A Enorme Crise
© sinistro_portugal
É uma estranha crise, esta que nos assola. A mais severa desde a Grande Depressão, dizem. Portugal e o Minho não fogem à regra [1, 2, 3, 4]. Inúmeras notícias sobre a crise económica e social, com maior ou menor fulgor, entram pelas nossas casas adentro.
É por isso com alguma perplexidade que noto semelhante fé investidora em Braga. Uma fé que não é inabalável, mas que confia, imagino que em excesso, numa retoma económica a curto prazo. É certo que as obras já estão no terreno há algum tempo, mas à medida que ganham forma e que a perspectiva do fim da crise ainda não é líquida, torna-se ainda mais questionáveis do que eram dantes.
Uma coisa é certa, quem visitar Braga, não vê crise alguma. Entre hotéis, centros (e superfícies afins) comerciais, dois hospitais, um centro de investigação ultra-moderno, as demais obras municipais e a Universidade que parece estar imbuída do mesmo espírito do Betão, Braga não viveu nada assim nos tempos recentes. Daqui a uns anos vamos ver o que sobrevive.
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É engraçado...
ResponderEliminarSe não se faz nada e se não existe desenvolvimento critica-se. Se a nossa câmara consegue desenvolvimento, mesmo em contra-ciclo, critica-se!
Os elogios estão assim tão caros?
Ainda assim, parece-me que o ritmo construtivo abrandou muito. Para o bem, ou para o mal...
ResponderEliminarSobrevive Braga, porque demonstra arrojo, vitalidade e confiança no futuro ao contrário de muitas outras cidades e regiões que definham e soçobram, tolhidas no marasmo e pessimismo.
ResponderEliminarCaro anónimo, a câmara consegue desenvolvimento? O papel da câmara na esmagadora maioria das obras que mencionei é diminuto... é investimento privado. Mesmo nos públicos (um dos hospitais e universidade), pouco depende do que a CMB quer ou deixa de querer. Terá algum mérito, isso sim, no centro ibérico.
ResponderEliminarMas a crítica nem era à CMB. Neste caso o desenvolvimento, dos privados, é criticável. Poucos vão criar emprego qualificado, mas quase nenhum vai "produzir", sendo a maioria serviços ou comércio, sendo então vocacionados exclusivamente para o consumo. Cada um, individualmente, não será mau. Todos juntos, mais os que existem, é que se poderá tornar insuportável, pois não há quem consuma tanto, muito menos numa situação de crise e de elevado desemprego.
1.º - Não entendo porque, estando a Universidade a queixar-se de desigualdade de tratamento (em Coimbra não falta $ do QREN) para construir instalações para a sede da AA e Enfermagem, bem como requalificar edifícios no centro histórico de Braga, já sofra também de símdroma do betão.
ResponderEliminar2.º - Penso que perdeu uma boa oportunidade de encarar o fenómeno pelo prisma correcto:
Nunca em Braga se construiu tanto quando, curiosamente, para habitação de qualidade duvidosa não se constroi quase nada. Arrojo? Mais do mesmo? Mudança de paradigma? Afirmação de centralidade? Pano para mangas como vê...
Sim, esta crise é muito estranha e está para durar. Depois de todos os países ditos industrializados saírem da crise, Portugal lá continuará por razões estruturais do aparelho produtivo e da economia.
ResponderEliminarOutra crise ainda mais grave do que esta, (que está apenas adiada) e que virá logo a seguir, é a do “Pico do Petróleo”. A Europa e Portugal não se estão a preparar para a falta generalizada de combustíveis fosseis, e quando o petróleo atingir os 250 ou 500 dólares o barril, não haverá no mundo economia que resista.
Almerindo Margoto
Construção do "Espaço Braga" avança:
ResponderEliminar..."o licenciamento do Espaço Braga está quase concluído, o que permite que a obra arranque ainda em 2009 para ficar pronto em 2011."
Diário Digital 30/04/09
Caro El Salvador, o comentário em relação à Universidade relaciona-se mais com a construção no Campus de Gualtar. Quatro escolas e um pavilhão, nos últimos tempos, sendo que metade de um edifício (antigo) está em banho maria desde então, inutilizado (apesar de, desde o seu vagar, haver intenções concretas de o utilizar). O desperdício da UM chega a esse ponto.
ResponderEliminarQuanto ao 2º ponto, de facto era para ter incluído uma frase a frisar esse ponto. A construção para habitação, com ou sem qualidade, abrandou imenso, para dar lugar a estes investimentos. Mas vejo isso mais como um reconhecimento de que a procura diminuiu e que a oferta existente é vasta. Mas com planos para urbanizar outras zonas do concelho, nesta década que se aproxima vamos ver muitas novas habitações. Resta saber se haverá gente para lá viver.