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Escolas Médicas Portuguesas colaboram com Harvard

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O processo de colaboração entre as escolas médicas portuguesas e a Harvard Medical School conhece mais um passo decisivo ao longo da próxima semana.

A par da «produção e distribuição de conteúdos médicos para o público em geral», está prevista a «criação de programa de formação avançada e investigação biomédica, incluindo investigação básica, translacional e clínica.» De acordo com o documento divulgado pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia, o Professor Nuno Sousa, da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, integra a equipa encarregada de elaborar o programa de formação avançada e investigação biomédica, estando responsável pelo domínio da investigação clínica.

Esta colaboração com a Harvard Medical School contribuirá para a excelência do ensino e investigação médicos em Portugal. Deve salientar-se que, no âmbito de uma parceria com as universidades norte-americanas de Columbia e Thomas Jefferson, dois estudantes de Medicina da Universidade do Minho encontram-se já a desenvolver os trabalhos de Doutoramento no âmbito do Curso Integrado de MD/PhD em Medicina. Este programa, pioneiro em Portugal, foi lançado pela Universidade do Minho, onde é coordenado pela Professora Joana Palha.

7 comentários:

  1. Este é mais um passo do colonialismo americano. ao estabelecermos parcerias com Harvard eles depois "levarão" os nossos melhores alunos. retirando-nos aquilo que temos de melhor... os miolos.

    vendo pelo lado pessimista, já que nós não aproveitamos esse "cérebros" pelo menos alguém os aproveita, para bem (ou mal) da humanidade.

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  2. Está catita, mas a imagem é de um toque rectal, uma massagem prostática ou será uma preparação para a recepção à delegação?

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  3. O Chaves está em grande :D

    Parece-me óptima essa notícia :D
    A escola de ciências da saúde da UM sempre em grande.

    João Torres

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  4. Eu considero o aspecto bastante positivo, osso. Aliás, lendo o documento percebe-se claramente que o objectivo não é formar "cabeças" que fiquem nos EUA mas sim que voltem para cá para o desenvolvimento local de mais "cabeças". No documento em questão vem mesmo um exemplo bastante detalhado no caso da saúde pública.

    Pedro, apenas um reparo: este documento está disponível no site do Ministério há já algumas semanas. ;) Eu própria já o tinha lido há pelo menos 3 semanas...

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  5. Sara,
    em primeiro peço desculpa por não ter lido o documento. mas agora que o li, continuo a considerar que com estas parcerias o nosso país, por não apostar mais em investigação e na sua aplicação "comercial", perde sempre.
    Tenho um colega meu de curso que após 5 meses de férias, divididos por 2 anos lectivos, a investigar em Harvard, conseguiu uma bolsa de estudo (paga pelo estado português) para fazer um douturamento (vulgo PhD) em Medicina na Universidade de Harvard, após um convite desta.
    O que acontecerá depois? Ninguém sabe, mas não duvido que se ele for um dos melhores (como todos queremos que seja) que fique por lá a "fazer qualquer coisa". Agora pensando que é o estado português a pagar para se fazer investigação fora sem qualquer retorno garantido, acho mal (por muito orgulho que me dê ser um português que viva na China a ganhar um prémio Nobel ou outro qualquer).

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  6. Confesso que de todos os actos médicos disponíveis, ter sido colocada esta foto... é um bocadinho, de mau gosto, vá...
    Aparte disso, parece-me com certeza um belo tacho para os insuspeitos licenciados em Medicina pela UM (provavelmente merecido) mas uma mera jogada de marketing já que em termos de retorno directo ou indirecto nada de novo trará. Provavelmente, como de resto já foi referido, uma bela oportunidade para os US colocarem em cativeiro mais alguns dos talentos desta Europa hoje e sempre (leia-se pós grande guerra) espoliada dos grandes valores humanos.
    Cumprimentos

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  7. Por muito tentados que estejamos ao criticismo, em tempos de depressão social, penso que atravessamos momentos de regozijo para o nosso povo e nação em geral.
    Esta iniciativa da ECS é um exemplo pequeno disso

    Osso,
    concordo consigo quando afirma que investir em formação sem ter garantias de retorno por parte do governo é no mínimo má gestão. Aproveito para esclarecer, no entanto, algumas diferenças com a realidade.
    Não podemos ver o investimento nos programas de doutoramento no estrangeiro como dinheiro sem garantia; durante as décadas de 80 e 90 foi a forma de garantir a formação de um conjunto de investigadores em centros de investigação de referência. Desta forma criou-se uma cultura e identidade de exigência e qualidade que demorou, mas trouxe os seus dividendos: institutos como o IMM, IBMC/INEB, IPATIMUP, IGC,têm elevado os padrões da ciência feita em Portugal, com clara projecção na literatura internacional. Estes institutos são "motorizados" por muitos dos "cérebros" que foram para fora e voltaram. Aliás a ideia generalizada de que os investigadores ficam fora não é de todo real. A maioria dos investigadores pensa voltar a Portugal e envolver-se em projectos próprios; viver sob os padrões que conhece; não se sentir um estrangeiro a maior parte do tempo; e a maioria tem orgulho patriótico por mais estranho que pareça.
    Outro aspecto, é que os financiamentos são neste momento condicionados, nomeadamente, a obrigatoriedade de realizar parte dos projectos em laboratórios nacionais (ou então abdicar de uma parte da bolsa!). Não é perfeito mas é uma evolução evidente no panorama científico nacional.

    Mas o aspecto mais preclitante dos bolseiros é a precariedade da sua ocupação (profissão). Pois embora tenhamos profissionais, licenciados e especializados a realizar trabalho especializado, a opinião pública generalizada e a consciência política é de que se tratam de "estudantes". Daí resulta que os bolseiros em Portugal não têm direito a férias pagas, não pagam impostos e por isso não podem descontar para uma reforma: em suma, em termos profissionais não existem! Este é um panorama aterrador para qualquer jovem em início de carreira, e é necessário uma força de vontade grande para seguir este projecto de vida.

    Quanto ao projecto que a ECS está a desenvolver visa possibilitar a alunos desenvolverem projectos de doutoramento em universidades americanas terminando posteriormente o curso em simultaneo com o doutoramento em Portugal. É óbvio que sempre há a possibilidade de os alunos rumarem para fora; a mais valia é trazerem know-how e sobretudo uma cultura de investigação consequente para a Medicina portuguesa, uma área que sempre foi vista com alguma relutância e desprezo pelos médicos.

    Não me parece justo que se critique o investimento em ciencia de qualidade quando há tantos doutoramentos, realizados neste país, em várias áreas do conhecimento, feitos de inquéritos e "copy-paste" de textos de terceiros, cujo interesse científico é muito questionável.

    Embora os vários governos tenham cometido erros ao longo dos anos, também é de realçar o muito de positivo que se tem desenvolvido e de como temos crescido.

    O facto de uma universidade prestigiada como Harvard se associar à nossa comunidade científica é uma validação da qualidade da ciência portuguesa.

    Devemos ter orgulho no que somos e fazemos, e compreender que o primeiro passo para melhorarmos a nossa situação é mudar a atitude perante os desafios, não lamentar o que não temos.

    Bem hajam

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