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Mais 4 Anos Socialistas

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Passados 4 anos de uma desastrosa política socialista, um Primeiro-Ministro com tiques autoritários como nunca antes visto e sem qualquer reforma significativa realizada após 4 anos de mandato, a reeleição de José Sócrates é uma má notícia para Portugal e para todos os que ansiavam por uma mudança de líder, uma mudança de política e a rejeição dos sucessivos ataques às liberdades dos cidadãos e da liberdade de imprensa, que este governo demonstrou sem qualquer pudor.

A derrota clara do PSD, um péssimo resultado, não deixa a Manuela Ferreira Leite qualquer solução que não seja a sua demissão. Perante este PS, perante este governo, perante este Primeiro-Ministro, esta derrota é devastadora. Amanhã poderemos discutir as causas deste resultado. Neste momento, é com pena que vejo MFL recusar-se a assumir a responsabilidade desta derrota com a sua demissão. A sua liderança é neste momento insustentável.

O crescimento do Bloco de Esquerda, mais que duplicando o número de deputados no parlamento deve assustar qualquer eleitor moderado. Um partido composto por marxistas, maoístas e trotskistas conseguir cerca de 10% dos votos é um caso inédito na Europa e é certamente preocupante.

Esta noite, muito infeliz para o país na minha opinião, certamente tem algumas notícias que são reconfortantes. É certo que o PS não atingiu a maioria absoluta, uma pequena, muito pequena vitória da oposição. A boa notícia é o crescimento do CDS, aparentemente a terceira força política. Foi o partido que realizou a melhor campanha, que defendeu boas ideias em várias áreas e que merece o resultado que obteve.

25 comentários:

  1. "O crescimento do Bloco de Esquerda deve assustar qualquer eleitor moderado."

    Cuidado que ouvi dizer que raptam crianças para as sacrificar no aniversário da revolução de Outubro, querem plantar bananais por todo o país em honra a Cuba e Venezuela e vão fazer do mandarim lingua oficial.

    Eles andam aí- muito cuidado...

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  2. O Bloco de Esquerda não é composto, actualmente, por uma maioria de "marxistas, maoístas e trotskistas", lamento contradizê-lo. Embora tais correntes sejam, de facto, importantes nas suas raízes históricas. O que há de marxismo, maoísmo e trotskismo no BE de hoje já foi muito depurado por ideias de tolerância, democracia e liberdade, negando qualquer género de totalitarismo. Convido-o a ir a algumas reuniões do Bloco.

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  3. Caro Manuel Anastácio,

    Tolerância, democracia e liberdade. Bonitos valores, mas que no programa do BE encontram eco apenas num restrito número de temas. Não me parece que nas reuniões do bloco fosse aprender muito, mas enfim...

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  4. Leu, com certeza, o programa do BE com olhos toldados por preconceito (o que é natural, tendo em conta a contra-informação que grassa por aí).

    Quanto às reuniões: não era para aprender. Era mesmo para ver de que material são feitos os perigosos trotskistas-maoístas (que os há: e que andam um tanto ao quanto - quero eu dizer, totalmente - avessos à política que define o BE de agora)...

    Não se aprende nada em reunião alguma. As transformações ocorrem apenas no interior de cada um. Mas se a referência não é o todo, não nos serve de muito a mudança.

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  5. Ah: se no programa do Bloco estes valores encontram eco apenas num restrito número de temas... fico em pulgas para saber em que temas é que eles encontram algo mais do que um eco de um eco de um eco no caso dos PS, PSD, CDS e... também, da CDU...

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  6. Li apenas certas partes do programa BE (divertidas por sinal, devo dizer), mas não me parece que o tenha analisado toldado por preconceito. É ou não é verdade que o Bloco perderia metade das suas bandeiras eleitorais se Américo Amorim saísse do país? É ou não verdade que o Bloco dá-se mal com a propriedade privada? Só para citar dois exemplos.

    É certamente bonito falar em liberdade em causas fracturantes, mas infelizmente, tal é reduzir esse tema de forma atroz e claramente incoerente. Mas isso já não surpreende no bloco.

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  7. Estamos perante noções diferentes de liberdade. O Bloco dá-se mal com a liberdade de roubar para o bolso de poucos aquilo que é de toda a justiça que seja de todos: saúde, educação, energia, cultura... A propriedade privada conquistada dentro dos valores da justiça social, sem esquemas financeiros criminosos, é um valor que é defendido pelo actual Bloco de Esquerda. No dia em que não for, o Bloco perderá o apoio que tem da maioria dos actuais militantes.

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  8. Peço desculpa, mas não sou eu que estou a confundir conceitos. Para mim não faz sentido falar em liberdade de roubar. Roubar é punido pela lei, e como tal é um caso de justiça. Bem como a invasão e destruição de propriedade privada, seja ela com milho transgénico ou não, outro grande conceito de liberdade que o bloco certamente tem. Para mim é elementar que o cidadão comum tenha a liberdade para administrar a sua propriedade privada sem ter que se preocupar que um governo, lembrando os tempos do PREC, procure a todo o custo nacionalizações ou que esteja solidário com vândalos que cometam um acto ilegal.

    O Manuel Anastácio fala em "excepções" quando aplicadas "dentro dos valores da justiça social", sem "esquemas financeiros criminosos", seja o que isso for. Estes moralismos e falsas acusações de ilegalidade, provêm de um partido cujo líder criticou o sector privado da Saúde, insultando todos os lá que trabalham, dizendo que não pode ter respeito pelos serviços prestados, dado que apenas possuem como objectivos ganhar dinheiro.

    Grande parte do apoio do bloco hoje em dia será perdido no dia em que os seus apoiantes compreendam o radicalismo das suas ideias (o facto da comunicação social começar a analisar as propostas do bloco pode ser um bom começo). Ou então quando Américo Amorim sair do país. O pior que podia acontecer ao Bloco era não ter pessoas abastadas para taxar, de modo a justificar o custo das nacionalizações, segurança social e por por aí além...

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  9. Impressionante a não percepção das incompatibilidades entre a aplicação das doutrinas expressas nos objectivos programáticos do BE e a resolução dos problemas de desenvolvimento do País.Adviria,sim,a destruição do que já há de qualidade de vida com o resvalar para um país de serviçais de um poder paranóico/criminoso.

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  10. Bem, caro Bruno:

    Creio que tenho de dar o braço a torcer e pode levar a bicicleta. Sou trotskista, estalinista, o que quiser. Cabe-me a mim, com a minha consciência, defender aquilo que há de moralidade nessas doutrinas primárias (estalinismo não é bem uma doutrina, é mais uma doença... foi apenas uma figura de estilo).

    A propriedade privada é um valor a defender quando não é imoral. E o uso de muita propriedade privada é imoral quando põe em causa a dignidade da população no seu todo.

    Prefiro que todos os portugueses tenham direito a uma vida digna que ter uma dúzia de Américos Amorins. Não tenho dúvidas que muito haverá a mudar também nas mentalidades do Bloco, mas acredito (é uma questão de crença, sim - mas a verdade é que no seu caso, ou no do Bispo - bom nick, sem dúvida, e que sustenta a minha tese - não é muito diferente) acredito que desde que um partido se mantenha aberto a críticas de todos os quadrantes políticos, permitindo a livre expressão do pensamento, a evolução para um sistema mais justo estará sempre garantida.

    A propriedade privada não pode, moralmente, ser utilizada para pôr em causa a saúde pública e ambiental - e sim, todos devem têm a obrigação moral de agir contra a lei quando a lei é preversa e serve apenas para sustentar interesses de minorias abastadas e hipócritas que se julgam donas da moral e que julgam que são a única forma de dar meios de dignificação àqueles que exploram. Sei de um Américo Amorim, que não tem este nome mas que também é bastamente conhecido, que propõe pagar aos seus empregados em recibos verdes (apesar de ser ilegal, nos moldes em que o emprego é proposto) ou, então, em géneros a serem adquiridos na sua cadeia de supermercados. Sou trotskista, então, porque me insurjo contra esta falta de vergonha de quem julga que a sua propriedade privada os iliba de terem vergonha na cara. Se, como o Bruno sustenta, isto são falsas acusações e "moralismos", eu sou um moralista trotskista, ou lá o que isso seja. Se Américo Amorim sair do país - e vou ser radical e trotskista, agora, mas não posso ser muito diferente, perante a realidade de pouca vergonha que essa gente tem - serei o primeiro a aplaudir a saída, ainda que sinta que tal regozijo seja imoral, já que Américo Amorim é um ser humano, digno de ser tratado como tal. Contudo, sou também um ser humano que se indigna. E se sou um ladrão trotskista esse senhor é outro género de ladrão. Mais graúdo. Mas não menos ladrão, que vive de parasitar uma multidão de explorados onde se incluem todos os portugueses, na forma de um negócio em tudo vantajoso para ele, mas em nada vantajoso para a multidão de pessoas que são explorados pela plutocracia defendida pelo Bruno e pelo Bispo, que sustentam que só apaparicando vampiros é que resolvemos os problemas de desenvolvimento do país.

    Segundo as vossas palavras, só me resta dizer: levem a bicicleta. Sou trotskista. Perigoso. Não aceito que haja quem se espoje no luxo quando tantos contribuem, cegamente, para sustentar esse luxo sem poder pagar material escolar aos filhos e sem poder pagar os medicamentos que necessitam para viver mais um dia nas suas casas com a electricidade e água cortadas por falta de pagamento. Melodramático? Talvez. Trotskista? Se sim, sou-o. Com muito orgulho.

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  11. Peço desculpa por alguns erros ortográficos como "preverso" e algumas frases mal construídas. Foi do calor do discurso.

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  12. Ah: esqueci-me do mais interessante... e hilariante: aquele dos "serviçais de um poder paranóico/criminoso". Muito engraçado. Tenho de pôr nos favoritos.

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  13. Caro Manuel Anastácio, quando o seu calor do discurso tiver passado, volte a ler o que escreveu e depois pense lá porque razão eu e outros moderados (nem refiro que tenham que ser de direita como eu), só possam concluir que a ideologia do bloco para além de ser um mix incoerente, é um mix radical e nocivo à construção de um verdadeiro estado de direito. Está tudo nas suas palavras e na defesa do indefensável.

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  14. Manuel Anastácio quer pôr nos seus favoritos "país de serviçais de um poder paranóico/criminoso". Faz bem. Para se lembrar da Albânia de Enver Hoxha,p. ex. Eu sei que é trotskista e este aparte não lhe é dirigido. Mas é para muitos quadros do BE (leninistas,estalinistas,maoistas)inimigos declarados ou encapotados do trotskismo. O BE não oferece confiança como força política enquanto não definir a sua ideologia estruturante: escreve um "Bispo" ateu e iconoclasta "nickado" ao nº1419 que não é data mas é relevante na sua vida de resistente antifascista.

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  15. Diria o mesmo da vossa forma de pensar. Onde não há calor algum, mas apenas frio calculismo. Não nego que os exemplos de esquerda institucional que temos tido têm sido desgraçadamente nocivos e indignos (por isso é que defendo o actual Bloco de Esquerda que mantém a promessa de jamais deixar de ser democrático, ou seja, jamais se institucionalizar como máquina de estado repressiva e autoperpetuadora. Mas a direita e a vossa moderação ("és morno, vomito-te", já dizia o Apocalipse) é apenas apanágio da indiferença perante os problemas reais das pessoas. Peço desculpa, mas, sendo sempre crítico em relação ao Bloco, sou ainda mais em relação à vossa apologia do egoísmo, essa sim, a defensa do indefensável.

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  16. Diz o Bruno Gouveia Gonçalves que nos últimos quatro anos tivemos "...um Primeiro-Ministro com tiques autoritários como nunca antes visto...". Ai sim? Não sei que idade tem o Bruno, mas lembra-se de um primeiro ministro que raramente tinha dúvidas e nunca se enganava? Pois, o mesmo que queria processar deputados por declarações feitas na Assembleia da República!! Lembra-se? Ou também é daqueles "asfixiados" que precisa de ir à Madeira para respirar à vontade?

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  17. Sim... por mais que deteste o Sócrates, tenho de dar razão ao Luís.

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  18. "Apologia do egoísmo e frio calculismo." Bom, não tarda nada e o mito de comer criancinhas pertencentes aos comunistas passa a ser propriedade da direita... (Já esteve mais longe, julgo).

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  19. Luís Vicente, os tiques autoritários de Cavaco são bem conhecidos, mas sou da opinião que o discípulo Sócrates conseguiu superar o mestre na matéria, é simples.

    Quanto à Madeira e a respectiva asfixia insular, Alberto João Jardim convive há mais de 30 anos com o maior jornal da ilha que lhe é crítico. José Sócrates não ultrapassou os 4 anos. Não estou aqui para defender o regime e o que se passa na Madeira, apenas dou um exemplo que na matéria há muita ignorância e pouco conhecimento do contexto.

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  20. Caro Bruno,

    Em sua opinião,nos últimos 4 anos tivemos "um Primeiro-Ministro com tiques autoritários como nunca antes visto".

    Não sei que idade tem, mas lembra-se de um primeiro-ministro que raramente tinha dúvidas e nunca se enganava? Que trabalhava pelo país enquanto os políticos se entretinham a intrigar? Que considerava os outros órgãos de soberania como "forças de bloqueio"? Que queria pôr processo as deputados pelas declarações que eles proferiam na Assembleia da República? Lembra-se? Ou será que é daqueles que "asfixia" no continente e precisa de ir à madeira de vez zm quando para respirar bem?
    Luís Vicente

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  21. Peço desculpa por ter repetido inadvertidamente o comentário.

    Oh Bruno,desculpe lá, mas dizer que "Alberto João Jardim convive há mais de 30 anos com o maior jornal da ilha que lhe é crítico" é demais...que magnânimo, não é? Afinal, o homem podia acabar com o tal jornal em dias (se pode proibir deputados eleitos de entrarem no parlamento regional...)e não o fez. Que democrata. Tem razão, eu ignoro "o contexto" da Madeira...Desculpe lá, mas mais parece um discurso de dinossauros comunistas sobre Cuba e o Fidel...

    E o Sócrates acabou com que jornal? Com o Público que passou anos a malhar nele e que se prestou a sórdidas cabalas e quando lhe descobriram a careca o director veio dizer que era espiado pelos serviços secretos?

    Eu também não gosto de algumas atitudes do Sócrates e nunca aceitarei que ele ou alguém queira calar a imprensa que discorda dele...mas, por favor, não compare alhos com bugalhos...

    Quando Sócrates diz que vai pôr um jornalista em tribunal por difamação, pode-se discordar politicamente, mas trata-se de violar a liberdade de imprensa, como disse o inefável JMFernandes em tempos ("ameaças ilegítimas", considerou)? Quando ele diz que o telejornal da Manuela era uma caça ao homem, mentiu?

    Acho que o Bruno ainda não percebeu porque é que a Dra Manuela levou o banho que levou? Asfixiaram-na, talvez?

    Luís Vicente

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  22. M.Anastácio: que saudades tenho do "calor", do não "calculismo"! Talvez se note que sou um "leão ferido" pelos tais "exemplos... desgraçadamente nocivos e indignos". Mas não navego"na indiferença perante os problemas reais das pessoas".Luto, todos os dias,para tentar resolver alguns deles. Acredite que é verdade. O egoismo social não mora por aqui. Deixei de ser maximalista.Luto pelo óptimo mas não desisto se só alcançar o suficiente;também na política. E não me conote com a direita. "Vade retro!"

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  23. Luís Vicente,

    Era apenas um exemplo, pois certamente há quem julgue que não deve haver jornais críticos de AJJ na Madeira, e muito menos, que seja logo o que mais vende Nada mais. A Madeira está longe de ser perfeita no tema, bem como está longe de ser o que se pintou nesta campanha.

    As minhas críticas a José Sócrates não foram certamente pelos processos de difamação que ele colocou, embora certamente mostre bem que tipo de político ele é dado ao efectuá-los (basta ler o texto de JMT). Quando Sócrates ataca o Público e a TVI no parlamento, no congresso socialista, de forma sucessiva, a estratégia não podia ser mais óbvia. Caça ao homem? Foi a TVI e o Público que criaram o processo Independente e Freeport. As suspeitas de corrupção de um PM não devem ser investigadas? As pessoas com cartão rosa andam muito sensíveis ao jornalismo. No tempo de Santana Lopes não estavam assim. Pena.

    Quanto ao banho da Dra. Manuela Ferreira Leite tenho bem consciência das razões e não foi certamente apenas o tiro no pé da asfixia democrática (um bom tema que foi completamente inutilizado com a desastrosa ida à Madeira). Começou bem mais cedo com as listas de deputados e certamente com a recusa de cortar com o Cavaquismo no partido. E poderíamos continuar a reflexão por aí adiante.

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  24. Bispo: não desistir, mesmo que se consiga só o suficiente é meritório. Mas não sei o que seja isso de maximalismo. Ou lutamos pelo melhor mundo possível (ouvindo e pesando as críticas contra os elementos nocivos que as nossas ideias possam acarretar, sem dúvida), mas jamais ficar contente com a injustiça que persiste numa sociedade que aceita que milionários continuem a explorar os mais pobres, que são aqueles que fazem, todos os dias, a sua fortuna, viverem sem o mais básico dos básicos para uma vida digna. A taxa das grandes fortunas representa o quê para os bolsos destes??? Nada. Ninguém os vai expropriar dos seus carros topos de gama, ninguém lhe vai ocupar os campos de golfe nem os hotéis de cinco ou seis estrelas!... Todos devemos fazer o bem em termos individuais, como depreendo que o faça, e dou-lhe os meus parabéns e reconhecimento se assim é. Mas isso não implica deixarmos de lutar, politicamente, por leis e medidas do estado mais justas para todos. Não podemos pensar que basta existir um Nabeiro (milionário que muito prezo) filantropo. A filantropia é boa, muito boa. Mas não chega.

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