prescritores, o contexto oportuno e a sempre boa ajuda da comunicação social constroem estes artifícios de propaganda. E a verdade está no pormenor das coisas, mas os pormenores tendem a escapar no andar apressado das vistas. Não há-de ser nada, "cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas"...
O Norte para Além do Porto (II)
Espero que não nos esqueçamos de retirar todas as ilações do facto de Pinto da Costa, líder de um clube de futebol, ser a figura mais forte/significativa do Norte.
O Norte para Além do Porto
«O FC Porto é um símbolo do Norte, aqui nasceu Portugal. Não nos calarão por mais pontes que façam, nem por mais milhões que nos levem. Temos de lutar contra o centralismo absurdo.»
Eis uma declaração altamente reveladora. Cerceado pela justiça, o Presidente do Futebol Clube do Porto volta a ressuscitar a «guerra Norte-Sul» para galvanizar as hostes portistas e manter os adeptos unidos em torno da sua figura. Pinto da Costa sabe que não há melhor garantia de unidade do que a existência de um inimigo comum externo, capaz de mobilizar recursos excepcionais na luta contra os infiéis.
Por outro lado, o facto do Norte continuar sem liderança e sem rumo abre caminho ao populismo bairrista nos mais diversos sectores da sociedade. Enquanto não existir uma verdadeira regionalização, continuaremos reféns deste tipo de demagogia de circunstância.
Por último, o «portocentrismo». Por muito que os portuenses esqueçam, há mais Norte para além do Porto. Felizmente.
Eis uma declaração altamente reveladora. Cerceado pela justiça, o Presidente do Futebol Clube do Porto volta a ressuscitar a «guerra Norte-Sul» para galvanizar as hostes portistas e manter os adeptos unidos em torno da sua figura. Pinto da Costa sabe que não há melhor garantia de unidade do que a existência de um inimigo comum externo, capaz de mobilizar recursos excepcionais na luta contra os infiéis.
Por outro lado, o facto do Norte continuar sem liderança e sem rumo abre caminho ao populismo bairrista nos mais diversos sectores da sociedade. Enquanto não existir uma verdadeira regionalização, continuaremos reféns deste tipo de demagogia de circunstância.
Por último, o «portocentrismo». Por muito que os portuenses esqueçam, há mais Norte para além do Porto. Felizmente.
Georden: A Propósito dos Transportes Públicos de Braga
«Uma possibilidade seria também o eléctrico ou o metro de superfície, mas tal deveria ter sido levado em conta aquando da pedonização alargada e mal estruturada de parte importante do centro (mas poderá afigurar-se como alternativa se não pensado como projecto turístico ou pseudo saudosista), e do sistema de transportes que não foi programado para funcionar, em termos práticos, como transporte público. Os problemas não são de hoje, reflectem uma ideia errada de crescimento da cidade que já tem quatro décadas mas que agora se agudizou.
Na realidade nós sabemos que o transporte público em Braga é cogitado em termos sociais e vai de encontro à máxima portuguesas de que quem não tem carro caça com BUS. Ainda é um mini tabu andar de Bus. Coisa de velhotes, alguns estudantes e…pobres. E assim o pensam técnicos e sobretudo o poder político, que, obviamente não os utiliza. Antes de pedirmos a redução da viagem Porto/Braga de comboio para 40 minutos deveríamos reflectir nestes 45, a carvão.»
Versão Integral de Leitura Obrigatória.
Na realidade nós sabemos que o transporte público em Braga é cogitado em termos sociais e vai de encontro à máxima portuguesas de que quem não tem carro caça com BUS. Ainda é um mini tabu andar de Bus. Coisa de velhotes, alguns estudantes e…pobres. E assim o pensam técnicos e sobretudo o poder político, que, obviamente não os utiliza. Antes de pedirmos a redução da viagem Porto/Braga de comboio para 40 minutos deveríamos reflectir nestes 45, a carvão.»
Versão Integral de Leitura Obrigatória.
Conversas Improváveis: Jornalismo & Poder
«O Café Blogue organizou, segunda-feira, na Velha-a-Branca, uma “Conversa Improvável” entre a jornalista Luísa Teresa Ribeiro e o deputado Miguel Laranjeiro. Sob o tema “Jornalismo e Poder”, os participantes concluíram que “não há inocentes” quer no jornalismo, quer na política. A conversa abordou o panorama actual do jornalismo e os interesses que movem tanto os jornalistas como os políticos. De todas as conversas improváveis organizadas pelo Café Blogue, esta foi, no entender do deputado pelo Partido Socialista, “a menos improvável”. Sublinhou Miguel Laranjeiro que a relação entre jornalismo e poder é muito importante e deve ser pensada, uma vez que “não há inocentes” tanto de um lado como do outro. Por seu lado, a jornalista do Diário do Minho e docente do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho falou num “efeito dominó” entre os diversos órgãos de informação que obedecem a lógicas concorrenciais e põem em causa os valores-notícia. A qualidade do jornalismo pode, no entender desta profissional da área, ser prejudicada por imperativos de mercado, tentando os poderes “domesticar as pessoas.” Teresa Ribeiro chamou também a atenção para o actual estado do jornalismo e os seus extremos. Enquanto que, por um lado, temos “o tempo dos pés de microfone”, o jornalista torna-se acrítico pela objectividade extrema, temos no outro extremo o “jornalista vedeta”, que dá opiniões pessoais. Trata-se de um “equilíbrio difícil”, o de manter a proporção entre a objectividade e a opinião. A distinção entre tempo mediático e tempo da política foi defendida por Laranjeiro, referindo que seria um desastre se fossem iguais. Para o também bacharel em jornalismo, tem de haver uma “adequação” dos tempos e a percepção por parte do público de que a “maturação” da política é diferente do imediatismo do jornalismo.» Excerto da reportagem de Rita Araújo no ComUM
[Fotografia de Luís Tarroso]
[Fotografia de Luís Tarroso]
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