«Um edifício da época romana, possivelmente associado a rituais funerários, foi descoberto pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UAUM) durante as obras que decorrem no edifício dos Correios, no centro de Braga.» (na versão impressa está disponível uma imagem, que não é mostrada na ligação; ligação que, ainda assim, acrescenta bastantes pormenores em texto).
A celeridade de uma decisão que demonstra perceber e saber como aproveitar o potencial destas ruínas - uma de decisão de privados (Regojo, salvo erro) contrasta sobejamente com a morosidade e até com o desinteresse (e com as decisões em si) que os nossos órgãos de governo bracarense têm demonstrado com especial vigor nos últimos meses. Trata-se até de um quarteirão ali mesmo ao lado do túnel que tem sido centro das maiores atenções.
Os arqueólogos da UM entendem que os achados se revestem de "grande relevância patrimonial". A proposta de alteração do projecto do centro comercial "foi prontamente aceite pelo promotor imobiliário, que se congratulou com a possibilidade de proporcionar à cidade de Braga novos núcleos de ruínas visitáveis, que enriquecerão o seu património", explicou Manuela Martins.
Quem é de ou vive em Braga há muito tempo até estranha semelhante decisão, mesmo sendo de um privado. Se, obviamente, irá procurar retirar frutos dessa alteração do projecto, também é verdade que denota um certo sentido de responsabilidade social e de consciência histórica.
Pois nem que o façam pelo simples temor de um qualquer tipo de boicote ou reprovação social que poderia advir de uma decisão que delapidasse o património; esse é um temor que a administração PS parece nunca ter sentido e com o qual, apesar de tudo, os bracarenses parecem nunca se ter importunado muito.
No sítio da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho vêm informação sobre as escavações dos últimos meses na secção novidades. Aí está descrito o que foi encontrado, tudo muito interessante! Nesses mesmos relatórios a UAUM avisa às entidades competentes que os vestígios encontrados devem ser preservados, ainda bem que assim aconteceu!
ResponderEliminarCusta mesmo acreditar que isso será assim. Mas ainda bem que assim será. Ainda bem que a decisão não passa pela mesa dos senhores do costume.
ResponderEliminarA obra do túnel é a obra que vem resolver um problema durante mais meia dúzia de anos, é isso?
ResponderEliminarMas ainda não perceberam que quando ao automóvel se dá um dedo, ele puxa a mão e depois pede o braço?...
Caro Jorge Sousa... Mas afinal estamos a falar de quê... da fonte do ídolo, do investimento de salvaguarda das termas romanas no alto de Cividade, das carvalheiras, do teatro romano para o qual o município trabalhou e investiu para dar a conhecer de sua existência, das alterações e controlos nas regras do município levadas a cabo pelos executivos de Mesquita Machado que obrigam qualquer obra em áreas sensíveis sejam acompanhadas por equipas arqueológicas, e já obrigaram a modificar várias obras, sejam elas privadas ou publicas?
ResponderEliminarE que para evitar menor transparência, invés de colocar no terreno a unidade de arqueologia qualificada que a própria câmara dispõe, prefere solicitar o acompanhamento à Unidade de arqueologia da Universidade do Minho? E já a agora o papel bem desempenhado pelo IGESPAR?
Quem lê parece esta decisão do Regojo exemplar, mas não lhe tirando o mérito, decorre das regras do município, e do IGESPAR, e não é exemplo único e nem deverá ser o ultimo, senão veja-se as Frigideiras do Cantinho, a Biblioteca Lucio Craveiro da Silva, o balneário pré-romano da estação, a Junta de Freguesia da Sé, no Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, o Claustro do Seminário de Santiago e há menos tempo uma recuperação de um prédio junto da Sé que se me recordo é a Paularte, que todos eles tiveram de alterar os projectos de forma a manter preservados, visíveis e acessíveis esses patrimónios. Mas todo esse trabalho e dinheiro, V. Ex. acha pouco?
Será que conhece o trabalho que lhe exponho como alguns dos exemplos de preservação arqueológica e patrimonial, já visitou, ou é dos que escreve para dizer mal por dizer (ou com outros objectivos)?
Verdade é que muito se falou e especulou sobre a obra em questão, e nesse tempo o PS e o executivo Socialista, sempre se mantiveram calmos, confiantes nas instituições responsáveis envolvidas. O resultado é que o empreendimento que vai recuperar o quarteirão dos CTT, vai fazer o que está certo e segundo as regras que o município e que a preservação deste tipo de património impõe segundo a lei.
Sobre as obras da avenida, no caso o tunel o que afinal sugerem?
ResponderEliminarMuseulização in situ no meio da estrada?
Gostava de conhecer soluções viáveis, para além da que esta a ser feita de sinalização, estudo e garantia de preservação.
Rui Dória, saberá tão bem como eu o tempo que alguns desses exemplos levaram a tomar forma, sobretudo os que têm qualquer coisa de público. Dar o exemplo do Museu D. Diogo de Sousa, em particular, é extremamente infeliz, quando eu frisei essa mesma morosidade.
ResponderEliminarSaberá tão bem como eu que dos exemplos que citou há outros casos de especial morosidade. Como, fora dos exemplos que citou, outros casos há de morosidade ou de delapidação.
Saberá tão bem como eu que o passado mais recente tem sido pródigo em exemplos negativos, como esse do túnel e como o do hospital. Será da pressão eleitoral por serem, para todos os efeitos, as únicas obras públicas significativas e de relevante interesse para a comunidade a apresentar ao fim destes quatro anos?
E que dizer sobre as motivações do despedimento daquele arqueólogo no mês passado?
Caro Jorge Sousa, sinto que continua a gerar confusão e não informar.
ResponderEliminarPor um lado coloca na primeira mensagem um paragrafo a responsabilizar o PS local (ou mesmo nacional), e agora mistura obras que se foram feitas foram devido aos esforços do PS local, contra governos PSD (para ser mais preciso no caso do Museu D. Diogo de Sousa e no caso do hospital que finalmente está em construção).
A morosidade do D. Diogo de Sousa deveu-se a cortes de financiamento governamental e nada relacionado com a preservação arqueológica que alias é um bom caso de preservação e divulgação do património.
Quanto ao despedimento que pelo que leio acho preocupante é do foro empresarial e o qual o IGESPAR, que é o responsável do acompanhamento no caso.
Em suma, atraso em obras públicas são um facto... que resultam de questões de preservação os exemplos que apresentei em comentário anterior contrariam o seu post inicial. Braga é sim um excelente e dos poucos que tem tamanha atenção pela preservação da sua história e património.
Quer debater mais casos concretos vamos a isso, nem todos correram pelo melhor é certo, já que prometer só sucessos ou é iluminado ou é mentiroso.
A minha reacção é única e simplesmente porque acho tremendamente injusto e falso o tratamento que deu no seu post, já que a decisão e celeridade de alteração de projecto que você estranha é afinal prática comum e obrigatória em Braga.
O Rui Dória é que deverá estar a fazer confusão. Esta questão da morosidade não se coloca apenas na arqueologia.
ResponderEliminarA CMB demonstrou com o Estádio e com os empréstimos que contraiu para a o pagamento quase total da sua construção, que tinha essa faculdade. Poderia ter feito semelhante sacrifício em relação ao Museu, como o poderia ter feito para acelerar o Theatro Circo, como o poderia ter feito, igualmente, em favor do ABC - e muitos mais exemplos economicamente menos onerosos e mais proveitosos existirão. O Estádio, com o custo e a necessidade de empréstimos avultados a que obrigou foram uma célere decisão política.
O dinheiro, aí, não foi um problema. E não serve de justificação o argumento de que hoje não existe dinheiro, pois nunca antes do Estádio se tinha tomado uma decisão de semelhante peso económico, na CMB. Foi uma opção política.
O PS-Braga terá de viver, durante muitos anos, com as não-decisões que a antecederam e com as que, por essa razão, não puderam ser tomadas depois disso.
Se quiser vamos discutir casos concretos, desde que se parta sempre desse belo exemplo, que é o Estádio. :)
Dória,
ResponderEliminarNão seja ridículo! O Museu D. Diogo de Sousa e o Hospital contra Governos PSD?
No primeiro ano, não? E os outros 20?
E quem lançou o concurso do Hospital? E quem fez a obra atrasar-se 3 anos?
E quem deixou o Museu à míngua face às verbas que lhe tinham sido prometidas?
Seja sério!
Vir para aqui com a bandeira do partido que lhe paga o ordenado sem avaliar criticamente as situações é muito feio...
Caro Jorge Sousa,
ResponderEliminarBem-vindo ao Avenida Central. Votos de boas escritas, como esta.
A próposito deste seu último comentário, devo recordar que a questão do Estádio também envolveu o Património Arqueológico (http://avenidacentral.blogspot.com/2008/07/o-castro-mximo-sms-este-caracterstico.html)
Com tão avultadas somas gastas na infra-estrutura desportiva e viária inerente, foi uma pena não terem reservado uma parte para valorizar as ruínas ainda existentes.
Se o tivessem feito, a intervenção seria das rúbricas menos dispendiosas do projecto.
Abraço
Bem o objectivo é mesmo confundir... eu mesmo fiz questão de referir que a morosidade nada tema ver com a arqueologia, e não fuja da questão, pois eu referi que o caso Quarteirão dos CTTs não é felizmente único e acontece graças também às politicas e regras realizadas pela CMB.
ResponderEliminarQuanto ao estádio, foi feito porque se criaram excepções a regras que penalizam Braga pelas falhas dos outros. Isto é, porque a limitação do endividamento criado pela Manuela Ferreira Leite penalizou as autarquias cumpridoras e finaceiramente estáveis como a Câmara de Braga, porque muitas outras autarquias geriam os recursos públicos sem sentido de responsabilidade.
Os sacrifícios fazem-se mas de forma responsável, ou acha que é correcto, ou pensa mesmo que é legalmente possível fazer-se substituir às entidades responsáveis, só porque se quer? Estamos em democracia não em anarquia.
Quanto ao hospital, realmente foi lançado concurso em governo PS e finalmente iniciado a construir em novo governo PS novamente, foi pena que os governos PSD entretanto (e que mais tempo lá estiveram) não consideraram o novo hospital de Braga prioritário, no entanto agora se passa mais uns dias ou um mês, são os primeiros a falar.
A seriedade têm-se não se paga!
«Os sacrifícios fazem-se mas de forma responsável, ou acha que é correcto, ou pensa mesmo que é legalmente possível fazer-se substituir às entidades responsáveis, só porque se quer? Estamos em democracia não em anarquia.»
ResponderEliminarNa política muito se pode conseguir. Para o Estádio avançou-se sem o SCBraga e com um diminuto contributo do Estado central. São claras opções. Uma demonstração de que, querendo-se, consegue-se. Como também não é necessário substituir outras entidades. Pode actuar a seu lado, como no caso do D. Diogo de Sousa, um caso, sobretudo, de dinheiro. Pode fazer mais do que à partida deveria se tal for em benefício da comunidade que representa e governa. Claramente, o dinheiro não foi problema.
Quanto ao museu e ao hospital (e eventualmente outros projectos) é ou foi uma questão de capital político. Se o que o Rui Dória nos diz que o PS local não o tem, que seja. Mas outros há que dependiam de uma iniciativa própria.
Quanto a este caso do túnel, em particular, recordo que a ambição da maioria das pessoas era de, pelo menos, levar a questão a debate, pois a "cabeça" já estaria feita num sentido.
De qualquer forma, não compreendo a sua alusão a uma gestão "responsável", quando esta quantidade de dinheiro é despejada numa única obra, que serve quase exclusivamente uma única entidade, em vez de este ser distribuído por vários possíveis investimentos, que ou não foram feitos, ou demoraram um tempo considerável a ser concluídos.
Aqui estou novamente com a minha opinião sobre as questões levantadas:
ResponderEliminarEu particularmente gostaria que os municípios (e porque não as freguesias) tivessem mais competências e capacidade de decidir sobre o quer que seja. Algo mais perto do cidadão, no fundo defendendo o principio constitucional da subsidiaridade, ou seja mais perto do cidadão, e com uma cidadania mais activa. É uma luta actual, e alvo de outro debate.
Quanto ao estádio, tendo referido as questões das competências, o novo estádio municipal só foi possível pela excepção criada, com base no interesse nacional na organização do Euro 2004, e no qual Braga conquistou o seu espaço por direito, como cidade europeia em desenvolvimento e classificada como 3ª maior cidade Portuguesa.
Tenho ainda vontade de expressar que este, e outros investimentos, feitos e em construção estão, e irão, revolucionar a cidade de Braga para outros níveis de desenvolvimento. Quanto ao estádio ganhamos um património classificado, premiado, reconhecido internacionalmente e visitado por muitos. Teve o seu preço, e está a ter o seu retorno económico, financeiro, desportivo, turístico e porque não histórico.
A questão das competências e da gestão autárquica, traduz a impossibilidade de outro tipo de acção (consulte a lei 169/99 e já agora a lei das finanças locais), embora concorde que com imaginação e vontade muita coisa ainda é possível fazer-se, e existem exemplos disso.
Quanto ao capital político do PS Braga, está estritamente ligado aos últimos 32 anos, e ao desenvolvimento de Braga, e não se fica por aqui, senão o que dizer do Laboratório Internacional de Nanotecnologia que ficará em Braga, do traçado e paragem do TGV em Braga, do novo hospital de Braga.. ou seja tudo o que está a crescer em Braga.
Certo, não é obra directa do município e do seu executivo (como o túnel, a renaturalização do rio este, a piscina olímpica, as obras nas freguesias, o monte picoto, entre outros inscritos no PPI), mas é sem duvida o prémio do trabalho desenvolvido por todos os executivos socialistas dos últimos 32 anos e dos autarcas das nossas 62 freguesias que contribuíram para fazer de Braga o que é hoje, e ter condições criadas para uma nova geração de investimentos que só alguns têm direito. E Braga e os Bracarenses têm direito a tudo isto e a muito mais que vem ai, ao qual eu chamo o verdadeiro capital político.
Para terminar, se duvidas há sobre a responsabilidade com que o dinheiro público é gerir pelo executivo socialista Bracarense, leia os estudos e anuários das contas autárquicas em Portugal, os estudos europeus elogiam Braga a vários níveis, os orçamentos e relatórios de contas do município e respectivos saldos e percentagens de execução. Termine por avaliar a obra feita e analise os investimentos estratégicos que estão a ser construídos ou estão previsto para os próximos anos. Se estes mesmo assim não falarem por si desafio a fazer o mesmo para qualquer outro município português e as duvidas certamente desaparecerão.
Fica mais um contributo pessoal para o debate...
Sim, é evidente que há duvidas sobre a responsabilidade com que o dinheiro público é gerido.
ResponderEliminar«Em relação ao custo dos estádios projectados por autarquias, houve um desvio médio de 230% no preço final. A obra arquitectónica de Souto Moura em Braga é o pior exemplo os 29,9 milhões de euros de custo de referência cresceram até aos 108 milhões, numa derrapagem de 360%.»
http://dn.sapo.pt/2005/12/21/desporto/auditoria_critica_excessos_euro.html
https://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2005/audit-dgtc-rel037-2005-2s-v2.pdf
De facto, o valor de referência não seria nada de extraordinário. O valor real é uma anormalidade que hipoteca o futuro de Braga, devido aos empréstimos contraídos, que demorarão pelo menos 20 anos a pagar.
«Endividamento total contratado CM Braga 102.724.249,00»
Como bem lembra, optou-se por se fazer um monumento, mais do que um estádio. Um estádio teria sido bastante mais barato. O retorno económico e turístico, após 100 milhões de euros de custos (na versão da CMB, 140 milhões, na do TC), é ridículo, como bem saberá. Sobretudo quando uma grande parte do retorno directo não é canalizado para o pagamento dos empréstimos, mas sim para o clube que beneficia do estádio.
Talvez o Rui Dória não se aperceba da contradição entre esta "responsabilidade" e a que é demonstrada frequentemente noutros investimentos.
É curioso que se lembre de referir o Laboratório de Nanotecnologia e não se lembre de referir (eram quantos mesmo?) os parques de diversões prometidos ou dados como já garantidos.
O TGV... ainda se está para perceber ao certo quando é que vai ser construída a ligação até Vigo, que já se sabe que é secundária.
Quanto ao hospital, tenho pena de o desiludir. Mas foi anunciado praticamente na mesma altura em que foi anunciado o Tribunal da Relação de Guimarães (em funções desde 2002), que não era de Guimarães na altura, mas sim "do Minho", sem localização definida e que foi "perdido" para Guimarães, pairando, na altura, a ideia de que o Hospital seria uma contrapartida dessa perda. Um hospital, que ainda está para ser construído. 2002. 2009. O Hospital não é algo que vá querer lembrar durante a campanha, como um exemplo de "capital político", muito pelo contrário.
Mas também podemos analisar outras obras feitas ou projectadas. Por exemplo, a construção relâmpago da ciclovia antes das eleições e a total inexistência de iniciativa nesse âmbito, posterior a esse momento. Que tal? Certamente também existirá uma boa razão para que, em 32 anos, como lembra com exactidão, o estado do único parque de Braga seja lastimável e que, dada a expansão urbanística de Braga, nunca se tenham construído novos parques (quiçá se o SCBraga não treinasse nos campos da rodovia, também esse espaço teria sido negligenciado). Mas claro que Braga, com os seus pavilhões, piscinas e agora sintéticos deve parecer muito bem no papel dos estudos europeus.
Caro Jorge Sousa
ResponderEliminarDesculpe a intromissão na conversa, mas o traçado do TGV já está delineado em princípio, e já foi publicada em diário da república a zona do mesmo.
Sugiro que consulte o mesmo.
Cumprimentos
Caro LDS, sei que já existe um traçado. Mas a linha até Vigo vai demorar tão mais tempo do que a linha Lisboa-Madrid... que estou para ver se será definitivo. Aliás, se o governo nacional mudar para o PSD, tenho dúvidas de que (esse troço até Vigo em particular) venha a ser construído antes de 2020.
ResponderEliminarEspero que nessa altura se faça a defesa dos interesses da região, já que pelas mãos do PSD é tudo adiável em prejuízo do nosso futuro próximo.
ResponderEliminarCaríssimo,
ResponderEliminara zona de exclusão tem uma duração máxima de 3 anos com possibilidade de extensão por mais 1 ano, salvo erro. Portanto algo terá de começar a ser feito brevemente.
Cumprimentos