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Reorganização da Direita?

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A subida do CDS-PP é um motivo de preocupação para o PSD. Foi em parte graças à descrença na figura da Ferreira Leite e ao desnorte com que o PSD nos presenteou nos últimos anos que o CDS-PP encontrou margem para subir. Quando escrevi isto, ainda não se conhecia a real dimensão dos resultados. A maior "habilidade política", como lhe chamou o Pedro Morgado, a boa campanha que fez, como referiu o Bruno Gonçalves, e, acrescento eu, a melhor e mais coerente oposição ao governo, quando comparado com o PSD, foram factores-chave para este resultado. O autêntico bluff que a Manuela Ferreira Leite revelou ser (para quem ainda não o tinha percebido) ajudou de sobremaneira.

E é motivo de preocupação, pois o PSD foi ao tapete. Pode-se levantar, mas se não o fizer neste espaço de quatro anos, fica K.O., abrindo o espaço da direita ao CDS-PP. A avaliar pela enorme instabilidade interna dos últimos anos e pela dificuldade de encontrar um líder que seja pacífico para os "vários PSDs", este deverá mesmo ser um sério motivo de preocupação. Pese embora existir a possibilidade do Pacheco Pereira ter apreendido a lição com a derrota da sua líder e se abstenha de, no futuro, procurar fazer cair líderes, como fez com Marques Mendes e Filipe Menezes.

A não demissão da Ferreira Leite também será um motivo de preocupação acrescida. Sendo certo que começa agora um ciclo de quatro anos, pode suceder que não se dê apenas um êxodo de votantes para o CDS-PP, mas também de figuras que lá venham a encontrar um partido com o qual se identificam (e, seguramente, muitos haverão no PSD), enfraquecendo o PSD e fortalecendo o CDS-PP. Quanto mais tempo o PSD demorar a encontrar-se, pior para o PSD. Em bom português: o PSD que se ponha a pau!

12 comentários:

  1. Penso que a questão MFL será resolvida após as eleições autárquicas. É uma questão de estratégia eleitoral para o partido não passar uma campanha eleitoral sem líder.

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  2. Creio que sim. Mas ainda assim coloca-se a questão de saber se o PSD vai encontrar o norte.

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  3. Nunca. O CDS-PP nunca há-de passar o PSD. Estás tolo?

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  4. PSD é um vencedor destas eleições.

    Concorreu para perder e conseguiu!

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  5. Anónimo,

    «O CDS-PP nunca há-de passar o PSD. Estás tolo?»

    Não disse isso. Mas tendo em conta que o PSD é um partido que sempre teve várias facções, pode acontecer que alguns elementos mudem de barco, com o passar do tempo. Já lá vão quatro anos e se não se vislumbrar solidez nos tempos próximos... Se tal acontecer, uma subida para perto dos 15% é uma possibilidade. Em todo o caso só acredito nessa possibilidade, se o PSD teimar em andar à deriva, em guerras internas. Não é mais do que um cenário que coloco.

    António,

    Qual o problema do "haverão"? É certo que já há alguns. Haverão mais.

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  6. Brincadeiras parvas (recebido por messenger)

    http://tinyurl.com/yeq4efm

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  7. Agora o fim do cavaquismo - mais uma vez o relógio bate pelo Sr. Silva.
    No PSD, a renovação, se não vier de dentro, virá de fora.

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  8. O problema é que o blog está a precisar de uma comissão de gramática...

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  9. António,

    Desculpe, mas "haverão" está correctíssimo. É do futuro que falo.

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  10. Jorge,

    Sai uma gramática para o anónimo do costume ;)

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  11. Eu sei que, no futuro do indicativo, existe a conjugação referida, mas, perdoe-me, no contexto em que o termo aparece, de forma nenhuma se pode dizer que se fala no futuro. Releia cuidadosamente o que escreveu e, certamente, verá que assim é.
    Cumprimentos

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