Por que motivo as farmácias trocam um medicamento genérico por outro que custa ao doente e ao Estado exactamente o mesmo preço? No interesse do doente ou no interesse do negócio?
A resposta é simples. Se o sr. Pedro Morgado tivesse uma Farmácia, eu perguntava-lhe se tinha algum armazém gigantesco incorporado onde pudessem caber os milhares de genéricos existentes no mercado. Como é obvio, não existe espaço, nem a intenção de ter stocks gigantescos do mesmo produto. Eu ganho o mesmo, trocando genérico por genérico.
Pedro, explique-me por favor uma coisa: o que distingue, clinicamente falando (ie, deixando contabilidade e política de fora), os medicamentos genéricos dos outros?
Porque se são iguais, não percebo o problema da troca entre eles. Se não são iguais, então a mentira de que tanto valem uns como outros deve/tem que ser desmistificada!
defendo genéricos, uso sempre que posso genéricos, já perguntei ao meu médico várias vezes, no momento da prescrição se seria possível usar genérico. já fui medicado para um tratamento apenas com genéricos, sendo que um era da ratiopharma e outro da alter.
em relação à similaridade dos mesmos, nunca ninguém questionou, com fármacos de marca, porquê determinada marca com um princípio activo, quando outros laboratórios também usam o mesmo DI.
porquê receitar prozac, quando o digassim tem o mesmo princípio activo? acho que a questão não pode abranger apenas os genéricos, também há marcas a fabricar os mesmos compostos sobre designações comerciais diferentes. qual a razão de um médico preferir um laboratório a outro?? em relação a supostos interesses, como explicar o facto de um médico, na mesma receita, prescrever ratiopharma, pfizer, labesfal e glaxo?
acreditando na boa fé, presumo que seja porque mesmo com princípio activo igual, há diferenças inerentes na qualidade final. e aplica-se a todos os medicamentos, genéricos ou não.
«Há genéricos que vos dão viagens e margens de 100%... digam a verdade...» Quanto às viagens, o melhor é bater no consultório do médico(s) que apenas prescrevem marcas e não entrar pelos laboratórios de genéricos (embora no passado tudo tenha sido muito mais grave). No que às margens de 100% diz respeito, até posso adiantar que se praticaram margens de 300%... mas porque será que esse laboratório faliu há meio ano?
Quanto aos tipos de medicamentos, temos 3:
- o original... o primeiro a sair para o mercado com aquela substância activa, ou o primeiro que o conseguiu demonstrar ao INFARMED... isto porque nem sempre o primeiro a sair para o mercado é o medicamento de referência;
- as cópias... os medicamentos de marca que saem para o mercado quando cai a patente de uma determinada substância activa... e que até se podem demonstrar mais eficazes:
- e os medicamentos genéricos... em que a substância é a mesma do med de referência e da cópia, mas como não passou pelo processo de desenvolvimento químico e farmacêutico (a patente já caiu, daí que não existam med genéricos para fármacos recentes) tudo é mais barato. A diferença está essencialmente a nível do "corpo" do produto (excipientes) e no processo de fabrico, mas no final, todos os med com a sigla MG têm de ser bioequivalentes e com eficácias de pelo menos 95% quando comparados com o med de referência. Quem continua a afirmar que a eficácia não é mesma (ex. Ordem dos Médicos) acaba por estar a difamar o INFARMED que avaliou cada um destes medicamentos antes da entrada no mercado.
Ou seja, não vejo porque se continua a prescrever por marca comercial... e porque se continua a possibilitar a escolha de um lab de genérico pelo médico, até porque genérico é genérico... e a meu ver até só deveria haver um para cada substância activa... sugestão: faça-se um concurso público para cada SA de modo a que num determinado período de tempo o genérico seja do laboratório x... ao final desse tempo novo concurso... e isto para cada fármaco ou grupo de fármacos. É tão simples resolver o problema... acaba-se com a prescrição por marca, têm fim os problemas de transparência das farmácias e no final só fica a faltar a venda, não digo em unidose, mas ao blister (quantidades mais pequenas) de comprimidos.
Nos 6 meses que precederam a introdução dos medicamentos genéricos no mercado, o valor dos medicamentos não genéricos subiram em média 4x o valor inicial, por mote próprio das farmácias. É fácil verificar isto nos registos das farmácias. Esta acção foi totalmente independente de qualquer prescrição médica. Apenas com o intuito de compensar a margem de lucro que os farmacêuticos iriam perder com a introdução dos genéricos.
Os estudos de biodisponibilidade e bioequivalência são traiçoeiros.
Quando um genérico é introduzido no mercado a única coisa que o INFARMED (essa grande instituição [des]reguladora!) exige é que o fármaco tenha a mesma biodisponibilidade do que o comercial. Ou seja, que após uma administração oral (ou seja tomar um comprimido), na maioria dos casos, o fármaco atinja a corrente sanguínea em quantidade semelhante ao do comercial. Isto não quer dizer que a) o fármaco chegue em períodos de tempo equivalentes e b) o éfeito biológico seja idêntico. Para obviar esses factos seria necessários estudos de bioequivalência e, mais importante do que tudo, ensaios clínicos randomizados e duplamente cegos para comparar a eficácia de um fármaco com outro. Ora estes dois tipos de estudo não são exigidos e são super-hiper-mega-caros! Ora isto não dá jeito a ninguém e atrasa a comercialização dos genéricos.
Ter uma farmácia é uma mina de ouro. Tá tudo dito!
Deveria de haver mais concorrência para haver melhores preços. Os desgraçados dos doentes, muitas vezes pobres, andam a patrocinar milhões aos farmacêuticos.
É tão bom que há quem dê 300 mil contos = 1 milhão e 500 mil euros por uma farmácia mal acabe o ensino superior.
O interesse dos médicos ou das farmacias?
ResponderEliminarPedro
ResponderEliminarvai ver que a esta pergunta não vão surgir tantos/as interessados/as em responder com tantas certezinhas....
Esta preocupação com os gastos dos utentes pela ANF é muito estranha!
ResponderEliminarE se a preocupação é assim tanta, porquê não vender os medicamentos às unidades prescritas pelos médicos!
Quantas vezes já nos aconteceu tomar 6 comprimidos de uma caixa de 20!
A poupança de certeza que seria maior!
A resposta é simples. Se o sr. Pedro Morgado tivesse uma Farmácia, eu perguntava-lhe se tinha algum armazém gigantesco incorporado onde pudessem caber os milhares de genéricos existentes no mercado.
ResponderEliminarComo é obvio, não existe espaço, nem a intenção de ter stocks gigantescos do mesmo produto. Eu ganho o mesmo, trocando genérico por genérico.
Ganham o mesmo??? LOL.
ResponderEliminarHá genéricos que vos dão viagens e margens de 100%... digam a verdade...
e porque escolhem ter stock de apenas UM laboratório de genéricos?
ResponderEliminarPedro, explique-me por favor uma coisa: o que distingue, clinicamente falando (ie, deixando contabilidade e política de fora), os medicamentos genéricos dos outros?
ResponderEliminarPorque se são iguais, não percebo o problema da troca entre eles. Se não são iguais, então a mentira de que tanto valem uns como outros deve/tem que ser desmistificada!
defendo genéricos, uso sempre que posso genéricos, já perguntei ao meu médico várias vezes, no momento da prescrição se seria possível usar genérico. já fui medicado para um tratamento apenas com genéricos, sendo que um era da ratiopharma e outro da alter.
ResponderEliminarem relação à similaridade dos mesmos, nunca ninguém questionou, com fármacos de marca, porquê determinada marca com um princípio activo, quando outros laboratórios também usam o mesmo DI.
porquê receitar prozac, quando o digassim tem o mesmo princípio activo? acho que a questão não pode abranger apenas os genéricos, também há marcas a fabricar os mesmos compostos sobre designações comerciais diferentes. qual a razão de um médico preferir um laboratório a outro?? em relação a supostos interesses, como explicar o facto de um médico, na mesma receita, prescrever ratiopharma, pfizer, labesfal e glaxo?
acreditando na boa fé, presumo que seja porque mesmo com princípio activo igual, há diferenças inerentes na qualidade final. e aplica-se a todos os medicamentos, genéricos ou não.
mas eu não sou médico nem farmaceutico....
E cá vou eu entrar na discussão!!! :P
ResponderEliminar«Há genéricos que vos dão viagens e margens de 100%... digam a verdade...»
Quanto às viagens, o melhor é bater no consultório do médico(s) que apenas prescrevem marcas e não entrar pelos laboratórios de genéricos (embora no passado tudo tenha sido muito mais grave). No que às margens de 100% diz respeito, até posso adiantar que se praticaram margens de 300%... mas porque será que esse laboratório faliu há meio ano?
Quanto aos tipos de medicamentos, temos 3:
- o original... o primeiro a sair para o mercado com aquela substância activa, ou o primeiro que o conseguiu demonstrar ao INFARMED... isto porque nem sempre o primeiro a sair para o mercado é o medicamento de referência;
- as cópias... os medicamentos de marca que saem para o mercado quando cai a patente de uma determinada substância activa... e que até se podem demonstrar mais eficazes:
- e os medicamentos genéricos... em que a substância é a mesma do med de referência e da cópia, mas como não passou pelo processo de desenvolvimento químico e farmacêutico (a patente já caiu, daí que não existam med genéricos para fármacos recentes) tudo é mais barato. A diferença está essencialmente a nível do "corpo" do produto (excipientes) e no processo de fabrico, mas no final, todos os med com a sigla MG têm de ser bioequivalentes e com eficácias de pelo menos 95% quando comparados com o med de referência. Quem continua a afirmar que a eficácia não é mesma (ex. Ordem dos Médicos) acaba por estar a difamar o INFARMED que avaliou cada um destes medicamentos antes da entrada no mercado.
Ou seja, não vejo porque se continua a prescrever por marca comercial... e porque se continua a possibilitar a escolha de um lab de genérico pelo médico, até porque genérico é genérico... e a meu ver até só deveria haver um para cada substância activa... sugestão: faça-se um concurso público para cada SA de modo a que num determinado período de tempo o genérico seja do laboratório x... ao final desse tempo novo concurso... e isto para cada fármaco ou grupo de fármacos. É tão simples resolver o problema... acaba-se com a prescrição por marca, têm fim os problemas de transparência das farmácias e no final só fica a faltar a venda, não digo em unidose, mas ao blister (quantidades mais pequenas) de comprimidos.
Boletim informativo:
ResponderEliminarNos 6 meses que precederam a introdução dos medicamentos genéricos no mercado, o valor dos medicamentos não genéricos subiram em média 4x o valor inicial, por mote próprio das farmácias.
É fácil verificar isto nos registos das farmácias.
Esta acção foi totalmente independente de qualquer prescrição médica. Apenas com o intuito de compensar a margem de lucro que os farmacêuticos iriam perder com a introdução dos genéricos.
Novo Boletim Informativo
ResponderEliminarOs estudos de biodisponibilidade e bioequivalência são traiçoeiros.
Quando um genérico é introduzido no mercado a única coisa que o INFARMED (essa grande instituição [des]reguladora!) exige é que o fármaco tenha a mesma biodisponibilidade do que o comercial. Ou seja, que após uma administração oral (ou seja tomar um comprimido), na maioria dos casos, o fármaco atinja a corrente sanguínea em quantidade semelhante ao do comercial. Isto não quer dizer que a) o fármaco chegue em períodos de tempo equivalentes e b) o éfeito biológico seja idêntico.
Para obviar esses factos seria necessários estudos de bioequivalência e, mais importante do que tudo, ensaios clínicos randomizados e duplamente cegos para comparar a eficácia de um fármaco com outro. Ora estes dois tipos de estudo não são exigidos e são super-hiper-mega-caros! Ora isto não dá jeito a ninguém e atrasa a comercialização dos genéricos.
Ter uma farmácia é uma mina de ouro. Tá tudo dito!
ResponderEliminarDeveria de haver mais concorrência para haver melhores preços. Os desgraçados dos doentes, muitas vezes pobres, andam a patrocinar milhões aos farmacêuticos.
É tão bom que há quem dê 300 mil contos = 1 milhão e 500 mil euros por uma farmácia mal acabe o ensino superior.