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A Regionalização é a única saída

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Na edição de hoje do Jornal de Notícias, António Marques, Presidente da Associação Industrial do Minho, traça um interessante retrato económico e político do Minho, do Norte e do país centralista e centralizador: o diagnóstico apresentado é o correcto e as soluções propostas parecem as mais acertadas.

O Diagnóstico:
«E há uma incompetência a Norte para criar uma rede de cooperação entre actores, as instituições e a sociedade civil. No Norte as pessoas unem-se para protestar, mas não para apresentar soluções.»
«não há liderança a Norte e, pior, há uma fragilidade da rede institucional na região. Os actores são convidados a desunirem-se - há um subsídio para aqui, um programa acolá, uma iniciativa ali. Qualquer Poder faz isso deliberadamente - dividir para reinar. As autarquias não se entendem, nem as associações, as universidades só agora começam a trabalhar em conjunto, as empresas não trabalham com as universidades, as universidades acham que os empresários não estão lá. Além da ausência de liderança, conjugada com a fragilidade da rede institucional, o processo de descentralização parou.»

As Soluções:
«É necessária a regionalização.»
«É preciso legitimar o poder político local, o que só se consegue através da regionalização. Porque é mais fácil decidir conhecendo os problemas concretos, estando mais próximo de quem se terá de responder politicamente. As entidades que decidem sobre as regiões não as conhecem. É por isso que as políticas públicas parecem, por vezes, um contra-senso, pouco adequadas às regiões e às suas especificidades.»

No essencial estou completamente de acordo com a visão apresentada por António Marques. Aliás, o seu diagnóstico e as suas soluções vão ao encontro de muito do que aqui havia escrito. De toda a entrevista destacaria negativamente uma única passagem em que o Presidente da AIMinho diz que «Qualquer modelo [de regionalização] serve, desde que se faça». Parece-me que não podemos nem devemos ser tão ligeiros nas afirmações que fazemos, sob pena de acabarmos a defender a regionalização como um fim em si mesma.

De qualquer modo, a entrevista marca uma viragem no discurso dos agentes económicos do Minho. É essencial e é urgente que o processo de regionalização entre em velocidade de cruzeiro. Num momento em que estão reunidas na sociedade civil todas as condições para que se possa avançar ainda antes de 2009, só parece faltar vontade aos partidos políticos, apostados em deixar o referendo para depois das legislativas. No entanto, a importância deste processo não pode continuar refém das agendas político-partidárias eleitorais.

9 comentários:

  1. como dizes uma entrevista muito boa de antonio marques. A frase que destacas pareceu-me bem intencionada, mas de facto pode ser um trunfo para quem é contra.. Não se pode regionalizar a qualquer custo porque quando defendemos a regionalização estamos a querer defender os interesses das pessoas. regionalizar sim, desde que os custos sejam inferiores aos beneficios.

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  2. A regionalização não é a única saída para «legitimar» ou responsabilizar o poder local.

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  3. qualquer regionalização é melhor que a situação actual. depois estão aí os eleitores para decidirem quem governa, o problema é quando nem essa hipótese há.

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  4. Até calha bem, pois ainda há pouco tempo escrevi sobre isso. Cá vai o link: http://obracaro.blogspot.com/2007/07/os-perigos-de-uma-regionaliaao-mal.html

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  5. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  6. As acusações pessoais que atinjam a honorabilidade de figuras públicas devem ser assinadas.

    Estou certo de que compreendem e respeitam as regras deste espaço de discussão acerca de Braga.

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  7. "honorabilidade de figuras públicas" esta foi muito boa. Quando se fala de mesquita machado honorabilidade é uma palavra incompativel....

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  8. A questão essencial é que eu nao posso tolerar neste espaço acusações anónimas seja contra quem for.

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  9. Comentário muito importante para o sector PSD bracarense.
    Recordo que no último referendo dei comigo num exercício de discussão, curiosamente, com o Dr. Miguel Macedo (este pelo não), na freguesia de Celeirós, que culminou na afirmação de que Miguel Macedo defendia o NÃO embora desejasse uma proposta com muitas mais regiões do que as à altura apresentadas.
    Esperemos que dentro de dois anos ou três Marques não faça o mesmo, dando o dito pelo não dito, e se posicione no lado do NÃO.
    Corroboro a ideia do Pedro.
    A regionalização não pode servir para deixar o país mais anquilosado do que está actualmente!

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