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Chatices da Democracia

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A campanha de Mesquita Machado foi pautada por um fuga sistemática não só ao escrutínio das suas acções e omissões enquanto Presidente da Câmara neste mandato que cessa, mas também uma fuga ao debate sobre o futuro que se pretende para Braga.

A este propósito, é curiosa, senão mesmo escandalosa, a forma como o Correio do Minho deu a volta ao texto, num recente episódio: «As limitações que Mesquita Machado referiu relacionam-se com a sua actividade de presidente em exercício da Câmara Municipal de Braga. Daí que a sua participação na campanha eleitoral lhe deixe pouco tempo de sobra. Por isso não tem, praticamente, tempos livres.»

Eu que ouvi as palavras proferidas pelo próprio Mesquita Machado através da RUM sei que o que o CM noticia é um completa subversão da realidade. Daí, aliás, este nem sequer citar. O que o Mesquita Machado disse foi algo mais nesta linha: "Optei por dar prioridade aos munícipes. A Câmara Municipal não me deixa tempo livre. Por não ter tempo livre, não fiz campanha." Uma subversão seguramente consciente e deliberada, de tão gritante que é.

Mais do que arrogância, este momento simboliza uma total desconsideração pela democracia, pelos outros candidatos e, curiosa e ultimamente, pelos munícipes. Uma desconsideração que já tinha sido mais do que sugerida aquando das faltas aos debates, sendo este o culminar desta não-campanha.

Por muito que, para alguns, o seu passado tenha valor - aliás, o seu ou de qualquer outro candidato a eleições -, numas eleições está sempre em causa o futuro, um programa para os próximos quatro anos. Não basta plasma-lo numa folha de papel. Em quase qualquer outro município do país, semelhante conduta levaria a um resultado devastador. Seria incrível que conseguisse um mísero voto. Nem o próprio candidato se convenceria a si próprio, com tamanho desinteresse.

Em parte pela manutenção do status quo, em parte por um certo "clubismo" político, seguramente terá um resultado imerecida e injustificadamente expressivo. Quem quer que saia vencedor, Mesquita ou Rio, estou convencido que terá uma vantagem curta.

3 comentários:

  1. Que sina será a do"Correio do Minho" de ser sempre a "voz do dono"?Foi, no passado, da União Nacional,do MDPCDE/PCP e agora do PS Mesquitista. Que pena não ter crescido e ser um JORNAL plural.Enfim...coisas

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  2. Mesquita Machado é um autarca muito ocupado.
    Além disso, foi recentemente atacado por uma febre inauguracionista.
    E também bebe muita água, deve ser por isso que não lhe sobra tempo para debater. Ou isso ou a falta do que debater.

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  3. Isso do Mesquita beber muita água é mesmo por causa dos rins... não sabem que ele tem lá pedras? É verdade. Cada qual com o castigo que merece... desculpem lá ser assim sombrio este comentário.

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