A Notícias Sábado de 13 de Outubro publica uma excelente reportagem sobre de Torcato Sepúlveda sobre a «Morte Lenta da Mítica Rua do Souto». De leitura absolutamente obrigatória.
No texto, são percorridos temas como a desertificação, a pouca diversificação do comércio e a morte nocturna do centro histórico, temas a que repetidamente temos dado eco. Além disso, são referidas as «demolições históricas», erros com que os bracarenses não aprenderam muito dado o historial dos últimos tempos.
Braga precisa de se deitar no divã. De reflectir acerca do passado e de projectar o futuro. De pensar maduramente sobre a agressividade com que a participação independente é recebida por alguns sectores. De ponderar acerca do papel que pretende assumir na Região do Minho e do Norte e da forma como pretende lidar com a hegemonia do Porto. Braga precisa de uns Estados Gerais. Vamos a isso?
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Pena este despertar com décadas de atraso. Trata-se de algo que já há MUITO se verifica. Existe aquele ditado popular "mais vale tarde do que nunca" que infelizmente não se aplica para esta situação. Braga já está num caminho sem retorno, uma desgraça o estado actual da cidade onde cresci. Culpa de todos nós, bracarenses, que nos acomodamos e deixamos isto chegar onde chegou.
ResponderEliminarCaro anónimo, o único caminho sem retorno é a morte física de um ser biológico!
ResponderEliminarDe resto tudo é possível, a reconstrução de monumentos e zonas históricas que na Europa se fez após a segunda guerra é a prova que tudo é possível!
Em Braga como outra qualquer parte do mundo é possível reconstruir algumas partes chave que foram destruídas com o “progresso de alguns”, é possível dar vida a zonas Nobres!
Temos que ficar mais exigentes com o poder politico, sair da casca que foram votas as pessoas durante anos. A cidade é de todos nos, por isso estou claramente a favor deste debate e a partir deste debate sugiro que se faça um movimento cívico (sem influencia partidária) para a defesa dos interesses da nossa cidade.
Movimento cívico e pensar-se que a cidade é de todos os bracarenses é pura ilusão. Um povo que deixa aquele homenzinho na câmara durante 30 anos a rebaixar diariamente o nome da cidade e dos cidadãos honestos, é claramente um povo que se desligou da cidade de Braga e nem está muito interessado no seu destino. Muita gente nascida em Braga já desistiu da sua cidade. Que será o que eu farei muito em breve quando deixar de morar aqui.
ResponderEliminarQuanta cegueira, quanta inocência.
ResponderEliminarBrga precisa é de um centro de estágios ou de uma academia da bola.
O resto são flores. Braga é bola, o resto não vale nada.
O que importa agora saber é se há Salvador.
eu estou lá!
ResponderEliminarde salientar que o senhor que lá está há trinta anos, só mantem o cargo à conta dos eleitores quen nao vivem em Braga "Cidade" mas sim em Braga "concelho". Há muitos anos que os moradores de Braga nao votam nele..
mas ele faz umas piscinas e asfalto nos caminho de cabras e Tadim, Arentim, Penso S. Vicente e Esporoes e ganha as eleicoes.
Caro Ivan,
ResponderEliminarNão diga essas verdades que ainda o chamam elitista...
O fenómeno da dsertificação dos centros históricos não é só de Braga mas comum a toda a Europa do pós guerra. Com a melhoria dos níveis de vida das populações , estas foram-se mudando para a periferia e os centros transformados em seviços, em parte devido ao fim das profissões exercidas em casa ou na porta da loja. Estivesse na Cãmara Mesquita Machado ou outro qualquer nunca poderia impedir o que são sinais do tempo moderno. Pode-se sim, e devido às carateristas da oferta no centro, atrair sempre moradores das minorias intelectuais: atistas, escritores actores... mas Braga não tem massa critica destas minorias para poder povoar o centro.
ResponderEliminarO senhor Almerindo ou não viaja ou anda a assistir ao canal errado na TV.
ResponderEliminarBasta circular por algumas das principais cidades europeias ou até em algumas cidades de média dimensão em Espanha, por exemplo, que facilmente poderá observar que grande parte da actividade cultural, turística e comercial está concentrada nos centros dessas cidades. Basta até ir aqui ao lado em Guimarães para constatar esta realidade com excelentes resultados. Existiu um êxodo residencial, sim, que foi bem substituído em algumas cidades por actividades comerciais e de lazer (o que não aconteceu em Braga). No entanto, mesmo nessas cidades, o dinamismo do centro atraiu, mais tarde, uma parte bastante interessante da população para habitar o centro.
O que menos sentido faz em Braga é o facto da câmara insistir numa enorme àrea pedonal para o centro mas nada faz para dinamizar esse mesmo centro. Pura incompetência. O resultado está à vista, o centro desértico todas noites e os bracarenses cada vez mais afastados do centro da sua cidade.
Sendo o centro ainda dos poucos locais belos em Braga, é constrangedor observar-se que os bracarenses hoje em dia se movimentam mais por regiões simplesmente horríveis como o Vale de Lamaçães, Piscinas, parte nova de S. Vicente ou região do Feira Nova.
Ainda um doido uma vez disse "É bom viver em Braga" :-)
Há muita gente jovem e menos jovem que gostaria de habitar no centro de Braga mas é mais rentável para as gentes da câmara urbanizarem novas regiões com prédios horríveis onde construiram verdadeiros guetos. Algumas das poucas casas que foram reformadas no centro foram "vendidas" a determinadas pessoas ligadas à Câmara sem nunca se ter assistido a um anuncio de venda ou aluguer dessas casas. Achei estranho, pois eu seria um potencial interessado. Quando soube que as casas estavam a ser reformadas, já estavam vendidas.
ResponderEliminarEstranho ou não é mais uma "à Braga"....
Próxima petição:
ResponderEliminarDesenvolver os estudos necessários a uma candidatura de Braga a Património da Humanidade.
ehehe, podem-me chamar o que quiserem!
ResponderEliminarem realção ao ponto sem retorno, já foi estudado o fenómeno das migrações cidade/arredores e vice-versa, e, pelo menos lá fora, é um fenómeno cíclico, que tem a ver com a qualidade de vida desejada e pela idade dos moradoresno centro. o que se faz é identificar as causas e combate-las. nesse aspecto, o qeu acnotece agora em Braga, já aconteceu em todo o mundo.
e por falar em elitismo, também é devido a ele que essa migrações acontecem. Um pouco por modas... É "bem" morar no centro, passados 20 anos é "bem" morar fora...
e acho que o nosso centro historico ainda precisa de muito mais para ser considerado património...
ResponderEliminarnão é por nós gostarmos que ele passa a ter relevância internacional.
Eu já estive em muitos centros históricos em todo o país e fora dele e digo vos uma coisa prefiro milhões de vezes o de braga do que o dessas cidades, vejam os exemplos lisboa, porto, coimbra, setubal, faro, santander, corunha,(espanha)vão ao de lisboa e digam me alguma coisa, não falem do de guimarães que não se compara em termos de dimensão com o de Braga. Braga tem que apostar num plano em que engloba muitas outras coisas para dar mais vida ao seu centro histórico que é transportes, os autocarros já não passam em algumas zonas do centro histórico, para os jovens esse é um factor importante, pode ser que se voltar o eléctrico faça se um plano de transportes para o centro histórico, políticas de rendas baixas, creches, e outros organismos que permitiriam fixar gente jovem na zona histórica.
ResponderEliminarVisitem o meu blog:
http://wwwbragablog.blogspot.com
Li a revista do DN na diagonal, mas não precisei dela para constatar a desertificação do centro histórico. Trabalho nele, sei o que nele se passa. É de facto um problema comum a todas as cidades. E a Rua do Souto não é a pior parte, muito pior é a D. Diogo de Sousa. Tirando a Praça Velha o centro está decadente. Culpa de quem? Não será apenas da CM de Braga, mas compete-lhe encontrar respostas para um problema. A verdade é que não há âncoras no centro. Um centro comercial quando abre procura lojas âncoras, lojas que atraiam gente. No centro o que há? A Sé, à noite está fechada. A Reitoria, ao público geral não interessa. A Arquivo, interesse restrito e diurno. Lojas até existem e de qualidade, mas restaurantes, bares que mantenham o interesse fora do horário comercial? Ao centro falta gente. Falta vida. A Arcada funciona como tampão. Dali para a frente poucos passam e os que passam somemte até à Justino Cruz. Ao centro falta uma âncora, algo que atraia gente. Uma Velha-a-Branca. Galerias, explanadas, etc. Só que não se iludam não será fácil. O tecido social do centro é complicado, os bares que abrirem não terão vida fácil. Coisas como o Palato tiveram que vencer a desconfiança dos vizinhos. Eu gostava de saber quantas vezes os defensores do centro o visitam. Quantas vezes animam o seu comércio com pequenas compras. Querem defender o centro? Comprem livros apenas na 100ª, Bertrand do centro, na Bracara, na Minho, etc. Recusem as lojas dos C. Comerciais. Não comam nas praças de alimentação e animem os pequenos restaurantes. Etc. Braga precisa é de pequenos gestos individuais, não de estados gerais de pompa e vaidade.
ResponderEliminarHá uma pequena frase de Almada Negreiros a que não resisto de citar de memória: "Quando eu nasci as palavras que haviam de salvar a cidade já estavam todas inventadas". Não basta saber as palavras, é preciso ter a coragem para as usar. Há um compromisso mínimo com discurso que é preciso assumir para provocar a mudança.
Excelente este último comentário. No entanto, não é só através de pequenos gestos dos cidadãos que o centro irá rejuvenescer. Embora seja essa a parte fundamental, os bracarenses é que têm que dar vida ao centro.
ResponderEliminarDou apenas um pequeno exemplo, o bar mais carismático e conhecido de Braga é sem dúvida o Deslize. Porque não abre durante a semana? Porque à meia-noite termina a música? Será que não se poderia encontrar uma solução junto do proprietário e vizinhança para se manter vivo um simbolo de Braga?
O Deslize é daquelas coisas que chama a juventude ao centro. Quer a juventude bracarense quer a de outras cidades em visita a Braga.
É só apenas um exemplo entre dezenas possíveis.
O Sr. anónimo que respondeu ao Sr. Almerindo citou um excelente exp. acerca da animação dos centros das cidades espanholas. Com certeza que se refere à orda de bêbados e vândalos que populam as calles dos centros à noite, carregados de sacos plásticos com bebidas alcoólicas compradas nos hipers, sociabilizando enquanto uivam, embebedando-se toda a noite, urinado em todas as esquinas, destruindo o pratrimónio público enquanto insultam a policia e os poucos moradores (que ainda os há).
ResponderEliminarDe manhã, bem... fica um cheiro nauseabundo, e um rasto de lixo que as brigadas camarárias e os bombeiros terão de remover com ajuda da força da àgua.
Sr. Almerindo, não me estava a referir a isso. O "botellon" - que é assim que se designa o que refere - até foi proíbido. Refiro-me ao que há de bom nas bonitas praças de muitas cidades espanholas: edíficios preservados, comércio de rua, restaurantes de qualidade, informação turística, bares apelativos etc. Nem é preciso ir-se a Madrid ou Barcelona. Basta ir-se a Salamanca, Valladolid, Corunha, Leon, etc para se verificar a animação e vida do centro histórico dessas cidades.
ResponderEliminarVoltando ao "botellon", aproveito para dizer: entre ver um centro histórico desértico propício à marginaliade e a atrair gente que não interessa ou ver um centro histórico com jovens reunidos em convívio, às gargalhadas e a beber umas cervejas - que venha o botellon!!!!
Retirado do blog "Da Braga e Arrabaldes". Sem dúvida que poderia ser um começo. Chamaria mais gente para o centro e evitava-se a degradação destes espaços:
ResponderEliminar"Li um texto teu bastante interessante sobre a dinamização em Braga de espaços comerciais/exposição de novos artistas. Braga neste momento tem uma quantidade significativa de centros comerciais/shoppings fantasmas: Galécia, São Lázaro, Santa Cruz, Lafayette, Rechicho, Avenida, Gold Center, etc etc Têm todos muitas mais lojas vazias do que ocupadas, em alguna casos estão pisos totalmente vazios.
Por que não reunir com a câmara e administração de uns destes shoppings e criar-se um conceito mais alternativo que pudesse de facto dinamizar esses espaços? Estão lá as lojas é só ocupá-las, desde que o preço fosse apelativo para poder chamar novos artistas/comerciantes. Alguns destes shoppings nem têm orçamento que cubra o condomínio. Não seria melhor alugar lojas mais baratas mas que permitissem a entrada de algum dinheiro e que dessem vida a esses espaços? Julgo que todos ficariam a ganhar.
Braga poderia ter o seu mercado Fuencarral como existe em Madrid."
Mercado Fuencarral:
ResponderEliminarhttp://www.topmadrid.com/2006/02/mercado-de-fuencarral-el-centro.asp
Braga precisa disto mesmo. Debates e uma população activa!
ResponderEliminarVamos lá a isso!
Até podíamos organizar encontros semanais ou bi-semanais, alternados pelos bares/cafés/esplanadas do centro.
ResponderEliminarCada encontro teria um tema relacionado com a cidade.
É uma ideia...
A blogosfera constitui sem margem para dúvidas para a discussão de temas pertinentes. Isto está a mexer muito com Braga..
ResponderEliminarQuem está no poder, certamente que não não se aprecebeu ainda desta evolução operada nos últimos anos, pois vive uma espécie de cegueira crónica.
No entanto, a maioria dos Bracarences continua iludida de que o MM só cai quando quiser. Esse é o tipo de discurso que convém a quem está no poder. Por outro lado, o exercício da cidadania em Braga, continua a ser arriscado....eu que o diga.
Para finalizar, deixo um poema de Bertold Brecht....dedicado a todos os que pensam que a democracia participativa é para os outros....
Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista
Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Bertold Brecht
Comércio alternativo em Braga?hahahaha ainda ninguém se mentalizou que Braga é apenas uma aldeia grande? :-)
ResponderEliminarBraga já não é uma aldeia grande mas a mentalidade de alguns bracarenses é ao nível da praça de uma paróquia. Infelizmente o problema de Braga são alguns bracarenses que permitem que eesta situação se mantenha....
ResponderEliminarQuando o Sr. Almerindo fala da noite espanhola referindo só bebados que destroem o que existe e incomodam os poucos residentes, ponho duas questões que a sua afirmação me levanta:
ResponderEliminarComo consegue a Espanha ter o segundo mais importante património arquitectónico do mundo logo depois da Itália?
Como perfazem, os poucos habitantes que ficaram na cidade de Barcelona 1600000 pessoas, ou seja, 1 milhão mais que Lisboa com a mesma área (aprox. 100 Km2)?