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Ainda a Lei do Divórico

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Num evidente compasso com as posições da hierarquia da Igreja Católica, Cavaco Silva prossegue a campanha de diabolização da nova lei do divórcio. Ao falar em Fátima diante de uma plateia repleta de activistas católicos, o Presidente da República disse «temer que a nova lei do divórcio leve ao aumento do número de “novos pobres”». Apesar das preocupações do Presidente, não creio que a deterioração das relações afectivas que fundeiam o casamento civil esteja dependente das normas jurídicas que enquadram o divórcio.

A ler: Antes de se divorciar, olhe lá outra vez para o extracto bancário, por Pedro Sales; Fixação Presidencial, por Vital Moreira.

4 comentários:

  1. Quando não funciona o "cuidado que vais para o inferno" para reprimir relações privadas sai do chapéu o "cuidado que ficas pobre" ...

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  2. Mas o Cavaco Silva não está a falar das relações afectivas. Claro que tens razão nisso. Não não as leis do divórcio que vão ser as responsáveis pela deteriorização das relações afectivas. Serão as leis do divórcio a facilitar o divórcio. Mas nem é disso que o Cavaco está a falar (ou apenas o faz indirectamente). Fala sobre as consequências económicas do litígio, que são inerentes à ideia de divórcio sem culpa.

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  3. Compreendo, mas não vejo sequer uma deterioração ou uma crise contemporânea das relações afectivas.

    Antes, no tempo do Sr. Cavaco, ficava-se casado porque tinha que ser mas não me parece que os casais de então fossem menos apaixonados ou menos incompatíveis do que são hoje- aliás isto deve ser das poucas constantes na história da humanidade.

    A sociedade é mais livre de pressões sociais sobre a sua vida privada (tanto quanto possível) e isso causa espécie á geração que governa este país e que cresceu com "normalidade" na ditadura e no conservadorismo.

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  4. Não podemos ignorar que numa perspectiva de consolidação da familia, tudo o que for evitar uma ruptura de uma ligação (com filhos por exemplo...) à primeira ou segunda desavença é de louvar...
    Todos sabemos que o amor passa ao fim de 3/4 anos e permancem outros afectos.
    Dir-se-á que há excepções,mas...
    Assim , meter um pauzinho na engrenagem será positivo, dirá Cavaco ...
    E estou a pensar em familia no sentido laico (a familia também deve ser um valor para um ateu...) e não no sentido perfecionista de origem católica...

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