A entrada da semana passada justificou alguns comentários. Alguns já eram expectáveis. Vergastam o neoliberalismo selvagem, esquecendo que a flexisegurança é uma invenção desse paraíso social-democrata que é a Escandinávia. O disparate do costume.
Mas outros colocam questões interessantes. A leitora Lois Lane afirma: «(...) a experiência no nosso mercado laboral mostra que se o “velhadas” for para a rua o mais provável é nunca mais ninguém venha a ser contratado para aquele lugar, em condições similares. O posto de trabalho extingue-se». Mas não é bem assim.
Suponhamos que a empresa x quer despedir o empregado y porque o posto de trabalho já não é necessário. Suponhamos ainda que a legislação laboral não o permite. Neste caso, a legislação laboral está a manter um emprego desnecessário. O que é óptimo para o empregado mas péssimo para o empregador e para a economia, que aplica recursos humanos em actividades nas quais estes já não são necessários.
A segunda alternativa é a empresa x despedir o empregado y porque o empregado não é produtivo. Ainda há uma função útil pela qual compensa pagar um salário, mas não àquele empregado em particular. O carro ainda é bom, só é preciso trocar os pneus traseiros. Nesta situação, mais cedo ou mais tarde a empresa acabará por contratar alguém como substituto. A legislação laboral rígida manteria um emprego às custas do empregador, do empregado que deixou de ser contratado, e da economia, que tem uma empresa menos produtiva.
Em qualquer dos casos, a rigidez laboral tem um custo elevado. Se a economia está em reestruturação, a rigidez impede-a. Mantém-se um posto de trabalho apenas pelo mecanismo perverso que impede a criação de um outro posto de trabalho mais produtivo. Se o problema é do trabalhador, a rigidez impede que um trabalhador mais produtivo possa aceder ao posto de trabalho. Perdemos todos e perde o trabalhador que não é contratado. Bom, talvez seja. Talvez o contratem a recibos verdes. Se a estrutura de custos é rígida, há que flexibilizar por algum lado.
O ideal seria flexibilizar, aumentando a eficiência, e proteger durante as fases de reestruturação económica, dando segurança àqueles cujos empregos mais facilmente se volatilizam. Voilá! A flexisegurança permite compatibilizar a eficiência com a segurança, promovendo ainda a aprendizagem activa durante a vida. E aumenta a produtividade – e consequentemente os salários – ao mesmo tempo que diminui o desemprego. Como os benefícios diminuem ao longo do tempo também exige algum esforço com a requalificação, mas também não parece demasiado exigente pedir um esforçozinho de vez em quando.
A objecção a esta hipótese é a de que o empresário médio português é um idiota com a quarta classe, que despede mais porque acordou com mau humor do que porque a produtividade desceu. Mas, dado que esta é uma má opção económica, empresas que funcionam nesta base tenderão a ser superadas por empresas que actuem de forma mais racional. Neste caso particular, a legislação laboral rígida apenas impede que empresas deste género sejam substituídas por empresas mais racionais e que os empresários com o quarto ano sejam ultrapassados por empresários mais evoluídos.
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Caro Pedro,
ResponderEliminarAs situações que põe como hipotéticas estão previstas na lei. A legislação laboral permite a extinção do posto de trabalho e contempla o despedimento por inadaptação. Quando muito podemos discutir a agilidade da aplicação das leis. Das leis laborais e de todas as outras. Mas isso é outro capítulo....
em resposta à sua resposta ao meu comentário no seu post anterior:
ResponderEliminaro desemprego em Portugal não é elevado. como pode ser elevado o desemprego num país que importa mão de obra? o emprego oferecido é que é desadequado com as expectativas da sociedade na maioria dos casos. a questão do desemprego é mais uma questão sociológica do que na verdade uma pura questão económica.
a estratégia da 'flexisegurança' resume-se a uma tentativa para despedir os mais velhos com menores habilitações e salário mais elevado, logo, devido à idade e habilitações, com menor margem de progressão, e substituí-los por trabalhadores mais jovens, mais qualificados, com mais potencial e com custos mais baixos, além de ficarem com um vínculo mais precário e logo menos 'complicados'. Esta operação poderia até ser executada de um modo consensual, equilibrado e justo. mas, infelizmente, nem o país tem as condições orçamentais, nem é essa a intenção. Miguel Cadilhe tem uma proposta semelhante para a função pública: ele recomenda que se venda ouro do banco de portugal para financiar a operação. o país poderia, por exemplo, prescindir dos mega aeroportos e tgv's para investir numa operação destas e executar uma radical mudança de paradigma. não me parece que isso vá acontecer. flexisegurança implica dinheiro, muito dinheiro.
Antes de mais apresento estes dois factos para o senhor Romano:
ResponderEliminarPortugal é o 5º país da U.E. com maior precariedade laboral.
Novas bolsas de pobreza estão a surgir devido ao aumento galopante do preço dos alimentos (fmi)
quanto à falta de vontade para ler...volto a colocar algumas citações para que o senhor arregale o so olhos:
"fosso entre ricos e pobres aumenta
Segundo o documento, apesar do crescimento económico registado em muitas regiões, a desigualdade registada a nível mundial é maior do que há dez anos.
«Há milhões de pessoas a trabalhar que continuam a ser pobres, quase um quarto dos trabalhadores do mundo inteiro não ganha o suficiente para conseguir ultrapassar o limiar da pobreza de um dólar por dia e melhorar a situação da sua família», alerta o documento.
O relatório sublinha também que, apesar dos progressos registados em alguns contextos, as desigualdades nas áreas da saúde e da educação aumentaram e que a violência é muitas vezes fruto de desigualdade».
Não conseguimos promover as prioridades de desenvolvimento sem superar os desafios da desigualdade dentro dos países e entre os mesmos, salienta, por seu lado, José António Ocampo, secretário-geral Adjunto para os Assuntos Económicos e Sociais da ONU"
«violência é muitas vezes fruto de desigualdade». - pobreza incentiva desigualdade! qualquer criança de 10 anos consegue chegar a esta conclusão!
Faça o favor de ler! é um relatório da ONU!
Diga-me, qual é a parte que não percebeu?
facto, a pobreza tem aumentado inclusive entre as classes trabalhadoras, algo que por si só é deveras preocupante.tal facto é o resultado de políticas laborais exploratórias e atentatórias aos direitos dos trabalhadores.vivemos num mundo sedento de produtividade e que não olha a meios para atingir os fins.
milhões de pessoas são lançadas para uma arena na qual se regem pela velha máxima do "salve-se quem puder".
a aceitação de um emprego não é uma mera questão de escolha mas sim uma questão de pura sobrevivência...ou julgará porventura que os trabalhadores apreciam o facto de serem explorados?
mas vejamos mais factos: o senhor Romano, curiosamente, nunca colocou em causa o facto do mercado português se basear numa política de baixos salários e mão de obra pouco qualificada.nem sequer chega a referir-se a este "problemita" de pouca relevância.para o senhor Romano basta pegar num sistema de um país nórdico qualquer e formata-lo à nossa medida.
a nossa classe empresarial assume uma mentalidade terceiro mundista e tem sido apontada como uma das principais culpadas pelo atraso estrutural do nosso país.todavia, o senhor romano coloca consecutivamente o ónus sobre os trabalhadores.sim, os mesmos trabalhadores que lá fora dão cartas.são estes que se devem sujeitar à flexibilidade, são estes que têm de estar sujeitos, à precariedade, são estes que devem arcar com a factura do sistema milagroso que o senhor preconiza...enfim...
a classe empresarial portuguesa não investe na qualificação dos seus trabalhadores, preferindo persistir na sua política de distribuição de dividendos fabulosos entre os seus administradores.curioso, ou talvez não , é o facto da diferença de remuneração entre assalariados e patronato ser das mais díspares em toda a Europa.
todavia, o senhor Romano nunca aborda estes temas.alguém lhe disse que a flexisegurança representava a aspirina para as nossas dores de cabeça e este senhor tomou-a sem se questionar, sem sequer ler as contra indicações.
o senhor fala em flexisegurança mas em nenhuma circunstância explica o que esta significa ou o que tal implica.limita-se a constatar os excelentes resultados obtidos no norte da Europa.
ora estes países apresentam um sistema de segurança social forte,sempre pronto a apoiar o trabalhador em caso de necessisdade.em Portugal tal não sucede. o nosso sistema de S.S. é precário, extramamente limitado e não é capaz de suprir as carências mais básicas da sociedade (veja-se o caso do aumento da miséria extrema em Portugal - 2 milhões de Portugueses-vai negar?).
a diferença de remunerações entre as várias regiões do país é gritante.um cidadão de Lisboa tem um nível de vida muito superior ao de um bragantino ou a qualquer outro cidadão do interior profundo.como é possível falar-se em flexisegurança se estas pessoas não estão ao mesmo nível?como é possível exigir-se a um cidadão que se desloque de Viseu para Lisboa quando o seu salário médio é gritantemente inferior?
mas podemos falar noutros factores sociais.para haver deslocalização, é necessário que os trabalhadores tenham condições para tal.porventura na cabecinha do senhor romano bastaria fazer as malas e rumar em busca do el dorado (qual Linda de Suza!), contudo as coisas são um pouquito mais complicadas.
confrontado com um custo de vida superior, um cidadão de vila real teria uma primeira dificuldade: encontrar habitação.sabendo que um t2 na região de lisboa tem uma renda de 1000 euros, porventura superior ao salário que este recebe, torna-se evidente que terá de dormir debaixo da ponte nos primeiros tempos (algo que não incomoda o senhor romano já que tal se justifica como na China...)o agregado familiar, ver-se-à a braços com a impossibilidade de colocação, começando pelos filhos (escolas, infantários, etc) até ao cônjuge (os empregos não estão à nossa espera em cada esquina senhor romano).considerando também que a maioria dos portugueses têm um créidito habitação, torna-se difícil explicar como se procederá à liquidação da prestação mensal ao mesmo tempo que tem de pagar a renda da segunda casa...
a segurança social portuguesa não tem capacidade para suprir estas dificuldades, tal como as restantes estruturas não estão preparadas para tal mobilidade.
o senhor romano fala em flexisegurança mas em nenhum momento aborda as questões da segurança. para este senhor, apenas a flexibilidade interessa, esquecendo-se que sem a segunda, a primeira não se faz.
porventura, o senhor romano dirá que primeiramente temos de mudar tudo e só depois poderemos lograr aplicar este sistema.pois, caro senhor, Lewis Carrol não diria melhor!
os apologistas deste sistema em Portugal são os mesmos que mantêm uma política de baixos salários e fraca qualificação.são os mesmos que mantêm uma política laboral precária, de contratos a termo e recibos verdes.são os mesmos que coagem os trabalhadores não respeitando o actual código de trabalho nomeadamente no que toca ao pagamento de horas extraordinárias.são os mesmos que querem facilitar os despedimentos sugando a mão de obra e lançando-a no abismo sem qualque tipo de defesa.esta é a flexisegurança que estes senhores apregoam.é de uma falta de carácter brutal fazer-se a apologia da flexisegurança quando não se aborda a temática dos baixos salários!como é que alguém com o mínimo de inteligência pode suscitar este tema quando o salário mínimo nacional é dos mais baixos da europa?pergunto, que raio de flexibilidade podemos exigir quando não temos o mínimo?
flexibilidade exigiria salários condignos algo que o patronato nacional não está disposto a oferecer.implicaria mão de obra qualificada, algo em que o patronato nacional não investe.exigiria uma segurança social forte, e não um sistema que está constantemente à beira da falência. exigiria que as grandes empresas não fugissem ao fisco e pagassem religiosamente os seus impostos, tal como na Finlândia.
no entanto, o senhor romano olvida todos estes factores...porque será?
volto a sublinhar que, por exemplo, a míseria tem aumentado nos EUA, país capitalista.
o próprio nobel da paz de 2006 afirmou-o!o aumento nas chamadas "sopa dos pobres" tem assistido a um incremento brutal.para tal passo a citar:
"Quatro décadas depois de um presidente norte-americano ter declarado guerra à pobreza, mais de 37 milhões de pessoas no país mais rico do mundo são classificadas oficialmente como pobres, e o tamanho dessa população vem aumentando há anos.
WASHINGTON (Reuters) - Em 2004, segundo dados do governo, 1,1 milhão de norte-americanos caíram para baixo da linha de pobreza, o equivalente à população inteira de uma grande cidade como Dallas ou Praga.
Desde 2000, o número total de pobres vem aumentando ano a ano em um total de quase 5,5 milhões. Mesmo os mais otimistas vêem poucas chances de essa população diminuir em breve, e isso apesar de um acalorado debate sobre o problema, provocado pelas imagens chocantes exibidas nas TVs e que expôs aos olhos do mundo um lado da vida nos EUA que poucos conhecem.
O presidente que declarou a guerra contra a pobreza foi Lyndon Johnson. "Infelizmente, muitos norte-americanos vivem na periferia da esperança, alguns por causa de sua pobreza, alguns por causa de sua cor, e um número excessivo deles devido a esses dois fatores. Esse governo declara uma guerra total à pobreza nos EUA".
Isso foi em 1964. Na época, 19 por cento da população norte-americana vivia abaixo da linha oficial da pobreza. O número caiu nos quatro anos seguintes e, em 1968, estabilizou-se em 12,8 por cento. Desde então, tem flutuado pouco. No ano passado, a taxa foi de 12,7 por cento, um indício de que a pobreza é um problema crônico.
A situação da pobreza nos EUA é medida uma vez por ano pelo Censo do país, cujo relatório, com mais de 70 páginas cheias de estatísticas, é usado por vários académicos, mas raramente provoca debates públicos ou chega às TVs. Mas em 2005, foi diferente.
O lançamento do relatório coincidiu com a passagem do Katrina, o violento furacão que matou mais de 1.100 pessoas nos Estados da Louisiana e do Mississippi. Imagens de mortos e pessoas em desespero transmitidas ao vivo por canais de televisão mostraram de perto a realidade que os mapas do Censo avaliam numericamente.
CENAS CHOCARAM O MUNDO E ENVERGONHARAM PAÍS
As imagens chocaram o mundo, deixaram muitos norte-americanos envergonhados e detonaram comparações com as condições de vida em países em desenvolvimento como a Somália e Bangladesh.
Em Nova Orleans, a cidade mais atingida pelo Katrina, os EUA viram muitos negros pobres implorando por ajuda. A maior parte das equipes de resgate, quando finalmente chegaram, era integradas por brancos apenas.
A porcentagem de norte-americanos negros que vivem na pobreza é de 24,7 por cento, ou quase o dobro da taxa total, que inclui todas as raças.
Em Nova Orleans, uma cidade de maioria negra, essa disparidade traduziu-se no seguinte cenário: os que possuíam dinheiro e carros, quase todos brancos, fugiram do local, enquanto 100 mil negros desprovidos de carro ficaram presos em meio a uma grande inundação.
Alguns comentaristas perguntavam-se se a crise mostrava que a segregação política, uma versão norte-americana do apartheid que terminou com a Lei de Direitos Civis de 1964, havia sido simplesmente substituída pela segregação econômica.
Várias outras cidades dos EUA apresentam essa divisão social: negros pobres de um lado, brancos ricos de outros.
Entre essas cidades estão Newark, Filadélfia, Detroit, Atlanta, Baltimore, St. Louis, Oakland, Miami e Washington. Leva-se dez minutos para ir de carro da Casa Branca para o coração de Anacostia, o bairro mais pobre da cidade. E essas áreas poderiam pertencer a mundos diferentes.
No entanto, as cenas com negros pobres como as vistas em Nova Orleans não retratam toda a realidade. Há três vezes mais brancos pobres que negros pobres nos EUA e a taxa de pobreza entre os brancos subiu mais rápido do que entre os negros e os hispânicos.
Académicos também afirmam que os dados do governo minimizam a verdadeira escala da pobreza porque estão defasados. A fórmula para determinar o nível de pobreza foi criada em 1963, partindo-se do pressuposto de que um terço do orçamento familiar era gasto com comida.
Isso não é mais verdade. Os gastos com a habitação transformaram-se na maior despesa de uma família e dezenas de milhares de "pobres que trabalham," como são conhecidos os que ganham um salário mínimo ou pouco mais que isso, são obrigados a dormir em carros, trailers, motéis ou abrigos.
"A taxa de pobreza foi criada pensando em subestimar o problema porque o governo queria mostrar avanços no combate. Se levarmos tudo em conta, a taxa real é de cerca de 18 por cento, ou 48 milhões de pessoas. A pobreza nos EUA é mais disseminada, de longe, do que em qualquer outro país industrializado", disse.
A pobreza é um problema universal, como a desigualdade. As 500 pessoas mais ricas do planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), possuem uma renda igual à recebida pelos 416 milhões mais pobres.
As cenas de pobreza mostradas depois do furacão Katrina causaram um impacto tão grande devido à imagem de que os EUA são uma terra de riquezas e de oportunidades ilimitadas.
Nenhum país gasta tanto dinheiro -- bilhões de dólares -- para manter longe estrangeiros sedentos por trabalhar ali. Nenhum outro país possui uma loteria anual na qual milhões de pessoas jogam para tentar ganhar um dos 50 mil vistos de residência permanentes (os "green cards"). Nenhum outro país possui tantos imigrantes legais e ilegais, todos atraídos por sonhos de prosperidade.
Para muitos norte-americanos, porém, eles continuam sendo isso exatamente: sonhos.
O salário mínimo, de 5,15 dólares por hora, não é suficiente para manter alguém acima da linha de pobreza. Ainda assim, empregos que pagam esse salário, que não oferecem seguro de saúde ou férias remuneradas, são os únicos disponíveis para milhões de pessoas que possuem apenas o ensino básico.
Os empregos com bons salários na indústria pesada e que no passado ajudaram a levar os operários norte-americanos para a classe média são, em grande medida, coisa do passado -- e a diminuição no número deles continua. Desde 2001, os EUA perderam mais de 2,7 milhões de postos nas indústrias.
Um outro presidente norte-americano, Ronald Reagan, parece ter acertado ao dizer, em 1988: "O governo federal declarou guerra contra a pobreza, e a pobreza venceu."
A pobreza venceu no país mais poderoso do mundo!sintomático!
mas o senhor romano continua a negar o inegável! são 37 milhões senhor romano, 37 milhões!
"As desigualdades estão muito mais correlacionadas com a riqueza do que com a pobreza. As sociedades mais igualitárias (o Leste comunista, a China maoista, a Rússia soviética e por aí fora) foram, historicamente, as mais empobrecidas."
puro engano, após a queda do muro de berlim surgiu-se um período de escassez e de pobreza galopante.durante a vigência do período soviético todos os cidadãos tinham acesso às necessidades básicas (embora mantidas de forma artificial): educação (nível muitíssimo superior ao nosso), saúde (idem), etc...segundo o seu argumento, se tal acontecia devia-se ao facto das necessidades básicas estarem preenchidas...
quanto à china maoista, nota-se perfeitamente que vossa excelência percebe 0 de história!desde quando este regime era igualitário?baseava.se sim numa política de extermínio e de coarctação dos direitos fundamentais!
"Não. O nível de vida mede-se pela riqueza produzida. Num contexto de bens escassos em que o consumo ter de ser canalizado segundo uma ordem hierárquica de importância, o número de telemóveis existentes revela que as necessidades mais importantes já estão preenchidas."
significa então que um indivíduo que não consegue pagar a renda de casa, tem dificuldade em sustentar os filhos, está individado até ao tutano, só pelo simples facto de ter um telemóvel já atingiu o patamar elevado?senhor romano, todos sabemos como as estatísticas podem ser falaciosas.o grande problema reside no facto do seu conhecimento do mundo se basear em números.
outra grande descoberta do senhor romano é o facto de em África não haver capitalismo?faça o favor de me esclarecer...que raio de sistema vigora por lá? comunismo? nihilismo?
Angola é o quê?marrocos,tunísia,áfrica do sul, nigéria,moçambique, quénia...
não são países com economia de mercado?
oh meu caro senhor...
segundo a sua extraordinária concepção, todos os países que lograram alcançar sucesso são capitalistas, os outros não!extraordinário!
"O nível de vida mede-se pela riqueza produzida." A GRANDE FALÁCIA!
Então como explica que 2% dos mais ricos possuam mais de metade da riqueza mundial?sabe onde pode encontra-los?na Forbes...
como explica que num mundo onde se produz tanto, tanto que poderíamos alimentar a população mundial 2 vezes (!) exista tanta miséria e desigualdade?como explica que se gaste mais em alimentação para os animais domésticos e cosméticos do que em auxílio aos mais pobres dos mais pobres?
quando falo em desigualdade não me refiro apenas a números senhor Romano...falo de questões concretas que se vivem no dia a dia.homens e mulheres que não têm acesso às mesmas oportundidades, homens e mulheres que não podem almejar um lugar cimeiro na sociededa.pessoas que são atiradas para as filas do desepmprego, dos hospitais públicos sem condições, homens e mulheres que não têm acesso ao sistema judicial pelo simples facto de não terem possibildades para suportar os custos que este implica.homens e mulheres que não podem aceder a uma universidade pelo facto de não terem o suficiente para suportarem os encargos que daí derivam...é disto que falo senhor romano...
eu sei que o senhor não percebe.
fico-me com estes dados:
"
Neste momento, o discurso habitual quer do governo quer das entidades patronais, quer do próprio governador do Banco de Portugal, e mesmo de muitos órgãos de comunicação social, é que a crise que enfrenta o nosso País exige sacrifícios, mas do que normalmente acabam por referir é sobre a "necessidade de contenção salarial", ou seja, de sacrifícios sim mas apenas para os trabalhadores.
E um dos argumentos mais matraqueados é que a produtividade dos trabalhadores portugueses é muito baixa, procurando assim fazer pensar que a culpa da baixa produtividade é dos trabalhadores. Interessa, por isso, continuar a desmontar este discurso governamental e patronal.
Num estudo anterior provamos que, tendo em conta os salários que recebem os portugueses, a produtividade dos trabalhadores portugueses até é superior à que se verifica na maioria dos países da União Europeia.
No entanto, a produtividade referida no estudo anterior foi calculada tendo como base a população total. No entanto, o mais correcto seria fazê-lo com base na população empregada, ou seja, tomando como base os que estão ligados directamente à produção da riqueza"...
É claro que as pessoas não contam nada. Antigamente o capitalismo dizia que o comunismo dava uma injecção atras da orelha dos idosos quando estes deixavam de ser produtivos. Embora isto fosse só umas das mentiras que ajudavam a denegrir o comunismo, parece que está agora a ser posta em prática pelos senhores dos números, vulgo gestores. Acontece é que as pessoas não podem ser tratadas como os pneus de um carro que quando gastos se substituem. E depois há aquela velha história do filho que levou o pai ao monte.
ResponderEliminar"endividado" e não "individado", peço desculpa aos leitores pelo lapso mas não tive oportunidade de corrigir o texto.
ResponderEliminarA.C.
Respondendo ao comentário do post que precede este...
ResponderEliminarCaro Pedro:
"Não, não é. A única coisa que é óbvia é que, se abrir uma empresa comportasse menos riscos do que ser assalariado, teríamos empresas a nascer todos os dias para absorver os milhares de desempregados."
Pronto, eu explico já que é preciso, isso não acontece porque, repito, abrir uma empresa continua a ser financeiramente inacessível para a grande maioria dos portugueses. Seja sério, eu só disse que existem empresas com protecção jurídica, procure saber o que são empresas de responsabilidade limitada e depois venha falar comigo. Se o que eu disse se limita a relatar o estatuto das empresas, porque raio vem você dizer que não é assim? Está a dizer que a lei é uma mentira? Informe-se, se faz favor?
"Se está a pensar na taxa de desemprego, lembre-se de que pode haver criação líquida de emprego e ainda assim a taxa de desemprego aumentar. Basta que a população activa aumente, que é o que tem acontecido em Portugal.
Quanto à produtividade, tem aumentado pouquíssimo. Durante os últimos anos, tem andado à volta dos 0,4 ou 0,5%. Na Europa, é do mais baixo que por aí se vê."
O emprego real?? Só pode mesmo estar a brincar, o emprego real cresce na ordem dos 0,17/0.2 %, enquanto a "tímida produtividade" anda na ordem dos 0,4/0,5% e você acha que se deve ao emprego real? Ainda por cima sabendo que existe um aumento do emprego parcial e menos qualificado, quer fazer que é a custa do emprego que se tem feito o crescimento? E nem sequer vou aqui tergiversar sobre o que realmente é o crescimento económico, se nem para estas trivialidades o meu caro se predispõe a raciocínios lógicos e sérios...
Observação: Experimente consultar os dados do INE, vai reparar que o valor anual do emprego líquido entre 2006 e 2007 cresceu de 5 159,5 para 5 169,7, o que materializa um aumento de 0,197%.
"E vão continuar a procurar o lucro. As políticas têm de ser decididas com base naquilo que o mundo é e não com base naquilo que achamos que o mundo devia ser.
Neste caso concreto, o João Dias deveria manter presente que o aumento da rigidez fomenta o desemprego de longa duração. E que diminui a produtividade, por exemplo.
Note que eu não estou a justificar (no sentido de legitimar) seja o que for. Estou a apontar um facto da vida que os decisores políticos deveriam levar em consideração na altura de escolher as políticas."
Errado, mais uma vez, o que o mundo é também se deve às políticas, ignora por completo a relação bidirecional entre o “mundo” e a política. As políticas servem mesmo para conduzir o “mundo” para um rumo melhor/certo, o mundo não se remedeia somente, muda-se também, a política está aqui para isso mesmo.
Você bem tenta deturpar as palavras, com a rigidez também eu estou em desacordo, um trabalhador deveria poder movimentar-se livremente no mercado de trabalho, mas o que estava a ser discutido é a estabilidade, que é radicalmente diferente, a estabilidade é quando um trabalhador permanece no seu posto de trabalho sendo essa a sua vontade e não havendo razões válidas para ser despedido. A rigidez diminui a produtividade? Assumindo que se refere a estabilidade, não existe nenhuma relação causal entre tal coisa, um indivíduo com emprego estável pode aumentar a sua produtividade, aliás a estabilidade até pode ser boa no sentido em que anos de prática no mesmo sector conduzem a uma maior experiência/produtividade, por outro lado um indivíduo que mude emprego também pode ser produtivo em diferentes sectores, agora garanto-lhe, no desemprego é que ninguém é produtivo, pelo menos se pensarmos em economia não paralela...
”O ciclo económico não encerra necessariamente uma recessão económica no sentido técnico. Pode ser apenas um período de fraco crescimento, como o que estamos a atravessar agora. São flutuações em torno da tendência de longo prazo.”
E o que você disse, não responde em nada à questão que lhe coloquei...
“Durante a fase baixa do ciclo o risco aumenta. Se for necessário contratar mais pessoal, e tendo em conta que o pessoal já contratado é inamovível, é lógico que se recorra às formas atípicas de contratação. A insegurança absoluta para uns é o preço da segurança absoluta para outros. Qual é exactamente a dúvida?”
Para já esse argumento é falso, porque as contratações são precárias em pleno crescimento, portanto a verdadeira questão é que o crescimento reverte para o bolso dos mesmos e estes precarizam os contratados para poderem meter imenso dinheiro ao bolso. Mas respondendo a sua singela questão, diga-me lá, se o pessoal é “inamovível” é porque na realidade não há razões válidas para o despedir, nem faz sentido que para haver emprego se tenha de desempregar alguém, porque isso em nada muda a situação. E você esquece que em plena fase de crise, as empresas que contratam estão a ter lucros, portanto a vamos lá distinguir a macro da microeconomia, se uma empresa contrata é porque tem condições para o fazer, até lhe digo mais, as empresas mesmo quando não contratam tem condições para o fazer, mas preferem sempre sobrecarregar os seus dependentes para não terem de empregar mais gente. Ou seja o lucro é sempre administrado pelos mesmos, e os trabalhadores apesar de serem parte fundamental desse lucro não tem qualquer poder decisão na matéria, isto logicamente anti-democrático, mas acho que você só vai perceber se alguma vez estiver nessa condição. Eu pessoalmente nunca estive, mas também não ando a dormir e nem preciso de passar por elas para ser solidário com o sofrimento dos outros, temos desemprego e temos emprego precário, o meu caro acha que isso se deve aos que têm vinculos laborais sérios, eu acho que se deve à exploração laboral.
“Fui aluno de muitos professores, fui atendido por muitos médicos, já lidei com juízes e já passei passei muito tempo em repartições públicas. Lamento mas não posso concordar com a tese de que os incompetentes são despedidos.”
Eu não disse que os incompetentes são despedidos, eu disse que existem os mecanismos legais para isso acontecer, se há incompetentes que não são despedidos a culpa não é da lei. Curioso que eu vejo que só menciona repartições públicas... A incompetência não é exclusividade do sector público, longe disso, e a sua experiência privada não é claramente um critério a ter em conta. Acho muito curioso que você consiga avaliar com rigor, juízes, professores, médicos....mais seriedade ficava-lhe bem.
”Por favor, procure nos meus comentários a passagem em que eu digo que as classes médias e baixas são privilegiadas.”
Aqui:
“Há imensos portugueses com um emprego estável e praticamente irremovível, a maioria dos quais na função pública.
Como esta franja é intocável, a adaptação ao ciclo económico por parte das empresas faz-se recorrendo aos mais jovens que ainda não têm contrato e que por isso são mais vulneráveis.
O precariedade dos segundos é o preço a pagar pela segurança dos primeiros. É um sistema perverso, especialmente porque são estes últimos que ficam sem apoios do Estado quando voltam para o olho da rua. “
Se você acha que não o diz, então não sabe mesmo do que fala, porque você claramente acha que todo o mercado laboral deve-se vergar perante os gestores/patrões para que estes se sintam “impelidos” a investir no mercado, e considera que o problema está na função pública onde os rendimentos são maioritariamente de classe média (média alta, média e média baixa, não se esqueça que não é no sector público que, por exemplo, os médicos ganham melhor). Quando o problema está no poder económico, nas grandes fortunas e você aponta para sectores dominados pelas classes médias, o que é você quer? Afinal sabe ou não sabe do que está a falar?
Goleada!
ResponderEliminarSerá que vai haver um "a mesma tecla" parte 3?
Goleada!