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Do Referendo

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A ideia que os políticos vão inculcando na sociedade de que o referendo é um instrumento nobre ao serviço da democracia participativa não é mais que pura ilusão. Tradicionalmente, o referendo é reclamado pelos partidos políticos em 3 circunstâncias: 1) quando discorcordam da decisão legitimamente tomada por via parlamentar; 2) quando defendem determinada posição mas não querem o ónus (e consequente perda de votos) de ter que decidir; 3) quando querem criar um facto político, mantendo os portugueses entretidos.
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A realidade tem demonstrado que a maioria das pessoas não está cabalmente informada sobre o que está em causa em cada referendo, acabando por abster-se ou ceder ao voto de orientação partidária. Por outro lado, os deputados são pagos exactamente para tomar decisões. Decisões que a sociedade escrutina através do voto, da participação cívica, da livre crítica e do uso dos direitos de opinião, expressão, greve, associação e manifestação.
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Referendar é, sobretudo, abusar da (des)informação da maioria dos portugueses, dando asas aos populismos mais selvagens. Se houver referendo à Europa ouviremos coisas tão disparatadas como disparatada foi aquela ridícula campanha socialista do "cartão amarelo" ao governo numas eleições europeias. Lembram-se? E assistiremos ao desfilar de argumentos falsos e ignóbeis como eram aqueles cartazes com fetos de 30 semanas num referendo que pretendia despenalizar até às 10 semanas de gestação? E ouviremos clamar contra o desemprego, as leis laborais, a droga, a criminalidade e toda essa amálgama de coisas que exacerbam sentimentos, quando o que estará em causa é o modelo político da nova Europa.
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8 comentários:

  1. Este post é uma tontaria,para além de fazer dos portugueses uma cambada de estúpidos.

    Viu-se hoje na entrevista de Luís Amado no canal 1, um rol de desculpas contra o referendo.

    Eles estão com medo!

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  2. Caro José Manuel Faria,

    São opiniões. Não me refiro apenas ao referendo Europeu... Refiro-me a todos.

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  3. O problema do referendo é também esse: as pessoas votariam sim ou não ao tratado?Ou sim ou não ao governo?Eu, pessoalmente, não estou muito informado acerca do novo tratado, mas é mais importante do que o tratado de Maastrich, ou do que a nossa adesão à UE, ou da entrada do Euro nas nossas vidas?É que nesses momentos não me lembro de termos sido consultados.

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  4. Caro Salem,

    Não fomos consultados pelos suspeitos do Costume: PS, PSD!

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  5. Caro Salem,

    Não fomos consultados pelos suspeitos do Costume: PS, PSD!

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  6. Lembro-me que nas últimas eleições para o parlamento europeu, só se falou do que há cá dentro.

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  7. É verdade, mas olha que este putativo referendo a uma Constituição Europeia não é bem a mesma coisa... Tendo duvidas de que se possa falar em Constituição (é um Tratado), uma aprovação generalizada, por referendo, teria um valor muito próximo de um poder constituinte.

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  8. Caro Pedro Morgado,

    Já reparou que a sua frase "Referendar é, sobretudo, abusar da (des)informação da maioria dos portugueses, dando asas aos populismos mais selvagens" se aplica perfeitamente a qualquer eleição que se faça em Portugal? E agora o que fazemos, acabamos com as eleições e com a democracia? Não me parece.
    O próprio sistma politico que temos abusa da desinformação dos portugueses que nem sequer sabem (ou pelo menos um larga maioria não tem isso em conta) que quando vota numas legislativas não está a eleger directamente o primeiro-ministro mas sim um deputado (deputado esse que, chegando ao parlamento, é um deputado da Nação, nada podendo fazer de concreto pela região em que foi eleito). Quando os portugueses tiverem consciencia disto pode ser que muita coisa mude...Até lá nada de despotismos iluminados!

    Cumprimentos,
    Mortner

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