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Fascismo de Estado?

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Chego a Portugal com a sensação de que ainda estou na América Latina. Sob a égide de um "socialismo" que não já é mais que um eufemismo, o governo Sócrates prossegue a sua campanha de intimidação pública de todos quantos ousam criticar abertamente o Primeiro Ministro, a sua peculiar ascensão política e o seu invulgar percurso académico.

Em Belém não vemos mais que um estratégico parceiro de Sócrates neste subtil apagamento dos raios de rara independência que ainda restavam na nossa sociedade civil. Os verdadeiros socialistas e sociais democratas perguntar-se-ão onde estão a democracia e o respeito pela liberdade de expressão desta gente. Mas esses (socialistas e sociais democratas) são também uma espécie política em vias de extinção, substituídos que têm sido por uma classe de políticos profissionais que não são mais que guardiões do interesse próprio.

O "castigo de Charrua" é um escândalo que Cavaco Silva (a quem dei o meu voto e apoio público) não pode deixar passar em claro sob pena de se tornar conivente com a maior perseguição política a que assistimos desde o ocaso do fascismo. Este episódio é indecoroso para a nossa democracia e uma terrível ameaça às liberdades conquistadas. As incongruências de todo o processo deixam-nos a nítida sensação de que tudo se encaminha no sentido de tentar minimizar os efeitos políticos de um escândalo que o país não pode deixar apagar.

A "acusação de Caldeira", num país em que as incidências em torno da licenciatura de José Sócrates continuam por explicar, é uma séria ameaça à blogosfera e à sua independência. É um aviso de um classe de políticos que está incomodada com a procura da verdade e a liberdade de expressão, preferindo continuar a urdir através das publicações periódicas nacionais que, em muitos casos, não são mais que boletins ou panfletos. Como diz CAA, "o caso não parece ser o de um cidadão que quer a reparação dos seus direitos mas antes o de um alto dirigente político que está a intimidar e a avisar seriamente tudo e todos do que poderá acontecer caso se metam com ele. É a aplicação da conhecida lógica do "leva..." que já nos foi ensinada por Jorge Coelho. Ou, pior, a "doutrina Margarida Moreira" a caminho de se generalizar como regra de conduta dos poderes públicos."

Será que o passo seguinte deste "socialismo" é nacionalizar o livre pensamento?

7 comentários:

  1. Grato pela solidariedade, Pedro. Obrigado. Não é fácil fazê-lo perante o poder quase-absoluto.

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  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  3. Como é que alguém que vota Cavaco, o do cavaquistão, o do cavaquismo, tem a lata de falar em "fascismo de estado" por causa de Sócrates? Não sei, mas ei-lo...

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  4. continuo a defender este governo porque até agora, ninguém (desde a minha nascença), fez melhor do que ele...

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  5. O pensamento livre não se deixa nacionalizar.

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  6. .:mÁrCiO
    "continuo a defender este governo porque até agora, ninguém (desde a minha nascença), fez melhor do que ele..."
    Tão pequenino e já escreve...?
    Ainda dizem que o ensino anda pelas ruas da amargura!

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  7. Ó márcio, tu devias ter vivido no tempo do Botas para saberes o que era o bem bom. Mas já que não nasceste no tempo do Botas, podes imaginar que o que se está a passar agora em Portugal é IGUALZINHO ao que se passava no "outro tempo"... o da "velha senhora". Pondo os nomes aos bois: no tempo do fascismno salazarista. Apenas com uma ligeira mudança de nomes e de estilos...

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