Dos Estados Unidos da América chegam notícias de que, enquanto se tenta proibir o ensino do evolucionismo, estão a fazer regressar o criacionismo, travestido de teoria pseudo-científica, às aulas de biologia. Por toda a Europa, os lobbys anti-clonagem continuam a agitar os medos do possível uso malévolo daquelas técnicas como justificativo bastante para a proibição do seu estudo e desenvolvimento. Em Espanha, a Igreja Católica entrou directamente na campanha apelando ao voto num partido de direita. Nas Filipinas, o Governo acaba de aprovar a proibição total do uso da pílula e do preservativo com o beneplácito das autoridades religiosas locais. A guerra contra a ciência, o progresso e a liberdade individual continua a ser urdida dos pontos mais inóspitos do planeta aos palcos das democracias mais avançadas do mundo. Agora, tal como no passado, há quem insista em arremessar dados viciados e medos injustificados para o debate público, condicionando as escolhas da sociedade que, sendo mais desinformada que o desejável, acaba por aceitá-las de ânimo leve.
É com toda a certeza injusto que resumamos a vivência religiosa a este atacado de equívocos e tentativas de cerceamento das liberdades e dos direitos alheios. Contudo, convém não esquecer que proibir estudos científicos potencialmente salvadores, constitui-se como uma severa limitação do direito de terceiros poderem vir a usufruir de cuidados de saúde que não enjeitariam. A crença religiosa de uns não pode continuar a constituir-se como um impedimento para a busca de novos tratamentos para todos. Além do mais, não se conhece nenhum Papa que tenha rejeitado os tratamentos emanados por técnicas e conhecimentos cujo desenvolvimento foi sucessivamente censurado e dificultado pela própria Igreja Católica.
Já todos vivenciámos a amarga sensação de receber a comunicação de um diagnóstico difícil num familiar ou amigo. A notícia torna-se tanto mais dolorosa quanto mais nefastas forem as suas consequências e menos eficazes as intervenções médicas possíveis. Sendo certo que o terreno da ignorância há-de ser sempre superior ao do conhecimento, a verdade é que razão e investigação científica têm permitido avanços muito significativas na minimização do(s) sofrimento(s) e no aumento da vida com qualidade.
Por muito que haja quem nos queira fazer ver o contrário, o milagre mais eficaz no combate à doença e na promoção da saúde é o milagre do conhecimento científico, cimentado ao longo de séculos de descobertas tantas vezes censuradas pela moral vigente e amarfanhadas por crendices fraudulentas e preconceitos seculares.
E, enquanto não nos libertarmos dessas amarras, continuaremos a ver perecer familiares e amigos às mãos de doenças perfeitamente resolúveis caso fizéssemos da investigação científica primeira prioridade mundial. Vamos a isso?
O racismo dos outros
O catedrático de sociologia da Universidade do Minho, Carlos Silva, apresentou hoje um estudo no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O estudo revela comportamentos discriminatórios de alguns portugueses face a determinadas comunidades étnicas. Estava sentado numa sala da Universidade do Minho quando soube disto. Quem estava ao meu lado disse: «Racistas». Eu disse: «Nem por isso».
Antes que também me acusem de racismo, permitam-me dizer também discrimino. Discrimino nas ligações pessoais, nas parcerias académicas e nas relações afectivas. Uma tendência que, aliás, vem de longe: ainda não tinha 12 anos e já dizia aos meus amigos que nunca haveria de me casar com uma mulher feia.
O problema da interpretação de muitos destes estudos é a enorme confusão conceptual entre juízos de valor e juízos de facto. Em rigor, a discriminação étnica não é racismo per se. Num mundo em que a informação não é perfeita, é natural que se use raciocínios rápidos de correlações simples para facilitar a acção. Nem todos os homens de 1,90m, 85 quilos, feios, grandes e maus a circular pela via pública às 02h00 da manhã são assaltantes. Mas é razoável evitar personagens desse calibre, especialmente a essas horas. É discriminação, mas é pouco razoável não discriminar nestas alturas. Chama-se prudência.
Os raciocínios rápidos não são seguros e até podem ser estatisticamente irrelevantes. É o resultado natural de processos mentais aos quais se devota pouco tempo. Mas, mesmo nesse caso, estão em causa erros, e não racismo. O racismo é a posição normativa segundo a qual uma raça ou etnia deve ter menos direitos. Quem diz que um negro não deve poder votar é racista; quem diz que um negro tem um cérebro mais pequeno que um branco, é só ignorante.
Convém manter as diferenças presentes para evitar mal-entendidos. O politicamente correcto militante exige com frequência alguma apatia perante as diferenças, na presunção errada de que a ignorância é racismo e que a precaução é condenável. São pessoas que acham inaceitável olhar um cigano nos olhos (discrimina) ou evitar o Cacém (quase dá a ideia de que aquilo tem problemas...). Curiosamente, são as mesmas pessoas que evitam os bairros ciganos e que raramente fazem as compras da semana no Cacém.
Antes que também me acusem de racismo, permitam-me dizer também discrimino. Discrimino nas ligações pessoais, nas parcerias académicas e nas relações afectivas. Uma tendência que, aliás, vem de longe: ainda não tinha 12 anos e já dizia aos meus amigos que nunca haveria de me casar com uma mulher feia.
O problema da interpretação de muitos destes estudos é a enorme confusão conceptual entre juízos de valor e juízos de facto. Em rigor, a discriminação étnica não é racismo per se. Num mundo em que a informação não é perfeita, é natural que se use raciocínios rápidos de correlações simples para facilitar a acção. Nem todos os homens de 1,90m, 85 quilos, feios, grandes e maus a circular pela via pública às 02h00 da manhã são assaltantes. Mas é razoável evitar personagens desse calibre, especialmente a essas horas. É discriminação, mas é pouco razoável não discriminar nestas alturas. Chama-se prudência.
Os raciocínios rápidos não são seguros e até podem ser estatisticamente irrelevantes. É o resultado natural de processos mentais aos quais se devota pouco tempo. Mas, mesmo nesse caso, estão em causa erros, e não racismo. O racismo é a posição normativa segundo a qual uma raça ou etnia deve ter menos direitos. Quem diz que um negro não deve poder votar é racista; quem diz que um negro tem um cérebro mais pequeno que um branco, é só ignorante.
Convém manter as diferenças presentes para evitar mal-entendidos. O politicamente correcto militante exige com frequência alguma apatia perante as diferenças, na presunção errada de que a ignorância é racismo e que a precaução é condenável. São pessoas que acham inaceitável olhar um cigano nos olhos (discrimina) ou evitar o Cacém (quase dá a ideia de que aquilo tem problemas...). Curiosamente, são as mesmas pessoas que evitam os bairros ciganos e que raramente fazem as compras da semana no Cacém.
Outros Escritos
Apostar na Ciência, no ComUM
Protestos saem da linha para as estradas, no Jornal de Notícias
Protestos saem da linha para as estradas, no Jornal de Notícias
Minho Blogosférico
1. Bruno Gonçalves fez um excelente reportagem fotográfica sobre o fervor bracarense no Benfica-Braga de hoje.
2. Em dia de aniversário, o Ócio, de Cláudio Rodrigues, voltou a brilhar no Minho propondo-nos Goran Bregović.
3. O Café Toural, de Guimarães, foi o blogue da semana no Arrastão. O Colina Sagrada, de Samuel Silva, e o Prometeu, de Vítor Ferreira, também mereceram menções honrosas.
2. Em dia de aniversário, o Ócio, de Cláudio Rodrigues, voltou a brilhar no Minho propondo-nos Goran Bregović.
3. O Café Toural, de Guimarães, foi o blogue da semana no Arrastão. O Colina Sagrada, de Samuel Silva, e o Prometeu, de Vítor Ferreira, também mereceram menções honrosas.
Comissão de Utentes do Comboio perto de ganhar primeira batalha
Poderá estar para breve a primeira vitória da Comissão de Clientes da Linha Braga-Porto. O Jornal de Notícias avança que «a CP equaciona alterar ainda este ano o serviço de comboios urbanos da Linha de Braga, cujas principais mudanças passam pela redução do tempo de viagem entre as cidades do Porto e Braga, perspectivando-se que os chamados comboios "urbanos" possam fazer, numa primeira fase, aquele percurso em apenas 35 minutos.»
Pese embora o silêncio de inúmeras autoridades locais, a notícia é de uma importância estratégica vital para a rede de transportes do Minho. E deve constituir-se como um estímulo para o avanço de outra batalha absolutamente necessária: o fim das portagens mais caras do país no Minho.
Pese embora o silêncio de inúmeras autoridades locais, a notícia é de uma importância estratégica vital para a rede de transportes do Minho. E deve constituir-se como um estímulo para o avanço de outra batalha absolutamente necessária: o fim das portagens mais caras do país no Minho.
[Avenida do Mal] O Casamento Como Medida de Saúde Pública
As recentes declarações de Al Gore em prol do casamento entre pessoas do mesmo sexo, pouco abonatórias aparentemente no argumento, têm uma base de razão. Ainda que a palavra “promiscuidade” incomode os homossexuais porque tem conotações de isso mesmo: promiscuidade; e que está muito longe de ser exclusivo destes - Buh!
Eu, de qualquer modo, não tenho de me insurgir contra a "promiscuidade", até no sentido rameiro que lhe possam dar, como opção individual de um hedonismo consciente - até altruísta -, voluntário e que convém ensacado em látex, a bem da saúde alheia e de todos, mesmo que o plástico não faça parte da indumentária coital - mas aconselha-se!
Mas de igual modo, deve-se dizer que, a multiplicidade de parceiros, abrindo o mercado, atrapalha a escolha e, no consumo desenfrenado, aumenta o risco das doenças agarradas como chatos, cravos ou papilomas, sífilis, aftas, piolhos, herpes, gonorreia e, claro, o HIV-SIDA. Este que para alguns, com graças a Deus, veio limpar deste planeta os comportamentos desviantes. Bem, só pena é que os heteressexuais sejam o grupo mais afectado e os homossexuais femininos o menos atingido. Isto porque, embora possível a transmissão por outras vias ou por apetrechos de cópula, pelos vistos, a homossexualidade feminina é muito pouco susceptível à epidemia. Coisas da inserção ou dos gatos talvez... Mas com isto cai por terra o argumento religioso (com as suas condicionante desde já) de que o VIH seria instrumento de Ira Divina. É que a não ser que Deus, como muitos homens (e se calhar algumas mulheres) tenha um paternal fetiche com lésbicas, saiu-Lhe pior a emenda que o soneto, literalmente. [Ou então É simplesmente Uma Grande Fufa...]
No entanto, torna-se de inferência que o casamento civil poderia melhorar em muito, para lá da sexualidade informada per si, o bem-estar dos cidadãos com uma orientação sexual respeitada pela Constituição, mas nem por isso contemplada pelo Código Civil - a conversa, a este respeito, nem vale sequer insistir nela, é como bater com a cabeça numa parede. Arrisco-me a dizer até como medida de saúde pública, preventiva, porque iria melhorar a abertura da comunicação inter-pares, institucionalizar amor livre sem os condicionantes compulsivos e obsessivamente procriativo (como se os e as homossexuais não pudessem ter filhos) e normalizar a natural diversidade das simpatias. E com isto, menos comuns seriam os encontros casuais desinformados, anónimos, frios e impessoais, envoltos em total descuido e em sentimentos de culpa, na morbilidade psicológica do encobro pessoal, da hipocrisia e dos lares desfeitos (por muito que me dê asco a expressão). Vejamos que só a perspectiva de casamento, pelo estado civil que se desenha no B.I., pelas vantagens contributivas, pela afirmação em cunho lacrado de um dueto de afectos, já ajudaria no investimento em relações estáveis a longo prazo, diminuindo a tal "promiscuidade" e com isto a saúde das populações e o controlo das epidemias.
Enfim, uma simples medida entre outras por uma sociedade de cidadãos em pleno, que por enquanto se mantêm adiados só porque a a sociedade não a contempla o largo espectro do amor, para lá do sexo em posição de missionário, de luz apagada ou então o bendito(?) celibato...
Eu, de qualquer modo, não tenho de me insurgir contra a "promiscuidade", até no sentido rameiro que lhe possam dar, como opção individual de um hedonismo consciente - até altruísta -, voluntário e que convém ensacado em látex, a bem da saúde alheia e de todos, mesmo que o plástico não faça parte da indumentária coital - mas aconselha-se!
Mas de igual modo, deve-se dizer que, a multiplicidade de parceiros, abrindo o mercado, atrapalha a escolha e, no consumo desenfrenado, aumenta o risco das doenças agarradas como chatos, cravos ou papilomas, sífilis, aftas, piolhos, herpes, gonorreia e, claro, o HIV-SIDA. Este que para alguns, com graças a Deus, veio limpar deste planeta os comportamentos desviantes. Bem, só pena é que os heteressexuais sejam o grupo mais afectado e os homossexuais femininos o menos atingido. Isto porque, embora possível a transmissão por outras vias ou por apetrechos de cópula, pelos vistos, a homossexualidade feminina é muito pouco susceptível à epidemia. Coisas da inserção ou dos gatos talvez... Mas com isto cai por terra o argumento religioso (com as suas condicionante desde já) de que o VIH seria instrumento de Ira Divina. É que a não ser que Deus, como muitos homens (e se calhar algumas mulheres) tenha um paternal fetiche com lésbicas, saiu-Lhe pior a emenda que o soneto, literalmente. [Ou então É simplesmente Uma Grande Fufa...]
No entanto, torna-se de inferência que o casamento civil poderia melhorar em muito, para lá da sexualidade informada per si, o bem-estar dos cidadãos com uma orientação sexual respeitada pela Constituição, mas nem por isso contemplada pelo Código Civil - a conversa, a este respeito, nem vale sequer insistir nela, é como bater com a cabeça numa parede. Arrisco-me a dizer até como medida de saúde pública, preventiva, porque iria melhorar a abertura da comunicação inter-pares, institucionalizar amor livre sem os condicionantes compulsivos e obsessivamente procriativo (como se os e as homossexuais não pudessem ter filhos) e normalizar a natural diversidade das simpatias. E com isto, menos comuns seriam os encontros casuais desinformados, anónimos, frios e impessoais, envoltos em total descuido e em sentimentos de culpa, na morbilidade psicológica do encobro pessoal, da hipocrisia e dos lares desfeitos (por muito que me dê asco a expressão). Vejamos que só a perspectiva de casamento, pelo estado civil que se desenha no B.I., pelas vantagens contributivas, pela afirmação em cunho lacrado de um dueto de afectos, já ajudaria no investimento em relações estáveis a longo prazo, diminuindo a tal "promiscuidade" e com isto a saúde das populações e o controlo das epidemias.
Enfim, uma simples medida entre outras por uma sociedade de cidadãos em pleno, que por enquanto se mantêm adiados só porque a a sociedade não a contempla o largo espectro do amor, para lá do sexo em posição de missionário, de luz apagada ou então o bendito(?) celibato...
«Eu é que não sou parvo!»
Já se percebeu que, para infelicidade de todos, o governo de José Sócrates não irá cumprir a promessa de «recuperar 150.000 empregos.» Por muito que nos queiram fazer voltar a acreditar, os números demonstram que a taxa de desemprego é superior à que existia no dia em que o agora primeiro ministro definiu esse objectivo. Contudo, o insucesso não é tão grave como a tentativa de o branquear (aqui, aqui e aqui, por exemplo).
Não é por acaso que, num mercado altamente competitivo, pejado de propagandas dúbias e de promessas espúrias, uma multinacional de electrodomésticos tem feito da máxima «Eu é que não sou parvo!» um poderoso instrumento de marketing. Na política, tal como no mercado das lojas de electrodomésticos, já não chega dizer que se tem o melhor produto ao mais baixo custo. Para se sobreviver, é preciso ser-se credível e não há, ou pelo menos não devia haver, credibilidade sem seriedade.
É com desencanto que constato que a política, esvaziada de ideologias, se está a converter numa encenação, uma espécie de mercado de promessas coladas a cuspe e vendidas a metro. O ambiente social, da cultura de hipermercado à escola pronta a consumir, favorece a alienação. O descrédito é monstruoso, salvando-se o que mente melhor.
Ainda há quem tenha a veleidade de pensar que vivemos num caldo de parvalhões que se deixam iludir pela força dos argumentos, mas não há mentira que sempre dure nem fraude que nunca acabe.
Não é por acaso que, num mercado altamente competitivo, pejado de propagandas dúbias e de promessas espúrias, uma multinacional de electrodomésticos tem feito da máxima «Eu é que não sou parvo!» um poderoso instrumento de marketing. Na política, tal como no mercado das lojas de electrodomésticos, já não chega dizer que se tem o melhor produto ao mais baixo custo. Para se sobreviver, é preciso ser-se credível e não há, ou pelo menos não devia haver, credibilidade sem seriedade.
É com desencanto que constato que a política, esvaziada de ideologias, se está a converter numa encenação, uma espécie de mercado de promessas coladas a cuspe e vendidas a metro. O ambiente social, da cultura de hipermercado à escola pronta a consumir, favorece a alienação. O descrédito é monstruoso, salvando-se o que mente melhor.
Ainda há quem tenha a veleidade de pensar que vivemos num caldo de parvalhões que se deixam iludir pela força dos argumentos, mas não há mentira que sempre dure nem fraude que nunca acabe.
Obviamente, apoio!
E se a Fábrica do Pachancho se convertesse num Centro Cultural? A ideia, bem condicente com as necessidades da cidade, partiu de um grupo de estudantes da Escola Secundária D. Maria II. Disse bem. Foram 5 estudantes do Ensino Secundário que estão a promover uma ideia que conta já com o apoio do líder da oposição Ricardo Rio e de várias personalidades públicas, entre as quais se destaca o Professor Miguel Bandeira.
Mas desenganem-se os jovens sonhadores: na fábrica do Pachancho há-de nascer um Pingo Doce bem amargo para os desejos de uma Braga melhor. Mas não é por nos adocicarem as compras que desistiremos de lutar. Parabéns aos jovens sonhadores. Eu obviamente apoio-os.
Mas desenganem-se os jovens sonhadores: na fábrica do Pachancho há-de nascer um Pingo Doce bem amargo para os desejos de uma Braga melhor. Mas não é por nos adocicarem as compras que desistiremos de lutar. Parabéns aos jovens sonhadores. Eu obviamente apoio-os.
Mais Cultura no Espaço Pedro Remy
O Espaço Pedro Remy continua a promover um programa cultural diversificado e de qualidade.
Na próxima Sexta-Feira, 22 de Fevereiro, é a vez do Quarteto de Hugo Alves subir ao palco daquele espaço invulgar para trazer sons do Jazz à noite bracarense.
Na Segunda-Feira seguinte, 25 de Fevereiro, é dia de Conversas Improváveis. História e Economia encontram-se em registo informal, ao sabor do Café Blogue. Os convidados desta segunda conversa são Fernando Alexandre, Professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, e Francisco Sande Lemos, Professor Jubilado de Arqueologia da mesma universidade. Entrada Livre.
Mais dois pedaços da Braga Qu'eu Gosto.
Na próxima Sexta-Feira, 22 de Fevereiro, é a vez do Quarteto de Hugo Alves subir ao palco daquele espaço invulgar para trazer sons do Jazz à noite bracarense.
Na Segunda-Feira seguinte, 25 de Fevereiro, é dia de Conversas Improváveis. História e Economia encontram-se em registo informal, ao sabor do Café Blogue. Os convidados desta segunda conversa são Fernando Alexandre, Professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, e Francisco Sande Lemos, Professor Jubilado de Arqueologia da mesma universidade. Entrada Livre.
Mais dois pedaços da Braga Qu'eu Gosto.
A Entrevista
Vasco Pulido Valente denuncia a sessão de propaganda em que «Sócrates falou sozinho: sem interrupções, tranquilamente, abundantemente» e Ademar Santos escreve que «Ricardo Costa e acompanhante não passavam de meros figurantes num entremez mediático, encenado por Sócrates.»
Não via entrevista o monólogo de José Sócrates na SIC. Parece que não perdi nada.
Não vi
Crendices
Na semana passada, o Pedro Morgado colocou neste blogue uma interessante imagem com as evidências de poderes sobrenaturais. O desenho é taxativo: parece que não há nenhuma. Intuitivamente, concordo com a conclusão. Mas depois questiono-me um pouco e fico a pensar que raio será um «poder sobrenatural».
Há uma definição simples para poder sobrenatural: é aquilo que transcende o natural. Mas há um problema óbvio com esta definição. Se considerarmos que natural é tudo aquilo que existe na natureza, então, e por definição, não pode haver coisas sobrenaturais. Se existem, são naturais. Se não existem, não são sobrenaturais. São só disparate.
No século XVII, parecia sobrenatural um planeta agir à distância sobre outro planeta. Disparate duplo, claro: uma mistura exótica da influência planetária dos astrólogos com a acção à distância das bonecas vodu. Mas as evidências (e Newton) mostraram que não havia nada de sobrenatural nessa acção. Foi uma conquista da ciência humana à ignorância medieval. E foi mais um item que a razão naturalista riscou do cardápio sobrenatural. Afinal, era mesmo a sério.
Astrólogos, cartomantes, espíritas e milagreiros tentam afirmar-se no mercado de crendices recorrendo a essa figura obscura que é a do «sobrenatural». Mas isto é uma contradição nos próprios termos. Se as cartas ditam a nossa sorte, se os signos influenciam a nossa vida e se realmente é possível falar com os mortos, então não há nada de sobrenatural aí. Mostrem-me uma bruxa a voar e ela será tão natural quanto um avião ou um helicóptero. Tem é de voar mesmo...
O problema das bruxas, dos lobisomens e das cartas é que sistematicamente não voam, não aparecem e não ditam futuro coisa nenhuma. O ‘sobrenatural’ é o último recurso de quem ganha a vida com a banha da cobra e não tem evidências ou sequer indícios para apresentar. Dá a ideia de que há dois mundos: um natural, compreensível, e outro sobrenatural, incompreensível e não passível de escrutínio. Mas o que existe é natural. A etiqueta de sobrenatural é apenas uma má desculpa para a ignorância.
Há uma definição simples para poder sobrenatural: é aquilo que transcende o natural. Mas há um problema óbvio com esta definição. Se considerarmos que natural é tudo aquilo que existe na natureza, então, e por definição, não pode haver coisas sobrenaturais. Se existem, são naturais. Se não existem, não são sobrenaturais. São só disparate.
No século XVII, parecia sobrenatural um planeta agir à distância sobre outro planeta. Disparate duplo, claro: uma mistura exótica da influência planetária dos astrólogos com a acção à distância das bonecas vodu. Mas as evidências (e Newton) mostraram que não havia nada de sobrenatural nessa acção. Foi uma conquista da ciência humana à ignorância medieval. E foi mais um item que a razão naturalista riscou do cardápio sobrenatural. Afinal, era mesmo a sério.
Astrólogos, cartomantes, espíritas e milagreiros tentam afirmar-se no mercado de crendices recorrendo a essa figura obscura que é a do «sobrenatural». Mas isto é uma contradição nos próprios termos. Se as cartas ditam a nossa sorte, se os signos influenciam a nossa vida e se realmente é possível falar com os mortos, então não há nada de sobrenatural aí. Mostrem-me uma bruxa a voar e ela será tão natural quanto um avião ou um helicóptero. Tem é de voar mesmo...
O problema das bruxas, dos lobisomens e das cartas é que sistematicamente não voam, não aparecem e não ditam futuro coisa nenhuma. O ‘sobrenatural’ é o último recurso de quem ganha a vida com a banha da cobra e não tem evidências ou sequer indícios para apresentar. Dá a ideia de que há dois mundos: um natural, compreensível, e outro sobrenatural, incompreensível e não passível de escrutínio. Mas o que existe é natural. A etiqueta de sobrenatural é apenas uma má desculpa para a ignorância.
Previsões (III)
«Mosquitos por cordas em Braga, onde a margem de Manuel Machado à frente da equipa parece ter chegado ao fim. Os adeptos, pelo menos, deixaram-no bem vincado. Desde assobios, a vaias, lenços brancos, insultos cantados em uníssono para o treinador, houve de tudo. Até olés enquanto os jogadores do V. Setúbal trocavam a bola. Os adeptos estão cansados de verem a equipa perder, e com naturalidade.» [Mais Futebol]
Perante isto, Manuel Machado foi à sala de imprensa «para falar do jogo, não da envolvente do jogo.» porque «o que passa fora delas [das quatro linhas] não tem nada a ver» com o treinador. No entanto, não se coíbe de endereçar um recado aos adeptos: «As pessoas querem vitórias e não as têm, mas o tipo de comportamentos que têm não ajuda a equipa.»
Estas declarações têm a sua piada. Percebe-se que um treinador que chegou a Braga depois de uma prestação miserável na Académica de Coimbra não queira assumir as responsabilidades pelo desaire desportivo do nosso Sporting de Braga. O que não se percebe é a permanente beligerância por parte da Direcção e dos treinadores do clube contra os seus adeptos. Esta gente passa metade da época a lamentar-se pelos que não vão ao estádio e a outra metade a criticar os que sofrem pelo clube. Haja decoro.
Perante isto, Manuel Machado foi à sala de imprensa «para falar do jogo, não da envolvente do jogo.» porque «o que passa fora delas [das quatro linhas] não tem nada a ver» com o treinador. No entanto, não se coíbe de endereçar um recado aos adeptos: «As pessoas querem vitórias e não as têm, mas o tipo de comportamentos que têm não ajuda a equipa.»
Estas declarações têm a sua piada. Percebe-se que um treinador que chegou a Braga depois de uma prestação miserável na Académica de Coimbra não queira assumir as responsabilidades pelo desaire desportivo do nosso Sporting de Braga. O que não se percebe é a permanente beligerância por parte da Direcção e dos treinadores do clube contra os seus adeptos. Esta gente passa metade da época a lamentar-se pelos que não vão ao estádio e a outra metade a criticar os que sofrem pelo clube. Haja decoro.
Previsões (II)
António Salvador tem feito um excelente trabalho no sector financeiro, mas a gestão de recursos humanos tem revelado inúmeros sinais de fraqueza.
O passado mais recente (e o presente) torna cada vez mais evidente a importância do trabalho de Jesualdo Ferreira, como treinador, e de Artur Monteiro, como director desportivo, nos sucessos dos últimos anos. Depois da saída destes, o Sporting de Braga converteu-se num cemitério de treinadores, com repetidos casos de indisciplina por parte dos jogadores. Por outro lado, as relações com os sócios e adeptos têm-se degradado, com tensões completamente evitáveis.
Ainda que a situação económica seja favorável, o desastre desportivo começa a fazer perigar o «estado de graça» em que António Salvador sempre geriu o clube. O momento não é dos melhores, mas é nestas ocasiões que se conhecem os grandes líderes.
O passado mais recente (e o presente) torna cada vez mais evidente a importância do trabalho de Jesualdo Ferreira, como treinador, e de Artur Monteiro, como director desportivo, nos sucessos dos últimos anos. Depois da saída destes, o Sporting de Braga converteu-se num cemitério de treinadores, com repetidos casos de indisciplina por parte dos jogadores. Por outro lado, as relações com os sócios e adeptos têm-se degradado, com tensões completamente evitáveis.
Ainda que a situação económica seja favorável, o desastre desportivo começa a fazer perigar o «estado de graça» em que António Salvador sempre geriu o clube. O momento não é dos melhores, mas é nestas ocasiões que se conhecem os grandes líderes.
[Avenida do Mal] Salazaróide Paranóide
Ou a verborreia de salazarismo pop, como lhe chamo, em terras enjeitadas entre Espanha e o Atlântico, e é das carnes e dos costumes. Dos afectos. Mas é com os prazeres reservados à elite, abençoada por Deus, em melhor sorte e melhor família, se calhar um pouco mais de inteligência. Há todo um culto ao fruto que, mais que proibido, é restrito a alguns e aí vale ser-se conservador, punitivo, no acesso e nas leis, restritivo a casas de grandes quintas e jardins, muros erguidos ao alto que nos separem do povinho, ou então uma leira, um gradeado, um portão de ferro. A cannabis não é para caseiros, nem para gente pobre, nem tão pouco para vencidos da vida, nem gente com cancro e sem dinheiro - câncaro! – ou em fase terminal. Nem eles tem direito a sexo por quantos lados há e buracos, no corpo e no mundo, nem enjeitamentos que não os da cópula vaginal, pelo menos aos reservados pobres de dinheiro e de pensamento. As orgias, as festas largas, as máscaras, a hipocrisia do dia-a-dia, é reservada à elite. E há que as cravar na lei, como se cravou nas tábuas a Moisés. “Não cobiçarás a mulher alheia." E o homem alheio? Isto agora, sabe Deus... Enfim, religiões para machos; mulheres para a cozinha, sobretudo sopeiras, as que vieram da pocilga servir, onde são os leitões mais que as mães. O aborto: coisa do demónio porque o demónio estava metido dentro do corpo n’altura em que não se meteu camisa. Camisa? Que é isso? Não dá prazer, tira e mete, é chato, é de gente pobre, é para lhes parar a torrente de filhos. Filhos? Um e dois, para que o ordenado chegue para um punhado de carros e casas, em tudo quanto é sítio do Portugal sazonal, inverno na Estrela, em Trás-os-Montes: o carnaval e a festa dos garotos a fumar – que gira é a gente pobre e ignorante deste país, tão engraçada desde cedo a penhorar pulmões e cabeça aos garotos, mantém-se-nos burros e sossegadinhos, no trabalho de enxada ou na trolhice a mandar bocas às meninas, badalhocos e malcriados - pudera, são pobres. Há casa no Alentejo também, Herdade, como se herda o direito à elite – porque os direitos são para quem pode usufruir deles – e com vista sobre a planície alagada, barcos de gente fina, iates e quem sabe paquetes, pelo Guadiana acima. Os prazeres, cogumelos, santieiros, ervas, cocaína, heroína, viagra com essas coisas todas, é para gente com dinheiro e que possa. A mariquice? Em casa privada, grande e em festas de guest list. As ruas são para coisas de santidade, farricocos, santos, andores e gente figurada. País e mundo desfigurado todo o santo dia – perdão que é pecado – dia só!; os dias de contrição estão no calendário e em mais lado nenhum, depois de do Aval da Carne temos a Quaresma para não comer carne e encher a barriga de marisco. As ruas não são para a CGTP nem para gente vermelha, é para hurras ao Presidente do Conselho – que Deus o tenha no Céu e com os anjos sem sexo, limpinhos, e com um apartamento com vista para a rua onde passeiam 70 virgens para cada terrorista. E as mulheres terroristas? São fufas? Vão para o Inferno certamente, porque para cada uma chega um pénis, e à moda antiga, de luz apagada e com todos os lençóis por cima em uma via no meio – havia de vir outro! Salazar, claro, o António de Oliveira, não a Ana que parece um hóme. Há quem diga que sim, que já cá anda, em S. Bento ou no Restelo, austero como a Manuela Ferreira Leite e feio como ela. Ui, se calhar é ela!... Venha, venha. Deixa Rajoy ganhar ao outro que gosta de tensão e faz-se uma guerra civil de lá para cá, remistura-se a Igreja e o Estado no mesmo embrulho. O Parlamento como altar, de cerimónia e coisas deitadas ao ar, ditas e lidas de cor e em consonância, a repetir, uns atrás dos outros, como era no tempo dele (com “dê” pequeno porque não era Deus era humilde) e como é agora… Ui!...
É uma casa portuguesa, com certeza!
Confesso-me apaixonado. O enquadramento é perfeito, a casa é fabulosa, a foto-reportagem do Público tem qualidade superior.
A Febre do Shopping
A vaga de novos centros comerciais não é, infelizmente, um exclusivo de Braga. Guimarães também vai ter dois enormes centros comerciais. O Espaço Guimarães, projectado para Silvares, e o Guimarães Plaza (na imagem), a nascer junto ao Campus de Azurém, vão trazer dois novos hipermercados e mais de 100.000 metros quadrados de área bruta.
Apesar dos centros comerciais de grande dimensão estarem em regressão um pouco por toda a Europa, o Minho continua a apostar na clautrofobia do betão, cimentando catedrais do consumo que depressa se convertem em deprimentes antros de enlatados humanos.
Com a proliferação dos enormes shoppings periféricos, os centros da cidades tornam-se desertos e abandonados. As lojas-âncora que por aí restarem acabam por ceder à tentação do shopping e os consumidores, por muito que desejem evitar o ar saturado do centro comercial, acabam condenados a frequentá-los.
Na verdade, o comércio tradicional pouco tem feito para inverter a tendência. Alargar os horários de funcionamento, facilitar a abertura das lojas-âncora nos centros da cidade e apoiar projectos como o que se perspectiva para o antigo edifício dos correios, em Braga, pode ser a saída para a crise que se adensa.
Pode ser que, no entretanto, a febre do shopping se dissipe... sem grandes convulsões.
Teatro Esgotado no Minho
Turismo Infinito, uma peça do Teatro Nacional São João, esgotou hoje o Auditório Principal do Theatro Circo. Amanhã, é a vez do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, ter casa cheia para a peça de teatro "A Dúvida".
Quem disse que o bom teatro não tem espectadores?
Quem disse que o bom teatro não tem espectadores?
A Intolerância Religiosa não tem limites.
«Dois tunisinos e um dinamarquês (de origem marroquina) foram detidos ontem, por suspeita de prepararem um atentado contra um dos 12 caricaturistas do maior jornal diário dinamarquês, que em 2005 publicou as controversas caricaturas de Maomé.» [JN]
«Os principais jornais da Dinamarca voltaram a publicar hoje a polémica caricatura do profeta Maomé, um dia depois da detenção de três alegados terroristas que planeavam matar o cartoonista responsável pelo desenho, o veterano Kurt Westergaard. A imprensa dinamarquesa reagiu desta maneira ao que considera uma tentativa de atentado contra a liberdade de expressão.» [Diário Digital] [via]
«Os principais jornais da Dinamarca voltaram a publicar hoje a polémica caricatura do profeta Maomé, um dia depois da detenção de três alegados terroristas que planeavam matar o cartoonista responsável pelo desenho, o veterano Kurt Westergaard. A imprensa dinamarquesa reagiu desta maneira ao que considera uma tentativa de atentado contra a liberdade de expressão.» [Diário Digital] [via]
Serviço Público (II)
19:32 - Vamos com 1 minuto e 34 segundos de jogo e ainda só falaram de um brasileiro que jogou no Porto.
19:34 - Entrámos da pior forma. Sofrer sem tempo para respirar.
19:39 - Penálti para o Braga. Indiscutível.
19:40 - Penálti defendido.
19:46 - Bola no poste do Braga, sem hipóteses para Paulo Santos.
19:58 - 3º canto consecutivo para o Braga.
20:00 - Com 3 centrais, já vão 2-0.
Os comentadores da SportTv vão explicando aos adeptos que ainda não perceberam os motivos pelos quais Manuel Machado não é treinador para o Braga.
20:05 - Novo penálti para o Braga.
20:06 - Segunda defesa de um penálti. Inacreditável.
Aprecio a certeza com que os comentadores sancionam os erros do árbitro em suposto favor do Braga. No passado fim de semana tiveram mais dúvidas com outro par de penáltis igualmente duvidosos.
20:45 - A 2ª parte está muito morta. O árbitro podia marcar um terceiro penálti para um jogador do Braga falhar.
3-0. Resultado demasiado pesado, mas penalizador da estratégia (mal) montada por Manuel Machado. «Está sempre tudo em aberto», diz o treinador. Eu é que não sou parvo.
19:34 - Entrámos da pior forma. Sofrer sem tempo para respirar.
19:39 - Penálti para o Braga. Indiscutível.
19:40 - Penálti defendido.
19:46 - Bola no poste do Braga, sem hipóteses para Paulo Santos.
19:58 - 3º canto consecutivo para o Braga.
20:00 - Com 3 centrais, já vão 2-0.
Os comentadores da SportTv vão explicando aos adeptos que ainda não perceberam os motivos pelos quais Manuel Machado não é treinador para o Braga.
20:05 - Novo penálti para o Braga.
20:06 - Segunda defesa de um penálti. Inacreditável.
Aprecio a certeza com que os comentadores sancionam os erros do árbitro em suposto favor do Braga. No passado fim de semana tiveram mais dúvidas com outro par de penáltis igualmente duvidosos.
20:45 - A 2ª parte está muito morta. O árbitro podia marcar um terceiro penálti para um jogador do Braga falhar.
3-0. Resultado demasiado pesado, mas penalizador da estratégia (mal) montada por Manuel Machado. «Está sempre tudo em aberto», diz o treinador. Eu é que não sou parvo.
Mais papistas que o Papa
A entrada da semana passada justificou alguns comentários. Num deles, um leitor criticou o meu argumento principal, classificando-o de «puramente económico». Concordo no essencial: é óbvio que era um argumento económico. Mas isso só é problema para quem pensa que a economia trata do dinheiro.
A economia não trata do dinheiro. Trata das escolhas individuais num contexto de bens escassos. O dinheiro é apenas uma forma fiável de aferir o valor que cada um dá a cada bem. Os preços reflectem a procura e a oferta: as preferências dos que compram e as disponibilidades dos que vendem. São indicadores das disponibilidades da economia e das prioridades das pessoas.
Num café com fumo, há um custo óbvio para aqueles que não fumam: para além do incómodo, há o problema da saúde. E a forma como cada pessoa reage a este custo diz muito acerca do valor que atribui à sua própria saúde. Quem atribui pouco valor, frequenta o café à mesma. Quem atribui mais valor pode reduzir o tempo de permanência. E quem atribui muito valor nem põe lá os pés.
Claro que é preciso olhar para o outro lado: o valor que cada um atribui à frequência do café. Quem não aprecia muito, não terá problema em deixar de o frequentar. Mas quem não passa sem os quinze minutos de relaxe diário, estará disposto a gastar um pouco mais de tempo e gasolina e visitar um café sem fumo, ainda que mais distante. Gasta mais, mas compensa.
Num sistema livre, a oferta de cafés tende a acomodar-se às preferências dos consumidores. Quando a saúde é muito valorizada, a afluência aos cafés com fumo desce e o lucro dos cafés sem fumo sobe, estimulando a abertura de mais cafés deste género. A existência de poucos cafés sem restrições ao tabaco e os lucros normais dos que o proíbem são um reflexo do pouco incómodo que o tabaco causa ao consumidor médio ou um espelho do pouco valor que cada pessoa atribui à própria saúde.
O que a Lei do Tabaco faz é acabar com os custos dos não fumadores. Mas, como a manta não estica, tem de ir tirar a outro lado. Neste caso, vai buscar ao bolso dos proprietários e dos empregados de cafés. É possível dizer que a função do Governo é zelar pela saúde dos cidadãos e que por isso todos os custos se justificam; mas fica por explicar por que deveria a Lei atribuir à saúde dos consumidores um valor que os próprios não atribuem.
A economia não trata do dinheiro. Trata das escolhas individuais num contexto de bens escassos. O dinheiro é apenas uma forma fiável de aferir o valor que cada um dá a cada bem. Os preços reflectem a procura e a oferta: as preferências dos que compram e as disponibilidades dos que vendem. São indicadores das disponibilidades da economia e das prioridades das pessoas.
Num café com fumo, há um custo óbvio para aqueles que não fumam: para além do incómodo, há o problema da saúde. E a forma como cada pessoa reage a este custo diz muito acerca do valor que atribui à sua própria saúde. Quem atribui pouco valor, frequenta o café à mesma. Quem atribui mais valor pode reduzir o tempo de permanência. E quem atribui muito valor nem põe lá os pés.
Claro que é preciso olhar para o outro lado: o valor que cada um atribui à frequência do café. Quem não aprecia muito, não terá problema em deixar de o frequentar. Mas quem não passa sem os quinze minutos de relaxe diário, estará disposto a gastar um pouco mais de tempo e gasolina e visitar um café sem fumo, ainda que mais distante. Gasta mais, mas compensa.
Num sistema livre, a oferta de cafés tende a acomodar-se às preferências dos consumidores. Quando a saúde é muito valorizada, a afluência aos cafés com fumo desce e o lucro dos cafés sem fumo sobe, estimulando a abertura de mais cafés deste género. A existência de poucos cafés sem restrições ao tabaco e os lucros normais dos que o proíbem são um reflexo do pouco incómodo que o tabaco causa ao consumidor médio ou um espelho do pouco valor que cada pessoa atribui à própria saúde.
O que a Lei do Tabaco faz é acabar com os custos dos não fumadores. Mas, como a manta não estica, tem de ir tirar a outro lado. Neste caso, vai buscar ao bolso dos proprietários e dos empregados de cafés. É possível dizer que a função do Governo é zelar pela saúde dos cidadãos e que por isso todos os custos se justificam; mas fica por explicar por que deveria a Lei atribuir à saúde dos consumidores um valor que os próprios não atribuem.
Não estamos nos nossos melhores dias...
«O nosso maoísmo dos dias de hoje é, imagine-se, o glamour da monarquia. Não a inglesa, nem a sueca, nem a do Brunei, o que ainda se percebia, mas a dos Braganças, o que não se percebe de todo. Não, não estamos nos nossos melhores dias...
Numa daquelas reviravoltas que a moda faz à história, sim, que a história é muito de modas, passou-se da versão carbonária à versão ao modo do Senhor Dom Duarte Nuno. Tudo isto a propósito desse bom homem que matámos há cem anos, o Rei D. Carlos, agora o Senhor Dom Carlos, Rei de Portugal. Uma pequena multidão descobriu as maravilhas da monarquia, muda o nome de Ataíde para Athayde, de Rui para Ruy, passeia o seu blaser nos grandes escritórios de qualquer coisa burocrática que eles acham que não é burocrática, negócios, auditoria, advocacia, aconselhamento fiscal, project finance, com o emblema da Causa Monárquica na lapela, dobrando a voz todas as vezes que diz Senhor, como em Senhor Dom Carlos, indo a missas para esconjurar os jacobinos e os carbonários, convencidos de que os regicídas eram a encarnação da Al-Qaeda da época e que Portugal seria um grande país caso não houvesse aqueles tiros junto ao Tejo.» [JPP, Abrupto]
Numa daquelas reviravoltas que a moda faz à história, sim, que a história é muito de modas, passou-se da versão carbonária à versão ao modo do Senhor Dom Duarte Nuno. Tudo isto a propósito desse bom homem que matámos há cem anos, o Rei D. Carlos, agora o Senhor Dom Carlos, Rei de Portugal. Uma pequena multidão descobriu as maravilhas da monarquia, muda o nome de Ataíde para Athayde, de Rui para Ruy, passeia o seu blaser nos grandes escritórios de qualquer coisa burocrática que eles acham que não é burocrática, negócios, auditoria, advocacia, aconselhamento fiscal, project finance, com o emblema da Causa Monárquica na lapela, dobrando a voz todas as vezes que diz Senhor, como em Senhor Dom Carlos, indo a missas para esconjurar os jacobinos e os carbonários, convencidos de que os regicídas eram a encarnação da Al-Qaeda da época e que Portugal seria um grande país caso não houvesse aqueles tiros junto ao Tejo.» [JPP, Abrupto]
Interrupção Voluntária da Gravidez
Celebra-se hoje um ano sobre o dia em acordámos quase na mesma.
Mas, diga-se o que se disser, somos hoje um pouco melhores.
Mas, diga-se o que se disser, somos hoje um pouco melhores.
Ciência no Café!
[via]
Como começou o Universo? Qual a sua natureza? Será que irá acabar? E se sim, como será o final?
Hoje é dia de Ciência no Café...
Como começou o Universo? Qual a sua natureza? Será que irá acabar? E se sim, como será o final?
Hoje é dia de Ciência no Café...
[Avenida do Mal] Televisões Regionais em Sinal Aberto
O discurso, falado e escrito, é penoso e roça o bairrismo doentio, crispado, mas tem a razão de ser no óbvio de uma Estação de Televisão Pública que presta pouco serviço ao país que mais precisa dele: aquele da paisagem queiroziana. Limita-se, no jornalismo, às tragédias mais que evidentes, em mortos contados, e raramente vai para lá do hino à província, como circo de labregos, do Portugal Directo, deitado para segundo plano e muito pouco explorado. A vê-lo ser feito, o serviço público, e em horas nobres, muito forçosamente, só na RTPN e no pesado pendor de segunda, que se lhe dá no nome, da RTP2. E em advento da 5ª televisão nacional em sinal aberto teme-se pois, e de certo restará poucas dúvidas, que será mais uma para o cabeção do País.
Nesta lógica, não se percebe o porquê de pagar impostos por aqui, em taxas sobre taxas, no audiovisual, em contas de luz, domésticas ou camarárias, de casas ou de chafarizes iluminados. Sim, e fica o aparte repetido: cada contador de EDP de via pública, de Câmara ou Junta de Freguesia e outros, com fontes luminosas, iluminação de edifícios, públicos e monumentos, paga taxa audiovisual mesmo sem nenhuma televisão ou rádio ligada à tomada. É só fazer as contas e imagine-se quanto pagará cada município em taxas de audiovisual - sem talões, feirões ou outras complicações - e o que lhes oferece a RTP de volta.
Mas voltando ao cerne. Quando os meios de comunicação - e é cliché - são essenciais numa Economia de Mercado e numa Democracia: como fomentadores da actividade económica, no apelo da publicidade com todos os seus convenientes e inconvenientes, e também da actividade cultural, da promoção de lugares e pessoas, imprescindíveis das dinâmicas democráticas, do debate e da própria triagem política e social; torna-se imperativo questionar o que audiovisual tem feito pelo deprimido Portugal para lá da Capital. Ora, neste país feito à imagem da linha de Cascais e do Colégio da Barra, toda a sua diversidade e potencialidade parecem definhar. Neste sentido, e a não ser que a caixa mágica tenha a mesma liberdade de emancipação regional que têm os jornais e as rádios, o Norte - como outras regiões do País na masmorra do modelo administrativo actual - fica refém de ditadores da programação em Lisboa e sem este instrumento, altamente eficaz, para o seu desenvolvimento.
Nesta lógica creio ser importante ponderar uma liberalização regional das televisões em sinal aberto. Imagine-se: Braga, Guimarães, Fafe, Famalicão, Barcelos e outras, ou mesmo o Minho todo, reunidas numa Televisão, a emitir num ou vários canais, conforme a demanda e o espaço, promovendo a região nas suas dimensões, sustentados pelo tecido económico, abrindo espaço de formação e laboratório aos cursos de comunicação social nas Universidades, com telejornais, -matinais, ao almoço e jantar-, a meteorologia, o imaginário local, as tertúlias de ciências da vida e humanas, Oprahs com voz de cana rachada, reallity shows, debates do poder local (sei lá: Mesquita vs Rio; Magalhães vs... e não estou a ver quem, ele ou ela que me perdoe). Enfim... como as verdadeiras televisões de cidade média, grande ou enorme, nos Estados Unidos. Seria coisa grande para o ego, mesmo que o modelo assuste e nos pareça estranho na Europa, e não o será certamente.
E por muito advogados do diabo que possamos ser diga-se que, por ora, as televisões em formato digital (disponíveis na internet) sejam elas a Guimarães TV, o Minho TV ou a Basto TV e outras, pouco podem contribuir para uma mudança deste paradigma em larga escala. E o cabo é, nos preços, muito pouco democrático... Enquanto não houver televisões locais em sinal aberto, a emitir para o romantismo de um televisor na sala, com o sofá preenchido de família e amigos, todo um imenso Portugal - que não Lisboa e arredores - estará em fraca sintonia com os seus cidadãos e as suas dinâmicas, e estes com as suas vidas e interesses limitados num ecrã nacional em constante formigueiro.
Nesta lógica, não se percebe o porquê de pagar impostos por aqui, em taxas sobre taxas, no audiovisual, em contas de luz, domésticas ou camarárias, de casas ou de chafarizes iluminados. Sim, e fica o aparte repetido: cada contador de EDP de via pública, de Câmara ou Junta de Freguesia e outros, com fontes luminosas, iluminação de edifícios, públicos e monumentos, paga taxa audiovisual mesmo sem nenhuma televisão ou rádio ligada à tomada. É só fazer as contas e imagine-se quanto pagará cada município em taxas de audiovisual - sem talões, feirões ou outras complicações - e o que lhes oferece a RTP de volta.
Mas voltando ao cerne. Quando os meios de comunicação - e é cliché - são essenciais numa Economia de Mercado e numa Democracia: como fomentadores da actividade económica, no apelo da publicidade com todos os seus convenientes e inconvenientes, e também da actividade cultural, da promoção de lugares e pessoas, imprescindíveis das dinâmicas democráticas, do debate e da própria triagem política e social; torna-se imperativo questionar o que audiovisual tem feito pelo deprimido Portugal para lá da Capital. Ora, neste país feito à imagem da linha de Cascais e do Colégio da Barra, toda a sua diversidade e potencialidade parecem definhar. Neste sentido, e a não ser que a caixa mágica tenha a mesma liberdade de emancipação regional que têm os jornais e as rádios, o Norte - como outras regiões do País na masmorra do modelo administrativo actual - fica refém de ditadores da programação em Lisboa e sem este instrumento, altamente eficaz, para o seu desenvolvimento.
Nesta lógica creio ser importante ponderar uma liberalização regional das televisões em sinal aberto. Imagine-se: Braga, Guimarães, Fafe, Famalicão, Barcelos e outras, ou mesmo o Minho todo, reunidas numa Televisão, a emitir num ou vários canais, conforme a demanda e o espaço, promovendo a região nas suas dimensões, sustentados pelo tecido económico, abrindo espaço de formação e laboratório aos cursos de comunicação social nas Universidades, com telejornais, -matinais, ao almoço e jantar-, a meteorologia, o imaginário local, as tertúlias de ciências da vida e humanas, Oprahs com voz de cana rachada, reallity shows, debates do poder local (sei lá: Mesquita vs Rio; Magalhães vs... e não estou a ver quem, ele ou ela que me perdoe). Enfim... como as verdadeiras televisões de cidade média, grande ou enorme, nos Estados Unidos. Seria coisa grande para o ego, mesmo que o modelo assuste e nos pareça estranho na Europa, e não o será certamente.
E por muito advogados do diabo que possamos ser diga-se que, por ora, as televisões em formato digital (disponíveis na internet) sejam elas a Guimarães TV, o Minho TV ou a Basto TV e outras, pouco podem contribuir para uma mudança deste paradigma em larga escala. E o cabo é, nos preços, muito pouco democrático... Enquanto não houver televisões locais em sinal aberto, a emitir para o romantismo de um televisor na sala, com o sofá preenchido de família e amigos, todo um imenso Portugal - que não Lisboa e arredores - estará em fraca sintonia com os seus cidadãos e as suas dinâmicas, e estes com as suas vidas e interesses limitados num ecrã nacional em constante formigueiro.
(Serviço) Público
Numa altura em que o PSD ameaça ressuscitar a questão dos projectos de José Sócrates, recuperamos alguns dos melhores textos sobre o assunto:
Efeitos da Notícia do Público :: Blasfémias
Conclusão depois de mais uma polémica :: Arrastão
O Público e Sócrates («aquela casa foi feita pelo primeiro ministro?») :: Ouve-se
Coisas que a RTP deve evitar (e de que não se pode orgulhar) :: Ouve-se
Sócrates e o Público :: Jornalismo e Comunicação
Projectos Sócrates :: Blogue Atlântico
Jornalismo Puro :: Abrupto
Efeitos da Notícia do Público :: Blasfémias
Conclusão depois de mais uma polémica :: Arrastão
O Público e Sócrates («aquela casa foi feita pelo primeiro ministro?») :: Ouve-se
Coisas que a RTP deve evitar (e de que não se pode orgulhar) :: Ouve-se
Sócrates e o Público :: Jornalismo e Comunicação
Projectos Sócrates :: Blogue Atlântico
Jornalismo Puro :: Abrupto
«Coisas Contra a Moral Cristã»
Em Itália, foi criado um parque de estacionamento para os namorados que não têm dinheiro para pagar um quarto de hotel. A Igreja Católica criticou a ideia, afirmando que «ali fazem coisas contra a moral cristã.»
Em Bragança, um bar para jovens aberto na cave de uma Igreja foi encerrado «para não continuar a ferir a sensibilidade de algumas pessoas.»
Já em Braga, Ademar Santos conta que há, na Igreja de S. Frutuoso, uma arma usada para matar cobras nos tempos livres. Coisa obviamente muito condicente com a moral cristã...
Em Bragança, um bar para jovens aberto na cave de uma Igreja foi encerrado «para não continuar a ferir a sensibilidade de algumas pessoas.»
Já em Braga, Ademar Santos conta que há, na Igreja de S. Frutuoso, uma arma usada para matar cobras nos tempos livres. Coisa obviamente muito condicente com a moral cristã...
A Verdadeira República Francesa
CAA diz que são «vantagens escandalosas que a política traz». Já aqui e aqui havia defendido que «poder é sexo». Será?
As Últimas de Braga
Hospital cobra 152 euros em casos de violência doméstica. «Qualquer coisa ali parecia não bater certo com a apregoada vontade governamental de facilitar o acesso das vítimas de violência doméstica aos cuidados de saúde. E se já não quisesse apresentar queixa, como tantas vezes acontece com quem sofre este tipo de crime? E se, indo em frente como é sua vontade, não conseguir fazer prova da agressão que sofreu na rua? Tem de pagar a taxa e a consulta?» [Público]
Sorry, a culpa é da livre associação de ideias. «gostei particularmente da frase “Que documento teria, afinal, de ter a Maria? A administração ainda não sabe, mas o serviço de facturação já assumiu que é imperioso haver uma sentença judicial”. Pois.» [Ana Matos Pires, no cinco dias]
República monárquica. «Francisco Mesquita Machado é presidente da Câmara de Braga há 32 anos. É tido como uma espécie de régulo da estrutura socialista local e, consequentemente, da Administração Pública do distrito. Dizem-me, baixinho como convém, que não acontece provimento ou investidura num cargo público local em que o senhor vitalício de Braga não tenha aditado o seu ‘nihil obstat’ – deve ser exagero, mas está arreigado nos bracarenses de todos os partidos.» [Carlos Abreu Amorim, no Correio da Manhã]
Roubos no cemitério visam mercado negro do cobre. «O cemitério de Braga foi vandalizado na noite de segunda para terça-feira, com dezenas de sepulturas destruídas e vários objectos de culto religioso furtados, num acto que poderá estar relacionado com o negócio do cobre e bronze.» [Diário Digital]
Sorry, a culpa é da livre associação de ideias. «gostei particularmente da frase “Que documento teria, afinal, de ter a Maria? A administração ainda não sabe, mas o serviço de facturação já assumiu que é imperioso haver uma sentença judicial”. Pois.» [Ana Matos Pires, no cinco dias]
República monárquica. «Francisco Mesquita Machado é presidente da Câmara de Braga há 32 anos. É tido como uma espécie de régulo da estrutura socialista local e, consequentemente, da Administração Pública do distrito. Dizem-me, baixinho como convém, que não acontece provimento ou investidura num cargo público local em que o senhor vitalício de Braga não tenha aditado o seu ‘nihil obstat’ – deve ser exagero, mas está arreigado nos bracarenses de todos os partidos.» [Carlos Abreu Amorim, no Correio da Manhã]
Roubos no cemitério visam mercado negro do cobre. «O cemitério de Braga foi vandalizado na noite de segunda para terça-feira, com dezenas de sepulturas destruídas e vários objectos de culto religioso furtados, num acto que poderá estar relacionado com o negócio do cobre e bronze.» [Diário Digital]
O Melhor Sistema de Ensino
O sistema de ensino de um Estado guiado pela fé não falha...
Aposto que estes jovens aprenderam a lição.
Leituras Complementares :: Iran: Nine teenagers waiting to be hanged // Iran: Nine minors waiting to be hanged // 9 Minors Wait To Be Hanged in Iran
Comentários
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Direito,
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Ditadura,
Intolerância Religiosa,
Política Internacional
tê-ém-éne
Imagine que alguém pede uma segunda via do seu cartão de telemóvel. Imagine que a operadora não tem uma loja oficial na sua cidade que, por acaso, é a terceira maior do país. Imagine que a operadora não resolve a situação de imediato. Foi isto que aconteceu ao João Martinho.
RTP e a Ditadura do Popular
«Serviço Público» é o eufemismo com que se têm justificado as avultadas quantias transferidas dos cofres do Estado para o orçamento da RTP. Ainda que o conceito seja altamente subjectivo e pleomórfico, parece consensual que o «Serviço Público» da RTP se tem degragado significativamente devido aos sucessivas devaneios da televisão do Estado para um estilo altamente comercial e nada condicente com as funções que lhe estão consignadas.
Transformada numa «televisão popular de Lisboa», a RTP pouco tem acrescentado ao depauperado panorama televisivo nacional. Ainda o estilo seja mais sóbrio, o Telejornal mantém a fórmula de sensação dos espaços informativos das concorrentes privadas, insistindo na análise superficial do que merecia reflexão profunda e no aprofundamento sistemático do que dispensava mais do que uma simples referência.
Não são raras as vezes em que o futebol é o espelho do país. A notícia de que a RTP pagou 350 mil euros pela transmissão de um jogo do Benfica na Taça UEFA está a causar polémica pelos valores envolvidos na transacção. Contudo, esse é um detalhe absolutamente irrelevante sabendo-se que o valor em causa será parcialmente amortizado pelas receitas publicitárias do jogo. O que deve causar verdadeira indignação é a rendição da televisão pública à «ditadura do popular».
Havendo três clubes portugueses em prova, a RTP deveria ter a obrigação de asseguar que os jogos menos apetecíveis pelo mercado privado não ficassem sistematicamente sem transmissão. Só assim contribuíria, como é sua missão, para o cumprimento dos princípios da «diversificação» e do «pluralismo», previstos na Lei da Televisão.
É esta «ditadura do popular» que, ao impor-nos a transmissão ad nauseum de conferências de imprensa, de treinos, de detalhados relatórios médicos e de novelas de balneário, torna a RTP indistinguível das suas congéneres privadas.
Por tudo isto, talvez seja tempo de repensarmos o «Serviço Público» de televisão, isentando os contribuintes do pagamento compulsivo de uma televisão que apenas serve para acrescentar oferta ao público que se contenta com a «ditadura do popular».
Transformada numa «televisão popular de Lisboa», a RTP pouco tem acrescentado ao depauperado panorama televisivo nacional. Ainda o estilo seja mais sóbrio, o Telejornal mantém a fórmula de sensação dos espaços informativos das concorrentes privadas, insistindo na análise superficial do que merecia reflexão profunda e no aprofundamento sistemático do que dispensava mais do que uma simples referência.
Não são raras as vezes em que o futebol é o espelho do país. A notícia de que a RTP pagou 350 mil euros pela transmissão de um jogo do Benfica na Taça UEFA está a causar polémica pelos valores envolvidos na transacção. Contudo, esse é um detalhe absolutamente irrelevante sabendo-se que o valor em causa será parcialmente amortizado pelas receitas publicitárias do jogo. O que deve causar verdadeira indignação é a rendição da televisão pública à «ditadura do popular».
Havendo três clubes portugueses em prova, a RTP deveria ter a obrigação de asseguar que os jogos menos apetecíveis pelo mercado privado não ficassem sistematicamente sem transmissão. Só assim contribuíria, como é sua missão, para o cumprimento dos princípios da «diversificação» e do «pluralismo», previstos na Lei da Televisão.
É esta «ditadura do popular» que, ao impor-nos a transmissão ad nauseum de conferências de imprensa, de treinos, de detalhados relatórios médicos e de novelas de balneário, torna a RTP indistinguível das suas congéneres privadas.
Por tudo isto, talvez seja tempo de repensarmos o «Serviço Público» de televisão, isentando os contribuintes do pagamento compulsivo de uma televisão que apenas serve para acrescentar oferta ao público que se contenta com a «ditadura do popular».
Turismo/Norte: Cluster permitiria duplicar receita até 2011
«As receitas turísticas da região Norte poderiam aumentar de 450 para 650 milhões de euros este ano e somar 1.100 milhões em 2011 se os agentes locais se articulassem num cluster, disse à Lusa um especialista.» [Dinheiro Digital]
O critério do umbigo
É repetitiva a forma como a comunicação social aborda a nova Lei do Tabaco. O jornalista escolhe o estabelecimento, crava os olhos na presa e avança de microfone em riste, com a pergunta já fisgada: «E a Lei do Tabaco, concorda?». Claro que a resposta varia. Os fumadores discordam e os não-fumadores concordam. Que surpesa, hein?
Esta persistente tendência para se julgar as questões alheias de acordo com preferências pessoais é regra. Todos os portugueses têm uma ideia precisa de quantas urgências são necessárias, de qual a taxa de juro que o BCE deveria fixar, que tipo de cultura devia ser subsidiada e de como gerir um café, um bar ou uma discoteca. Aliás, este parece ser o nosso modelo de gestão preferido: o teu dinheiro e o meu umbigo. (É por não terem a nossa visão que os americanos – esses broncos – vão agora entrar em recessão).
Agora, parece que o umbigo do Parlamento já valeu 70% de prejuízo a quem foi afectado pela Lei do Tabaco, tendo, inclusive, levado a alguns despedimentos. Era suposto a lei defender os não-fumadores. Defendeu-os, mas à custa dos fumadores que tiveram de arranjar outro sítio para acender o cigarro, dos proprietários, que perderam dinheiro, e de alguns trabalhadores, que perderam o emprego. O umbigo é dos deputados mas, felizmente, o dinheiro (e o emprego) é dos outros.
Esta situação era expectável. A anterior lei já permitia estabelecimentos sem fumo. E o facto de haver poucos estabelecimentos com cigarro resurado só mostrava o quão marginal era o desconforto causado pelo fumo, pelo menos em relação aos outros factores que condicionam a escolha do café, do bar ou da discoteca. Se fosse um factor determinante, quem proibisse o fumo teria um lucro extraordinário, o que levaria à abertura de mais estabelecimentos sem fumo.
Mas debater números oculta a questão de fundo. Independentemente dos prejuízos, a decisão sobre que tipo regime deve vigorar num espaço privado deve ser tomada por quem é afectado: pelo proprietário, que fornece o espaço, e pelos clientes, que o pagam. Nenhuma lei pode estipular que os pulmões dos não fumadores valem mais do que os empregos dos trabalhadores, nem deve ser um deputado a escolher entre a dois dedos de conversa com um fumador e uma camisa sem cheiro a tabaco. Essa era a guerra dos lilliputianos de Jonathan Swift, que batalharam para decidir para que lado se partia o ovo sem pensarem por um segundo se a escolha não devia ser de quem o comia.
Esta persistente tendência para se julgar as questões alheias de acordo com preferências pessoais é regra. Todos os portugueses têm uma ideia precisa de quantas urgências são necessárias, de qual a taxa de juro que o BCE deveria fixar, que tipo de cultura devia ser subsidiada e de como gerir um café, um bar ou uma discoteca. Aliás, este parece ser o nosso modelo de gestão preferido: o teu dinheiro e o meu umbigo. (É por não terem a nossa visão que os americanos – esses broncos – vão agora entrar em recessão).
Agora, parece que o umbigo do Parlamento já valeu 70% de prejuízo a quem foi afectado pela Lei do Tabaco, tendo, inclusive, levado a alguns despedimentos. Era suposto a lei defender os não-fumadores. Defendeu-os, mas à custa dos fumadores que tiveram de arranjar outro sítio para acender o cigarro, dos proprietários, que perderam dinheiro, e de alguns trabalhadores, que perderam o emprego. O umbigo é dos deputados mas, felizmente, o dinheiro (e o emprego) é dos outros.
Esta situação era expectável. A anterior lei já permitia estabelecimentos sem fumo. E o facto de haver poucos estabelecimentos com cigarro resurado só mostrava o quão marginal era o desconforto causado pelo fumo, pelo menos em relação aos outros factores que condicionam a escolha do café, do bar ou da discoteca. Se fosse um factor determinante, quem proibisse o fumo teria um lucro extraordinário, o que levaria à abertura de mais estabelecimentos sem fumo.
Mas debater números oculta a questão de fundo. Independentemente dos prejuízos, a decisão sobre que tipo regime deve vigorar num espaço privado deve ser tomada por quem é afectado: pelo proprietário, que fornece o espaço, e pelos clientes, que o pagam. Nenhuma lei pode estipular que os pulmões dos não fumadores valem mais do que os empregos dos trabalhadores, nem deve ser um deputado a escolher entre a dois dedos de conversa com um fumador e uma camisa sem cheiro a tabaco. Essa era a guerra dos lilliputianos de Jonathan Swift, que batalharam para decidir para que lado se partia o ovo sem pensarem por um segundo se a escolha não devia ser de quem o comia.
Braval inicia produção de energia em 2009
«Meados de 2009 é o timing definido pela Braval, Aterro Intermunicipal do Cávado, para iniciar a produção de energia eléctrica, através da valorização dos resíduos orgânicos. O administrador-delegado Pedro Machado, em declarações ao JN, revelou que, numa primeira fase, a Braval vai produzir cerca de 10 mil toneladas/ano. Mas, o objectivo é chegar às 40 mil toneladas/ ano até 2011.» [Jornal de Notícias]
Avenida dos Leitores: Os Media ao Serviço de Quem?
Comentário à notícia "Transplantes rendem milhões aos médicos", enviado por JMP:
«Embora se reconheça que muita da informação presente nesta notícia é verdadeira, a forma como ela é contada é no mínimo tendenciosa. Vejamos!
O título: “Transplantes rendem milhões aos médicos”. No mínimo é uma reflexão subversiva da realidade de que os transplantes são um negócio e de que os principais beneficiados são os médicos.
Lendo depois a notícia parece que o programa de incentivo aos transplantes foi criado para estimular os médicos a realizar transplantes e que, até então, não se realizavam transplantes suficientes porque os médicos não sentiam benefício dessa actividade. Mais uma vez a postura dos media de que os médicos não passam de mercenários, ávidos em aproveitar as fraquezas e as necessidades dos pobres (quais versões negativas de Robins-dos-Bosques). Também se depreende que o número de transplantes aumentou porque os benefícios monetários dos médicos aumentaram. Pois há muita inverdade aqui.
O programa de incentivo aos transplantes beneficia sobretudo os hospitais que acolhem os dadores de orgãos e os hospitais e profissionais onde se realiza a colheita de orgãos. A principal razão do incentivo é que para os hospitais onde a actividade é realizada a despesa com o dador ou com o transplante é muito elevada mesma.
A maioria dos orgãos doados, em Portugal, são provenientes de dadores vivos, em morte cerebral. Estes doentes são muitas vezes vítimas de acidentes graves, que sofreram lesões cerebrais muito graves e irreversíveis. O tratamento que sofrem na tentativa de recuperação e para depois manutenção dos orgãos tem custos muito elevados para os hospitais que os acolhem. Por vezes, estão internados, em Unidades de Cuidados Intensivos, vários dias a semanas até serem estabilizados o suficiente para excluir a reversão das lesões e poderem ser colhidos os orgãos. De saber que só por estarem internados em UCI custão em média 1000/dia, fora todos os tratamentos específicos a que são submetidos ( ex. TAC, cirurgias, fármacos). Percebe-se que rapidamente estes doentes são um encargo monetário muito penoso para os hospitais. O incentivo dado aos hospitais que acolhem os dadores é no sentido de equilibrar esta balança e incentivar a prática.
Para os hospitais onde se realizam os transplantes o cenário é idêntico ou mais grave. Para além de os custos associados à formação específica em transplantes dos profissionais (médicos, enfermeiros, etc), muitas vezes com formação no estrangeiro, têm de arcar com os custos das cirurgias e do tratamento dos doentes em UCI para que o transplante seja viável. Estes internamentos podem durar várias semanas a meses com terapêuticas caras como os imunosupressores, os estudos de histocompatibilidade (para verificar a compatibilidade entre dador e hospedeiro) e cirurgias várias. Os incentivos mais uma vez visam estas despesas. De referir que os hospitais cativam na maioria das vezes 50% dos incentivos e que os restantes são distribuidos pela equipa de transplantes (não só os médicos). Nesta questão de referir que os médicos (e enfermeiros e demais profissionais), que estão nos hospitais onde é feita a colheita, não recebem qualquer dinheiro.
O acréscimo de transplantes tem resultado destes incentivos, mas também do desenvolvimento nos últimos 15 anos de uma rede de emergência pré-hospitalar (INEM) mais eficaz e que consegue oferecer aos doentes cuidados médicos mais precoces e melhorados. Daqui resultou que doentes que antes faleciam no local ou a caminho do hospital, são mantidos vivos. Esta melhoria no atendimento, sobretudo às vítimas de trauma, gerou um maior número de potenciais dadores. Consequentemente, das possibilidades de maior número de transplantes.
Mas o que interessa salientar é que os médicos (e enfermeiros, técnicos, etc) beneficiam alguma coisa com isso. Sobretudo, os doentes que estavam ligados a uma máquina de hemodiálise, ou um pulmão artificial, não beneficiaram... Também não interessa que em hospitais de referência, por vezes, só um médico tenha experiência em transplante de fígado ou coração, o que implique que esteja de prevenção para transplante todas as 24h de todos os dias.
Não! É como na canção do Chico: Geni e o Zepelim...»
«Embora se reconheça que muita da informação presente nesta notícia é verdadeira, a forma como ela é contada é no mínimo tendenciosa. Vejamos!
O título: “Transplantes rendem milhões aos médicos”. No mínimo é uma reflexão subversiva da realidade de que os transplantes são um negócio e de que os principais beneficiados são os médicos.
Lendo depois a notícia parece que o programa de incentivo aos transplantes foi criado para estimular os médicos a realizar transplantes e que, até então, não se realizavam transplantes suficientes porque os médicos não sentiam benefício dessa actividade. Mais uma vez a postura dos media de que os médicos não passam de mercenários, ávidos em aproveitar as fraquezas e as necessidades dos pobres (quais versões negativas de Robins-dos-Bosques). Também se depreende que o número de transplantes aumentou porque os benefícios monetários dos médicos aumentaram. Pois há muita inverdade aqui.
O programa de incentivo aos transplantes beneficia sobretudo os hospitais que acolhem os dadores de orgãos e os hospitais e profissionais onde se realiza a colheita de orgãos. A principal razão do incentivo é que para os hospitais onde a actividade é realizada a despesa com o dador ou com o transplante é muito elevada mesma.
A maioria dos orgãos doados, em Portugal, são provenientes de dadores vivos, em morte cerebral. Estes doentes são muitas vezes vítimas de acidentes graves, que sofreram lesões cerebrais muito graves e irreversíveis. O tratamento que sofrem na tentativa de recuperação e para depois manutenção dos orgãos tem custos muito elevados para os hospitais que os acolhem. Por vezes, estão internados, em Unidades de Cuidados Intensivos, vários dias a semanas até serem estabilizados o suficiente para excluir a reversão das lesões e poderem ser colhidos os orgãos. De saber que só por estarem internados em UCI custão em média 1000/dia, fora todos os tratamentos específicos a que são submetidos ( ex. TAC, cirurgias, fármacos). Percebe-se que rapidamente estes doentes são um encargo monetário muito penoso para os hospitais. O incentivo dado aos hospitais que acolhem os dadores é no sentido de equilibrar esta balança e incentivar a prática.
Para os hospitais onde se realizam os transplantes o cenário é idêntico ou mais grave. Para além de os custos associados à formação específica em transplantes dos profissionais (médicos, enfermeiros, etc), muitas vezes com formação no estrangeiro, têm de arcar com os custos das cirurgias e do tratamento dos doentes em UCI para que o transplante seja viável. Estes internamentos podem durar várias semanas a meses com terapêuticas caras como os imunosupressores, os estudos de histocompatibilidade (para verificar a compatibilidade entre dador e hospedeiro) e cirurgias várias. Os incentivos mais uma vez visam estas despesas. De referir que os hospitais cativam na maioria das vezes 50% dos incentivos e que os restantes são distribuidos pela equipa de transplantes (não só os médicos). Nesta questão de referir que os médicos (e enfermeiros e demais profissionais), que estão nos hospitais onde é feita a colheita, não recebem qualquer dinheiro.
O acréscimo de transplantes tem resultado destes incentivos, mas também do desenvolvimento nos últimos 15 anos de uma rede de emergência pré-hospitalar (INEM) mais eficaz e que consegue oferecer aos doentes cuidados médicos mais precoces e melhorados. Daqui resultou que doentes que antes faleciam no local ou a caminho do hospital, são mantidos vivos. Esta melhoria no atendimento, sobretudo às vítimas de trauma, gerou um maior número de potenciais dadores. Consequentemente, das possibilidades de maior número de transplantes.
Mas o que interessa salientar é que os médicos (e enfermeiros, técnicos, etc) beneficiam alguma coisa com isso. Sobretudo, os doentes que estavam ligados a uma máquina de hemodiálise, ou um pulmão artificial, não beneficiaram... Também não interessa que em hospitais de referência, por vezes, só um médico tenha experiência em transplante de fígado ou coração, o que implique que esteja de prevenção para transplante todas as 24h de todos os dias.
Não! É como na canção do Chico: Geni e o Zepelim...»
Pli: O Melhor da Taça das Taças de Futsal
Bracarense e arsenalista de coração, Pli foi considerado o melhor guarda-redes da Taças das Taças do Futsal Europeu. O guarda-redes participou nesta prova envergando a camisola do Sporting de Braga que conquistou um honroso 5º lugar e que garantiu presença nesta prova europeia por ter atingido a final da Taça de Portugal da época passada. Estará agora a caminho do Cazaquistão? [Via Red Boys]
[Avenida do Mal] A Doença Prolongada
O Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, pode bem, desde já, estar entre as figuras de 2008, apesar do ano pelo começo. Vale pelo descaramento, mesmo que neste país não valha de nada apontar. Fica-se numa perplexidade admirada e amorfa, parada e depressa se desvaloriza tudo numa caricatura ou num outro assunto. Que a administração pública, e o aparelho de promiscuidade que se lhe associa, tem uma base corrupta, é dado adquirido. Tanto que são as organizações internacionais que o apontam. Mas incomoda mais que tudo, o laxismo e a lata com que se recusa aprovar legislação - e mais que isso aplicá-la - que a combata desculpando-se hipocritamente no “humanismo” do ónus da prova.
Normal. Num sistema político com obesidade mórbida - porque se estende bem para lá dos órgãos de soberania - que mal se mexe e pouco rende, só se preocupando em alimentar(-se), fica o tratamento limitado, porque não há grua nem estimulante que chegue para levantar odre do poiso. Permanece assim, de natureza, ineficiente e esfomeado, que não dispondo de fundos de Europa, jazidas em Angola e Brasil, suga o seu próprio tutano em desigualdades e no aumento dos impostos, substituindo a carne por gordura. Enfim. Coitado, porque é brandinho.... Pelo menos até à próxima orgia revolucionária e inconsequente... Acalmada a fúria, sobra depois o País Pedinte, quase desde sempre, por dentro e sobretudo lá fora.
Verdade é que, de certa maneira, o actual modelo económico e social, estável na instabilidade, é sustentado por toda esta fisiologia. Só que a mesma custa mais ao país do que custaria empenhar o erário e a vontade pública - porque a política é pouca - numa máquina nova e afinada, que funcionasse à margem das alternâncias democráticas. É que ficando a que temos, e com tamanho cancro instalado, muito custa a crer-se como curável. Se calhar, a ressecção do mesmo talvez levasse o país para o colapso mental.
Em alturas de comemoração do Regicídio de 1908, com lenços negros ou em foguetes, cabe então também pensar que 3ª República é esta. Não a contesto como modelo de Regime, tanto é que rejeito a monarquia como qualquer outro que se assemelhe, em Cuba ou na Coreia, pelo seu simples princípio de que a rege de um Estado está inscrita num código genético. Mas, no dado momento, tanto nos vale um Rei como um mentiroso. Nestas coisas da democracia e da política é tudo uma questão de modas, e neste país mais do que noutro qualquer.
A marca mais evidente desta República, da IIIª, e que ficará encravada nos pergaminhos da História assim que finada, é o seu sistema-politico partidário confuso e sobreponente, em nada inovador e sem uma definição clara entre os partidos, em que a luta é agora e em todo o espectro sobre quem domina na crista da onda da opinião. Quase que como dantes. E deste Portugal político, em que só tem carreira quem for conivente com o mal instalado, só se pode esperar a morte do regime por doença prolongada.
Normal. Num sistema político com obesidade mórbida - porque se estende bem para lá dos órgãos de soberania - que mal se mexe e pouco rende, só se preocupando em alimentar(-se), fica o tratamento limitado, porque não há grua nem estimulante que chegue para levantar odre do poiso. Permanece assim, de natureza, ineficiente e esfomeado, que não dispondo de fundos de Europa, jazidas em Angola e Brasil, suga o seu próprio tutano em desigualdades e no aumento dos impostos, substituindo a carne por gordura. Enfim. Coitado, porque é brandinho.... Pelo menos até à próxima orgia revolucionária e inconsequente... Acalmada a fúria, sobra depois o País Pedinte, quase desde sempre, por dentro e sobretudo lá fora.
Verdade é que, de certa maneira, o actual modelo económico e social, estável na instabilidade, é sustentado por toda esta fisiologia. Só que a mesma custa mais ao país do que custaria empenhar o erário e a vontade pública - porque a política é pouca - numa máquina nova e afinada, que funcionasse à margem das alternâncias democráticas. É que ficando a que temos, e com tamanho cancro instalado, muito custa a crer-se como curável. Se calhar, a ressecção do mesmo talvez levasse o país para o colapso mental.
Em alturas de comemoração do Regicídio de 1908, com lenços negros ou em foguetes, cabe então também pensar que 3ª República é esta. Não a contesto como modelo de Regime, tanto é que rejeito a monarquia como qualquer outro que se assemelhe, em Cuba ou na Coreia, pelo seu simples princípio de que a rege de um Estado está inscrita num código genético. Mas, no dado momento, tanto nos vale um Rei como um mentiroso. Nestas coisas da democracia e da política é tudo uma questão de modas, e neste país mais do que noutro qualquer.
A marca mais evidente desta República, da IIIª, e que ficará encravada nos pergaminhos da História assim que finada, é o seu sistema-politico partidário confuso e sobreponente, em nada inovador e sem uma definição clara entre os partidos, em que a luta é agora e em todo o espectro sobre quem domina na crista da onda da opinião. Quase que como dantes. E deste Portugal político, em que só tem carreira quem for conivente com o mal instalado, só se pode esperar a morte do regime por doença prolongada.
Jesus Vai ao Comício? (II)
«A Igreja Católica, que tantas vezes acusa Estados e governos europeus de interferirem com a sua acção, decidiu novamente tomar uma atitude inaceitável em Espanha. Depois do arranque da campanha eleitoral do PP ter sido uma manifestação promovida por bispos em Madrid, agora a Conferência Episcopal emitiu uma nota pastoral em que basicamente dá recomendações contrárias ao PSOE para as legislativas de Março.
A Igreja vai por um mau caminho e o PP, que parece estar a ser tutelado pelo Vaticano, ainda mais. A partir do momento em que participa numa campanha desta forma, a Igreja exalta instintos religiosos com motivações políticas e terá de ser responsabilizada por isso. Uma vitória do PSOE nestas eleições significará não só uma derrota do PP, mas também -- sobretudo? --, uma derrota da Igreja Católica. Foi a sua cúpula que assim escolheu, infelizmente.»
Tiago Barbosa Ribeiro, Kontratempos
A Igreja vai por um mau caminho e o PP, que parece estar a ser tutelado pelo Vaticano, ainda mais. A partir do momento em que participa numa campanha desta forma, a Igreja exalta instintos religiosos com motivações políticas e terá de ser responsabilizada por isso. Uma vitória do PSOE nestas eleições significará não só uma derrota do PP, mas também -- sobretudo? --, uma derrota da Igreja Católica. Foi a sua cúpula que assim escolheu, infelizmente.»
Tiago Barbosa Ribeiro, Kontratempos
Comentários
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Marcado como
Espanha,
Guerras Religiosas,
Intolerância Religiosa,
Política Internacional,
Religião
Grande voz feminina do Jazz em Braga
«No próximo dia 9 de Fevereiro, às 22h00, Marc Demuth Quartet Feat e Sofia Ribeiro apresentam no pequeno auditório do Espaço Cultural Pedro Remy com sede na Rua D. Gualdim Pais, 40 em pleno centro histórico da Sé de Braga, o mais recente trabalho do grupo, “Orik”, gravado ao vivo no L’Inouï (Luxemburgo).
Neste novo projecto, Marc Demuth e Sofia Ribeiro interpretam temas originais, assim como temas de outros compositores como Milton Nascimento, Pixinguinha e Baden Powell.
Paralelamente a um percurso de sucesso em duo que resultou na gravação do seu primeiro CD “Dança da Solidão”, Sofia Ribeiro e Marc Demuth têm-se dedicado a um projecto em quinteto, aliando-se a excelentes músicos da cena jazzística europeia sendo esta formação apresentada por Yves Peeters na bateria, Pascal Schumacher Vibrafone, Joachim Badenhorst no clarinete, Marc Demuth no contrabaixo e voz de Sofia Ribeiro. Este grupo já se apresentou em inúmeros clubes e festivais em Espanha, Portugal, Bélgica, Holanda, Alemanha e Estados Unidos. Esta será mais uma das admiradas noites de jazz a não perder num espaço alternativo com programação de José Carlos Santos.»
Mais informações aqui
Neste novo projecto, Marc Demuth e Sofia Ribeiro interpretam temas originais, assim como temas de outros compositores como Milton Nascimento, Pixinguinha e Baden Powell.
Paralelamente a um percurso de sucesso em duo que resultou na gravação do seu primeiro CD “Dança da Solidão”, Sofia Ribeiro e Marc Demuth têm-se dedicado a um projecto em quinteto, aliando-se a excelentes músicos da cena jazzística europeia sendo esta formação apresentada por Yves Peeters na bateria, Pascal Schumacher Vibrafone, Joachim Badenhorst no clarinete, Marc Demuth no contrabaixo e voz de Sofia Ribeiro. Este grupo já se apresentou em inúmeros clubes e festivais em Espanha, Portugal, Bélgica, Holanda, Alemanha e Estados Unidos. Esta será mais uma das admiradas noites de jazz a não perder num espaço alternativo com programação de José Carlos Santos.»
Mais informações aqui
Pecados
«No El País, Ratzinger defende que a fecundação in vitro é contrária à dignidade humana, porque contra natura. Em matéria de heterodoxias, a única coisa que o Papa tolera é mesmo uma concepção sem queca.» [Pedro Romano, no Número Primo]
Assinatura Dourada
Segundo o Público, alguns técnicos da Câmara Municipal da Guarda elaboravam projectos particulares que depois vistoriavam enquanto técnicos. Como não os podiam assinar, pediam ao amigo José Sócrates para o fazer. Ocorrem-me três comentários:
1. O Público é um jornal muito mau. Em vez de nos entreter com a morte do Rei anda a investigar estes esquemas. Sinceramente.
2. Milhares de funcionários públicos vão fazer piadas sobre o caso. Processos disciplinares para todos.
3. Não foi o PS que pediu ao Bastonário dos Advogados para que apresentasse casos concretos de «fraude» ao sistema? Pois bem, que tal comprarem o Público de hoje?
1. O Público é um jornal muito mau. Em vez de nos entreter com a morte do Rei anda a investigar estes esquemas. Sinceramente.
2. Milhares de funcionários públicos vão fazer piadas sobre o caso. Processos disciplinares para todos.
3. Não foi o PS que pediu ao Bastonário dos Advogados para que apresentasse casos concretos de «fraude» ao sistema? Pois bem, que tal comprarem o Público de hoje?
Jesus Vai ao Comício?
Depois de ter participado em todas as negociações com a ETA, a Igreja Católica Espanhola mudou de opinião, apelando aos eleitores para não votarem naqueles que promoveram as conversações que eles próprios aplaudiram e em que chegaram mesmo a participar.
Habituados a reclamar das pretensas intromissões do Estado na vida das confissões religiosas, os pastores católicos espanhóis não hesitaram em apelar ao voto no PP, tomando parte no folclore da campanha eleitoral. A prática é comum em países terceiro-mundistas como o Irão ou Sudão, mas configura-se como um perigoso precedente na Europa democrática.
Será que Jesus também vai ao comício do PP?
Leitura complementar:
Nota de la Comisión Permanente de la Conferencia Episcopal ante las elecciones
Los obispos hacen campaña contra el PSOE :: El País
Los obispos critican al PSOE y sonríen al PP :: Publico.es
El PSOE dice que es 'inmoral que los obispos utilicen el terrorismo para hacer campaña' :: El Mundo
Bispos espanhóis criticam Zapatero em nota de orientação para as legislativas :: Público
Bispos católicos entram em campanha contra PSOE :: Jornal de Notícias
Partido liderado por Zapatero responde à nota episcopal :: Jornal de Notícias
Igreja apela a voto contra Zapatero :: Correio da Manhã
Habituados a reclamar das pretensas intromissões do Estado na vida das confissões religiosas, os pastores católicos espanhóis não hesitaram em apelar ao voto no PP, tomando parte no folclore da campanha eleitoral. A prática é comum em países terceiro-mundistas como o Irão ou Sudão, mas configura-se como um perigoso precedente na Europa democrática.
Será que Jesus também vai ao comício do PP?
Leitura complementar:
Nota de la Comisión Permanente de la Conferencia Episcopal ante las elecciones
Los obispos hacen campaña contra el PSOE :: El País
Los obispos critican al PSOE y sonríen al PP :: Publico.es
El PSOE dice que es 'inmoral que los obispos utilicen el terrorismo para hacer campaña' :: El Mundo
Bispos espanhóis criticam Zapatero em nota de orientação para as legislativas :: Público
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Partido liderado por Zapatero responde à nota episcopal :: Jornal de Notícias
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