Agência Lusa: Assim se faz jornalismo em Portugal
Transcrevo a comunicação que fiz à Agência Lusa e ao seu Director, aguardando que a verdade seja reposta.
«Tendo tido conhecimento da divulgação de uma notícia sobre os novos licenciados em Medicina da Universidade do Minho, a propósito de uma entrevista por nós concedida durante a tarde de ontem à Agência Lusa, cumpre-nos esclarecer que apesar de conter algumas afirmações que correspondem ao que por nós foi dito, muitas das ideias veiculadas e das frases citadas não correspondem àquilo que foi transmitido ao longo da referida conversa, encontrando-se outras completamente descontextualizadas.
1. «Tanto a universidade como os hospitais de Braga e de Guimarães fizeram um grande investimento em nós. Não só por sermos os primeiros alunos mas também porque a Escola de Ciências da Saúde vai ficar conhecida pela formação humana que dá aos futuros médicos». Estas afirmações não foram feitas na sequência/contexto apresentado. O que foi dito é que «Tanto a universidade como os hospitais de Braga e de Guimarães fizeram um grande investimento em nós, não só por sermos os primeiros alunos, mas também porque acreditam e estão motivados para o projecto de ensino-aprendizagem.» Noutro contexto foi dito que «a Escola de Ciências da Saúde vai ficar conhecida pela formação humana que dá aos futuros médicos ».
2. «há mais investigação e mais meios nos hospitais centrais». A afirmação é da jornalista e não da Paula Fidalgo. Em resposta à pergunta, Paula Fidalgo afirmou que os principais motivos que a prendiam ao eixo Porto-Braga eram a família e as oportunidades destas regiões e não necessariamente as condições dos hospitais.
3. «lutou durante todo o curso "contra o preconceito de que só os alunos com dinheiro é que estudam medicina" ». Esta afirmação não corresponde ao que foi dito. O que se disse foi: "é preciso desconstruir a ideia de que as pessoas só vão para Medicina por causa do dinheiro".
4. Por outro lado, a afirmação "Vou trabalhar e ser pago por isso. Não vou fazer beneficência" surge de uma forma completamente descontextualizada. O que foi dito é que as pessoas não deviam ver a medicina como beneficiência, mas sim como um serviço prestado à comunidade com competência científica, técnica e humana e, obviamente, remunerado.
5. «No início, algumas pessoas e algumas instituições torciam o nariz ao curso de Medicina em Braga ». Esta afirmação foi feita pela jornalista e não pelos alunos. E à pergunta que se seguiu (qual é a vossa opinião?) a resposta dos alunos foi precisamente: "no início sentimos alguma desconfiança não da parte das instituições mas apenas de algumas pessoas. Com o tempo sentimos que a maioria das pessoas procurava aprender com a experiência pedagógica do nosso curso, tendo mesmo sido convidados para falarmos sobre essa experiência em pelo menos duas faculdades clássicas."
6. «Entre essas iniciativas, alguns estudantes incluíram "fazer campanha pelo Sim no referendo pela Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez» Esta afirmação surge mais uma vez completamente descontextualizada. Em momento algum foi afirmado que a campanha para o referendo fazia parte das iniciativas do curso de Medicina. Em resposta à pergunta da jornalista "Custa-me compreender os médicos que são objectores porque a função do médico devia ser exactamente ajudar quem procura ajuda?", Pedro Morgado afirmou: "Compreendo perfeitamente a posição de quem é objector de consciência. Estou à vontade para falar sobre este assunto porque até fiz campanha pelo sim, mas quando se fala de IVG têm que se respeitar os valores e as convicções de cada pessoa e assunto é bastante mais complexo do que a simples vontade da mulher…"
7. "Tenho a certeza que a grande maioria dos licenciados na Escola de Ciências da Saúde não será objector de consciência " Esta afirmação é completamente falsa. Quando questionados sobre a sua percepção sobre esta matéria os alunos responderam que não poderiam falar pelos colegas e que, por ser um assunto recente, ainda não tinha sido muito debatido entre eles.
Porque o direito de informar não pode estar dissociado do dever de informar com rigor e verdade, vimos solicitar a rápida reposição das afirmações feitas e a alteração do teor e do conteúdo da notícia apresentada.
Atenciosamente,
Paula Fidalgo e Pedro Morgado.»
Tantas horas depois, a notícia mantém-se... Todos temos dias maus. Ontem, a jornalista não captou, de modo algum, a mensagem que lhe transmitimos. A Lusa não pode dar-se ao luxo de colocar nas minhas palavras afirmações que nunca proferi.
Assim se faz mau jornalismo em Portugal.
Adenda - A Agência Lusa informou-me telefonicamente que a notícia iria ser retirada. Mas a notícia continua a ser replicada pelos jornais. (RTP, Correio da Manhã)
César das Neves é tão pós-moderno quanto a Floribela
Braga: Silly City
Ao contrário do que seria expectável e desejável, tudo convida ao êxodo estival. Os encerramentos temporários, os encurtamentos dos horários e as más disposições dos funcionários acrescentam inferno ao inferno que é o Agosto bracarense. Ficamos entregues ao fumo do café do bairro, aos solenes desfiles de estandartes e andores, às Ágatas pindéricas, às farturas gordurosas, à música parola que alguns carros com matrículas estranhas nos impingem, aos centros comerciais em saldo e aos festejos populares de Dume, Arentim, Adaúfe ou Pedralva.
Valham-nos o BrunoSpot e o Fotocafé que, lavando a cara, são a única gota de novidade no estival deserto bracarense.
Causas do Nosso Atraso e Urbanismo Caótico
Como houve um negócio destes, imagino que possam existir, por esse imenso Portugal, súbitas e injustificadas alterações dos Planos Directores, desvios convenientes de rios, autorizações de projectos estranhos e desenquadrados e cedências ruinosas de espaços públicos para construção de infra-estruturas privadas. Não sei o que há. Será que o senhor Procurador Geral da República sabe?
Ideias para Braga: Reorganizar a Sinalética
Em Braga, a sinalética é uma tremenda confusão. A poluição visual é enorme: existem uns 10 tipos de placas diferentes não havendo qualquer coerência gráfica nem sentido de estética na colocação das mesmas. Na rotunda das piscinas, por exemplo, a placa que indica o cemitério público está misturada com indicações para shoppings, stands e hóteis. Junto ao Braga Parque surge uma indicação de "trânsito local". Parecia-me mais preciso e adequado indicar "Qta dos Congregados" e "Enguardas", que são as principais zonas habitacionais servidas por aquele desvio.
Estes são apenas alguns exemplos. Fica o alerta: é tempo de se reorganizar toda a sinalética da cidade.
A Regionalização é a única saída
O Diagnóstico:
«E há uma incompetência a Norte para criar uma rede de cooperação entre actores, as instituições e a sociedade civil. No Norte as pessoas unem-se para protestar, mas não para apresentar soluções.»
«não há liderança a Norte e, pior, há uma fragilidade da rede institucional na região. Os actores são convidados a desunirem-se - há um subsídio para aqui, um programa acolá, uma iniciativa ali. Qualquer Poder faz isso deliberadamente - dividir para reinar. As autarquias não se entendem, nem as associações, as universidades só agora começam a trabalhar em conjunto, as empresas não trabalham com as universidades, as universidades acham que os empresários não estão lá. Além da ausência de liderança, conjugada com a fragilidade da rede institucional, o processo de descentralização parou.»
As Soluções:
«É necessária a regionalização.»
«É preciso legitimar o poder político local, o que só se consegue através da regionalização. Porque é mais fácil decidir conhecendo os problemas concretos, estando mais próximo de quem se terá de responder politicamente. As entidades que decidem sobre as regiões não as conhecem. É por isso que as políticas públicas parecem, por vezes, um contra-senso, pouco adequadas às regiões e às suas especificidades.»
No essencial estou completamente de acordo com a visão apresentada por António Marques. Aliás, o seu diagnóstico e as suas soluções vão ao encontro de muito do que aqui havia escrito. De toda a entrevista destacaria negativamente uma única passagem em que o Presidente da AIMinho diz que «Qualquer modelo [de regionalização] serve, desde que se faça». Parece-me que não podemos nem devemos ser tão ligeiros nas afirmações que fazemos, sob pena de acabarmos a defender a regionalização como um fim em si mesma.
De qualquer modo, a entrevista marca uma viragem no discurso dos agentes económicos do Minho. É essencial e é urgente que o processo de regionalização entre em velocidade de cruzeiro. Num momento em que estão reunidas na sociedade civil todas as condições para que se possa avançar ainda antes de 2009, só parece faltar vontade aos partidos políticos, apostados em deixar o referendo para depois das legislativas. No entanto, a importância deste processo não pode continuar refém das agendas político-partidárias eleitorais.
Sobre o Metro Braga-Guimarães
O Metro deve ser encarado a grande prioridade do Minho para os próximos anos. É esse sinal que nos chega de Ricardo Gonçalves, deputado socialista, num artigo de opinião publicado no Jornal Primeiro de Janeiro da passada Terça-Feira. É esse sinal que esperamos de todos os partidos. É urgente recolocar o Minho no (seu) lugar.
Importam-se de repetir?
Os jotinhas têm razão. As discotecas são locais nauseabundos onde se fumam coisas esquisitas e há demasiado suor a escorrer pelos corpos. Já os espaços de proximidade têm um ambiente muito mais convidativo para uma tertúlia sobre a homilía do domingo que passou, sobre a última colecção da Gant ou sobre os horrores anti-natura da sociedade pôs-moderna, temas que certamente preenchem as conversas dos jovens conservadores da praia de Braga.
Eu vou mais longe: sugiro aos jotinhas que se opinem também sobre a qualidade da música que passa nas discotecas. Estou certo de que as pessoas preferem ter os filhos a ouvir João Pedro Pais e André Sardet do que essas inglesadas horríveis a bombar...
Braga: Futuro do 'quarteirão' dos Correios ainda por definir
A dissociação dos edifícios mais relevantes das actividades a que tradicionalmente estavam associados é sempre uma perda dolorosa e embora a notícia seja recebida com uma certa nostalgia, a verdade é que esta venda não é mais que um sinal dos tempos. Na era digital, os correios de papel perderam muita da sua relevância, surgindo naturalmente o abandono dos edifícios mais emblemáticos e centrais das cidades.
No entanto, o que verdadeiramente me inquieta é o destino a dar a uma das zonas mais belas e importantes da cidade. O Correio do Minho, tradicionalmente bem informado nestas matérias que versam sobre negócios em que a Câmara está envolvida, especula que estará em cima da mesa a construção de um parque de estacionamento e de um centro comercial de luxo. Por outro lado, é essencial não esquecer que, a expensas das finanças públicas, aquela zona será brevemente tornada área pedonal, o que aumenta significativamente o seu aspecto exterior e o seu valor comercial.
De qualquer modo, há alguns princípios que me parece essencial preservar: 1) a renovação do edifício dos correios deve respeitá-lo arquitectonicamente tal como está (ao que parece isso estará garantido); 2) não deverá ser permitida a construção de nenhum edifício com altura superior à do o actual prédio dos correios; 3) deverá ser negociado o alargamento da rua entre este 'quarteirão' e o edifício do Hospital de São Marcos; 4) deverá ser negociado, na medida do possível, o alargamento da Rua do Raio para permitir uma maior exposição visual do Palácio do Raio.
É natural que a imobiliária pretenda rentabilizar ao máximo o seu investimento. É positivo que a renovação do centro se faça também por intermédio da intervenção de privados. É essencial que a Câmara saiba respeitar o carinho que os bracarenses têm por aquele que é o seu espaço urbano e não pactue com mais nenhum atentado urbanístico. Tenho a plena convicção de que não se repetirão erros antigos, mas nunca se sabe...
O Culto do Ridículo
Haja critério.
A Crise do Regime
Da delação de colegas de trabalho à perseguição de bloggers, do aluguer de velinhos para simular festas partidárias à contratação de crianças para propaganda governamental, do novo estatuto do jornalista à governamentalização das universidades, dos sucessivos aumentos de impostos às sempre adiadas reformas, os capítulos sucedem-se.
O regime está em doente e a descrença dos portugueses estende-se, justamente. a todos os partidos. Até quando?
Ainda o Caso Charrua
Braga e a Torre de Menagem
Subir à Torre de Menagem e ver Braga pelo canudo da imaginação é um dos maiores deleites que me podem oferecer. A bela cidade, interompida aqui e ali pela dureza do firme betão, passa diariamente ao lado do pouco que resta do que já foi o seu castelo sem lhe dar a devida atenção. Ali ao lado, jaz um enorme edifício, quase desocupado, que por ser nobre e ter nobre localização deveria estar transformado em vida para uma cidade que à noite morre por dentro, vivendo em ebulição periférica.
Mas voltemos à Torre de Menagem. E façamos da Torre uma sala de visitas para os turistas que recebemos. E uma sala de reflexão para todos os bracarenses.
Aceitam-se mais ideias.
Ibéria: Portugal e Espanha vistos ao Espelho
«España y Portugal son países hermanos, y la Santa Madre Iglesia no aprueba el matrimonio incestuoso. Esa frase histórica, que pronunció un canónigo luso en Braga con motivo de una visita de Alfonso XIII, sigue vigente. Los portugueses ya no odian ni miran a los españoles con el rencor y los prejuicios de otros tiempos ("De España ni buenos vientos ni buenos casamientos", dice el refrán) y, aunque su economía depende en gran medida del comercio con España y adoran ir a Zara o El Corte Inglés, antes muertos que renunciar a la patria y la bandera para convertirse en una comunidad autónoma y fundirse en un país de 55 millones de habitantes llamado Iberia.»
Por toda a Espanha multiplicam-se as reacções à ideia do Prémio Nobel. No El Faro de Cartagena surge uma interessante comparação entre a realidade portuguesa e a do País Basco ou Catalunha:
«Portugal, tan pobrete siempre, ha sido eso precisamente, pobrete, porque le ha faltado su mercado natural, que no es otro que España. O sea, ha sido pobre por independizarse de España. Es el caso contrario de Cataluña y el País Vasco, que siempre tuvieron el mercado español como horizonte de expansión. Abasteciendo a España, se hicieron ricos, y evitaron que España se desarrollase, por creer que ambos territorios eran España. Craso error, sabemos hoy.»
A opinião de Joaquín Roy, catedrático de Relações Internacionais e Literatura Hispano-Americana na Universidade de Miami, desenvolve-se numa tónica diferente, salientando o avanço ideológico da sociedade portuguesa relativamente à espanhola ao longo do último século. Avanço que o século XXI tem feito questão de inverter, com os espanhóis a assumirem a dianteira liberal e progressista mundial.
«En casi todos los acontecimientos del siglo pasado, Portugal se adelantó a España cronológicamente: se despojó de la monarquía antes (1910), instaló un régimen filofascista una década antes que Franco y defenestró los restos de la dictadura salazarista en 1974, más de un año antes de la muerte del dictador español. Incluso en las alianzas internacionales Lisboa dejó atrás a Madrid: Portugal fue miembro fundador de la OTAN, ingresó en la EFTA y firmó los documentos de adhesión a la Comunidad Europea en la mañana, mientras el Gobierno español lo hacía a la una de la tarde.»
A discussão/reflexão que nasceu das afirmações de Saramago tem sido bastante profícua e reveladora. Enquanto europeísta não auguro grande futuro para os desejos de Saramago, mas também não vejo o enorme disparate que lhe querem imputar. O território não deve ser mais do que um meio para a obtenção da prosperidade e a prática do humanismo, embora a sua defesa ainda seja encarada por muitos como um objectivo em si mesmo. Estará um bracarense mais ligado historica, social e culturalmente a um algarvio do que a um galego? Tenho muitas dúvidas.
As discussões nacionalistas e patrióticas, a par dos temas religiosos, são o terreno certo para a expressão dos postulados mais irracionais (pagarão os impostos devidos todos os que tão fervorosamente defendem a Pátria?). É curioso que as principais causas de quase as todas as guerras humanas dos últimos séculos tenham raízes tão distintas: a luta pelo território herdada filogeneticamente e a crença religiosa construída culturalmente. Para mim, nem uma nem outra são particularmente relevantes.
Outras opiniões: La Saramagada. Dominicana+Haiti. Iberia. Expansionismo Espanhol. Portugal mira a España.
Da Descredibilização da Política
Em Outubro de 2006, a autarquia bracarense, congratulando-se com a escolha de Guimarães, anunciou sumptuosamente que «não sendo capital europeia da cultura por um ano, Braga garante, contudo, o sustentado desiderato de ser capital da cultura todos os dias». Era mentira: Braga e a cultura continuam a andar de costas voltadas.
É destas afirmações demagógicas e populistas, a par dos passeios organizados pela Junta de Freguesia e dos concertos de música popular, que se tece a realidade autárquica bracarense. É esta venda compulsiva do sonho irrealizável que afasta a sociedade da política dos partidos, entregando-se, protestantemente, à abstenção, aos extremos e aos independentes. São estas atoardas que nos relembram, em cada dia, que o maior foco de descredibilização da política são, precisamente, os políticos.
Uma questão de fé
As decisões políticas, para serem sérias e credíveis, devem basear-se em estudos concretos e cenários bem definidos. Neste caso, a questão essencial está em saber-se até que ponto subsidiar a maternidade tem impacto no aumento da natalidade. Depois de respondida esta questão, e em caso de resposta afirmativa, importa quantificar esse impacto e traçar cenários comparativos entre a situação actual (como seria a natalidade em 2008 se não fizessemos nada?), os resultados esperados da medida proposta (como será a natalidade em 2008?) e os efeitos de soluções alternativas (como seria a natalidade se optássemos pela política X?). Estaríamos então em condições de analisar se os proveitos que advêm da sua implementação compensariam os seus custos directos e indirectos.
Em 2009, o Governo dirá que as medidas foram óptimas e tiveram um impacto assinalável. A oposição reclamará o contrário. Na ausência de estudos e perante a inexistência de metas concretas é tudo uma questão de fé: ficamo-nos pelo que nos parece. Na verdade, nunca saberemos a verdade.
Direita Moderna
Ainda o Estádio AXA (correcção)
As questões essenciais mantêm-se: 1) não há outra instituição no concelho capaz de gerir aquele recinto; 2) não há associação que melhor promova internacionalmente a cidade; 3) em termos de naming, o valor comercial do Estádio advém exclusivamente da projecção que as actividades desenvolvidas pelo Sporting Clube de Braga lhe confere.
Projectos 6 | Escola de Ciências da Saúde
© janberckmans
Tudo parece encaminhar-se para que o novo edifício da Escola de Ciências da Saúde possa ser inaugurado no próximo mês de Outubro. Mais que um projecto, uma realidade.
Dos Incentivos à Natalidade
Partido Político Procura Dono
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Os contributos repetem-se, os comentários sucedem-se e as análises avolumam-se. Surgem mesmo ideias com contornos altamente improváveis. Parece óbvio que o PSD precisa de mais do que uma simples mudança de actores. O PSD precisa de se reformar e de se refundar, sob pena de poder vir a afogar-se ainda mais no seu próprio pântano ideológico.
Como Educar para o Civismo
Abaixo o Provincianismo (III)
«não há coincidências. centenas, quiçá dezenas, de naturais de cabeceiras de basto vieram engrossar as fileiras de apoio a antónio costa na noite eleitoral. em reconhecimento do esforço, dois depois o autarca socialista daquela localidade é absolvido em processo de corrupção. margarida rebelo pinto é uma filósofa cheia de razão.»
PSD em Suspenso (II)
PSD em Suspenso
Assim se explica o impasse que o PSD está a viver: um partido inteiro em suspenso à espera da decisão de Manuela Ferreira Leite.
Abaixo o Provincianismo (II)
Porque é que um partido laico e republicano organiza uma excursão de militantes a Fátima? Além da gritante incoerência, este tipo de iniciativas denuncia o populismo repugnante do Partido Socialista de Cabeceiras de Basto.
Reagindo ao facto de alguns dos idosos transportados até Lisboa terem dito que a viagem era paga pela Câmara, China Pereira, líder da concelhia socialista de Cabeceiras de Basto, considera que "é natural que as pessoas confundam devido à idade". Eu vou mais longe: é naturalíssimo. O que não é natural é que o PS tenha levado para o circo de Lisboa precisamente as pessoas que se confundem devido à idade, num inaceitável aproveitamento da confusão alheia.
No fundo, estas notícias não passam de singelos acrescentos aos ecos que nos chegam das terras de Basto. Terras onde o bafio fascista ainda tem demasiados protagonistas (e apoiantes).
Uma questão de matemática
A avaliar pelas contas de Vital Moreira, a partidarite provoca sintomas extremamente graves e matematicamente muito desagradáveis. E depois ainda se queixam que as criancinhas não aprendem matemática. Com exemplos destes...
Abaixo o Provincianismo
Mas, independentemente de quem pagou, torna-se evidente que a subserviência de Joaquim Barreto, líder da Distrital de Braga do PS, relativamente aos interesses de Lisboa e aos desígnios do partido socialista se sobrepõe às necessidades do povo cá da terra.
Tudo isto é ainda mais repugnante porque se tratam de idosos que não sabiam muito bem ao que iam. Não terá António Costa apoiantes mais jovens no Minho? Ou será que não houve, entre os mais jovens, quem estivesse disposto a participar em tamanho espectáculo circense?
Lisboa é Portugal: As Eleições vistas da Paisagem (IV)
Visto isto, não admira que os independentes façam tanta mossa aos partidos. E admira ainda menos que, desde cedo, os carneiros dos rebanhos partidários locais se degladiem em pavlovianas dissertações sobre quem recusa a militância doentia e não prescinde de pensar enquanto espera que os líderes da manada se pronunciem.
O certo é que com 57.907 votos em 524.248 eleitores se fez uma grande festança. A silly season costuma começar a 1 de Agosto. Estas eleições de Lisboa anteciparam-nos o deleite.
Lisboa é Portugal: As Eleições vistas da Paisagem (III)
Lisboa é Portugal: As Eleições vistas da Paisagem (II)
(2) Sócrates encostou o PS à direita e, com isso, abriu espaço para que a esquerda além-Sócrates obtenha um resultado próximo dos 30% de votos.
(3) Carmona Rodrigues recusou-se a ser mais um independente militante. Deu uma lição ao PSD e a Marques Mendes.
(4) Marques Mendes perde em toda a linha. A sua estratégia errática é penalizada tanto pelo eleitorado como pela ausência de mobilização das estruturas locais do PSD.
(5) Helena Roseta convence. PCP mantém-se. BE não capitaliza o mediatismo conseguido com o caso BragaParques (terá sido penalizado pelo efeito Roseta?)
(6) O PP de Paulo Portas teve um resultado demolidor. Alguns dos votos fugiram, concerteza, para o PNR e o PND. A seguir com atenção a radicalização do discurso do PP.
(7) O bom povo de Famalicão (?) foi a Lisboa felicitar António Costa. São as malhas que os aparelhos partidários tecem.
Lisboa é Portugal: As Eleições vistas da Paisagem (I)
O bater de asas de uma borboleta em Lisboa tem mais impacto que um tornado em Braga. Por muito dolorosa que nos seja, esta variação da teoria de Edward Lorenz espelha o caos nacional sintetizado nestas eleições de Lisboa.
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Mas comecemos pelo princípio: no princípio era o PSD que se travestiu de apreogada independência, apoiando um candidato que iria meter as mãos... à obra. Quem também meteu mãos à obra foi o MP, criando palco para mais um me(n)diano espectáculo de seriedade inaudita. E a independência, porque não se vergou ao líder do bando, fez-se incómodo. Do incómodo nasceram as eleições. E das eleições brotaram o folclore, as acusações do costume, as demagogias de sempre, os desfiles popularuchos, as fingidas viagens de eléctrico e a desatinada subserviência dos media nacionais.
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Mas tudo isto para quê? Não sabíamos já, porventura, que os partidos não gostam de independentes? E que os independentes se não forem militantes são incómodos? E que o PS já não é socialista? E que Paulo Portas já não está nas graças do povo? E que a liderança de Marques Mendes já não é mais que o estrebuchar convulsivo do morto? E que o Estado iria propor programas de intervenção urbanística em Lisboa? E que o apoio de Júdice havia de ter um cargo de 'grande mérito' acoplado?
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Moral da história: este bater de asas, porque altamente emético (e caro), era absolutamente desnecessário.
Outras Avenidas
A crise é do sistema. O Insurgente.
Faça um favor aos não-socialistas: VÁ-SE EMBORA!. Blasfémias.
Uma Questão de Vida
The drugs have not been clinically proven to prolong survival, compared with other therapies. But patients are more likely to respond to them than standard treatments, and trials to test whether the drugs do have a survival benefit are nearly complete.
One reason is that cancer doctors, or oncologists, have financial incentives to use drugs other than Bexxar and Zevalin, which they are not paid to administer. In addition, using either drug usually requires oncologists to coordinate treatment with academic hospitals, whom the doctors may view as competitors. [...]
In a study published in The Journal of Clinical Oncology in 2002, the tumors in 80 percent of patients who received chemotherapy and Zevalin shrank, compared with 56 percent who received chemotherapy and Rituxan. Of patients who received Zevalin, 30 percent went into complete remission, compared with 16 percent who got Rituxan.» [New York Times]
Esta notícia ilustra o impacto de alguns interesses económicos nas decisões de alguns médicos. O debate acerca da privatização do Sistema Nacional de Saúde [1, 2 e 3] não pode ignorar os sinais que nos chegam de um país onde a saúde está completamente (neo)liberalizada. É absolutamente inaceitável que o benefício do doente (e nele se incluiu a necessidade de sustentabilidade do Sistema de Saúde) não seja o único factor relevante na tomada de decisões clínicas.
[fotografia de Pedro Guimarães]
Madeira, Alberto João Jardim e a Deriva Independentista
«o Governo da República não pode impor colonialmente a esta região autónoma uma lei que 64 por cento da população rejeitou no referendo»
Esta afirmação encerra vários equívocos que, acreditamos, não serão fortuitos ou acidentais. Desde logo, a população da Madeira não rejeitou a Lei referida porque esta não foi referendada. O que se referendou foi a despenalização da IVG até às 10 semanas de gestação. O Partido Socialista, com o mandato que os portugueses lhe conferiram nas últimas Legislativas, entendeu que a IVG, despenalizada até às 10 semanas com a concordância dos portugueses em Referendo, deveria realizar-se a título gratuito nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (opção da qual, aliás, discordo). Esta posição não invalida que, sem referendo, seja politicamente legítimo que outra maioria parlamentar venha a taxar ou retirar do SNS a prática da IVG.
Por outro lado, o resultado do referendo na Madeira (ou noutra região) não tem qualquer valor jurídico ou político por si. Tratou-se de uma consulta nacional e os seus resultados só poderão ter, juridicamente, uma leitura global.
Assim, a argumentação aduzida pelo Governo Regional é demagógica, populista e intelectualmente desonesta, não lhe restando outra saída que não seja o estrito cumprimento da Lei que as instituições democráticas portuguesas legitimamente aprovaram.
Braga: Antes como Agora
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Camilo Castelo Branco,
A Brasileira de Prazins : Cenas do Minho.
Justiça: Noves fora nada
Onze anos de prisão para jovem que matou trolha que atirou piropo à namorada
Principal arguido no caso Douro Negro condenado a seis anos e meio de prisão
...não se compreende.
Jornais de Referência Excrescência
Vamos então reflectir. Nas nossas casas, fora de Lisboa, com os nossos amigos que não são de Lisboa e com a nossa família que não quer nada com Lisboa, pensemos em Lisboa, falemos de Lisboa e, sobretudo, consideremos com toda a discrição e precaução, o sentido de voto... dos lisboetas.
Por mim, a reflexão está feita: estes jornais acabaram de provar que lhes falta estofo para terem âmbito nacional - com este gesto, mostraram qual a sua visão do país e a medíocre dimensão do seu pequeno mundo.
São semanários de Lisboa. Nada mais. O resto é paisagem...
Não é grande novidade. Fica registada mais uma evidência.
Comovo-me sempre...
... que constato que o fervor clubístico tolda a razão. Muitas das críticas ao negócio AXA, ao arrepio dos interesses da cidade, não são mais que o espernear de gente que é do Porto, Benfica e Sporting, não conseguindo esconder o incómodo de já não poder festejar vitórias consecutivas em solo bracarense.
... que me deparo com o triste cenário da antena espetada no Monte do Picoto. Será o princípio da requalificação?
Eu, que não sou bandidagem, me confesso: O Cimento Dói
Braga é uma terra peculiar, uma espécie de cumulado de negócios de sacristia, cujos contornos são difíceis de entender e ainda mais tortuosos de explicar. Entendo-os mas abstenho-me de os comentar, limitando-me a deleitar, mas sem narcotizar, ante a melodiosa surdina. Porque se há jornais que são boletins, também haverão muitas perversões da democracia que, não se vendo com idêntica clarividência, acabam por encantar a cidade.
Mas não nos detenhamos demasiado tempo ante visões que, por muito certas que possam estar, não são mais que um aproveitamento oportunista da maré. Braga precisa de políticos consistentes e cidadãos conscientes que saibam apropriar-se dos anseios das suas populações e que tenham mestria para penetrar no (quase) impenetrável tecido social da ruralidade concelhia, quase sempre comprometida com um socialismo de poucas causas e muitos interesses. Já a cidade, que não se deixa acobardar perante a deriva, escolherá, indelevelmente, o caminho da mudança.
É na gestão do município que devemos centrar-nos porque ela tem sido incompetente e injusta. Deixaram que se apropriassem da praça pública, da água e até do lixo, alimentando um rio de ouro cinzento. Hipotecaram o futuro num estádio que é mais cimento e que era perfeitamente desnecessário. Deixaram que o cimento tomasse os espaços nobres obstaculizando horizontes de memória, seja na Rua Justino Cruz, em S. Lázaro, na Santa Cruz ou em tantas outras esquinas cravejadas de história e afundadas em tanta construção. Cimento que custa mais que o que se investe em saúde e educação. Cimento que sinaliza, em espaços públicos, stands de automóveis mas se esquece de actualizar as placas de saída da cidade na Avenida João Paulo II (por exemplo). Cimento que não se cansa de reproduzir em construções mal dimensionadas, mal projectadas e mal inseridas no meio. Cimento que dói.
A ETAR Louçã
Põe-se o crédito de uma empresa da cidade na lama e, com todo esse esgoto mediático, o nome de Braga vai ficando ainda mais encardido. Sempre sedento de chafordar na porcaria, o profeta messiânico da verdade, travestido de ETAR purificadora desse lamaçal pestilento, anuncia solenemente que «os empresários de Braga são uma bandidagem».
Mas há empresário que não seja bandido para Francisco Louçã? Talvez encontrem em Salvaterra...
Campus Party em Braga
É por demais evidente que a massificação da banda larga torna o Campus Party, no moldes em que nasceum bem menos apetecível do que outrora. Este facto, associado a uma deslocalização mal planeada, levaram ao fracasso da iniciativa que era para se realizar na Batalha no final deste mês. No entanto, o Campus Party, cancelado na Batalha, está de volta às origens e vai realizar-se em Braga, precisamente no Estádio Municipal.
Uma Questão de Educação
Depois deste recado, Maria de Lurdes Rodrigues (e outros seus colegas de governo) bem podem passar a noite a carpir. É que o dia também ficou manchado pelo anúncio do chumbo massivo nos exames do 9º ano de Matemática, apesar de todos os programas de especiais de salvação do ensino. Será que a senhora Directora Regional de Educação do Norte está tão empenhada em contribuir para a resolução deste problema quanto esteve para fazer face aos terríveis acontecimentos do corredor do seu feudo? Ou será que não lhe chegou nenhuma SMS a delatar o mau comportamento dos estudantes do 9º ano na dita prova?
Mas estas coisas têm sempre duas visões possíveis. Se por um lado constatamos que vivendo na era global ainda há quem tenha consciência de corredor, por outro acabamos por cumprir o desígnio de formar gente feliz - com tão poucos dotes matemáticos, as gerações vindouras nunca chegarão a saber o dinheiro que lhes retiram do bolso em taxas, impostos e outras coisas afins.
Reacções ao Negócio AXA
Miguel Brito, do CDS-PP, diz mesmo que o acordo "não cheira bem", defendendo que a SAD "teria primeiro que levar à Câmara essa nova realidade para eventual aprovação".
Bloco de Esquerda (BE)
João Delgado, da concelhia do BE, considera "incrível" o acordo e rotula de "absurdas" as explicações de Mesquita Machado. "A SAD não pode vender direitos sobre um estádio que não lhe pertence. Cabe à câmara rentabilizar o estádio para poder pagar a dívida que ainda tem da sua construção", concluiu.
Partido Social Democrata (PSD)
Ricardo Rio, do PSD, elogiou António Salvador pelo "golpe de mestre" ao efectuar o negócio e lamentou que Mesquita Machado não o tenha feito antes em nome da câmara com o fito de amortizar a dívida.
Ricardo Rio acaba por não criticar directamente nem o negócio nem o clube, optando por censurar a falta de visão da autarquia liderada por Mesquita Machado. Na realidade, o que há que questionar é a opção de construir um estádio de luxo, com custos de manutenção elevadíssimos e perfeitamente desasjustado das necessidades e dos recursos da autarquia e do concelho. Hoje está mais que claro que a câmara nunca devia ter apostado num projecto tão arrojado e dispendioso, remetendo a factura para as gerações futuras.
Uma vez construído, o Estádio Municipal foi cedido à única instituição do concelho capaz de custear as despesas de manutenção. E pelo valor justo. A Câmara não pode querer apropriar-se do sucesso dos outros: se o SC Braga consegue bons resultados e, com isso, atrair mais investimentos, o retorno pertence obviamente à SAD e ao clube. A ideia de taxar todo o sucesso alheio revela tiques estalinistas e é contrária aos princípios liberais (tal como era, a meu ver, imprudente e injustificado aumentar os impostos da banca pelo simples facto dos seus lucros terem crescido significativamente).
[reacções retiradas do Jornal O JOGO]
Causas
Num momento em que o Sporting de Braga tem sido o centro de todas as discussões blogsféricas, deixo o repto aos seus dirigentes para que abracem uma iniciativa desta envergadura e criem uma equipa de basquetebol adaptado. Seria mais uma excelente forma de servir a cidade e a região e de colocar as bandeiras do clube ao serviço da sociedade inclusiva.
Noutro âmbito, o centro comercial Braga Parque, em conjunto com o Instituto Português de Sangue, está a promover uma campanha de recolha de sangue até ao próximo dia 14 de Julho. Poderá efectuar a sua dádiva de segunda a sexta, entre as 10h e as 19 h, e no sábado das 10h às 13h, nas instalações do centro comercial.
Comove-me sempre...
... reparar que, afinal, alguma política se resume a lutas pelo poder.
... descobir que a falta de ideias conduz sempre à falácia do argumentum ad hominem.
Uma questão de cidadania
Artur Silva colocou, ainda em vida, as questões que se impunham, numa missiva enviada ao Presidente da Caixa Geral de Aposentações e da qual nunca obteve resposta cabal: Como pode uma Junta Médica fechar os olhos àquilo a que me submeti: amigdaletomia esquerda e laringectomia total com esvaziamento ganglionar cervical funcional bilateral e traquostomia permanente, o que para o comum dos mortais significa tão simplesmente ausência total e irrecuperável da voz? Como pode uma Junta Médica dizer a um Professor de Filosofia que a afonia total e incurável não o impede absoluta e permanentemente de exercer as suas funções?
No fundo, a estas questões é necessário juntar outras: Alguma vez o Governo, através dos seus Ministérios, efectuou qualquer tipo de pressão ou estabeleceu algum tipo de quotas nas juntas médicas? Que medidas foram tomadas para apurar as responsabilidades deste caso imensamente bárbaro? Porque é que os serviços públicos fazem insistentemente letra morta dos prazos que o Código de Procedimento Adminsitrativo estabelce para resposta aos requerimentos e reclamações dos cidadãos?
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[Imagem retirada do Público. Versão intregal da carta, aqui]
Estádio AXA: Braga fechou contrato inédito em Portugal
Adenda: Que fique bem claro que a Câmara de Braga não faz nenhum favor ao Sporting de Braga quando lhe cede a utilização do Estádio. A manutenção do recinto, com custos elevadíssimos, está a cargo do clube e, como tal, representa menos um encargo para a autarquia. Por outro lado, a cedência do nome do Estádio aplica-se apenas aos eventos organizados pelo Sporting de Braga e, como tal, a Câmara não tem nada a ver com o negócio. Conseguiria a Câmara vender o nome do Estádio se o Sporting de Braga não o utilizasse, projectando-o além fronteiras? É óbvio que não.
O aproveitamento político que Mesquita Machado tem feito do Sporting de Braga não pode levar a que alguns sectores da oposição elejam o clube como alvo da sua chacota política. Quem quiser ser Presidente da Câmara tem que perceber que o Sporting de Braga é o maior emblema da cidade e o seu maior embaixador nacional e internacional e que, como tal, merece todo o apoio institucional da autarquia.
Vigília
A vigília será hoje (segunda-feira), às 19 horas, em frente à Escola Secundária Alberto Sampaio.
Outras Avenidas
Só mesmo iniciativas fora do universo futebolístico para os benfiquistas verem fogo-de-artifício no seu estádio. [Tiago Ribeiro, no Kontratempos]
Quanto aos apupos e pateadas à Estátua da Liberdade, que tal como o Cristo Redentor do Rio de Janeiro nunca deveria estar na tal lista, (porque estão longe de serem postas ao mesmo nível das restantes obras grandiosas) sabemos que existe uma tendência global para misturar os povos com os seus lideres, o que é lamentável. [LNT, no Tugir]
Não é a primeira vez que o PP, sob a direcção de Paulo Portas, recorre ao populismo mais rasteiro e primário para salvar a face num acto eleitoral. Em 2002 foram os ciganos, que "roubavam" o Rendimento Mínimo Garantido. Agora chegámos à purificação da raça. Dêem-lhes tempo. [Pedro Sales, no Zero de Conduta]
Depois de levar uma vaia diluviana no estádio do Benfica o primeiro-ministro descobriu a melhor forma de inaugurar tranquilamente a nova ponte sobre o Tejo, encerrou as vias de acesso e os populares ficaram longe dos ouvidos de Sócrates e dos jornalistas. [no Jumento]
Centralismo Levado ao Extremo
Estranhas conclusões
Washington Post [via O Inominável]
Maravilhas
2. Não deixemos o folclore parar. Porque não escolher as 7 Maravilhas da Natureza de Portugal? Há muito que o Parque Eduardo VII, o Parque de Monsanto e os Jardins do Palácio de Belém merecem uma distinção.
3. Já agora, porque é que a Ministra foi de avental à cerimónia?
Não estudei numa Faculdade. Felizmente!
Eis o vídeo que abriu a V Gala Adeus SOF's, um evento obviamente desconhecido para a maioria dos leitores deste blog. Trata-se da festa de despedida de uma das mais importantes, interessantes e longas áreas curriculares do curso de Medicina da Universidade do Minho - Sistemas Orgânicos e Funcionais. Terminar SOF's é dobrar um dos Cabos Bojadores do curso.
Este vídeo, de uma das melhores e mais imaginativas galas de sempre, é o mote para uma conversa que queria ter convosco há algum tempo. Num momento em que o ensino superior passa por diversos constrangimentos, os nossos governantes deviam pôr os olhos (com olhos de ver) na experiência de ensino-aprendizagem do curso de Medicina da Universidade do Minho. Não porque seja melhor que as outras (nem é isso que está em causa), mas porque é a prova de que quando é dada às universidades verdadeira autonomia e oportunidade para inovar é possível fazer muito com poucos recursos, criando vias alternativas para, como bem lembrou o Professor Pinto Machado na aula magistral de abertura do curso, formar médicos peritos em ciência, arte e consciência.
Integrado numa universidade jovem, dinâmica e prestigiada, o curso de Medicina da Universidade do Minho soube aproveitar todas as virtudes do sistema matricial, acrescentando-lhe várias inovações. Desde logo, a integração horizontal e vertical do conhecimento em áreas curriculares, a aprendizagem por objectivos, o contacto precoce com a clínica e a permanente interação com as ciências básicas nos anos mais avançados, o acompanhamento de uma família ou a possibilidade/liberdade de compor uma parte significativa do currículo através do desenvolvimento de Projectos de Opção. E, claro, os Domínios Verticais - dias em que, mais que em todos os outros, radiografamos a condição humana nas suas mais diversas vertentes (do cinema ao desporto, passando pela política, ética, história, literatura, cultura ou visitas a instituições de solidariedade e museus).
Assim foram, entre outras coisas que fiz (algumas das quais só possíveis porque nesta universidade, como em nenhuma outra, é possível o contacto diário com estudantes das várias áreas do conhecimento), os meus últimos 6 anos na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho. Apesar de sistematicamente apelidada de Faculdade de Medicina de Braga, a verdade é que não estudamos naquilo que classicamente se entende por faculdade. Felizmente.
Outras Avenidas
[Pedro Antunes, no Para Quando a Nossa Revolução]
«Para corrigir os 10 mandamentos, embelezar o Sumo Sacerdote e mudar-lhe as fitas ...... 170 reis.»
Irónico. Cópia de uma factura apresentada em 1853 pela reparação na capela do Bom Jesus de Braga. [Via abnoxio]
«Berardo escolhe as actividades de acordo com a sua fracção de tansos e respectivo poder de compra.»
[João Miranda, no Blasfémias]
Que bem que ele falava...
«Porque essa nódoa não vai ser apagada facilmente. Porque essa nódoa fez regressar Portugal aos tempos em que havia condicionamento da liberdade de expressão. E peço-lhe senhor primeiro-ministro, peço-lhe senhor primeiro-ministro, resista à tentação do controlo da comunicação social. Não vá por aí porque nós cá estaremos para evitar essas tentações.» [José Sócrates, na casa da democracia]
Será que José Sócrates resistiu à tentação?
O Estado da Coisa
Como se não bastasse a gravidade do que sucede, constatamos que a secretária de Estado Adjunta e da Saúde revela não ter percebido absolutamente nada do que se passou nas últimas semanas. E como ela, parece que todo o Governo se mantém obstinadamente autista, ciente de que está no caminho certo por muitas que sejam as evidências em sentido contrário.
Se a moratória dada ao estudo de alternativas à OTA não trouxer mais que jogada política de ocasião, a coisa fica definitivamente complicada. E nem as atoardas de Mário Lino gozarão da indiferença anímica das outras vezes. Enquanto vamos assistindo alegremente a um desfilar esquizofrénico de desmesurado dislate, a política vai-se degradando e os políticos vão desvanencendo a ponta de credibilidade que ainda lhes restava. A coisa não está definitivamente para brincadeiras.
Braga dos Desamores
Esta análise emanada do IV Congresso Português de Sociologia [via Socióloga Avense] vai ao encontro do que vimos sucessivamente denunciando. Os acentuados fluxos migratórios e a rápida ascenção social são alguns dos elementos justificativos da progressiva descaracterização da urbe e do desapego (tantas vezes desamor) dos bracarenses pela sua cidade e pelos seus principais elementos identitários. Esta crise espelha um passado em que identidade colectiva se confundia com religiosidade comum e ritualização não era mais que pura exibição. O recato imposto e a sacralização do espaço e da vivência privados por contra-ponto à fruição do viver em comunidade encarregaram-se do resto.
Braga é hoje uma cidade que se divide entre os que veneram esse passado ('dos valores') e os que procuram emancipar-se da herança dos tempos. É por isso que vivemos sitiados entre o fervor anti-clerical (seja ateu, agnóstico ou cristão) e o catolicismo ortodoxo. Sofremos pela contradição entre o amor cego e o ódio consistente ao clube da terra (seja porque já não perde sempre com os grandes ou porque está conotado com a autarquia). Dividimo-nos entre o incómodo e a conformação no que respeita à gestão autárquica da cidade.
Haverá algo que nos une? Talvez o facto de não gostarmos da outra Braga que não é nossa.
Projectos 4 | Ideia Atlântico
Braga vai ter, nos finais do próximo ano, um Centro de Incubação de Empresas de Base Tecnológica. O novo centro é construido pela Associação PME-Portugal (Pequenas e Médias Empresas de Portugal) e pelo IDEIA Atlântico (Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Inovação do Atlântico), e vai ser cons-truído na Variante do Fojo. O investimento ronda os 4,5 milhões de euros, sendo que dois milhões de euros são destinados à construção do edifício. Os restantes dois milhões de euros vão ser aplicados na aquisição de mobiliário e de equipamentos.[Correio do Minho]
Quanta Intolerância?
É com enorme repulsa mas sem grande espanto que, dia após dia, nos deparamos com situações deste teor. A intolerância dos que professam determinada religião relativamente aos que se abstêm de partilhar as suas crenças é o traço que, historicamente, melhor une todas as religiões e seitas. Afinal, quanta intolerância cabe nas barbas de deus(es)?
[via Pharyngula]
Blogosfera na Rádio
Adenda (14.32): Foi uma experiência muito gratificante. Durante 50 minutos percorremos, de forma descontraída, os principais problemas e constrangimentos do Minho. Da libertação dos centralismos de Lisboa e do Porto ao défice de cidadania e de mediatismo desta região, muitos foram os temas abordados. Ficou no ar (literalmente) a possibilidade de se avançar para uma discussão mais regular. O Rádio Clube Português deu assim a primeira resposta concreta aos reptos lançados pelos bloggers no 1º BlogMinho.
Braga, Cidade Milenar, de Arcebispos, de Cónegos, bla bla bla
Braga, cidade milenar, cidade de arcebispos, de Igreja e de Sé, de cónegos, monsenhores e cursos de cristandade, organizou o seu poder autárquico, desde há décadas, à volta de uma pessoa, seus acólitos, mesmo religiosos e de um partido. Braga precisa de um estudo sociológico aprofundado e agora que tem universidade de mérito, pode e deve fazê-lo.
O que as instituições da região permitem, no entanto, há décadas, é a consagração de um sistema local, feito de pequenas e grandes influências, de medos e cumplicidades variadas, num esquema organizativo notável.
[...] façam ao menos um Prós & Contras. Todos precisamos de saber em que país vivemos e que valores queremos proclamar.
Diz que é uma espécie de comparação séria
Citando esta comparação simplista e disparatada apresentada no blog Crónicas do Migas, João Miranda considera que os impostos sobre o tabaco são mais do que uma medida justa para compensar externalidades. São uma forma de paternalismo.
Mesmo considerando irrelevante o facto de se compararem as despesas do SNS em 2005 com a previsão de receitas do imposto sobre o tabaco de 2007, a verdade é que João Miranda se esqueceu de somar à factura das despesas não só as verbas dispendidas com a saúde dos fumadores passivos mas também os custos sociais das doenças dos fumadores, os efeitos sobre o absentismo e a diminuição da produtividade decorrente do tabagismo.
Tendo em conta os dados apresentados, o paternalismo a que João Miranda alude não passa de uma especulação sem qualquer rigor ou fundamento mas com muita oportunidade. Parece que tudo vale no combate contra uma pretensa e inexistente (em Portugal) guerra contra os fumadores. E, enquanto assistimos ao desfile deste tipo de argumentos, vamos levando, pulmões a dentro, com o fumo tirano dos outros.
[imagem retirada do Humoral da História]