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Da Insegurança na Cidade de Braga | 2

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Resistance is futile
© Myxi

A propósito da proposta de instalar um sistema de videovigilância no centro de Braga, António Vilaça, Presidente da Associação Comercial de Braga, afirma que «quando se encerram ruas ao trânsito deve repensar-se a questão da vivência e da segurança. Nada foi feito nesse âmbito, quer pelas autarquias, quer pelos programas comunitários de modernização dos centros históricos

Esta constatação de Abílio Vilaça não é novidade para ninguém e a desertificação do centro histórico da cidade de Braga é a consequência natural das políticas de urbanismo adoptadas pela Câmara Municipal de Braga ao longo das últimas décadas. É urgente implementar um programa de repovoamento do centro histórico que ajude a recuperar a dignidade perdida e que lhe devolva a vida de outros tempos. E, para que tal se concretize, a evidência dos últimos anos demonstra que são necessários novos protagonistas.

Por muito popular que seja e por muito útil que se venha a demonstrar, a videovigilância não passa de um paliativo que não resolve os problemas estruturais que estão na base da morte do centro histórico de Braga. Além do mais, o medo que se sente é catalizador desta paranóia consubstanciada pela completa 'big brotherização' das nossas vidas.

A ler: A Desertificação do Centro de Braga [1]; A Desertificação do Centro de Braga [2]; A Desertificação do Centro de Braga [2] Braga por uma Rua; Braga a Cair; Urbanismo & Saúde Mental.

9 comentários:

  1. Haja alguém com bom senso que diga a esta gente que a cidade precisa é de pessoas, famílias a viver de novo na cidade.Talvez também policiamento diurno e nocturno, depois esqueçam as videovigilancias e ponham a cabeça a pensar em lugar da carteira e interesses duvidosos...

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  2. "a cidade precisa é de pessoas"

    Alto, ainda há esperança!

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  3. A abordagem de muitos problemas é muitas vezes prejudicada pelos fantasmas que cada um possui. Isto é verdade à esquerda e à direita. Ainda que a esquerda goste de pensar que só a direita possui fantasmas. As questões de segurança são um exemplo mais claro desta realidade.

    É evidente que não se resolvem pela repressão. Há causas sociais que precisam de ser minoradas até ao limite. A desertificação dos centros urbanos criou a oportunidade. A crise criou a necessidade. Depois há ainda os outros fenómenos de marginalidade originados pela droga.

    No entanto, estes problemas precisam de respostas complexas e em certas áreas a videovigilância pode ser uma solução. Não é solução milagrosa e só por si nada resolve. Mas não pode ser simplesmente recusada por concepções políticas “esclorosadas”. Agitar o “big brother” é folclore. Em certas zonas pode ser uma solução válida para apoio ao policiamento.

    É nestas situações que se vê a profunda rigidez ideológica do BE. As bandeiras da modernidade, caras a um público urbano, libertário e neo-anarquista, apenas mascaram uma concepção do mundo retrógrada e no qual seria impossível de viver.

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  4. Rigidez ideológica? O BE assume a necessidade de mais policiamento.
    E o que a Câmara propôs não foi vídeovigilância em certas áreas, essa já existe (Bancos, combustíveis), mas sim no centro da cidade.
    Afinal quem tem fantasmas?

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  5. Braga possui um centro histórico em que é um perigo andar depois das 19h00. Um sistema de videovigilância associado a policiamento com capacidade de intervenção rápida podia ser muito útil.
    Nos metros urbanos das grandes urbes, ou mesmo parte dos centros históricos de grandes cidades como Barcelona, estão a avançar com experiências. Há zonas industriais em que já há muito existe videovigilância. Recusar uma solução por preconceito ideológico é profundamente errado. Só somos livres se nos sentirmos seguros. Qualquer pessoa percebe que a segurança é um dos instintos mais básicos do ser humano. Só depois de se sentir seguro é que podemos usufruir de instintos superiores.
    Ainda assim é melhor que não nos vendam banha da cobra. Qualquer solução que não integre mais policiamento e capacidade de intervir rapidamente é uma treta. A videovigilância pode ser parte de uma estratégia. Nunca pode ser a estratégia.
    O centro precisa de âncoras. Há prédios demasiadamente importantes para estarem fechados. O edifício do Castelo (UM), vários na Afonso Henriques (diversos), a passagem Campo Vinha – Largo S. Francisco, o antigo quartel dos Bombeiros, antigo Tribunal, entre outros, são exemplos de locais onde se poderiam instalar âncoras que atraíssem gente para o centro. Centros cívicos, salas de ensaio, ateliers diversos, pequenas salas para teatro, são exemplos de algumas possíveis âncoras.
    Até aceito que uma Velha a Branca na Praça do Município, no horário em que funcionasse, era muito mais dissuasor que câmaras vídeo, mas as soluções precisam de ser múltiplas. E nunca confio em soluções que começam por excluir.

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  6. Anónimo:

    "Braga possui um centro histórico em que é um perigo andar depois das 19h00."

    Assim para ser directo e incisivo:

    Só podes ser uma de 2 coisas:
    - Cego
    ou
    - Ignorante

    Se te sentes inseguro é uma coisa. Se o centro é inseguro é outra. Se não sabes a diferença, fica em casa a partir das 19h.

    Quanto às "âncoras", não te vi a enumerar uma única entidade que deveria fazer isso, e se vais dizer que devia ser a CMB, ou o Governo, ou a UM, ou qualquer outra entidade pública mando-te dar uma volta.
    Pegas no teu dinheirinho e no teu hobby preferido, alugas uma casa a um qualquer PARTICULAR, e fazes lá o teu clube, ou usas para reunião da associação X ou Y, ou juntas amigos com gostos comuns.
    No Porto, Coimbra, Lisboa, faz-se muito isso. Também há quem se lamente, sentadinho no sofá, como tu, mas há quem faça.

    Se parasses de te queixar e começasses a fazer é que eras esperto.

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  7. Quanto ao centro ser inseguro não sou só eu que o afirmo, são muitas entidades. Inclusive a CMB quando admite a necessidade da videovigilância. Ou acha que este assunto é apenas mais uma oportunidade de negócio estilo "ideias astutas"? Será que vamos ter mais um sobrinho ou afilhado a criar uma empresa?

    Naturalmente que compete à CMB a competência de dinamizar o centro histórico, seja através de iniciativas próprias ou apoiando iniciativas de terceiros. A zona da Praça Velha é um exemplo claro de sucesso feito por privados, mas recuperar o centro histórico algo muito mais complexo que fazer canteiros e áreas pedonais.

    Quanto à falta de iniciativa, caso não se tenha apercebido, o único exemplo que referi é uma iniciativa de uma cooperativa. Não é uma iniciativa de qualquer entidade pública. Braga possui capacidades que despreza. Promotores como o Pedro Remy, sem qualquer apoio, ao que sei, fazem também muito pelo centro.

    A sua linha de argumentação é tão básica que não percebe que ela exclui, por exemplo, a possibilidade da CMB ter equipamentos como o Theatro Circo. São prioridades, percebe? Uns escolheram ter uma obra de "arte" para de 15 em quinze dias lá realizarem uma partida de futebol. Outros poderiam ter optado por recuperar o estádio que já tinham e apostar em outros equipamentos.

    Se conhecesse, ou se pelo menos procurasse saber, experiências de outras cidades europeias de pequena e média dimensão sabia como as câmaras e outras entidades promoveram a recuperação de zonas degradadas.

    Não precisa de ir muito longe, vá Guimarães saber o que vai ser feito na zona de Couros.

    E já agora lembre-se:

    -Guimarães também fez o seu estádio;
    -Guimarães também esteve no Euro;
    -Guimarães também construiu um teatro (por sinal com mais actividade)
    -Guimarães fez um Multiusos
    -Guimarães vai ser Capital da Cultura
    -Braga vai ser sede do INL, as empresas de nanotecnologia estão a localizar-se no AvePark

    É uma pena que no final do seu comentário tenha continuado a ignorar se o centro é inseguro. Se sou, ou não sou esperto fica ao seu critério. Fico é com a impressão que é dos “astutos”. Desejo-lhe, muito respeitosamente, que no próximo dia 11 lhe apontem o caminho para “o meio da rua”.

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  8. O que eu sei é que estive no centro de Braga numa quinta feira, com convidados da Alemanha e vi-me e achei-me para lhes explicar porque é que às 20h00 estava tudo deserto.

    Isso é o que sei. Isso e terem dito: mas se isto é assim bonito porque está deserto?

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