Uma lição para o futuro
«Aconteceu o que se temia desde que foram anunciados os preços dos bilhetes para o jogo de ontem: faltou público nas bancadas, pois só estavam oito mil pessoas em... 30 mil lugares. Entradas caras e jogo televisionado em canal aberto originaram um resultado que a SAD deve entender como uma lição. Até porque para a semana, em Salónica, o ambiente será terrível...» [O JOGO]
Estado de Letargia
O debate em torno dos principais temas da(s) cidade(s) tem que evadir-se dos gabinetes técnicos e das tertúlias partidárias. Embora os sinais e sintomas sugiram que a doença bracarense é mais pronfunda e prolongada, o estado de letargia é global. O próprio Francisco Teixeira adianta que «o Governo, os tribunais e as elites estão cada vez mais conservadoras, crescentemente intolerantes face à crítica e ao dissenso e a vida está cada vez mais difícil e incerta». Já em Julho passado, Manuel Alegre escrevera que «talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.»
A inexistência dessa cultura de liberdade individual não pode deixar de ser lida como consequência de uma sociedade que subverte a responsabilidade individual e cívica, que enaltece a ignorância e o desconhecimento científicos, que perpetua legislativamente o preconceito infundado e o moralismo bafiento, que se deleita com o boato e a denúncia anónimos e que se vulgariza na exploração da miséria e da tragédia alheias.
Sociedade em que os não-alinhados (com voz) rareiam, fazendo com que o amargo sumo quotidiano se esprema entre uma turba alienada e uma trama de pequenos grupos de grandes interesses.
Sociedade em que o rumo dos partidos políticos é cada vez mais complexo e menos coerente. Embora sejam uma pedra basilar do regime democrático, os partidos políticos não podem deter o exclusivo do debate sobre a res publica, sob pena de nos condenarmos colectivamente a uma indesejável oligarquia.
Sociedade em que o medo e o comodismo, brilhantemente sintetizados no 'país dos brandos costumes', fazem parte do código genético da portugalidade, são a nossa marca distintiva, impregnando de silêncio o debate público. Até um dia.
[Picture Copyright: Pedro Guimarães]
O Minho da Boa Cultura
Não é por acaso que o Jornal de Notícias coloca a tónica no conjugar de esforços inter-municipais (entre Guimarães e Faalicão) que este Centenário proporcionou. «Para António Magalhães, presidente da autarquia vimaranense, o programa, repartido por Guimarães e Famalicão, é a prova do que pode ser feito fruto das parcerias e quando se deixa para trás eventuais rivalidades concelhias.» A aposta cultural da Câmara de Guimarães e a visão regional defendida por António Magalhães demonstram que o autarca merece liderar a autarquia Capital Europeia da Cultura em 2012. Não é por acaso que Francisco Teixeira escreve no Jornal de Notícias que «Guimarães tem vindo a marcar fortes posições no âmbito das tecnologias e da cultura, através de um crescendo de equipamentos culturais de enorme qualidade infra-estrutural, bem assim como no discurso sobre as maravilhas da inovação tecnológica e da renovação urbana».
No capítulo cultural, Famalicão também tem bons motivos para sorrir. Depois de ter recebido o espólio de Mário Cesariny, a Câmara local anuncia que a sua Biblioteca Municipal vai receber biblioteca pessoal de Eduardo Prado Coelho, um dos maiores pensadores nacionais da segunda metade do século XX.
São as boas notícias da Cultura.
Avenida dos Leitores: A Imprensa de Braga
O panorama ficou seguramente mais pobre com o fim dos projectos regionais dos diários nacionais, que não tiveram tempo e/ou habilidade para se consolidar. Temos agora um caderno regional no Jornal de Notícias com claros problemas de identidade e algumas notícias esporádicas ou breves no Público. O Diário de Notícias, que nunca apostou em Braga, continua fiel ao seu rumo. Quanto ao Correio da Manhã, confesso que não leio.
O Correio do Minho e Diário do Minho – diários bracarenses ou regionais? –, tal como já tive oportunidade de comentar aqui no Avenida, estão actualmente a cumprir os serviços mínimos. A agenda dos dois jornais vive claramente alheada de muito do que se passa na cidade de Braga e na região, continuando a destacar quase sempre os mesmos protagonistas, que se repetem ano após ano. A falta de memória é impressionante!
O Correio do Minho vive num limbo entre o desporto, os casos de faca e alguidar, os insólitos mais espantosos – tipo um poste de iluminação pública inclinado uns centímetros ou abóboras e tomates gigantes – e a transcrição de comunicados. Pelo meio, é preciso olhar atentamente para o dito e também para o não dito, pois é nesta dialéctica que se percebe a verdadeira filosofia do jornal.
O Diário do Minho vive num adro imenso, a ver as procissões a passar, normalmente com o Arcebispo à cabeça. Os trabalhos dignos de serem apelidados de jornalismo são esporádicos e surgem no meio de um cinzentismo atroz, em páginas repletas de comunicados também transcritos quase na íntegra. Os sucessivos acertos gráficos ainda não conseguiram torná-lo num jornal apelativo.
Em relação aos comunicados, servidos em abundância, há uma coisa que me perturba: será que os jornais ainda não se aperceberam de que a maior parte das instituições já disponibiliza essa informação nas respectivas páginas na Internet e que lhes fica muito mal apresentarem a informação tal e qual?!
O panorama jornalístico bracarense tem agora dois novos projectos profissionais (?) de cariz gratuito: o jornal Balcão e a Revista Sim, surgindo esta com os nomes dos ex-Público Alexandre Praça e Nuno Passos.
Estes projectos mantêm a dinâmica de aparecimento cíclico de novos produtos no mercado bracarense. As experiências anteriores, e foram várias, falharam. Os projectos do passado tiveram um prazo de validade curto. Estes a ver vamos, embora o início não tenha sido brilhante.
Apesar deste cenário, corremos o risco de cometer uma injustiça. Braga tem muito mais oferta do que outras localidades. Não nos podemos esquecer que ter dois jornais diários é, em Portugal, um luxo.
Quantos valorizam isso? Quantos compram efectivamente os jornais dos quais reclamam qualidade? Quantos contribuem na medida das suas possibilidades, quer seja com informações ou com comentários, para que eles sejam efectivamente melhores? Não estaremos de pedras na mão à espera que, como se costuma dizer, dêem pérolas a porcos?
Enviada por Lois Lane.
Importam-se de Repetir? (II)
A avaliar pelas qualidades do líder dos jotinhas, o futuro do PP está garantido. O rapaz tem jeito para agitar o papão do comunismo, nem que para isso tenha que recorrer à mais insensata ginástica onírica. A gafe é monumental. Em primeiro, porque uns dos visados (Bernardino Soares) tinha 4 anos no Verão de 1975 e, em segundo, porque nenhum nos citados pertenceu às FP-25.
Pelos vistos, os espaços de proximidade fazem mal à saúde. E de que maneira.
Alberto Sampaio
As Câmaras Municipais de Guimarães e Famalicão, a Sociedade Martins Sarmento e o Museu Alberto Sampaio estão a preparar o programa comemorativo do centenário da morte do historiador. As comemorações iniciam-se no dia 1 de Dezembro de 2007, em Guimarães, e terminam um ano mais tarde em Vila Nova de Famalicão.
Esperamos que a cidade de Braga, também ligada ao historiador, não deixe de se associar às comemorações, quer através de iniciativas da Câmara Municipal quer através dos seus mais diversos agentes, em particular a Escola Secundária Alberto Sampaio.
Uma Questão de Prioridades
[Diário do Minho, 25.Nov.2007]
18 agentes!? 18!? Numa semana em que no mesmo jornal se denuncia a actuação tardia e inconsequente das autoridades em vários assaltos ocorridos na Freguesia de Gualtar, parece uma anedota saber que a Polícia fez deslocar 18 agentes para acorrer a uma evidente brincadeira de adolescentes. São prioridades...
Já agora, cuidado com as burlas de Braga.
Minho no Caminho para o Mundial?
Se a Federação voltar a esquecer Braga e Guimarães, teremos todos os dados para afirmar que esta não é a selecção de todos os portugueses.
A Centésima Faz Anos!
Uma Freguesia Abandonada
Faz em Janeiro 7 anos que, como cidadão cumpridor, me dirigi à Junta de Freguesia para me recensear. Cidadão interventivo, alertei os autarcas locais para a inexistência de árvores no espaço urbano em que resido. Foi-me garantido que, nessa mesma primavera, as árvores seriam plantadas... Passaram 7 anos, repito, 7 anos. Árvores nem vê-las.
Algum tempo depois, selváticas máquinas avançaram apocaliticamente pela freguesia, devastando todo o arboredo que ainda restava. Desapareceram as Quintas da Vergadela e do Pomar e, no seu lugar, nasceram ruas de casas a haver. Estradas de planeamento duvidoso com cruzamentos de 5 saídas (!) em pleno Século XXI. Asfalto despido de tudo menos do material que resta das punções endovenosas que por ali se fazem.
Se em algumas zonas as ruas são redundantes e desnecessárias, porque desertas de casas, noutras escasseiam. A prometida rotunda (consta da propaganda eleitoral que a maioria socialista deixou na minha caixa do correio!) que seria implantada na ligação da Variante do Fojo à zona Este de Gualtar ainda continua por fazer. E, segundo consta, assim continuará...
Mas o pior de tudo é a criminalidade. Os assaltos sucedem-se com um cadência assustadora, instalando o medo na comunidade. Pressente-se um clima de impunidade. Aos repetidos assaltos, nunca as autoridades deram resposta. Nunca se soube nada dos culpados. Nunca se encontraram os bens furtados.
A situação de abandono tem atingido proporções tamanhas que pode ler-se no Diário do Minho de ontem que os moradores admitirem «a possibilidade de ser contratado um guarda nocturno, uma vez que «a GNR apenas toma conta da ocorrência». Não pode ser. Gualtar não pode continuar marginalizada.
[Avenida do Mal] Os Reinos do Meio
Na real fotografia do país profundo ou menos esclarecido, tido como satisfeito com pequenas migalhas, observam-se as diferenças com o tempo. Em terras onde nem Cristo passaria em calvário ou em jejum, nem por 4 dias quanto mais 40, vêem-se novas cidades em ponto pequeno, e parolas muitas vezes, erguidas ao novo caciquismo pós-regedor e casas-do-povo. São no entanto aldeolas a perder gente porque não lhes coube na cabeça, e tão pouco lhes foi útil aos dedos e às mãos, a educação do Estado e privados, para lá de tabuadas e cópias à mão, e muito empresário de 4ª classe com mais linhas ferroviárias de Angola na cabeça que noções de mercado. Vão se assim com os telemóveis e exigências de sociedade do consumo, gerações inteiras fugidas em sangria para terras de mais cimento ou de melhor salário, como Espanha aqui ao lado, onde raramente os tomam como burros.
No entanto, interessa antes aos olhos de muitos quando voltam, em férias de emigrado para áreas de metrópole, ou para lá e para cá dos Pirinéus, ver que apesar de tudo, se erguem piscinas e pavilhões a cada quilómetro, edifícios cheios de ar e ecos de vozes ao longe e sozinhos como escrever de caneta. Manifestações exteriores de riqueza em lugares de gente em que a inocência é calo e a única riqueza interior que possuem. Feitos ignorantes e portanto sossegados, satisfeitos com os monumentos à grandeza.
Nestes territórios metidos dentro, os Paços Municipais são sede de Reinos do Meio, palácios de figuras endeusadas extraídas da veia sebastianista de um povo sempre refém de Moisés empacotados e Salomões de quem se depende no aceno de mão. Não se abre o mar ao meio mas pelo andar da subida do nível bem que se podia abrir, tanto se constrói em cima dele. Seriam exemplos bíblicos, Avelino Ferreira Torres a outros que nem me atrevo a dizer o nome, mas que aproveitando o dinheiro europeu e a fiarada do Estado Social, metido no quotidiano como um cancro e metástases, abriram caminho a santuários e sessões de adoração às suas figuras de olho em terra de cegos. E o conceito, por muito serrano que pareça, também se aplica a cidades sede de governo civil.
E com as vicissitudes deste país retalhado de pequenos principados, há também uma lógica de distribuição de dinheiros feita mal e de acordo com a capacidade de aborrecimento dos monarcas de província. As administrações regionais funcionam na lógica do aparelho e dão-se com o suceder de governos, tempos de vacas gordas para uns e magras para outros. E se boa a altura e o contexto, e apropriada a semente, criam-se as condições de emergência a reinados longos e no meio de um Portugal chupado por quantos buracos tem. Queixam-se autarcas outros, mais ou menos comportados, do bife que os outros tiveram e da sola com que ficaram. São as lógicas do que temos e para o qual contribuímos com o arrastar do nosso modelo de administração do território.
Mas forçada, e em jeito de conclusão, estará a pendente consideração e análise futura, porque para lá dos inconvenientes de muito culto de personalidade, há em alguns autarcas do país, apontados como em fase autista do mandato, uma questão de método na criação de iguais oportunidades para os seus conterrâneos. E por muito chavistas que pareçam, e tão pouco me agradem, são no emperro de tantos anos, a ruptura face a uma espécie de feudo herdado do salazarismo, comedido e obediente. Produto de entremeada entre o que veio de trás e o que virá para a frente. Os portugueses também são, em liberdade, gente permeável a novas ideias e conceitos de vida. Vá-se só perceber que espécie de sociedade e vícios teremos, quando saírem alguns deles.
Decálogo do Localista
1. O localista sofre de graves problemas de miopia. Nunca consegue ver para além do seu próprio bairro.
2. Não há presbiopia fisiológica que atinja o localista. No seu bairro, consegue ver qualidades que não vê em qualquer outra parte.
3. O bairro do localista é sempre melhor que o bairro dos outros.
4. O localista não se sente membro da cidade ou da região. O mundo do localista é o seu bairro.
5. O localista nunca fala de regionalização.
6. Quando, eventualmente, fala de regionalização, o localista não estava a falar de regionalização.
7. O localista orgulha-se de ser provinciano.
8. O localista não se importa de ser mandado desde que os decisores estejam a mais de 250 quilómetros.
9. O localista não se acobarda. Nunca perde uma oportunidade para fazer eco da sua visão de mercearia acerca do mundo.
10. O localista tem um amigo que lhe vai contar o que está escrito neste post.
Ideias para Braga: Quinta dos Peões
Que ideias para a Quinta dos Peões?
O blogue Avenida Central lança mais um desafio a todos os seus leitores.
Envie as suas propostas para que as possamos publicar e discutir neste fórum.
Pobreza Cultural na Cidade de Braga
Ainda não percebemos para que serve O Balcão, mas já temos a sensação de que não será para elevar a qualidade jornalística e/ou cultural da cidade. Num texto sobre a imprensa gratuita, João Alferes Gonçalves dá nota disso mesmo, quando escreve que estes jornais são «suportes impressos destinados a veicular publicidade e não a fazer jornalismo».
Num país onde a quota de mercado de distribuição dos jornais gratuitos em dias úteis já ultrapassou a dos jornais pagos, será interessante acompanhar o rumo d'O Balcão. A mim não me convence. Ainda por cima, uma breve visita ao sítio do jornal revelou esta notícia que já tinha lido aqui e este comunicado integralmente transcrito daqui. É isto o «Semanário de Braga»?
Democracia Participatia, por João Tinoco*
Amarfanhada durante milénios, a Democracia foi recuperada para responder às convulsões sociais populares derivadas da Revolução Francesa. A partir daí criaram-se várias formas de "democracias" desvirtuando de uma maneira mais ou menos consciente a sua essência, tornando a Democracia numa megera que vai a todas e com todos, servidora dos mais obscuros interesses, corrupta quanto baste e interesseira.
A espécie de Democracia em que vivemos hoje, não é mais do que isso, uma espécie ou um sistema. Nada no sistema resta que seja democracia. Mesmo alguns dos arremedos democráticos praticados pelo sistema actual, -parlamentos com representantes do povo e eleições,- nada mais são que deturpações da prática democrática. Qualquer ditador se legitima em democrata através de uma eleição. Que povo defende um parlamento que está sujeito à disciplina partidária que o obriga a votar resoluções totalmente opostas ao programa sufragado pelos eleitores, quando o seu papel, em democracia, deveria ser exactamente o de vigiar o governo para que esse programa fosse cumprido.
Lamento dizer que não vivemos em Democracia. Democracia parlamentar, popular, republicana, monárquica, presidencialista ou participativa, não são mais que invenções para justificarem interesses de classes e instituírem poderes. A Democracia é só uma e não tem variantes. É o poder do povo, pelo povo. Democracia Participativa é uma redundância, já que viver em democracia exige a participação dos cidadãos. Não é um direito democrático é um dever.
Viveremos em democracia quando verdadeiramente houver uma revolução que a implante. Em que os cidadãos com vontade, projectos e ideias para governarem um país, concorram a actos eleitorais, com programas de governação precisos e concretos, não generalistas como agora.
Programas que não tenham linhas mestras orientadoras, mas acções reais e exactas daquilo que vão executar, para que os eleitores tenham a noção exacta do que querem apoiar elegendo os seus autores. Onde haverá um parlamento totalmente apartado do poder governativo, resultante dos legítimos representantes das populações, que se limitarão a vigiar a acção dos governantes no cumprimento integral do programa específico que foi sufragado, e não mais permitirão que alguém que na campanha eleitoral não vê necessidade de subir impostos, o faça logo que inicia a acção governativa.
Isto é utópico? Penso que não. Isto é Democracia!
(*) Presidente da Junta de Freguesia de Nogueiró (Braga)
Da Roma Portuguesa
Este imperador, como homem que gosta das coisas da sua terra, sempre se empenhou muito no circo da cidade e sempre procurou colocar na liderança do mesmo pessoas da sua confiança. Ao longo de muitos anos, apesar dos esforços do imperador para que o circo fosse bem sucedido, este passou por vários momentos de instabilidade directiva e financeira. Até que um dia, o imperador conseguiu recrutar para o seu circo um jovem construtor de sucesso.
Apesar de não ser grande adepto do circo da cidade (era conhecido por gostar de outro, numa localidade próxima) o construtor conseguiu, em poucos anos, resultados históricos a todos os níveis, tornando o circo uma referência além-fronteiras, quer na qualidade dos espectáculos, quer na gestão financeira.
Tudo correu bem até um dia. O construtor teve uma birra com o imperador: ou era fortemente apoiado pelo império para edificar uma academia de circo, ou então batia com a porta! O imperador, pouco habituado a ultimatos, não gostou. Inicialmente, deu a entender que não cedia a birras e caprichos. No entanto, o esforço de algumas semanas para encontrar um substituto para a liderança do circo foi infrutífero. O construtor tinha colocado o circo num patamar tal, que era difícil ser substituído sem comparações ou sem o risco de se voltar à instabilidade do passado. E o imperador não queria chatear-se muito com o tema.
Perante tal situação, o imperador cedeu e fez a vontade ao construtor e este continuou como líder do circo. Mas com uma contrapartida: o construtor teria que dar trabalho ao filho do imperador. Acordo selado, o filho do imperador começou a trabalhar no departamento comercial do circo. Qualquer semelhança com alguma realidade é pura coincidência. Ou não…»
Difícil resumir tudo em tão poucas palavras. Daniel Lourenço teve esse mérito ao publicar este excelente texto na edição de ontem do Diário do Minho. Quem serão os gladiadores?
Como diz o outro: «O Burro sou eu?!»
O Conselho Superior da Magistratura orgulha-se de anunciar que um tribunal português deu como provado o que nenhum estudo científico conseguiu provar.
O Conselho Superior da Magistratura orgulha-se de afirmar que há possibilidade de um hotel servir comida com sangue, saliva, suor ou lágrimas dos seus cozinheiros.
É obra! Assim vai a Justiça em Portugal...
De Viana a Braga, passando por Famalicão e Guimarães
O Horário do Vereador. Em Vila Nova de Famalicão, a blogosfera anda entretida com um caso interessante. O blogue Famalicão e Política acusou o vereador João Paulo Oliveira de escrever no seu blogue pessoal em horário de trabalho. Afinal, o blogger meteu o pé na argola, uma vez que não repararam no AM e no PM que acompanham a hora da postagem...
A Estátua Centenária. Em Viana, um jovem destruiu uma estátua centenária depois de se ter pendurado nela. A estátua estava na Praça da Erva, bem no centro daquela cidade minhota. A brincadeira foi uma irresponsabilidade que pode sair cara a todos, uma vez que os danos na estátua podem ser irreparáveis.
A César o que é de César. O blog Bracarae Avgvste fechou portas. A blogosfera bracarense perdeu um espaço que, ao longo dos últimos 4 meses, muito acrescentou ao debate. Esperamos que o regresso do César seja breve.
Festa da Taça no Minho. O Braga vai à Camacha (Madeira), o Atlético recebe o Vitória de Guimarães e o Gil Vicente joga em casa do Messinense. Os únicos clubes minhotos a jogar em casa são o Moreirense, que recebe o Machico, e o Valdevez, que recebe o Tocha. Ainda assim, todos os clubes minhotos têm obrigação de passar à eliminatória seguinte.
Comércio Todos os Dias. O verdadeiro espírito do Natal chegou ao Comércio Tradicional. Em Braga, as lojas estarão abertas todos os dias da semana em horários mais alargados do que o habitual. Espera-se que, à semelhança do que sucedeu em Lisboa e no Porto, os agentes autárquicos e comerciais tenham apostado em iniciativas que permitam fazer verdadeira concorrência à comodidade e conforto proporcionados pelas novas catedrais do consumo.
A Minha Cidade. Pedro Antunes diz que gostava de «uma cidade com mais sinceridade, mais pluralista, mais frontal e mais solidária; com mais políticos e com menos fazedores de opinião; com mais pactos e menos fogo de artifício; com mais eléctricos e menos parques de estacionamento; com mais jovens e menos jotas; com mais jornalistas e menos jornaleiros; com mais jardins e menos rotundas; com mais casas antigas recuperadas e menos mamarrachos, com mais empresários e menos construtores civis». Concordamos.
Braga, Cidade do Conhecimento
Obras do Instituto de Nanotecnologia arrancam em Janeiro :: Diário Digital
UE: Nanotecnologia exige mais investimento e parcerias :: Diário Digital
Conferência de Alto Nível sobre Nanotecnologias :: Ciência PT
Medicina, agricultura e electrónica são as principais áreas da nanotecnologia :: Ciência Hoje
Laboratorio Ibérico de nanotecnoloxía impulsará a eurorexión Galicia-Norte :: Xunta Galicia
Instituto Ibérico inicia a 17 Janeiro :: Jornal de Notícias
El Laboratorio Ibérico de Nanotecnología sera un referente mundial :: La Opinion
Expertos debaten en Portugal el desarrollo de la nanotecnología :: El Economista
La UE quiere potenciar aún más la inversión en nanotecnología :: Terra
Braga acolhe Cimeira Ibérica :: Município de Braga
UM coordena projecto luso-galaico inovador :: Correio do Minho
HIV: Contra a Discriminação
The hotel's management didn't allow him to continue cooking when it was informed by the hotels MD that the man was HIV POSITIVE. The management then fired the chef, who had been working there for the past seven years.
The worker complained to the portuguese Justice (Labor Court) and they confirmed that the hotel had every right to fire its employe, due to the fact that he could endanger guests when manipulating the food.
The chef submitted an appeal to the higher court (Tribunal da Relacao)and the three judges confirmed the previous sentence, inspite of two medical expert advices that rulled out the possibility of contagion, as well as an official statementent from the US Center for Decease Control. The worker has now an on-going appeal at the Supreme Court.
This type of ridiculous descrimination against any HIV POSITIVE person is not only silly, but absolutely intolerable under the portuguese constitutional law. It is also against every guideline regarding non-descrimination by the European Comission.
I therefore stress everybody to insurge against it by signing this petition that will be sent to His Excellencies President Anibal Cavaco Silva, Prime-Minister Jose Socrates and Jose Manuel Durao Barroso, President of the European Comission. Remember, it can be YOU tommorrow!
Thank you for your support.
DR. M. Rodrigues Pereira»
Sign the petition here.
Porque a discriminação é intolerável, assinem a petição.
Croatia destroy England's Euro 2008 dream
Em Portugal, o desvario do costume. Já não há paciência.
Blogosfera & Política Local
Esta iniciativa surge menos de 1 mês depois do líder da oposição, Ricardo Rio, ter inaugurado o blogue Braga 2009, rumo às próximas eleições autárquicas. Num momento em que os jornais regionais continuam alheados, a blogosfera bracarense começa a tornar-se num importante terreno de acção política.
Propostas Verdes
Construção de Pousada da Juventude;
Despoluição do Rio Este;
Construção do metro de superfície (eléctrico moderno);
Recuperação e preservação do Complexo Monumental das Sete Fontes;
Escavação integral do Teatro Romano.
Coisas Que Mudam
Público Online. Tem nova imagem e também novas funcionalidades. O cinzento das letras dificulta a leitura mas nem por isso deixamos de considerar excelente esta nova página.
Notícias RTP. Um novo portal que traz muita qualidade ao site da televisão pública.
Bom Português. A partir de hoje blog será blogue no Avenida Central.
Não sair do sítio
Regionalizar é dar poder. Há dois contra-argumentos base – o primeiro crê que o País deve ser governado a partir de um centro de poder quase único que pode ter postos avançados pelo resto do território (desconcentração) mas que será sempre o dono da decisão.
Depois há este localismo: não importa se o todo (incluindo a minha parte) está mal desde que o meu vizinho não pareça ficar em melhor situação do que eu. Poucas coisas são tão difíceis como dar poder. Sobretudo quando quem mais teria a ganhar com isso não entende que o poder beneficia sempre os que lhe estão mais próximos – se o meu vizinho fica bem é porque eu estou melhor do que antes.»
[Carlos Abreu Amorim no Correio da Manhã]
página 161. frase 5.
Cemitério de Pianos
José Luís Peixoto
Esta é a minha participação no desafio lançado pelo Max (transcrever a 5ª frase completa da página 161 do livro que estou a ler neste momento). Passo a leitura ao Tiago Laranjeiro do Mater Matuta, ao Cláudio Rodrigues do Ócio, ao Vitor Pimenta do Mal Maior, ao Pedro Antunes do Para Quando a Nossa Revolução? e à Sonia Monteiro do Filtragens.
Blogues & Media: Da Intertextualidade [2]
Do autismo da imprensa. A realidade tem-nos mostrado que alguns jornais passam completamente ao lado dos grandes temas que agitam as suas populações a que se destinam. A quase ausência de notícias sobre a contestação aos preços dos bilhetes do SC Braga-Bayern de Munique por parte do Correio do Minho é um exemplo recente, mas outros poderiam ser citados. A esta propósito, temos que concordar com Manuel António Pina quando escreve que «a comparação da agenda da blogosfera com a dos media tradicionais dá uma ideia do enorme desfasamento que hoje existe entre estes e o país».
Da intertextualidade. É prática comum os blogs citarem jornais. O inverso é mais raro. Poderia ser muito enriquecedor para o debate que, à semelhança dos bloggers que põem links para os textos que citam, também os media tradicionais fizessem referência ao debate que decorre na blogosfera. Felizmente existem alguns exemplos muito positivos. Outros nem tanto. Samuel Silva, autor do blog Colina Sagrada, lançou o primeiro grande debate em torno dos 5 Projectos que a Câmara de Guimarães anunciou recentemente. Mais tarde, foi publicado na imprensa local um texto em que defende muitas das ideias que já haviam sido dissecadas na blogosfera. Vamos lendo e tirando as nossas conclusões.
Blogues & Media: Da Intertextualidade [1]
[Samuel Silva, 27.10.2007]
«Parece-me que tanto podia estar a ver o Toural como a Avenida Central em Braga»
[Paulo Saraiva Gonçalves, 02.11.2007]
«o debate tem-se centrado num detalhe (as árvores), em vez de dissecar a substância (o parque de estacionamento e o atravessamento subterrâneos). Qualquer decisão de retirar as árvores terá sempre volta, se se acabar por constatar que foi um erro. Bastará plantar outras, tal como já antes se fez»
[António Amaro das Neves, 17.10.2007]
«Não vou pelo fait divers das arvorezinhas, coitadinhas, porque não me parece que esse seja realmente o cerne da questão. Árvores já as lá, na Alameda, temos e a qualquer altura se podem lá, no Toural, “colocar” outras.»
[Paulo Saraiva Gonçalves, 02.11.2007]
«Plaza Mayor, ou Toural.»
[Cláudio Rodrigues, 15.10.2007]
«a tal imponência e dimensão histórica que falta à nossa Praça Maior»
[Paulo Saraiva Gonçalves, 02.11.2007]
Bolos a 0,35€ só no Comércio Tradicional
Riscopatas
Das Riscofobias Selectivas
Helena Matos argumenta que «o respeito pela privacidade tem geralmente como fronteira precisamente a segurança dos outros» e exemplifica dizendo que é «por isso que os automobilistas fazem testes ao álcool». Mas isto não acrescenta nada ao assunto. Actualmente considera-se que conduzir com a taxa X constitui crime, o que não invalida que conduzir com a taxa X/2 (que é lícita) não produza efeitos nos condutores que coloquem em perigo a vida dos outros. O direito à segurança não é absoluto, devendo haver um equilíbrio entre os diferentes valores em questão.
Por outro lado, a riscofobia relativa ao HIV não é acompanhada, por exemplo, quanto aos riscos do tabaco. A evidência científica demonstra que a exposição de uma criança ao fumo passivo do tabaco lhe causa inúmeros efeitos deletérios e, nem por isso, se defende, por aquelas bandas, a proibição da permanência de crianças em restaurantes pejados de fumo.
Voltando ao caso concreto e num momento em que toda a evidência científica aponta no sentido de que os potenciais riscos de transmissão do HIV poderem ser eliminados pela implementação de estritas regras de segurança alimentar (que devem vigorar em todos os restaurantes), parece tratar-se de uma deliberação absolutamente arbitrária que se constitui um caso evidente de discriminação. Perguntamos, com Eduardo Pitta, «É isto, o Século XXI?»
A Ler: O país que temos. Tribunal da Relação deu razão a despedimento de cozinheiro com HIV. SANGUE, SUOR & LÁGRIMAS. Quem nunca comeu em hóteis que atire a primeira pedra.
Prédio Coutinho como património?
[ComUM] Quero Justiça!
Neste país de gente falsamente comiserada, estamos ainda muito longe de conseguir a plena aceitação social da seropositividade para o HIV. É desolador que a sociedade das causas continue a olhar de modo diferente os pacientes com cancro e os pacientes com SIDA, sintetizando uma intolerável imputação de culpas aos segundos que desculpamos piedosamente nos primeiros.
Há uns dias, a ignorância travestida de moral veio desavergonhadamente plasmada nas páginas do Diário do Minho. Maria Fernanda Barroca assina um texto repugnante onde se pode ler que "muito ligada à homossexualidade está a problemática da SIDA e custa um pouco a aceitar que aqueles que aplicam ao tabaco a frase 'a natureza sempre passa factura se se vai contra ela', excluam a homossexualidade e as suas consequências dramáticas para terem para com eles e elas uma só atitude – compreensão (hipócrita, digo eu)".
No mundo preto e branco dos cânones, das regras e dos pre(con)ceitos, o sexo é pecado e o tabagismo é virtude. Daqui ao "doente da SIDA promíscuo ou drogado" é um passo muito curto. Mas como rareiam os telhados de argila, há-de vir sempre acoplado o bocejo beato e hipócrita "pode acontecer a qualquer um".
Se a discriminação é em si mesma intolerável, o que é absolutamente inaceitável e indecoroso é verificarmos que essa discriminação é perpetrada e caucionada pelas instituições que nos deveriam merecer maior respeito e insuspeição. Foi ontem notícia que o Tribunal da Relação de Lisboa considerou "justificado e legítimo o despedimento de um cozinheiro infectado com HIV que trabalhava na cozinha de um hotel", ignorando dois pareceres científicos que desmentem os riscos de transmissão associados à profissão de cozinheiro.
Uma decisão desta índole tem que ser rejeitada e impugnada com todas as nossas forças. Caucionar a segregação de um infectado com HIV sem qualquer justificação sanitária é validar a discriminação e o preconceito.
Mas os casos repetem-se infelizmente com uma regularidade emética que insiste em lembrar-nos de que habitamos com um coração vazio um mundo cheio.
Coisas Óbvias
Democracia Participativa, por Ricardo Gonçalves*
Muito se tem falado ultimamente de Democracia Participativa e de Democracia Representativa. E há que fazer uma distinção correcta entre estes dois conceitos, que tantas vezes, certamente por ignorância, se confundem.
Na Democracia Representativa, o eleito representa o seu eleitorado mediante um compromisso que foi assumido na altura da campanha eleitoral, compromisso que então estabelece com os seus eleitores.
Na Democracia Participativa, o cidadão ou eleitor participa directamente numa decisão, mas com a particularidade de ter um poder vinculativo.
É o que acontece, por exemplo, com os referendos. Há uma proposta e há uma votação num determinado sentido e é a maioria dos cidadãos que decide, sendo que será essa a decisão que prevalecerá. Este é o exemplo mais flagrante da Democracia Participativa, em que o eleitor decide directamente e vincula com o seu voto.
Será curioso – ou até mesmo importante – citar aqui o caso da Suiça. Os suiços são governados há décadas por executivos de coligação e nos assuntos mais delicados os cidadãos são chamados a pronunciar-se em referendo. Neste contexto, pode dizer-se que a Suiça é governada por uma Democracia Representativa e por uma Democracia Participativa.
Mas já não se pode falar de Democracia Participativa quando, por exemplo, uma Câmara Municipal lança o desafio aos seus munícipes para se pronunciarem e apresentarem sugestões para a elaboração de um Plano de Actividades. Sendo de louvar uma iniciativa deste género – como ainda aconteceu recentemente com a Câmara de Braga -, o facto é que não se trata verdadeiramente de uma Democracia Participativa, antes o recolher de contributos que os responsáveis, sejam eles quais forem, irão depois acolher para a elaboração de tal documento. Neste caso – e, repete-se, como muito bem aconteceu com a Câmara de Braga -, trata-se de reforçar a Democracia Representativa.
Naturalmente que, em Portugal, ainda estamos longe de consolidar e juntar estes dois tipos de democracia. Estando implantada a Democracia Representativa, podemos dizer que neste momento estamos a avançar para a consolidação da Democracia Participativa. O que, como é evidente, num futuro próximo, só valorizará ainda mais a sociedade portuguesa.
Mas infelizmente, os referendos que se realizam em Portugal não tiveram grande adesão e o que é custoso é que nas sondagens em que se pergunta às pessoas se querem um referendo sobre um determinado assunto, a grande maioria responde que quer um referendo mas quando estes se realizam essa mesma maioria não vai votar. Isto demonstra que o povo também tem que meter a mão na sua consciência política e assumir que a democracia exige um empenho diário, forte e pessoal, essencialmente quando queremos casar as duas democracias em causa para enriquecermos o funcionamento da nova sociedade.
(*) Deputado do PS eleito por Braga
Das Lógicas Desportivas na Cidade de Braga
1º Capítulo: Os adeptos que frequentam esse site são esmagadoramente contra a política de preços da Braga, SAD para o jogo com o Bayern de Munique.
2º Capítulo: O SuperBraga.com, para «dar voz às centenas de adeptos que no seu fórum quiseram tornar público o seu sentir relativamente a este assunto», escreveu uma carta aberta ao Presidente da SAD do Braga.
3º Capítulo: O Presidente da SAD, num momento de elevada sensibilidade, afirma que «quem paga acha sempre caro».
4º Capítulo: Apesar das «centenas de adeptos» continuarem insatisfeitas com a política de preços, o SuperBraga.com decide promover um jogo da fase de grupos da Taça UEFA como o «maior evento desportivo de sempre na vida do clube», alinhando no discurso e na política da SAD.
Moral da História: O SuperBraga.com só representa as «centenas de adeptos que no seu fórum quiseram tornar público o seu sentir relativamente a este assunto» de vez em quando. Quando lhes apetece, vá lá...
[Avenida do Mal] A Serra de Outras Rameiras
Mas a fama da montanha não vem destes dias de crise para os pobres e torrente para os afortunados. Contam já os homens mais velhos em frente ao café, e em conversas de vozes gretadas pelo tempo, da casa da Carmindinha da Lameira, como vendedora a retalho da rata das meninas por sua conta. Regulamentada, e bem, pela nomenclatura portuguesa antes que terminada por decreto a prostituição em Portugal, pelo Governo do Presidente do Conselho. E assim mantida que nem é crime nem é nada, não existe simplesmente. Verdade é que fechadas as portas, continuaram abertas as pernas para moços na flor da idade, fartos de trabalho manual, arrebentarem o cabaço no seu baptismo de inserção, na idade da barba rija.
Denunciado o cliché de quem a aponta como de sempre e para sempre, a prostituição deve agora tomar lugar de debate de assembleias e sociedade. Não é questão minor em saúde pública e economia. Se os serviços existem e são de procura, há que os legalizar e regulamentar a bem do consumidor. É PIB paralelo e tão pouco taxado devidamente. É também ela uma questão de respeito pelas opções individuais e portanto, mais uma vez, negligenciadas por um Estado que deve assegurar as liberdades e garantias das pessoas. Além disso possibilita vistos de trabalho a gente que, com essa intenção, imigra para um Portugal tão carente na área. Por outro lado, previne-se ilegalidade e trabalho forçado, redes de tráfico de pessoas, proxenetas, porque tudo é fiscalizado a bem do Mercado e da concorrência, que muito beneficia de trabalhadores motivados.
Entretanto, e ficando na mesma, a indústria do Sexo, da prostituição em várias formas e feitios, da pornografia, das chamadas eróticas, continuará lugar estranho para a legislação portuguesa. Hipócrita, porque nem se percebe como esta a entende. Fazem-se Feiras do Sexo na FIL e não se prima pelos direitos dos seus trabalhadores em descontos, segurança social, cuidados de saúde, formação profissional e licenciamento?
É que, assim sendo, lá ficam as trabalhadoras do sexo na Lameira, não qualificadas, amadoras e naives, a ofuscar-nos os olhos sobre os viadutos, em roupas de rosa choque. Tão prejudiciais à saúde como endireitas armados em ortopedistas. Enfim, mais uma na soma esquisita neste país virado a outras novelas. De Ordem de Médicos com Deontologia acima da Lei e Ordem de Prostitutas aparte dela. Graves negligências em ambas as classes, estas tão necessárias e apaziguadoras, e às vezes, tão mal entendidas...
Ensino Médico: A Qualidade como Referência
É isto que se pode ler no site da ACSS. O próprio Ministério da Saúde admite que está a ser difícil garantir locais de formação para todos os licenciados em Medicina que saíram das faculdades, um problema que se vai agravar ao longo dos próximos anos (em 2001 havia 1080 vagas e em 2007 já eram mais de 1400 vagas). Importa ressaltar que, sem aceder a esta formação, os licenciados em Medicina não podem exercer Medicina.
Estas limitações do processo de formação de médicos costumam ser ignoradas pelos que defendem a abertura de mais vagas. A qualidade tem que ser a referência.
Concorrência Desleal
Voto a Voto até à Ditadura
Acontece em Braga
Dia Nacional do Não Fumador :: Diário do Minho
Braga Parque eleva fasquia da oferta cultural :: Jornal de Notícias
RUM e MNS apresentam espectáculo alternativo :: ComUM
Emoção em Braga... :: Expresso
Clã no Theatro Circo :: Ócio
Um quadro para Nicole Kidman depois de polémica com a Igreja :: Diário de Notícias
Processo de Regionalização em Curso
A propósito da proposta de criação de uma Região de Turismo única a Norte, ergueram-se várias vozes críticas que puseram em causa a pertinência do modelo apresentado. De entre os críticos, é essencial distinguir aqueles que, sendo regionalistas, pretendem um modelo alternativo dos que, sendo anti-regionalistas, não desperdiçaram a oportunidade para fragilizar o Processo de Regionalização em Curso. Seja como for, as resistências à criação de uma Região de Turismo única a Norte não devem ser ignoradas porque são um excelente balão de ensaio para o que sucederá no próximo Referendo. Se é um facto que alguns (nos quais me incluo) deixarão cair a bandeira das duas (ou três) regiões a Norte no momento de contar armas a favor da Regionalização, a verdade é que será por aí que os anti-regionalistas tentarão captar a simpatia dos regionalistas menos convictos.
Atente-se ao que escreve Paulo Saraiva Gonçalves no Notícia de Guimarães: «O meu maior receio, enquanto vimaranense, foi que ao avançar para uma regionalização ou uma descentralização, Guimarães continuasse ostracizada e alheada dos centros de poder e que essa tal mudança para nada mais servisse que não fosse alimentar outros egos, continuando a “engordar outros porcos”...»
Todos os receios são legítimos. No entanto, a menos que o (nosso) bairro seja o limite, a melhor forma de combater a ostracização e alheamento dos centros de poder é, precisamente, a Regionalização. Não fosse esta uma via, por excelência, de aproximar os cidadãos dos centros de poder.
A Fé dos Milagres (II)
«Todos os anos mais de 1 milhão de pessoas visita Fátima. De entre essas, a Igreja Católica investiga as que se curam com o objectivo de encontrar curas sem explicação científica. Se encontrar alguma considera que houve milagre. Se houve milagre, o milagreiro (um dos videntes, por exemplo) pode tornar-se santo. Este procedimento da Igreja Católica tem duas falhas graves. Primeiro, a Igreja Católica só conta os milagres positivos. Ignora os negativo. Por exemplo, um santo pode fazer carreira se fizer uma cura por cada 10 doenças que provoca. Segundo, a identificação de milagres pressupõe que a ausência de explicação científica para a cura é uma prova científica de que a cura não tem explicação. Mas, como é evidente, o facto de não se conseguir explicar uma cura não implica que ela não tenha explicação. Sendo assim, um santo não precisa de se esforçar muito para que lhe sejam atribuidos milagres. Basta que esteja no sítio certo e à hora certa para que lhe seja atribuida uma cura natural sem explicação científica conhecida.»
Avenida dos Leitores: A FNAC que podíamos ter
Porque não foi feito? Lógicas de mercado e falta de incentivos da CMB.
Contributo de Ivan aka Bandinho.
Democracia Participativa, por Luísa Teresa Ribeiro*
Regra geral, julgo que se mantêm válidas as constatações de André Freire no estudo “Desempenho da democracia e reformas políticas - o caso português em perspectiva comparada”, que constata, entre outros aspectos, «uma forte adesão dos cidadãos aos princípios básicos da democracia, mas também um forte criticismo face à classe política, uma insatisfação crescente com o desempenho da democracia e um elevado afastamento face ao poder».
Ora, a participação mais activa dos cidadãos na vida pública pode ser o elemento decisivo para que governantes e governados não andem de costas voltadas. Só que uma democracia participativa exige, a priori, uma condição essencial: a vontade de participar.
Aquilo a que estamos a assistir é um contexto que não favorece a cultura de participação. Se pensarmos no percurso típico de uma pessoa dos nossos dias, vemos que ele começa, na maioria dos casos, com uma infância atolada em actividades e preocupações sobre se a consola dada pelos pais ausentes é melhor ou não do que a do vizinho. Segue-se a escola, em que as associações de estudantes são redutos de alguns, tantas vezes aprendizes de caciques, feitas de eleições em que não se aposta na elaboração de programas, que também ninguém parece interessado em ler. Chegada a vida adulta, há que lutar por um emprego, para pagar o empréstimo da casa, dos carros, das férias e outras prioridades. Fica, definitivamente, muito pouco tempo e energia para pensar no bem comum.
Para além disso, para participar é necessário – ou assim deveria ser – estar informado. E vemos que somos um país que lê muito pouco e que recebe a informação pela televisão e pelos jornais gratuitos, o que, convenhamos, é insuficiente para quem quer ficar realmente esclarecido sobre o que se passa à sua volta.
A participação surge, muitas vezes, apenas como reacção a problemas pessoais. Só que fazemos isso da pior maneira: optamos por figuras tristes em frente às câmaras de televisão. Os meios de comunicação social, que têm o poder de definir a agenda, o agenda setting (não dizem às pessoas o que pensar, mas conseguem determinar sobre o que é que elas vão pensar), ainda continuam dependentes das fontes oficiais, fruto de um jornalismo de fundilhos na cadeira, mais lucrativo economicamente, de pseudo-eventos, nas palavras de Daniel Boorstin, e de pequenos/grandes escândalos, em muitos casos, de faca e alguidar.
Há anos que a União Europeia tenta incentivar a formação de lóbis, como forma de combater o afastamento das populações dos políticos e de alargar os contributos da sociedade para a governação dos países. Mas por cá parece que recebemos a informação por snail-mail e só recentemente a questão chegou ao Parlamento português. Os grupos de interesse ainda são vistos simplesmente como grupos de interesseiros.
Se o desafio é grande para os cidadãos, não é certamente menor para os políticos e para as estruturas políticas. A classe política vai ter de se habituar a fazer uma verdadeira audição do que as pessoas têm para lhe dizer, em vez de fingir ouvir só porque isso favorece a sua cada vez pior imagem. O que se assiste em várias circunstâncias, seja a nível nacional ou local, é à simulação da auscultação da população para que todos fiquem contentes, mas sem que esse processo tenha consequências práticas.
Mesmo os partidos políticos parecem viver num universo à parte. A meritocracia deu lugar ao carreirismo. Ouvem apenas os “seus”, premeiam os mais bem comportados em inenarráveis processos de escolhas de candidatos e fazem programas que não tencionam cumprir. Tudo muito democrático, portanto.
Neste cenário há, agora, mais factor a ter em conta: as novas tecnologias. Concordo com João Pissarra Esteves, quando ele diz que «não será certamente a Internet que pode resolver todos os problemas da democracia [...] A hipótese formulada limita-se a reconhecer que este novo medium reúne condições que possibilitam um certo aperfeiçoamento da democracia».
É inegável que a Internet facilita a participação. Muito do que antigamente parecia inalcançável está apenas à distância de um clique. Mas muito está, certamente, demasiado longe. Não nos podemos esquecer que ainda nem todos têm ligação à Internet, nem sequer computador, apesar das campanhas que se vêem por aí e que dão a ideia de que vivemos no paraíso das novas tecnologias. E que mesmo entre os que têm computadores topo de gama e Internet de banda larga, incluindo pessoas com formação superior, a literacia deixa a desejar.
Estaremos nós preparados para dar um salto qualitativo e passarmos de meros votantes ocasionais a cidadãos de pleno direito? Condições para isso começa a haver, se é que não houve já nos últimos 30 anos. Vontade já se nota em alguns sectores da sociedade, quer seja por parte de cidadãos, quer seja das instituições. Agora compete a cada um engrossar esse movimento e fazer a diferença.
(*) Coordenadora Geral do Diário do Minho e doutoranda em Ciências da Comunicação
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Dura Praxis, Sed Lex?
1. Hierarquia anti-democrática e contrária aos valores da Universidade;
2. Instrumentalização dos caloiros nas Assembleias Gerais e Eleições das Associações de Estudantes;
3. Utilização da posição na hierarquia da praxe para garantir lugares nos órgãos de governo das Associações e das próprias Universidades;
4. Usurpação de símbolos e lugares que representam todos os estudantes (são exemplos os bares académicos e o traje que os códigos de praxe tornam exclusivos para os praxados);
5. Intimação à declaração de anti-praxe e ameaça de exclusão por parte dos colegas no caso da adopção desse estatuto.
Por muito que se goste, não se podem branquear estes factos. Praxe não é Lei. Felizmente.
A ler: A Praxe!? Eu!? Adorei!!. A natureza da praxe. É tempo de praxe. Coimbra exala estupidez. O verdadeiro espírito universitário. Pra... quê?!. a selvajaria dos tristes coitados.
Jornalista Expulsa da Câmara de Vizela
Braga: A Lei do Betão
A Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural (ASPA) considera que a iniciativa "só vai servir para iludir a tragédia de a cidade ter perdido aqueles terrenos, inicialmente destinados a parque urbano". Aliás, considerou, todo o processo "é um dos maiores atentados ao património dos bracarenses nos últimos 30 anos". [...] Para o reitor da UM, Guimarães Rodrigues, a solução a adoptar "não é indiferente para a universidade", mas adverte que "o terreno é propriedade privada e a sua utilização depende da regulamentação camarária e do interesse de investimento dos proprietários". [...]
Segundo Miguel Bandeira, dirigente da Aspa, "ainda ninguém sabe o que vai ser ali" e defendeu que "esse concurso só vai servir para iludir a tragédia de a cidade ter perdido aqueles terrenos que inicialmente eram para parque urbano". Para este docente de Geografia Urbana, o processo em torno da Quinta dos Peões tratou-se de "um dos maiores atentados ao património dos bracarenses nos últimos 30 anos, porque era um terreno público, com solos com fertilidade fora do comum". Recorde-se que era uma estação de experimentação de milhos do Ministério da Agricultura. Para além disso, acrescentou, "o PDM tinha projectado para lá um parque oriental - zona de lazer - e depois a autarquia permitiu que o terreno fosse reclassificado para urbanização". [...]»
Era Reserva Agrícola. Era um parque de lazer da cidade. Era zona tampão da Universidade do Minho. Era... A responsabilidade da classificação do terreno como urbanizável é da Câmara Municipal de Braga que, como tal, é a única responsável pela tragédia do betão que se lhe seguir. Seja essa tragédia um hotel ou um parque residencial.
Aguardamos com muito interesse os resultados do concurso de ideias, sendo certo que o verde que desejávamos (e merecíamos) para aqueles terrenos será completamente impossível de concretizar.