Avenida Central

Petição Pelo Eléctrico

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1. Às 23.59 foi encerrada a recolha de assinaturas da Petição Pelo Regresso do Eléctrico que, de seguida, será enviada ao Senhor Presidente da Câmara juntamente com um pedido de audiência que o próprio manifestou recentemente vontade de realizar.

2. Assinaram mais de 820 pessoas, um número muito acima das nossas primeiras expectativas. Foi a petição online mais participada de sempre no Minho.

3. Iniciou-se um longo debate acerca da mobilidade interna na cidade de Braga e no Minho que só não se materializará em acções concretas se os partidos políticos não estiverem definitivamente receptivos aos anseios de um número tão significativo de pessoas.

4. O nosso objectivo: colocar a temática na agenda política foi manifestamente alcançado.

Braga Qu'Eu Gosto 2 | Tibães

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© VRFoto

Braga, Cidade Insegura

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Nos últimos tempos repetem-se histórias de gente cujas casas foram assaltadas. O esquema é sempre o mesmo: os assaltantes entram nas habitações durante a noite, furtam o que podem e fogem com os automóveis. A vaga de assaltos varreu Gualtar, Nogueiró e Lamaçães sem que os jornais locais dessem destaque cabal ao sucedido. Ao mesmo tempo, a zona de Universidade do Minho tornou-se pasto fácil para assaltos a estudantes durante o fim da tarde e noite. Já durante este ano lectivo me chegaram relatos de problemas de insegurança nas imediações do Campus de Gualtar. Desta vez foi o assalto ao Jazz Bar, nas imediações do Bom Jesus, que fez soar o alerta.

Eu digo e repito: Braga é uma cidade cada vez mais insegura. Não há declarações de Ministros que nos acalamem nem acusações de alarmismo que nos detenham: há cada vez mais relatos de assaltos e mais histórias de violência.

Portugal no seu melhor: Referendo à Porta da Missa

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A Freguesia de Covas (Vila Verde) está à beira de perder a sua escola e os alunos serão transferidos para Portela do Vade, um lugar da Freguesia de Atães. O Presidente da Junta ameaçou demitir-se em protesto e, antes de ir embora, decidiu realizar um referendo para saber o que pensa a população sobre a sua saída. O insólito é que a consulta será realizada à porta da igreja, no final da Missa Dominical de amanhã. Portanto, só quem é católico e vai à missa é que terá voto na decisão do senhor Presidente.

Este caso, a juntar à insólita polémica do báculo fálico do arcebispo, ainda há-de tornar o Minho conhecido pela beatice de alguns dos seus presidentes da junta. Portugal no seu melhor!

BE e Petição Pelo Eléctrico

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João Delgado, Deputado Municipal eleito pelo Bloco de Esquerda, teve a amabilidade de me contactar para informar que diversos bloquistas, entre os quais o próprio, já subscreveram a Petição Pelo Eléctrico. A ideia de trazer o eléctrico para Braga já tinha sido defendida pelo BE, constando do Programa 'Braga para Tod@s' que o partido apresentou na candidatura às Eleições Autárquicas de 2001:

«A reintrodução do eléctrico em Braga, como meio de transporte colectivo limpo e amigável. A articulação de parques de estacionamento nas entradas da cidade com um sistema de transportes públicos de qualidade e um bilhete comum ao parque e à circulação no transporte público, serão uma forma de contrariar o excesso de circulação privada. Não vale o argumento de que já foi tentado e não resultou: a inexistência de transportes públicos adequados não estimula a sua utilização - não se pode usar o que não existe.»

Mais um contributo político interessante para a discussão da mobilidade no interior da cidade de Braga.

Projectos 7 | Monte do Picoto

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Requalificação do Monte do Picoto - Braga

Requalificação do Monte do Picoto - Braga

© CMB

[Avenida do Mal] Bebés Proveta em Posição de Missionário

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A nova lei de Procriação Medicamente Assistida (PMA) é, na sua necessidade, um espelho imenso de hipocrisia. Admiro-me até porque foi defendida e votada favoravelmente pelo Partido Socialista e Bloco de Esquerda, tão pouco dados a isso- diriam - que aquando do Referendo da Interrupção Voluntária da Gravidez se manifestavam contra a impostura de muitos do Não em relação ao problema. Mas aqui, é a vez de eles se borrarem de vergonha pernas abaixo com tal falta de visão das coisas.

Não comentando ou criticando o restante conteúdo do documento, porque tão pouco o li exaustivamente, diga-se que logo no Artigo 6º se viola um princípio constitucional de igualdade. As únicas beneficiárias serão mulheres casadas, e bem casadas, com 2 anos de cumprimento do contrato em matrimónio, nos seus critérios tradicionais e portugueses. De fora ficam, portanto, casais de lésbicas ou heterossexuais em segura, estável e legal união de facto, ou simplesmente uma mulher solteira que queira ter um filho. Terão de se ficar pelos gatos porque, surpreendentemente, vigora a lei vaticana do modelo de família cristã como único nicho favorável de procriação e educação. Só falta mesmo um capelão na Clínica de PMA.

Mas a palhaçada não se fica por aqui, neste país de salazares costumes fica salvaguardado o sagrado ventre como carimbo de maternidade, quase como Maria incubadora das vontades divinas e portanto mãe nem que não queira. No Portugal de Esquerda bíblica, escreve-se no artigo 9º deste novo testamento, na alínea 3, que "a mulher que suportar uma gravidez de substituição de outrem é havida, para todos os efeitos legais,como a mãe da criança que vier a nascer". Não há lugar, portanto, para úteros de aluguer - só para não misturar "barriga", nas suas tripas e orgãos anexos. Mãe que é mãe, não é a do óvulo, é a do útero. Por conseguinte, basta carregar o rapelho nos 9 meses para ficar com o legal direito de maternidade. Enfim, mais uma perspectiva homúncula da coisa, de homem semeador e mulher como terreno fresado. Não há lugar para a origem da herança genética materna. Só questiono quem terão sido os conselheiros médicos ou científicos de Maria de Belém Roseira e afins...

Neste país de caretos e caras-de-pau, continua-se a ignorar a realidade de quem tem a sorte (ou o azar) biológico de procriar facilmente. Isto porque, muito naturalmente, qualquer mulher solteira, ou em relação com outra, pode voluntariamente ser inseminada num país ao lado numa simples noite de engate com fins meramente procriativos (como o Deus católico manda). Ou então pelo amigo homossexual - quem sabe e para o mal dos pecados de César das Neves ou João Miranda - que também queira deixar os seus genes heptacolores e a sua cultura a gerações futuras e que (ainda) não o pode fazer com o seu companheiro. Blasfémias tais neste país em que por lei nem a Prostituição existe.

Na lei de PMA era só considerar que há quem o possa fazer sem atender às exigências artigo 6º da mesma lei e portanto alargá-lo a quem o desejasse. O direito à PMA é um direito de saúde como qualquer outro num país democrático com ou sem Serviço Nacional de Saúde universal, tal e qual como o da IVG... Mas para o PS e BE, parece que não...

Fico portanto, extremamente irritado com esta esquerda portuguesa laica e liberal (de costumes) que continua a negar o que lhe passa à frente dos olhos. Diz-se moderna e embarca nesta lenga-lenga paternalista que eu achava exclusiva de alguma (muita) direita, alimentando o desprezo pela determinação e pelas decisões conscientes e responsáveis das pessoas em relação à sua vida. É só mais um exemplo parido de um sistema de híbridos ideológicos que só adia o país e a sociedade.

Um Requiem ao Minho (III)

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Mesquita Machado fechou a porta aos que ainda sonhavam com uma regionalização a sério. «Há um grande consenso numa futura regionalização desde que ela assente nas cinco regiões», afirma o Presidente da Câmara de Braga.

Foi anunciado que a nova Região do Turismo do Norte iria apostar na marca "Porto" e ao autarca bracarense não se ouviu uma única palavra de protesto. Apenas o acenar devoto aos intentos da direcção nacional do seu partido. Entretanto, foi proposto por Ricardo Rio que a sede da Região de Turismo se situasse no Minho e a resposta foi um insólito «não se pode entrar num bairrismo parolo que muito tem prejudicado o desenvolvimento do país. Não posso defender a minha vontade. Não sou tolinho para fazer uma reivindicação isolada, não sei se é justo e se a sede pode ser aqui

Não sabe!? Como é possível o Presidente da Câmara não saber qual é o interesse do município que dirige? Como é possível não ter opinião sobre uma matéria tão relevante como o turismo? Como é possível manter-se insensível à posição assumida pelo Presidente da Região de Turismo do Verde Minho?

É por tudo isto que Ricardo Rio lamenta que o presidente da autarquia tenha «uma óptica redutora e não tenha em conta a especificidade do sector que é muito importante para o concelho» porque trata-se de uma área que «merecia maior dinâmica e podia ser mais potenciada».

Os decisores políticos locais, ao apoiarem com serviçal devoção o projecto de regionalização a 5, dizimam a razão de ser deste debate. O Minho está morto. Braga, em matéria turística, não será mais que uma espécie de Jardim Zoológico que os turistas captados instalados no Porto visitarão de autocarro, numa tarde divida com Guimarães. Podem encomendar o requiem para o Minho, mas não contem comigo para carpir.

Opiniões Abruptamente Alteradas (II)

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Ouvir Paula Teixeira Cruz em directo é absolutamente enternecedor.

Opiniões Abruptamente Alteradas

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Às 23.26, Pacheco Pereira escreveu que "o PSD tem de facto massa crítica e não está morto". 63 minutos depois escreve "Pobre país o nosso". O que mudou entre as 23.26 e as 0.29?

Massacre na Birmânia

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Seja na China, seja em Cuba, seja na Venezuela, seja nos Estados Unidos, seja no Iraque, seja na Birmânia: a força é a arma de quem não tem argumentos.

[Picture Copyright: Reuters]

Leitura absolutamente indispensável

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O que é a fé?
por Desidério Murcho no De Rerum Natura.

Braga e a Universidade

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«Ricardo Rio defendeu ontem uma postura "mais proactiva" da autarquia bracarense com a Universidade do Minho (UM), no que respeita ao desenvolvimento de projectos nas áreas do Saber e do ConhecimentoJN

Se há coisa que me faz confusão, é a forma como a Câmara de Braga negligencia o potencial que existe na Universidade do Minho. O divórcio manifesta-se nas mais diversas áreas, mas é particularmente gravoso nos domínios da Arquitectura e das Engenharias.

Um Estímulo Muito Positivo

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A Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho recebeu a visita do Director do Gabinete Europeu da Organização Mundial de Saúde (OMS), o médico Marc Danzon. Mesmo antes de terminar a visita, o psiquiatra francês afirmou ter vindo a Braga aprender muito com o modelo de ensino-aprendizagem do curso de Medicina da Universidade do Minho. Não foram palavras de circunstância. Tecendo rasgados elogios à estrutura científico-pedagógica do curso, exortou os responsáveis da Escola de Ciências da Saúde a prosseguirem o seu trabalho notável em prol do ensino da Medicina e garantiu que vai levar o exemplo do Minho às próximas reuniões de trabalho da OMS.

Quando os elogios são insuspeitos redobram a felicidade de constatarmos que, em algumas áreas, a região está ao nível do melhor que se faz no mundo. Que sirva de estímulo.

Um Requiem ao Minho (II)

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Parece que o Minho está condenado a acabar. Enquanto as páginas de opinião dos diários minhotos recalcam a actualidade nacional e internacional, o país vai-se reorganizando à medida de uma regionalização que fará da Área Metropolitana do Porto a Grande Lisboa do Norte. A conjuntura é péssima e os resultados serão dramáticos. O Minho vive uma profunda crise política proporcional à carência de líderes, de pensadores e de elites interventivas. A penúria é tal que as estruturas locais dos dois maiores partidos aceitaram, com estranha complacência, a imposição dos portuenses Elisa Ferreira e Luís Filipe Menezes para encabeçarem as listas locais de PS e PSD, respectivamente.

O Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, vulgo PIDDAC, prevê, para 2007, um investimento de 106€ por cada habitante do Distrito do Porto e de apenas 16€ por cada habitante do Distrito de Braga [via]? Este Programa foi aprovado com o voto favorável dos deputados de Braga eleitos pelo Partido Socialista sem uma única explicação. Quase 10 vezes menos investimento no Distrito de Braga do que no Distrito do Porto. Ninguém diz nada...

Noutro âmbito, o PRACE está a ser implementado sem que o Minho seja sede de uma única Direcção Regional dos serviços da Administração Central. Nem as Direcções Regionais de Educação, Economia ou Cultura. Nem a Administração Regional de Saúde. Nem uma Direcção Nacional da Polícia Judiciária. Nem a Comissão de Coordenação da Região Norte. Nem a Administração da Região Hidrográfica. Até a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte fugiu de Braga para Mirandela. Ninguém diz nada...

Ricardo Gonçalves, deputado socialista eleito pelo círculo de Braga, escreveu que «é preciso que o PRACE distribua o poder por todo o Norte, concretizando o forte eixo constituído pelos distritos de Braga e do Porto, que é o grande pólo dinamizador de toda a região.» No exercício de retórica, o deputado acaba por não explicar como se faz essa distribuição de poder quando o Porto concentra (quase) todas as direcções regionais e dez vezes mais investimento central do que Braga.

Os dados estão lançados. Repudiaremos veementemente a estratégia dos que acenam com devota submissão aos poderes de Lisboa e do Porto e juntamo-nos aos que denunciam a fuga de investimentos e de serviços (vide o caso da Direcção Regional de Viação). Mas não chega. A região precisa de mais do que meras intervenções pontuais: é urgente um plano de acção integrado, uma estratégia global articulada entre os diferentes municípios.

Santana Lopes Nota 20 (vídeo)

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Santana Lopes Nota 20

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A SIC Notícias convidou o ex-Primeiro Ministro para uma entrevista sobre o momento difícil que o PSD está a passar. A SIC Notícia decidiu interrompe-la para transmitir em directo, imagine-se, a chegada de José Mourinho ao Aeroporto de Lisboa. Após o directo, Santana Lopes reagiu: «O país está doido e eu não quero continuar a entrevista.»

A decisão de interromper uma entrevista a um ex-Primeiro Ministro acerca de um tema muito relevante da política nacional para a transmissão directa de um não-acontecimento mostra a qualidade editorial das televisões portuguesas. Foi provavelmente o melhor momento público da vida de Santana Lopes.

A Metáfora do País

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Parada espera milagre do santo para travar barragem
Em Portugal não se faz... Aguardam-se milagres.

A Crise do PSD

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«O exercício do poder é o grande motivador da política em Portugal. Isso explica bem, porque razão é difícil fazer oposição no nosso país. Nunca existiu uma tradição de uma oposição forte e coerente no nosso sistema político, com um programa alternativo ao do governo.»

Bruno Gonçalves não deixa de ter razão. O problema é que, por norma, os governos portugueses também não costumam ter um programa para que se lhe possa contrapor alternativa. A crise aberta no PSD, se conduzisse ao abandono dos dois candidatos, seria uma excelente oportunidade para o partido abandonar o pendor que JPP caracteriza como «clientelar e provinciano» e, após clarificação ideológica, avançar com um projecto de governação concreto capaz de reunir os militantes e agregar contributos da sociedade civil independente.

Corro Por Ti Nós!

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Na manhã do próximo Sabádo, 29 de Setembro, terá lugar no Estádio 1º de Maio uma iniciativa desportiva que visa angariar fundos para a aquisição de equipamento para o Hospital de S. Marcos. O lema é aliar a prática de desporto à solidariedade e, para tal, o NEMUM (Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho) propõe que cada participante deposite 1€ por cada volta completa na pista do nosso saudoso Estádio 1º de Maio.

Os organizadores apelam à participação de todos, lembrando que «uma caminhada também é permitida» e faz muito bem à saúde. Os solidários mais preguiçosos poderão fazer apenas a sua doação pecuniária uma vez que existirão «voluntários que poderão Correr Por Si.»

A inciativa é apadrinhada pela atleta portuguesa Aurora Cunha e conta com o apoio de várias instituições, entre as quais se incluem o Sporting Clube de Braga, a Federação Portuguesa de Atletismo, a Câmara Municipal e a Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho.

Apareçam e corram por todos nós!

Blogues na Rádio

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Hoje, entre as 16 e as 17, a blogosfera está em 92.9 fm com o Rádio Clube Português, edição do Minho. Estarei, com o Vitor Pimenta e o Samuel Silva, numa amena cavaqueira que se centrará, entre outros temas, na discussão do momento actual da Universidade do Minho, da proposta de criação de uma região de turismo única para o Norte e da oferta de 5.000 telemóveis a outros tantos idosos do distrito de Braga. Até logo.

Um Requiem ao Minho

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Parece que o Minho está condenado a acabar. A espúria assimilação pela tão propalada região Norte "Porto" parece ser o que nos resta perante a indolente passividade com que se aceita esta (ainda) evitável inevitabilidade. Não menos negligente é o açambarcador fetiche portuense de vir a liderar 4 milhões de gente. Ganhavam mais, porventura, se se constituissem região com a sua área metropolitana e deixassem o Norte florescer à sua volta. Se a regionalização é urgente, não menos necessário é o despertar da consciência do Norte-para-além-do-Porto enquanto ainda é tempo. E talvez devamos começar pelos nossos amigos de Viana. Os tais que deterioram o Minho por palavras e actos, insistindo num discurso de bairro quando a era já é planetária.

Vem isto a propósito da extinção do Minho, enquanto marca turística. Entende a Comissão de Coordenação da Região Norte (e alguns minhotos aplaudem) que nem a magnifiência do Parque Nacionalda Peneda Gerês, nem a monumentalidade histórica de Guimarães, nem a vastíssima riqueza arquitectónica de Braga, nem o enorme valor cultural de Ponte de Lima, nem a magistral etnografia de Viana do Castelo justificam marca própria. E eis que o Minho mais não será que um apêndice dessa marca chamada Norte Porto cuja aposta se centrará assumidamente no Douro, no Douro e no Douro.

E perante isto, o que nos reservam as forças vivas do Minho para além de um enervante silêncio, pontuado aqui e ali por uma ou outra voz dissonante? O que dirão os produtores de Vinho Verde quando descobrirem que o vinho de excelência é o do Porto? E que esse será o produto promovido até à exaustão com os tais 100 milhões de euros? O que dirão os promotores de turismo rural do Minho quando descobrirem que a ruralidade promovida é a dos socalcos do Douro? O que dirão os promotores turísticos vimaranenses quando descobrirem que os Clérigos serão a cabeça do cartaz promocional? O que dirão os vianenses quando encontrarem a imagem do S. João do Porto apresentada como a mais portuguesa das romarias populares? O que dirão os bracarenses quando descobrirem que a Sé do Porto será apresentada como o ex libris religioso do Norte?

Dirão que foram levados no engodo?
Impossível. O intento de arrastar os fundos de todo o Norte para a promoção da marca "Porto" está bem anunciado nas páginas do JN: «Neste contexto, a futura Região de Turismo do Norte - que irá contar com um investimento de 100 milhões de euros para a promoção da região - pretende utilizar a marca "Porto" em todos os seus destinos e afirmar-se como a quarta grande marca turística portuguesa, depois do Algarve, Lisboa e Madeira.»

Porque o Norte não é o Porto. Porque o Porto não é o Norte. Porque o Porto não precisa do Minho para se promover. Porque o Minho tem identidade, tem história, tem gente, tem força e tem potencial, junto-me a Henrique Moura e a todos quantos lutam para não deixar morrer o Minho.

A grande mistificação das contas públicas

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«1. Era previsto que as despesas com o pessoal aumentassem 0,25%. Estão a aumentar 3,4%.
2. Era previsto que as aquisições de bens e serviços correntes aumentassem 3,5%. Estão a aumentar 10,2%.
3. Era previsto que as despesas correntes aumentassem 1,2%. Estão a aumentar 4,5%.
4. Era previsto que as despesas de capital aumentassem 2,1%. Estão a diminuir 2,9%.
5. Era previsto que a despesa total aumentasse 1,2%. Está a aumentar 3,9%.
6. Era previsto que a receita dos impostos aumentasse 4,9%. Está a aumentar 8,6%.»

Governar à custa do aumento da carga fiscal que impende sobre os contribuintes é muito fácil. O povo paga, o Governo fica com os louros. [via 4R - Quarta República]

Cenas de violência envolvem claques

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«Os incidentes ocorridos já no exterior do Estádio Axa, junto à rotunda da bancada nascente (onde as duas claques assistiram ao jogo), ter-se-ão precipitado pela saída do estádio de inúmeros elementos dos No Name, muito antes do final do jogo, sem qualquer espécie de controlo policial [Record]

Olha a laranjinha... (III)

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O PSD caminha alegremente para o abismo. A candidatura de Mendes parece apostada em utilizar todas as tácticas anti-democráticas possíveis e imaginárias com o propósito único de vencer as próximas eleições. É a democracia a la carte: quem convém vota, quem não convém é excluído.

Braga Qu'Eu Gosto 1 | Centésima Página

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Centésima Página
© Flapi

«Se tivesse que escrever um livro de moral, as primeiras 99 páginas ficariam em branco e na 100ª PÁGINA escreveria uma só frase: Existe um único dever, o dever de amar» [Albert Camus]

Mais que uma livraria, uma casa de cultura. Folhear esta página, que é Centésima, com o prazer de ler ao ritmo da arte é um deleite em que, quando há tempo, há espaço para um café. A Centésima Página instalou-se na Casa Roldão, uma pérola da Braga barroca em plena Avenida Central. A casa, construída entre 1759 e 1765, é atribuída a André Soares, o mais notável arquitecto do barroco português.

No capítulo das iniciativas culturais continua em exibição, até ao fim do mês, parte da exposição Três em Linha e, no dia 28, terá lugar a apresentação do livro «O Tomaz das Quingostas», de José Alfredo Cerdeira.

A Centésima Página está na rede em http://www.centesima.com/, sendo bastante fácil pesquisar e encomendar livros por esta via.

Reacção do PCP à Petição Pelo Eléctrico (II)

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Tendo em conta os esclarecimentos adicionais do Carlos Almeida, parece-me que a reacção do PCP apenas se baseou no texto da petição que, na realidade, não é tão abrangente como a discussão que temos promovido na comunicação social e na blogosfera sobre esta matéria. De qualquer modo, é público e notório que defendemos a criação de uma rede de transportes sobre carris adequada aos tempos que correm e não a reactivação dos eléctricos do passado.

Se o PCP também apoia, óptimo. Todos os apoios são bem vindos.

Reacção do PCP à Petição Pelo Eléctrico

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O PCP tornou pública uma declaração a propósito da Petição Pelo Eléctrico. Aparte as palavras de circunstância que salientam as «boas intenções e legítimas preocupações» da petição, o PCP optou por criticar a proposta afirmando que «carece de envergadura e ambições para resolver os problemas». Apesar de entender que a petição pelo Eléctrico «não acrescenta verdadeiras mais valias para a solução do problema», o PCP diz que a solução deve «assentar o mais possível em energias limpas (a electricidade por exemplo)». Pois não consta que o Eléctrico seja movido a petróleo ou a lenha!

A declaração dos comunistas demonstra um completo desconhecimento da discussão que vimos promovendo em torno do regresso do transporte urbano sobre carris à cidade de Braga. Temos repetido inúmeras vezes que o sistema que propomos deve incluir um eléctrico moderno e não a reposição do sistema «pitoresco» dos anos 60. Temos repetido inúmeras vezes que o regresso do eléctrico a Braga deve estar integrado numa rede que inclua ligações entre as cidades do quadrilátero Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos. Temos repetido inúmeras vezes que não é nossa intenção apresentar soluções técnicas, mas tão somente promover a discussão em torno de um problema que diarimente afecta milhares de bracarenses.

Criticando a nossa proposta, o PCP não acrescenta uma única ideia ao que há muito vimos discutindo não só neste blog, mas também no Mesa da Ciência, Mater Matuta ou Bracarae Avgvste. Assim se vê que o PCP não gosta mesmo nada da Democracia Participativa...

Olha a Laranjinha... (II)

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Mendes, tal como Sócrates, nunca fez nada fora da política. Mendes, tal como Sócrates, não sabe fazer nada fora da política. Mendes, tal como Sócrates, é um profissional da política do aparelhismo. O que os distingue é a capa: o socialista sabe cobrir-se de um manto de ingénua seriedade, enquanto o social democrata avoluma a imagem do político trapaceiro.

Estas eleições internas no PSD estão a tornar-se uma interminável noite das facas longas, um fratricídio absolutamente emético.

Gostei de Ler
O Fantasma de Lenine, no Hoje há Conquilhas :: PSD, uma clarificação, no Grande Loja do Queijo Limiano :: PSD, "o partido mais português", no Causa Nossa :: Faz Sentido, no Atlântico :: De Mal a Pior, no Corta Fitas :: O debate, no Bloguítica :: Muito fraquinho, no Virtualidades

Braga: uma Cidade, um Clube, um Sonho

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«Eram mais os apoiantes do Braga e os que melhor ajudaram a sua equipa do princípio até ao fim. O que ajudou a quebrar a monotonia do jogo.» [Público, 24/09/2007]

Um País de Pecadoras

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Inquérito: 85 por cento das portuguesas usam contraceptivos

Olha a laranjinha...

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Às vezes tenho a veleidade de pensar que todos os problemas do PSD se resolveriam com uma simples mudança de nome, pondo termo à irritante indefinição ideológica que assola o partido laranja. O problema é que de tamanha agitação eleitoral poderá nada restar para além de uma amarga laranjada.

A estratégia obsessivamente manipuladora da candidatura de Mendes em todas as questões eleitorias é verdadeiramente obscena. Primeiro, a recusa em marcar as eleições numa data mais conforme com os interesses sociais-democratas. Depois, um processo de regularização de quotas complemente desorganizado e a convidar ao não pagamento. Pelo meio, a inaceitável fuga à discussão com a recusa de um debate em sinal aberto. Finalmente, a impossível defesa de que os militantes açorianos devam votar sem actualizar as quotas.

O PSD tem emenda?

O Verdadeiro Tesourinho Deprimente

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No melhor estádio do Mundo...

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À entrada para o estádio, uma criança de 5 ou 6 anos toda equipada à Braga diz para o pai:

«Só vejo gente de Vila Verde...
Vamos jogar contra o Benfica ou contra o Vilaverdense?»

[Avenida do Mal] A República e o Sexo

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Foi reflexão que me surgiu por acaso, a caminho do Congresso de Saúde e Sexo. E escrevo-a agora que me sai pura e, porventura, sem pés nem cabeça. Mas basta olhar a própria figura da república portuguesa, parcialmente desnudada, de mamas ao léu para não perceber onde o sexo cabe ou se mete neste país. A nossa república é na verdade e no seu traço, desinibida, com uma pose naturalista, confortável com o seu corpo e, de bandeira ao ombro, quase que se enrola no mastro como uma stripper. O país real pelo contrário não se veste de burka porque o azul tão pouco lhe combina É antes um negro de véu rendado, xaile preto pela cabeça de dia e no adro, porque pela noite a renda é tecido envolvendo pernas e presa por ligas à cintura.

Verdade é que salvo algumas grandes excepções, que progressivamente se tornaram muitas nas zonas urbanas esclarecidas, é muito pouco usual a discussão sobre sexo e a sexualidade em família na juventude, nem pelo prazer ou função do mesmo. Sempre se deixou a responsabilidade para as forças da natureza da coisa. Nas comunidades rurais então, mais depressa se debatiam as lavouras das filha ou do filho de fulano que propriamente as verdades debaixo das saias e ceroulas. E não admirava a berraria que era sempre que uma adolescente, sem se ter cortado, se via a sangrar pernas abaixo, ou a escandaleira sempre que o pastor menino não se limitava em segurar o cajado. Coisas de pecado, inferno e poucas-vergonhas, que ficavam cegos e com pêlos nas mãos. Erguia-se as mãos à cabeça e lá ia o merendeiro borda abaixo.

E não falando em défice - porque tão pouco me sinto um Teixeira dos Santos, - diga-se em verdade sampaista de que há mais vida para além deste, sobretudo entre as pernas das gerações que se seguem. Tornado como fava o problema, este prende-se na vontade em mostrá-lo e em falar-se nas suas incómodas figuras anatómicas, que tão forçosamente se tapam na cruz ao crucificado. O Estado laico então, alheia-se desse papel e neste país raramente se vai perdendo tempo nas descrições por dentro e por fora, e tão pouco se tenta em falar de como usá-las. Não apenas na sua componente biológica, psicológica mas também no que é na Literatura e restante Arte, na História da Humanidade e como a sua energia está, e digo-o quase à revelia, implícita nas suas derrotas, guerras e conquistas. Até as próprias nações e culturas se desenvolvem nesses conceitos do erguer e do reerguer, das grandes potências…

O facto é que como uma qualquer questão de saúde pública, devidamente informada e esclarecida, o Sexo ou a Sexualidade devem fazer parte dos currículos do Sistema Educativo português, e abrangendo toda a população. É uma questão que não pode ser encarada como menor em democracia sobretudo quando o país se depara com algumas das maiores taxas de incidência de HIV ou de mães solteiras no Ocidente, ou quando há uma panóplia de estereótipos e preconceitos em relação aos comportamentos sexuais, ao papel dos géneros e ao próprio acto sexual. Disto resultam cidadãos que não sabem tirar partido absoluto da sua riqueza e se pouco satisfeitos ou contrariados tão poucos produtivos. Soma-se a este eventual benefício económico com um princípio que tenho em democracia, o do esclarecimento. Porque a informação é a arma de um país livre, e nesta como em muitas questões da sua saúde e da sua vida, os cidadãos e a sociedade portuguesa estão visivelmente desarmados...

Excesso de Vagas e Enfraquecimento da Classe Médica

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Joaquim Cerejeira, no Linha do Horizonte, descreve com muita clareza o perigo do enfraquecimento da classe médica, essa evidente obsessão do Ministro Correia de Campos:

«A grande questão que me preocupa não é, de modo nenhum a introdução de medidas impopulares para os médicos na reforma da saúde. Antes pelo contrário, penso que elas são importantes e devem ser implementadas para por fim a abusos que todos conhecemos (e que são transversais à função pública). A minha preocupação situa-se nos efeitos graves que o enfraquecimento do poder da classe médica poderá vir a ter na relação médico-doente. Qualquer acto médico tem que ser centrado numa relação de confiança entre o doente e o médico, relegando a instituição hospitalar para um papel de suporte e de integração dos cuidados de saúde. No entanto, o que se tem vindo a assistir é uma transformação progressiva do médico num técnico que presta unicamente um serviço numa empresa (hospital) a um cliente que a ela recorre (doente). A relação médico-doente está assim a ser substituída pela relação hospital-cliente. Receio que esta alteração, embora possa ser atraente para alguns decisores políticos, não beneficie médicos ou doentes.»

Poesia Cantada

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Valsa de um Homem Carente, Jorge Palma

Teorias que fascinam

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Da leitura desta caixa de comentários surge uma nova teoria económica: 'o desemprego aumenta a qualidade dos serviços'. Os países a vermelho, tendo as maiores taxas de desemprego, terão os serviços mais fabulosos. Obviamente...

«Prendocracia»

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No princípio eram os portáteis. Depois vieram os telemóveis. Ainda a procissão vai no adro, mas o ofertório já atinge níveis propagandísticos eleitorais. O Governo encontrou na prenda uma nova fórmula para desenvolver o país.

A TMN ofereceu 2.000 portáteis, mas foram os membros do Governo que fizeram questão de os entregar. Seria interessante conhecer o impacto da oferta de portáteis no sucesso escolar dos premiados e, sobretudo, perceber porque não apostou o Governo em equipar salas de informática para uso colectivo nas escolas.

A Optimus ofereceu 4368 telemóveis a idosos isolados. Mesmo ignorando o facto de se terem ofertado telemóveis «a quem não tem óculos para ver», a medida não pode ser acolhida com menos que uma sonora gargalhada. Este Governo sabe que com as prendas vai contentando o pobre e arrecadando votos, ainda que o idoso tenha um telemóvel para ligar e a resposta do outro lado seja «só tem consulta 'para' 2008».

É a democracia da prenda.

Sobre o EuroBarómetro das Cidades

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A Câmara Municipal de Braga tornou público, através do seu canal informativo, os resultados de um EuroBarómetro sobre as percepções dos habitantes de 75 cidades europeias relativamente à qualidade de vida. Tratando-se de um meio de propaganda, a nota de imprensa do Município apenas hiperboliza o positivo e minimiza o negativo. Os jornais embarcaram na análise oficial, mas haverá outras leituras a retirar do documento?

1) TRANSPORTES PÚBLICOS
53% dos bracarenses dizem-se satisfeitos com os transportes públicos da sua cidade enquanto nas restantes cidades, em média, a percentagem de satisfação é de 64%. Por outro lado, em Braga, os insatisfeitos são 17% enquanto que no resto da Europa totalizam 27%. Isto sucede porque Braga é a cidade em estudo em que o número de inquiridos sem opinião acerca do sistema de transportes públicos é maior: quase 1/3 dos bracarenses (30%) não tem nada a dizer sobre esta matéria, um indicador de que provavelmente nem conhecem os sistemas de transportes públicos.

2) EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS
Ao contrário do que sucede com os transportes, os bracarenses estão mais satisfeitos do que a média dos europeus residentes nas cidades em estudo relativamente ao item de equipamentos desportivos. 63% dos bracarenses diz-se satisfeito, contra 56% dos europeus.

3) SALAS DE CINEMA
A oferta existente parece satisfazer os bracarenses. Por aqui, os satisfeitos totalizam 74% enquanto que na média das 75 cidades se ficam pelos 69%.

4) EQUIPAMENTOS CULTURAIS
O número de insatisfeitos com a cultura na cidade de Braga (28%) é o dobro da média europeia (14%). Apesar de uma maioria significativa se mostrar satisfeita (62%), Braga está muito longe de atingir todos os públicos nesta matéria. Bem mal vai a política cultural do Município quando se vai ao cúmulo de anunciar através dos meios oficiais a abertura de uma loja privada (Publicidade gratuita?).

5) POLUIÇÃO DO AR, RUÍDO E LIMPEZA URBANA
A maioria dos bracarenses (58% e 53%, respectivamente) considera que a poluição do ar e o ruído são um problema importante da cidade. Já relativamente à limpeza urbana, o nível de satisfação é relevante, sendo expresso por 84% dos respondentes, contra uma média europeia de apenas 53%.

6) ESPAÇOS VERDES
Insatisfeitos. 52% dos bracarenses estão insatisfeitos com os parques e jardins da sua cidade. Este valor contrasta pela negativa com a insatisfação média de apenas 28% nas restantes 75 cidades da Europa.

NOTA FINAL
À semelhança do que sucede no conjunto das 75 cidades, 95% dos bracarenses disseram que gostam de viver na sua cidade. A média europeia é de 90%.
Parece-me que esta análise da comparação de tendência é mais útil do que a ordenação em rankings de cidades. Mesmo assim, é preciso ter em conta que o nível de exigência e des responsabilidade cívica de um dinamarquês é necessariamente diferente do de um português, pelo que algumas comparações terão que ser relativizadas.

É bom viver em Braga?
Sem dúvida. Mas ninguém tenha a veleidade de achar que não poderia ser ainda melhor.

Da Toponímia

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Vital Moreira afirma que «devia ser proibida a atribuição de nomes de titulares de cargos públicos a sítios ou equipamentos públicos, enquanto no activo e nos cinco anos seguintes.» Concordo com o princípio, embora defenda que a moratória devesse ser mais longa. O critério de atribuição de nomes a sítios e equipamentos públicos segue critérios que são, no mínimo, muitíssimo discutíveis.

Recentemente, foi atribuído o nome de uma mulher a uma rua em Gualtar. Desconhecendo a história da pessoa em questão, tratei de ir à Junta de Freguesia de Gualtar para que me elucidassem sobre as façanhas meritórias de tamanha distinção mas, pasmem-se, não sabiam na Junta quem tinha sido. Uma chamada telefónica mais tarde, souberam as funcionárias dizer-me que a senhora era muito rica e que, entre as suas propriedades, se contavam os terrenos onde aquela rua fora implantada. Além disso, tinha-se licenciado em Química e tinha doado bens à paróquia. Confesso que não pesquisei mais sobre a senhora e que, como tal, esta análise apenas se baseia na informação que oralmente me foi transmitida pelas funcionárias da Junta de Freguesia.

Estranho critério este que considera que a posse de avultados bens e a doação de parte deles a uma instituição privada pode constituir crédito suficiente para a atribuição do nome a uma rua pública. Estranho critério, sabendo-se que a construção do referido loteamento resultou em avolumados lucros para os herdeiros. Estranho critério, sabendo-se que o referido loteamento até nem foi soberbamente pensado, escasseando espaço para coisas tão simples e essenciais ao bom urbanismo como árvores. Estranho critério...

Esta banalização da Toponímia acaba por desvalorizar o tributo público que deve ser dedicado a grandes nomes nacionais e locais como Fernando Pessoa, André Soares ou Francisco Sanches.

Jorge Costa: The Special... Student!

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Quando o Braga tiver um treinador, a coisa muda.
O que me aborreceu não foi o resultado. Foi a péssima exibição, a falta de visão do técnico, as substituições em cima do final do jogo. Nada que não tivessemos previsto.

Mourinho: The Special Unemployed

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Gostei de Ler

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Eduardo F. escreve sobre a Mobilidade Condicionada da trama rodoviária da cidade de Braga, apontando as Avenidas Padre Júlio Fragata e Frei Bartolomeu dos Mártires como uma das «maiores dores de cabeça a quem por ali tem de passar».

Claudette Guevara apresenta-nos um verdadeiro Centro Comercial. E, de repente, confirma-se o que temíamos. Não temos mais que ajuntamentos de lojas.

Uma Questão de Ondas

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«Em Braga não há notícias porque ninguém levanta ondas». Pedro Guimarães acerta o diagnóstico, mas o problema é bem mais sério. Em Braga não há ciclovias porque ninguém levanta ondas. Em Braga não há transportes públicos porque ninguém levanta ondas. Em Braga não há planeamento porque ninguém levanta ondas. Em Braga não há debate porque ninguém levanta ondas.

Levantada a onda do eléctrico, os partidos políticos continuam a analisar. Os opinion makers locais não se comprometem. A Associação Comercial nada diz. A Associação Académica não tem uma palavra sobre o tema? É assunto irrelevante para as Juntas de Freguesia de Maximinos, S. Vitor, S. Lázaro, Sé e Gualtar?

Com raras excepções, os sinais chegam dos bastidores. Ao que parece, o eléctrico vai mesmo avançar. Mas cuidado. Em Braga há demasiados hidrofóbicos.

[Picture Copyright: TrekEarth]

Estocolmo * Stockholm

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É a capital e maior cidade da Suécia e do norte da Europa. Localiza-se na costa oriental do país, junto ao mar Báltico. A população da cidade é de 788.269 habitantes, mas se se incluírem os subúrbios sobe para 1.252.020. Está situada num arquipélago de catorze ilhas e ilhotas, unidas por 53 pontes, na região onde o Lago Mälaren encontra o Mar Báltico. Seu relevo é de planície, chegando no máximo a 200 metros de altitude em relação ao mar em alguns pontos. [via pt.wikipedia e en.wikipedia]

Amanhã, o Sporting de Braga joga numa das cidades mais apaixonantes da Europa.
Amanhã, Portugal joga de vermelho.

Hoje, às 15h30 há Eléctrico no Rádio Clube

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Contra a Demagogia: Excesso de Vagas em Medicina

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«Dentro de pouco tempo não haverá vagas para o ano comum (antigo internato geral) que absorvam o número exponencial de novos licenciados, isto sem contar com os concorrentes (muito bem-vindos) dos outros países da UE-27. Sim, bem-vindos pois trata-se duma questão semelhante à da demografia: apesar da nossa baixa natalidade, porquê termos mais filhos se há tantas pessoas no mundo (5000 milhões!) desejosas de viver e trabalhar em Portugal e que poderiam imigrar; do mesmo modo, porquê gastarmos tempo e dinheiro a formar novos médicos se há tantos outros desempregados no mundo a suspirar pelas especialidades que os nossos não querem (Medicina Interna, Clínica Geral, Saúde Pública, Patologia, etc.). Todavia, a falta de profissionais é uma questão política e económica. Com um dos melhores ratios médico/habitante (1/300) do mundo, os portugueses continuarão a queixar-se enquanto houver dinheiro para financiar o SNS. Assim cairão no desemprego os generalistas (cujo trabalho é facilmente reprodutível pelos estrangeiros e recém-licenciados) e os especialistas que sirvam a população mais pobre (internistas, infecciologistas, etc.). Também se dizia em 2002 que havia falta de 12000 enfermeiros e hoje temos licenciados em enfermagem desempregados. No futuro não será o corporativismo nem as necessidades da população a ditar empregabilidade dos médicos, mas sim a competitividade dos especialistas e os interesses dos ricos.

O mais curioso é esta acentuada inflação de notas apesar do aumento das vagas (que denota uma clara diminuição das matérias e da exigência nos exames): em 1996 as vagas eram 475 e a nota de entrada foi 171; este ano as vagas foram o triplo (1400) e a nota de entrada foi 178.»


Portugal Diário

Dossier Eléctrico (III): Um Projecto Ecológico

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Tão óbvias que são, nem vale a pena perder muito tempo a enunciar as vantagens ambientais do Eléctrico relativamente ao uso do automóvel individual tanto nas descolações dentro do burgo como nas viagens de e para Braga.

Um dos aspectos que mais inquieta algumas pessoas é o impacto visual e sonoro do eléctrico. Um impacto que, diga-se em abono da verdade, é significativamente inferior aos danos causados pelos ciruclar frenético dos automóveis e pela sua arrumação caótica nos arruamentos da cidade. É preciso notar que o eléctrico moderno evita os cabos que nos separavam do céu, podendo enquadrar-se com particular beleza no meio urbano. Novas composições substituiram os eléctricos velinhos, não pondo de parte a possibilidade de circular um eléctrico à antiga para efectuar alguns circuitos turísticos aos fins de semana e durante os meses de Verão.

Um sistema de transportes sobre carris, complementado por uma eficaz rede de transportes rodoviários colectivos permitiria aliviar significativamente o fluxo de automóveis para o centro da cidade, sem diminuição no afluxo de pessoas. Planear bem não custa, é ecológico e sai barato.

É política à portuguesa, com certeza!

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Lisboa é um autêntico repositório de espécies raras. Depois da contratação de um trotskista, António Costa está a promover uma salazarista. Ainda há democratas? [imagem via abnoxio]

Dossier Eléctrico (II): Um Projecto Necessário

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A Petição que lançámos Pelo Regresso do Eléctrico colocou a questão da mobilidade interna da cidade de Braga na ordem do dia. Como já referimos algumas vezes, a cidade de Braga está pensada e estruturada exclusivamente para o uso do automóvel individual. É urgente inverter esta tendência. Os estudos de viabilidade são indispensáveis, mas a necessidade do projecto parece óbvia, sobretudo se tivermos em conta as seguintes ligações:

1) Estação CP - Zona de Gualtar
O fluxo de pessoas que se desloca do eixo Porto-Famalicão em direcção a esta área da cidade de Braga justifica a urgência da ligação. Um meio de transporte rápido e regular (com partidas de 10 em 10 minutos nas horas de ponta) faria aumentar significativamente o uso do comboio para entrada e saída na cidade de Braga. É preciso não esquecer que aquela zona da cidade ond ejá se situa a Universidade do Minho receberá, a curto prazo, o novo Hospital, o centro de empresas Atlântico e o Instituto Ibérico de Investigação.

2) Braga - Guimarães
Esta ligação, passando pela área densamente povoada das Caldas das Taipas e Ponte S. João, parece consensual e tem sido repetidamente reivindicada pelo Presidente da Câmara de Guimarães.

Além destas ligações, a Câmara de Braga terá que, no imediato, perspectivar o futuro guardando corredores para a construção de uma rede capaz de cobrir as áreas mais significativas do concelho. Por outro lado, havendo uma linha a cortar a cidade de Oeste para Este (Estação-Gualtar) parece necessário pensar-se na criação de uma linha alternativa no sentido Norte-Sul. Outro aspecto a ter em conta seria uma eventual transferência da Central de Camionagem para viabilizar a criação de uma interface entre o comboio, o eléctrico, os transportes rodoviários suburbanos e de longa distância e os transportes rodoviários urbanos.

No fundo, é urgente repensar a cidade e a região, colocando o interesse das pessoas acima do interesse dos carros, dos parques e do cimento.

Uma Auto-Análise da Petição pelo Eléctrico

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O Jornal de Notícias, que foi o primeiro órgão de informação a antecipar o impacto da iniciativa, voltou a chamar à capa da edição Norte a Petição Pelo Regresso dos Eléctricos a Braga.

«A petição sugerindo o regresso dos eléctricos à cidade de Braga e que leva já mais de 400 assinaturas, ganhou um dos mais importantes apoios o presidente da câmara, que considera a proposta "interessante" e a ideia digna de "amadurecimento". Mesquita Machado mostrou-se "disponível" para reunir com o autor da petição, Pedro Morgado, até porque "apreciou a proposta deste grupo de cidadãos" que se insere naquilo que "a câmara quer fazer com o orçamento participativo". [...] Com este apoio que Pedro Morgado considera "importante", parte-se para a discussão do modelo pode vir a ser adoptado.
O presidente da câmara de Braga simpatiza com o existente numa cidade alemã. [...] Para muitos, a ideia de um monocarril é uma proposta radical, "mas ainda assim merecedora de ser estudada". Da parte dos peticionários, a ideia mais consensual é o modelo da cidade francesa de Bordéus. [...] O elétrico tem-se tornado opção em cidades europeias da Alemanha, Bélgica, Holanda, Espanha, Itália e França para fazer face ao estrangulamento de trânsito nos centros urbanos

A discussão em torno da criação de um sistema de transportes sobre carris na região de Braga é o tema político do momento na cidade. A particularidade de ter emergido da sociedade civil, à margem dos partidos políticos, confere-lhe características inéditas no panorama regional e poderá levar à criação de um consenso político alargado na defesa dos interesses das populações. A reacção inicial dos diários bracarenses foi tímida e o Correio do Minho aguardou mesmo a tomada de posição do Presidente da Câmara para noticiar o assunto. Já a Antena Minho foi mais expedita e várias rádios nacionais têm noticiado o evoluir da petição, estando programada uma discussão mais alargada na próxima Quarta-Feira no Rádio Clube Português. O primeiro artigo de opinião sobre o Eléctrico surgiu no Sábado, nas páginas do Diário do Minho.

Se a imprensa e as rádios nacionais destacaram o tema, a verdade é que o movimento passou ao lado da blogosfera nacional mais significativa. Interessante paradoxo. Um movimento que nasce na blogosfera tem maior impacto nos órgãos de comunicação social nacionais do que na blogosfera nacional. Os blogs locais têm sido (quase) unânimes no apoio à iniciativa.

Congresso Ibérico de Estudantes de Medicina

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Alguns estudantes de Medicina da Universidade do Minho em conjunto com colegas da Faculdade de Medicina de Santiago de Compostela estão a organizar o I Congresso Ibérico de Estudantes de Medicina. O evento realizar-se-á entre 24 e 27 de Outubro em Santiago de Compostela, a capital da Galiza. As inscrições já estão abertas em http://www.cibeme.com/.

Dossier Eléctrico (I): Um Projecto Atrasado

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A Câmara de Coimbra, em conjunto com os municípios de Miranda do Corvo e Lousã, têm em andamento a construção da rede do "Metro do Mondego". Na realidade, será uma rede de tram-train, o eléctrico moderno. É um facto que a existência de linhas ferroviárias numa parte do troço do futuro "metro" facilitaram a implementação e o andamento do projecto, mas a verdade é que as gentes de Coimbra tiveram o mérito de antecipar o futuro e preparar a cidade para as exigências dos dias que correm, captando a atenção do poder central e convencendo-o a financiar uma parte muito significativa da obra. A empresa de Metro do Mondego tem como accionistas o próprio Estado (53%), os município de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo (com 14% cada), a Refer (2,5%) e a CP (2,5%).

Como pode ver-se no esquema, a rede do Eléctrico de Coimbra irá servir os pontos mais importantes da cidade - Hospital, Universidade, Estádio - e fará a interface entre os diferentes meios de transporte públicos existentes, com ligação a uma das Estações de Caminhos de Ferro, por exemplo.

Braga é uma cidade maior que Coimbra e, além disso, tem o privilégio de liderar uma área densamente povoada que integra os concelhos de Guimarães, Famalicão e Barcelos. Posto isto, não será difícil concluir que o debate e estudo acerca da implementação de uma rede de transportes sobre carris chega ao Minho com muitos anos de atraso.

Das Colocações no Ensino Superior

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Terminou há instantes o tradicional nervoso miudinho de milhares de estudantes por esse Portugal fora. Estão publicados o resultados da 1ª Fase do Concurso de Acesso ao Ensino Superior. Este ano a análise da média do último candidato a entrar em Medicina tornou-se uma tarefa hercúlea. Isto sucede porque a Universidade Nova de Lisboa, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra decidiram tornar mais fácil o ingresso no curso de Medicina, admitindo a possibilidade da Matemática ser específica (é uma disciplina em que os bons alunos costumam tirar notas excelentes). A Universidade da Beira Interior, além de continuar a valorizar mais as notas do Ensino Secundário (valem 65% enquanto que nas outras faculdades valem 50%) também dá aos alunos a possibilidade de optarem pela melhor classificação nas específicas de Biologia e Geologia ou Física e Química. Só a Universidade do Minho, o ICBAS e a Faculdade de Medicina de Lisboa mantiveram o critério tradicional de exigirem duas específicas fixas: Biologia e Geologia + Física e Química, critério que no próximo ano lectivo será adoptado por todos os cursos de Medicina.

Esta disparidade de critérios faz com que sucedam coisas curiosas como o caso deste aluno que não tinha média para entrar na Universidade do Minho nem no ICBAS, mas que ingressou na Universidade Nova com o número de ordem 117 (o último colocado foi o 599) e também poderia ter ficado na Faculdade de Medicina do Porto com o número de ordem de 143 (o último colocado foi o 441).

Adicionalmente, é preciso ter cuidado nas comparações com as médias do concurso anterior. A maioria das Faculdades de Medicina (4 em 7) alterou os critérios e tornou o acesso mais fácil, tendo como resultado óbvio o aumento da classificação do último colocado. É claro que a busca de um título sensacionalista fez com que o Portugal Diário e a edição online do Público se precipitassem afirmando que "Medicina volta a subir". Os jornalistas menos informados repetiram até à exaustão que a média de entrada em Medicina está mais alta. A opinião pública repetirá que «estão a pedir notas muitas altas em Medicina». Mas, na verdade, a médias das únicas faculdades comparáveis desceu. A média das classificações dos últimos colocados em 2006 nas três faculdades que mantiveram os critérios foi de 180,67 e em 2007 é de 180,43. Como tal, comparando o que é comparável, a média de entrada em Medicina baixou.

De qualquer modo, eu acho absolutamente irrelevante saber se a média deste ano subiu ou desceu em relação ao ano anterior. O que faz a média de cada curso é a procura e o grau de dificuldade dos exames no respectivo ano, dado que as classificações do ensino secundário são mais estáveis. Assim, a comparação só terá interesse entre os diversos cursos no mesmo ano, ainda que tendo em conta as nuances acima referidas.

[Avenida do Mal] Por Quem os Sinos Cobram

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Do poema cantado por Vilaret, roubo-lhe os sinos e o protocolo, e dou-vos a imaginação... A procissão de resto, ao compasso do carrilhão simples da capela, vem apinhada de gente, e mais ainda lhe olha os santos seguros por andores pesados de arranjos florais. Do "ai que lindo que vai este, de Santa Rita…" das coisas impossíveis, ou que se fazem como tais, como um emprego ou dinheiro. A crise económica envolve a manifestação religiosa de uma comoção compulsiva. Tudo se faz maravilhoso aos nossos olhos e aos de Deus, e tudo vale para Lhe agradar pelas benesses. Não as que se tem, mas as que se querem...

Desde o "discurso da tanga" que vejo a procissão de velas na minha terra encher-se de cada vez mais gente. E a tal do Triunfo, com a cavalaria da GNR e os figurados, mais concorrida que nunca. Fazem fila para meter as gadanhas nos andores, crescem os pedidos de promessas de ano para ano, andam para se matar pelas vestes deste ou daquele santo ou anjo de virtude. É a porrada por um milagre... Esta emoção em crescendo tem excedido o odor de farturas, do frango assado e recozido, e a berraria dos feirantes. Na náusea deste ano, vendiam-se pénis de madeira numa barraca, ao dependuro, enquanto aquilo passava. Ironias como a dos russos convertidos à ortodoxia por um prato de sopa.

E não fica o desfile por aqui. No país do topo de gama, os sinais exteriores de riqueza são sinais da presença de Deus, o resultado da ladaínha repetida. As maleitas vão deixando a lista de pedidos. É antes o Euromilhões. Pois tudo se compra pelos vistos, até uma vida nova, uma mulher nova - que não esta arranjada em sagrado matrimónio... E portanto não admira que na irracionalidade do cozido à portuguesa e do vinho tinto, alguém me dizia há dias que comprava um apartamento em Fátima se tivesse tal graça. Novidade, mas tem algo de prático: benze-se o pousio como residência oficial e fica muito mais cómodo ir-lhe ao Santuário a pé, sempre que se precisar de outro milagre.

Mas o que tem de típico e gracejo tem de irracionalmente aterrador. Custa ver notas de 50 empenhadas numa mariquice colectiva a troco de uma sorte concedida pela rege divina. Como quando se empenhou a dita do ouro brasileiro em Igrejas e Conventos ao membro procriador de D. João V ou ao útero parideiro de Maria Ana d'Aústria. Aos portugueses custa-lhes antes investir neles, na raia miúda. Para estes: migalhas. O engodo é que tudo o que se foi encontrando pela sua História apareceu por obra e graça de pombas da inseminação, messias e anti-cristos. Nada que se tenha feito por isso pois então, que não ir à missa... É desta nação de joelhos que se fazem Primeiros-Ministros Madres Teresa e restantes ministérios e autarquias, uma nomenclatura de irmãs de caridade. É neste nevoeiro que se faz de Cavaco Sebastião. Que se faz de Scolari milagreiro.

Pelo Eléctrico de Braga: Contributos

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«Sem metro e com as dificuldades existentes a nível de trânsito, condicionando a rapidez dos TUB e com ruas onde o estacionamento continua a provocar o caos em determinadas horas de ponta da manhã e fim da tarde, é fácil entender que o regresso do eléctrico seria uma mais-valia para a cidade.
Oxalá o poder político analise e dê à ideia o tratamento mais adequado para os interesses dos cidadãos, do ambiente e qualidade de vida, num tempo de progresso e evolução.
Talvez argumentos a favor e contra dificultem a análise isenta e objectiva do poder. Porém, convirá sempre ter presente que o eléctrico nunca será sinal de retrocesso quando ponderados os diferentes interesses para todos os cidadãos.
Que o pedido de regresso do eléctrico mereça um estudo e uma análise capaz de avaliar os prós e contras que a opção contenha, sem virara apenas questão política... Curiosa a questão quando alguns já só falam em TGV e Ota!»
J. Carlos Queiroz, no Diário do Minho

«É minha opinião que Braga tem um problema de deslocação inaparente porque neste momento não é ainda claustrofóbico, mas ao ritmo a que a cidade cresce rapidamente se vai tornar. Basta recordar as filas intermináveis de Celeirós há apenas 5 anos. As grandes vias rodoviárias resolveram parte desse problema mas servem de tampão apenas a uma fase nova da cidade - a população não residente. Isto porque o que se começa a ver todos os dias é o crescimento de uma população de profissionais que procura trabalho qualificado mas que não reside em Braga ou que reside nos crescente subúrbios bracarences, em zonas residênciais mais acessíveis e confortáveis, mas cujos acessos são estenosados por EN enxertadas em caminhos-de-cabra. Tal como no Porto, a cidade de Braga vai transformar-se num centro de serviços e produção especializada, mas corre o risco de implodir por não se preparar atempadamente para a expansão. A Petição surge num "timming" adequado à preparação de um PDM que inclua os espaços onde se contruirá as vias de um "tram". [...]
Quanto àquilo que acho urgente nesta cidade é criar comunicações acessíveis entre os principais meios de deslocação colectivos intercidades e dentro da cidade. O caminho de ferro está completamente atrofiado por uma estação isolada e sem acessos fáceis à Universidade ou mesmo ao centro da cidade. A estação de camionagem, menos mal, mas serve mal quem se tem de deslocar para fora do centro. Isto se não estiver a chover!
Eu vivo no Porto e preferia vir de comboio e deslocar-me para a UM ou para o hospital de "tram" a ter de pagar perto de 10€ por dia em deslocações, esperar por um lugar de estacionamento, ter riscos no carro e desperdiçar 1h30min que poderia aproveitar para trabalhar enquanto me desloco.»
JMP, em comentário a este post

Uma Questão de Lama

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Mas alguém me explica porque é que uma teocracia há-de ser melhor que uma ditadura?

Contra a Demagogia

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É impressionante a forma como a sociedade pode construir imagens absolutamente erradas acerca de uma temática. Sejamos objectivos: Portugal tem uma das maiores taxas de médicos por habitante do mundo, estando acima da média da União Europeia e dos Estados Unidos. Sejamos honestos: não é entupindo o mercado de médicos que se resolvem os problemas do Sistema Nacional de Saúde nem é criando universidades privadas que os portugueses passam a ter melhores serviços de saúde. Sejamos claros: A falta de médicos em Portugal não passa de um mito.

Pelo Eléctrico de Braga: Ponto da Situação (III)

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1. Caminhamos a passos largos para o meio milhar de assinaturas.

2. A imprensa local (Diário do Minho e Correio do Minho) destacam a reacção do Presidente da Câmara à petição. O assunto chegou, finalmente, ao Correio do Minho.

3. O Rádio Clube Português e a Rádio Renascença noticiam a Petição Pelo Regresso do Eléctrico; Na próxima quarta-feira, 19 de Setembro, estarei no Rádio Clube Português a expor alguns dos argumentos que justificam a aposta nesta solução. Entre 20 e 21 de Setembro, a Antena 1 dará destaque à Petição Pelo Regresso do Eléctrico.

4. A sondagem online no site do Diário do Minho prosegue até à próxima semana com um impressionante maioria de 95% dos votantes a defenderem o Regresso do Eléctrico a Braga.

Os Maus Exemplos

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Este caso está a permitir ver mais do que imaginámos:

1. O Governo e a Federação Portuguesa de Futebol têm um peso para as agressões praticadas por jogadores e uma medida para os comportamentos idênticos prepetrados por Scolari;

2. Os apoios que Scolari tem recebido vão para além da normal solidariedade. Gratidão por escolhas contestadas e desportivamente injustificadas?

3. Scolari não tem que ser convertido numa espécie de bode expiatório para as nossas frustrações desportivas recentes mas não pode deixar de assumir as responsabilidades e consequências dos seus actos. A demissão é a única saída.

4. O apoio dos jogadores à inaceitável agressão (ou tentativa, não importa!) a um COLEGA DE PROFISSÃO demonstra um servilismo que enoja. Estarão mais interessados em garantir um lugar na selecção do que em defender a ética e o fair play desportivos?

5. Se se confirmar a manutenção de Scolari no cargo, somos compelidos a concluir que os apelos da Federação, da Liga e do Governo ao Fair Play, em campanhas com altos custos financeiros, não passam de fantasia e hipocrisia.

Presidente da Câmara reagiu à Petição pelo Eléctrico

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O blog Para Quando a Nossa Revolução avança que Mesquita Machado reagiu hoje à Petição Pelo Regresso do Eléctrico a Braga considerando-a como um proposta "interessante" e "uma ideia a amadurecer". Segundo, Pedro Antunes, o Presidente da Câmara «mostrou-se "disponível" para reunir com o autor da petição, Pedro Morgado, até porque "apreciou a proposta deste grupo de cidadãos" que se insere naquilo que "a câmara quer fazer com o orçamento participativo"».

Mesquita Machado citou o exemplo de Wuppertal, uma cidade alemã em que existe um sistema de transportes em monocarril suspenso. É uma hipótese a considerar que apresenta algumas vantagens relativamente ao eléctrico, mas que tem um impacto visual muito negativo. Um assunto a que voltaremos brevemente.

Por aqui, saudamos a abertura de Mesquita Machado e, após o encerramento da recolha de assinaturas, pediremos uma audiência ao senhor Presidente da Câmara para lhe apresentarmos as nossas ideias. É preciso passar das intenções aos actos e avançar com um estudo de viabilidade das várias opções que estão sobre a mesa, tendo sempre em conta a criação de um sistema de transportes que vá para além da cidade de Braga, abrangendo também, numa primeira fase, a ligação sobre carris a Guimarães.

Braga: Oposição faz acontecer

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A redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) proposta pela Coligação Juntos por Braga foi acolhida pelo executivo liderado por Mesquita Machado, embora em moldes um pouco diferentes do defendido. Seja como for, a proposta da oposição abre «caminho a uma nova era de responsabilidade orçamental das autarquias». Quem o diz é Francisco Teixeira no Jornal de Notícias, que vai longe ao reivindicar a adopção de idêntica medida por parte do executivo vimaranense.

Como se percebe, a ideia da Coligação liderada por Ricardo Rio não só tem o mérito de proporcionar uma efectiva diminuição da carga fiscal que impende sobre os bracarenses como também poderá servir de estímulo para a diminuição dos impostos nos concelhos limítrofes.

Braga Digital e Festival da Juventude

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A Câmara de Braga vai aprovar hoje, em reunião de executivo, uma série de sub-projectos no âmbito da BragaDigital. A medida inclui verbas para, entre outros, um centro de interpretação e museus virtuais, miradouros virtuais, anel em banda larga em fibra óptica, hotspots, quiosque multimédia e do portal BragaDigital. Ainda matéria digital, havia sido apresentado o novo portal da Câmara Municipal que substitui o site anterior que se encontrava completamente obsoleto. Esta aposta nas novas tecnologias é uma aposta no futuro, pelo que o executivo merece ser felicitado.

Noutro âmbito, foi apresentado o programa do Festival da Juventude que decorrerá em Braga entre 20 e 23 de Setembro. A animação chega à Avenida Central e o Festival encerra mesmo a tempo dos jovens se juntarem ao Braga-Benfica que se joga dia 23 de Setembro, pelas 18h.

Boa Viagem

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Scolari afastou João Vieira Pinto da selecção nacional por ter agredido um árbitro. Depois dos lamentáveis acontecimentos desta noite, Scolari só tem uma saída: espero que amanhã conheça muitas aeromoças.

Adenda - Scolari pediu desculpas aos Portugueses, entre os quais naturalmente me incluo. Aceito. Continuo a aguardar que se demita ou que o demitam.

Publicidade Ecológica

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Numa cidade perto de si...

Estado Laico? Mas pouco...

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Vital Moreira juntou-se às críticas que têm sido feitas à máquina de propaganda do Governo a propósito do início do ano lectivo e denunciou o oportunismo político [imagem via abnoxio] de quem renuncia à Constituição e aos princípios do próprio partido.

De igual modo, anda animada a discussão sobre o Estado Laico. Parece absolutamente incompreensível que noventa e sete anos depois de 1910 e trinta e três anos depois de 1974 ainda não tenhamos conseguido atingir a imparcialidade do Estado em matéria de religião. Talvez a maioria não o deseje. Talvez uma minoria com poder esteja a travar a sua concretização. Talvez os decisores políticos não tenham coragem para contraiar uma franja significativa do eleitorado que se lhe vem opondo. Talvez. Quanto a mim, a liberdade religiosa dos cidadãos e a neutralidade do Estado em matéria religiosa são inegociáveis.

Apontamento histórico sobre carris

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O livro Braga e os Caminhos-de-Ferro [1], de Joaquim da Silva Gomes, conta-nos a história do Ramal de Braga e dos projectos gorados de construir ligações ferroviárias desde a Capital do Minho até Monção, Chaves e Guimarães. Nesses tempos, tal como agora, foi a sociedade bracarense que se mobilizou, dirigindo, em 14 de Maio de 1866, um abaixo-assinado ao Rei D. Luís:

«Os habitantes da cidade e concelho de Braga, abaixo assignados, reunidos em meeting na tarde do dia 14 do corrente mez de maio, com previa licença da auctoridade, resolveram manifestar-se a Vossa Majestade qual a opinião d'este povo e seus votos ácerca da directriz do caminho de ferro, que se projecta construir entre as cidades do Porto e Braga.»

Quase cento e cinquenta anos volvidos, Mesquita Machado é peremptório ao afirmar, no prefácio do mesmo livro [1], que «a ligação de Braga à emergente estrutura ferroviária revelou-se fundamental para o desenvolvimento da cidade e da região e para a sua afirmação no contexto económico nacional».

Tal como em 1866, é a Hora!

[1] Gomes, JS (2002) Braga e os Caminhos-de-Ferro, Edição do Autor.

Memoria Mariae

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Depois de ontem à noite ter escrito sobre os erros plasmados em alguns livros do Ensino Secundário, a escola que frequentei nos 11º e 12º anos é notícia pela criação da Associação de Antigos Alunos do Liceu D. Maria II. Memoria Mariae é um nome feliz. O melhor património de uma escola não são os edifícios mas os professores, funcionários e alunos que, ao longo dos tempos, lhes emprestam vida e sentido.

«Sem memória esvai-se o presente que simultaneamente já é passado morto
Com José Cardoso Pires faço a apologia desta memória que nos faz viver. Também eu recordo com saudade as aulas de Português da Professora Helena Vilar ou as discussões filosóficas com a Professora Amélia Brito, precisamente uma das promotoras da Associação...

Ensino de Saberes Secundários?

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Quando andava no 12º ano, fui convidado, conjuntamente com 3 colegas, a partilhar um testemunho sobre a nossa experiência no Ensino Secundário. Escrevemos assim [1]:

«Sentimos, cada dia que passa, que o Ensino Secundário está a tornar-se numa grande fábrica de empacotamento de saber, com eficácia muito duvidosa, onde se produz, em grande escala, "sabedoria" em fardos. Parece, até, que a função deste Ensino Secundário não é mais que chapar um código de barras nos embrulhos de saber que produz, para depois as Universidades fazerem a leitura e, mediante o valor registado, ordenarem os candidatos ao Ensino Superior.
Sentimos que a herança destes três anos de Ensino Secundário se reduz a uma mole de noções vagas, conhecimentos ténues, frases feitas e fórmulas decoradas.»

Vem isto a propósito de uma chamada de atenção feita pelo meu amigo Luís Ferreira, sobre duas imprecisões ou erros plasmados em dois manuais escolares adoptados para o próximo ano lectivo. A primeira questão é uma mera imprecisão terminológica que, contudo, deve evitar-se nos manuais escolares. Como facilmente se vê pela imagem (do livro Jogo de Particulas, da Texto Editora), trata-se de uma radiografia do crânio e não do cérebro, cuja visualização, aliás, não é possível com recurso à radiografia tradicional. Bendito seja o "nosso" Egas Moniz que durante décadas nos proporcionou a observação do fluxo arterial cerebral in vivo através da angiografia cerebral.

A segunda questão é mais séria e já dura desde os meus tempos de Secundário. Quando o consenso científico aponta para a formação de 30 ou 32 moléculas de ATP (Adenosina trifosfato, a molécula da energia) como rendimento da respiração aeróbia (com uso de oxigénio), o livro Desafios Biologia e Geologia - 10º Ano das Edições Asa continua a apresentar aos estudantes a desactualizada fórmula que resulta na criação de 36 ou 38 moléculas de ATP. E apresenta-a como um dado adquirido e consensual sem direito a qualquer tipo de confrontação. Como se a ciência se fizesse de saberes absolutos e, neste caso, desactualizados. Não sei quem é(são) o(s) responsável(ies) pela manutenção deste erro nem tão pouco se se trata de um erro é comum a todos os manuais de Biologia e Geologia. O que digo é que devia evitar-se.

Tantos anos volvidos, parece que o quotidiano dos alunos do Secundário continua a fazer-se por entre uma série de noções vagas, conhecimentos ténues, frases feitas e fórmulas decoradas. Felizmente há professores que contornam o sistema e tornam essa experiência mais interessante. Eu tive a felicidade de experimentar alguns.

[1] Paraskeva, J e Morgado, J. (2001) [Re]Visão Curricular do Ensino Secundário, Edições ASA.

Braga num minuto: Hospital, Teatro Romano e Eléctrico

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O Jornal de Negócios avança que o Grupo Mello Saúde vai ser declarado vencedor do concurso para a construção do novo Hospital de Braga. Fica assim resolvida uma situação que já se arrastava há algum tempo, aproximando-se a concretização de um projecto muito ansiado pelos bracarenses.

Noutro âmbito, a Ministra da Cultura visitou Braga e mostrou-se muito admirada com o Teatro Romano. Não se compreende o tamanho da admiração nem do desconhecimento. Se é certo que a Ministra não tem que estar a par de todas as notícias, os seus assessores deveriam tê-la informado previamente de que estava perante «dos mais importantes achados arqueológicos de todos os tempos em Portugal». No essencial, a Ministra defendeu a recuperação do Teatro Romano para utilização em espectáculos cénicos. Uma boa notícia, uma vez que a posição da Ministra vai ao encontro das expectativas da Professora Manuela Martins, principal responsável pela descoberta.

A Petição Pelo Regresso do Eléctrico continua a mobilizar e a colher muita simpatia por parte dos bracarenses. César Gomes, no Bracarae Avgvste, descreve o exemplo de Bordéus, uma cidade onde se operou uma extraordinária revolução em nome da qualidade de vida dos cidadãos. Conhecer a história de Bordéus torna óbvio que, havendo vontade, é possível (re)criar uma rede de transportes sobre carris que sirva não só a cidade de Braga, mas também os concelhos de Guimarães, Famalicão e Barcelos.

[Picture Copyright: SkyscraperCity.com]

Judeus anti-semitas é o que mais há

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«Mulheres que protegem com mil justificações os vizinhos que batem na mulher. O futebolista que entra de pitons na canela do adversário, arrumando-lhe a carreira. O negro que aceita a cumplicidade do amigo: "Tu nem pareces preto nem cheiras a catinga." O político homossexual que se deixa cercar de homofóbicos porque isso dá votos na sua área política. O emigrante português na Alemanha que, nas férias de Agosto e em Trás-os -Montes, diz estar farto de tanto ucraniano. O intelectual que ensina e escreve o que quer em Coimbra e defende a ETA, que mata com tiros na nuca intelectuais que queriam também ser livres em San Sebastián. O incréu público que beneficia dos séculos de coragem da gente que pôs a Igreja Católica no seu sítio e apoia o fundamentalismo islâmico porque ele é capaz de pôr a América no seu sítio... Enfim, gente que cospe nos seus. Gente que deveria, mais do que o comum, perceber e não quer perceber. Em Israel, seriam neonazis.»

Gostava de ter escrito este texto. Ferreira Fernandes fê-lo por mim no Diário de Notícias.
"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

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