© VRFotoA tradição, por si só, já não tem capacidade para atrair gente nova para estas paragens. Mas atrair gente nova não pode significar perder o sentido do que é a tradição nem, necessariamente, a sua descaracterização. Como tal, qualquer reformulação das Festas do S. João de Braga deve ter a preocupação de garantir a harmonia entre a manutenção das tradições e a criação de condições capazes de atrair novos públicos.
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1) Condição essencial para a melhoria das condições das Festas de S. João é a reabilitação do Parque de S. João da Ponte e a limpeza e recuperação do Rio Este e das suas margens. Após estas intervenções, a zona nobre das festas terão mais dignidade para receber os foliões. Como pode a festa continuar a fazer-se ao ritmo dos odores de um rio que corre encimentado e poluído? Por outro lado, a Comissão de Festas deveria definir com clareza o perímetro das festas oficiais, onde deve concentrar toda a animação e oferta de serviços. Esse perímetro deve incluir a Avenida Central, a Avenida da Liberdade e o Parque de S. João da Ponte.
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2) Parece-me acertada a realização do Festival de Folclore e do Encontro Internacional de Gigantones e Cabeçudos no fim de semana que precede as festas. Há que recuperar a corrida do S. João, melhorando a sua atractividade através do reforço dos prémios com a ajuda de patrocinadores.
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3) A proibição do lançamento dos balões de S. João tem que ser negociada com o Governo e deveria ser reivindicada pela Câmara de Braga (num país em que há excepções locais para matar animais...). De qualquer modo, hoje em dia já existem formas de adornar os balões com materiais luminosos não inflamáveis. Basta imaginação. O lançamento dos balões deveria acontecer entre as 22.00 e as 00.00.
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4) Na zona do Parque de S. João da Ponte deve ser criada uma zona de alimentação, idêntica à da Festa da Cerveja, onde se concentrem estabelecimentos que inspiram confiança aos consumidores relativamente à qualidade da comida servida. A Festa da Cerveja, uma iniciativa a realizar no Campo da Vinha, deve fazer-se noutra época do ano.
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5) O tradicional desfile das rusgas deveria iniciar-se às 22.30, no Largo Carlos Amarante, e percorrer a Avenida no sentido descendente até chegar ao Parque de S. João da Ponte, perto das 23.45.
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6) Às 00.00 deveria realizar-se o monumental espectáculo piromusical de fogo de artifício. O espectáculo deveria ser lançado sobre a Avenida da Liberdade a partir de 4 pontos (Av. Central, Largo João Penha, Av. Jão XXI e Terreiro da Ponte). É tecnicamente possível fazê-lo com segurança. Poderia ser o maior espectáculo de fogo de artífico de cidade realizado em Portugal (a 3ª cidade país merecia-o!).
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7) Entre as 00.45 e as 02.30, deveriam existir vários pontos de animação fixos com grupos de bombos e Zés Pereiras e ranchos folclóricos (Parque de S. João da Ponte, junto ao Largo João Penha, na intersecção com a Rua 25 de Abril, na intersecção com a Avenida João XXI, junto ao Fujacal e no Terreiro da Ponte). Na Avenida da Liberdade, deveriam existir alguns pontos com barraquinhas de venda de comida e alimentação e, onde fosse possível, esplanadas.
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8) Às 00.45, no topo este da Avenida Central deveria acontecer um concerto com uma banda de nome nacional, ao encontro das preferências dos mais jovens. Simultâneamente, o topo oeste da Avenida deveria acolher um Dj e estar preenchido por barraquinhas de bebidas. À mesma hora, no Parque de S. João da Ponte deveriam decorrer os tradicionais concertos das Bandas Filarmónicas.
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9) A partir das 02.30 a festa concentrava-se no Dj da Avenida Central e respectivas barraquinhas, na música de gravação do Parque de S. João da Ponte, no caminho de regresso a casa das rusgas (que actuaram até então) e nos espaços de animação e esplanadas ao longo da Avenida da Liberdade.
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10) O dia 24 de Junho ficaria reservado para as solenidades religiosas, o desfile dos Carro das Ervas, Carro do Rei David e Carro dos Pastores e o encerramento oficial das festas com uma simples salva de morteiros.
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São ideias. Aceitam-se críticas e sugestões.