«O representante do PSD, convidado pela moderadora a explicitar as grandes linhas programáticas do seu partido para o escrutínio de 27 de Setembro, destaca a oposição à construção do TGV e à terceira ligação rodoviária por auto-estrada Lisboa-Porto. Nada mais que isto. A menos de dois meses da ida às urnas, eis o imenso deserto de ideias do maior partido da oposição.» [Pedro Correia, Corta Fitas]
Por muito que seja criticável, a verdade é que a estratégia do silêncio de Manuela Ferreira Leite foi altamente compensadora em termos eleitorais. O princípio é simples: quando se dizem muitas asneiras, o melhor é mesmo ficar calada. Da promessa de casamentos-procriadores aos dislates sobre trolhas cabo-verdianos e ucranianos, Manuela Ferreira Leite tem demonstrado uma assustadora inabilidade política e a sugestão de tradução especial para as suas palavras vem do próprio Pacheco Pereira, um dos mais indefectíveis apoiantes.
Seja como fôr, a estratégia de resguardo da imagem da líder do PSD não pode condicionar o necessário debate das ideias que cada partido defende para o governo do país. A verdade é que o PSD se apresenta a dois meses das eleições ainda sem um plano, sem um programa e sem ideias para lá das parangonas que dão conta da súbita oposição ao TGV e à chamada auto-estrada cor de rosa.
Confesso que ainda não compreendi esta falta de comparência do PSD no debate sobre o futuro do país. Não quero crer que o PSD ainda não tenha Programa Eleitoral e ainda mais me custa imaginar que o medo é mostrar ao país quais são as reais intenções de Manuela Ferreira Leite para lá do cinzento moralismo que já lhe conhecemos.
Não gostas, votas noutro. É assim tão difícil?
ResponderEliminarCada partido tem o direito democrático de escolher a estratégia eleitoral que mais lhe convém.
E cada cidadão tem o direito de expressar a livremente a sua opinião sobre a estratégia eleitoral dos partidos.
ResponderEliminarBoa estratégia essa de sonegar informaçao sobre linhas programaticas..que eu não acredito que existam...e quando soltar uns timbres vão me soar desafinados!!!
ResponderEliminarNão percebo o porque desta discussão de o PSD ter ou não ter (neste caso não ter) publicado o seu programa eleitoral, quem alimenta esta discussão só demonstra o como a estratégia do PS funciona quando se centram numa politica de marketing porque estes também não discutem o seu programa mas discutem a ausência do programa dos outros, mas esta situação já se verificou antes quando o mesmo partido socialista quando a Manuela Ferreira Leite tomou posse andaram seguramente um mês a dizer que ele não falava que se remetia ao silencio (não sei do que se queixavam assim ela não criticava o governo) quando o nosso Primeiro Ministro (bem como os seus Ministros) não respondem a uma pergunta para a qual não estejam preparados, isto não é remeterem-se também ao silencio? claro que é (gosto da pluralidade mas contra factos não Há argumentos). Ora bem isto para dizer que toda esta discussão é apenas mas uma manobra lançada na comunicação de forma a controlar a população (como vocês foram) para a não discussão do programa eleitoral do PS e centrarem toda a atenção numa coisa que não é importante porque o importante é o PSD ter um programa e que seja realista. Tudo o resto é politiquice desbarata que assenta como uma luva no sensacionalismo que o governo critica da TVI.
ResponderEliminarCaro Rafael,
ResponderEliminarobrigado pela sua lucidez. Com factos para os quais não há argumentos. Nunca vi no autor do post um defensor de José Sócrates nem uma pessoa facilmente influenciável. Mesmo assim caiu direitinho nessa estratégia de chamar a atenção para a falta de ideias (que concordo ser geral a todos os partidos)...
O PSD quer ganhar o voto dos descontentes. Depois não se pode admirar do ganhar de terreno de partidos como o BE! Estão apenas a ocupar o vazio deixado pelos outros.
Felizmente (ainda) há pessoas que gostam de saber as ideias dos partidos antes de votar!
Caro Rafael, o PS não centra o debate na falta de ideias gritante do PSD, é precisamente o PSD que nas questões mais mediáticas apenas vem defender o mais confortável, o mais fácil e demagógico, como se fosse um partido com 5% do eleitorado.
ResponderEliminarO PSD não tem uma medida concreta para os grandes problemas da sociedade.
Obviamente que o voto é livre e individual, mas votar num partido sem ideias, ansioso pelo poleiro, é pouco inteligente.
Pode ser apenas a minha opinião, mas a oposição socialista antes das últimas legislativas foi sempre mais rica em ideias, propostas e vontade de fazer algo pelo país. Isto não se sente no PSD, apenas o dizer mal, o criticar.
Atenção não sou defensor do PSD mas acho é que este governo apenas sabe governar pela televisao faz campanha das suas pseudo intervenções como faz campanha eleitoral pela televisão (com guerrinhas) mas se apresentasse as suas ideias em vez de criticar a falta dela por parte dos outros (porque os outros certamente vão apresentar as suas) é contra isto que estou contra, sim porque apesar de ainda não terem apresentado o programa o PSD vai apresenta-lo, não que vá ser diferente do do PS porque infelizmente são dois partidos que nos da a impressão de estarem perante um espelho.
ResponderEliminarQuanto aos pequenos partidos crescerem penso que seja inevitável dado o descontentamento em relação aos partidos do poder, faz-me impressão o facto de sermos o único país (ou dos poucos) que temos a nossa opinião politica focalizada no centro em que ora venha um ora venha outro vem mais do mesmo, de facto é engraçado se estamos descontentes com um partido mudamos(normal!) mas para um partido igual...demais
Como seria diferente se todos os partidos e os diferentes comentadores, em período pré-eleitoral, aproveitassem para discutir e partilhar ideias sobre os diferentes programas. Mas o programa de todos os partidos, sem deixar nenhum de fora.
ResponderEliminarPorque os programas de cada partido devem ser aquilo que eles querem executar e o que defendem para o futuro do país.
O MEP já apresentou o seu programa no inicio de Julho, que pode ser consultado em www.mep.pt
O programa não é um documento fechado mas um ponto de partida para em conjunto com os outros partidos Construir Portugal.
Está, desde essa altura, disponível para o debate construtivo sobre as suas propostas.