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Jornais de Referência?

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«Uma pessoa triste ou deprimida nunca pode resolver o problema com uma droga, porque não são doenças físicas» [Elisabete Dâmaso, DN]

Tristeza e depressão são realidades bem distintas e, tanto quanto se sabe, a depressão cursa com alterações físicas mensuráveis em termos de funcionamento neurobiológico do cérebro, alterações que são geralmente revertidas por fármacos anti-depressivos. A depressão é uma doença psiquiátrica cuja prevalência ao longo da vida é de cerca de 12% e cujas consequências podem ser muito graves se não for devidamente tratada.

Um jornal sério não devia permitir-se difundir afirmações manifestamente desmentidas por toda a evidência médica e científica sem o necessário contraditório. Assim sucede nas notícias sobre curas milagrosas católicas e também nas profecias de algumas religiões e seitas emergentes. A credibilidade (ou a falta dela) das fontes da informação que é difundida nos jornais que se assumem como referência não é suficiente para minimizar que os efeitos da sua divulgação. Ainda mais, quando se passam ideias que estão erradamente sedimentadas no pensamento de uma parte significativa da população.

13 comentários:

  1. O DN, jornal de referência? Só pode ser uma piada.

    Concordo com esta observação e digo mais: a RTP que é paga pelos impostos de todos tem obrigação de colocar um cientista a comentar todas as inverdades que se dizem sobre supostos milagres.

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  2. Há um papel para as duas visões. De um lado há casos que precisam de medicação para restabelecer a normalidade mas depois desssa fase tem que se entrar em trabalho psicológico para resolver o mal estar subjacente, senão a dieta dos comprimidos passa a algo vitalicio. E além de tudo isto há razões concretas num plano mais mundano para um mal estar psicológico de longa duração (como por exemplo ser vítima de uma crise económica) que não podem ser solucionadas nem por um elemento nem por outro.

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  3. Caro Pedro Fontela,

    A afirmação da religiosa citada pelo DN não deixa qualquer abertura para as duas soluções que aponta. Afirma taxativamente que "nunca" se resolve uma depressão com "uma droga".

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  4. A Verdade não está acessível aos cientistas. Deus escolheu os profetas para difundir a Palavra. Enquanto continuarem surdos para a Palavra de Deus, mais doenças surgirão. A SIDA e a Gripe são os avisos, mas outros vírus letais castigarão os homens e as suas acções.

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  5. Ao ler certos comentário produzidos acima não posso deixar de me sentir deprimido. E isso é a prova evidente de que a depressão não é uma realidade meramente física. É que se fosse analfabeto, não teria ficado assim... pela mera impossibilidade de ler essas coisinhas... Não brinquem com coisas sérias como a depressão, que nas suas vertentes mais graves
    nada tem a ver com problemas circunstanciais como os económicos... Alguém me pode dizer que problemas económicos tem a esposa do imperador do Japão para não sair do quarto há quase cinco anos, precisamente por causa de uma depressão aguda?...

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  6. Não confundam tristeza com depressão. A depressão é uma doença séria que nao se resolve com duas tretas!

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  7. Pelo que percebi da leitura do texto integral, essa posição não é defendida pelo jornalista a quem alguém contou uma "verdade".
    Daí, o jornal a ser plural como aparenta ser, tem o "direito" e a "obrigação" de fazer eco das várias vozes e protagonistas que escuta.

    Não compete ao jornalista, por si próprio, fazer adivinhação acerca da cientificidade ou objectividade dos comentários, esses sim, feitos por técnicos ou cientistas.
    Se um jornal é um palco para várias sensibilidades, tem o jornalista que ser o censor dos vários "artistas"?

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  8. Pedro Morgado,

    Sem dúvida que a tal afirmação do jornal não dá abertura ao que digo mas uma interpretação diametralmente oposta também não a dá.


    Francisco,

    Os padrões sociais e económicos têm necessariamente reflexos psicológicos (quanto mais não seja porque afectam o bem estar) que podem com o tempo dar em algo extremamente grave mas não são a causa de todos os males nem eu afirmei que fossem.

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  9. Guilherme Gomes Sousa14 de junho de 2009 às 19:13

    Essa senhora não sabe o que diz. Os medicamentos são uma benção de Deus.

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  10. Exemplo de um jornal de "referência".O "Correio do Minho".Sempre o foi,desde a U. N. até aos nossos dias.

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  11. Pedro Morgado,
    o que estás a dizer não é o mesmo que fazer censura?
    Um cientista que se prese sabe que a sua verdade de hoje, pode ser desmentida amanha por aquilo que se chama evolução cientifica.
    Nesta ordem de razão, qualquer jornal durante qualquer campanha tb deveria fazer selecção das afirmações políticas, porque em quantas delas já nos prometeram uma economia melhor, uma sociedade mais justa, etc etc? E o que é que nos revela a «ciência» do nosso dia-a-dia? Que estamos nada bem...
    Logo um bom jornalista que se prese, de um jornal qualquer de referência deveria permitir-se simplesmente não fazer eco das campanhas porque está demonstrado cientificamente que são um chorrilho de falsas promessas.

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  12. Caro Miguel Braga,

    Parece-me que não leu o que escrevi com atenção. Defendo a necessidade do contraditório que é precisamente o oposto de censura.

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