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Do Inalienável Valor do Rosto

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Burqa Cartoon

Os franceses debatem desde há alguns anos a necessidade de deliberar no sentido de limitar o uso de burqas por parte da comunidade islâmica radicada naquele país. Sendo certo que a indumentária é um assunto que respeita à liberdade individual de cada indivíduo, também é verdade que o uso da burqa surge como uma imposição cultural baseada numa visão menorizante do papel e dos direitos das mulheres na sociedade.

A forma como o Islão trata as mulheres não é compatível com a dignidade que lhes reconhecemos na sociedade a que chamamos ocidental. E não há multiculturalismo nem relativismo moral que resistam à sagrada violação dos mais elementares direitos inidividuais. Em termos físicos, o rosto é a marca identitária mais forte que cada indivíduo possui. Viver de cara tapada numa sociedade de faces sorridentes constitui-se como uma mutilação severa de graves consequências psicológicas.

Neste contexto, a educação assume-se como a chave que pode fazer a diferença nas sensíveis matérias de liberdade religiosa, direitos individuais e igualdade de género. Mais importante que proibir o uso de um adorno que, em muitos casos, ainda é defendido pelas próprias mulheres islamicas, o Estado tem a obrigação de garantir que todos o jovens em idade escolar recebem uma educação que integra e respeita a diferença, mas que é exigente e intransigente no respeito pela dignidade de cada um, independentemente das convicções religiosas das suas famílias.

A ler: Sarkozy diz que o uso da burqa “não é bem-vindo” em França, no Público.

14 comentários:

  1. Eu bem digo que vocês não percebem nada de nada. A religião é a mãe da moral. A tradição é a norma dos bons costumes. Deus enviou profectas para nos dizer como devemos andar. Rspeitemos portanto a fé dos muçulmanos.

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  2. «o Estado tem a obrigação de garantir que todos o jovens em idade escolar recebem uma educação que integra e respeita a diferença, mas que é exigente e intransigente no respeito pela dignidade de cada um, independentemente das convicções religiosas das suas famílias»

    Pedro Morgado, isto fez-me lembrar uma oração/anedota que se conta sobre o Álvaro Cunha. Alguém rezou assim: «Senhor, converte o Álvaro Cunhal. Mas se ele não se converter, cilindrai-o».
    Educai-os, sabe-se lá o que é educar neste caso, mas se eles não se deixarem «educar», «cilindrai-os», isto é, a lei que actue para reprimir...
    Santa Liberdade Ocidental...

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  3. Caro Miguel,

    Já suspeitava que discorda de uma educação exigente no respeito de pela dignidade de cada um. Não me surpreendo com o seu comentário por isso.

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  4. Caro Pedro Morgado,
    Eu é que não suspeitava que o senhor pudesse sequer equacionar a hipótese de a liberdade individual ser posta em causa por legislação.
    Sou completamente favorável a uma educação exigente no respeito pela dignidade de cada um. Ao contrário do que diz.
    O que eu deduzi é que o Pedro Morgado é um defectível defensor da liberdade individual, por isso de uma educação que forme nesse respeito. Não sabia é que defende, no caso da educação individual não funcionar, uma intervenção legislativa, para que o indivíduo saiba seguir os padrões definidos, quer concorde, quer não concorde.

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  5. Caro Miguel Braga,

    «Mais importante que proibir o uso de um adorno»

    Sou forçado a concluir que deturpa o que eu escrevo. Por favor, leia com atenção.

    Quanto a isto que escreve, até gostava de saber a sua opinião quanto à mutilação genital feminina: Não sabia é que defende, no caso da educação individual não funcionar, uma intervenção legislativa, para que o indivíduo saiba seguir os padrões definidos, quer concorde, quer não concorde.

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  6. Pedro Morgado, não misture coisas para justificar aquilo que eu só posso entender como um lapso seu.
    Para não dizer que deturpo, passo a citar:
    «Mais importante que proibir o uso de um adorno que, em muitos casos, ainda é defendido pelas próprias mulheres islamicas, o Estado tem a obrigação de garantir que todos o jovens em idade escolar recebem uma educação que integra e respeita a diferença, mas que é exigente e intransigente no respeito pela dignidade de cada um, independentemente das convicções religiosas das suas famílias»
    Explique, então por favor, o que quer dizer com: «é exigente e intransigente no respeito pela dignidade de cada um, independentemente das convicções religiosas das suas famílias»

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  7. «uma educação que integra e respeita a diferença, mas que é exigente e intransigente no respeito pela dignidade de cada um»

    Significa que o sistema educativo de um estado com valores democráticos deve educar para o respeito pela vida humana, pela natureza, pelos valores da liberdade, da igualdade e da dignidade. Deve ser uma educação de base científica. Deve ser uma educação que inclua todos sem deixar de valorizar o mérito individual. E por aí em diante.

    A oração «exigente e intransigente no respeito pela dignidade de cada um» refere-se à educação e não ao Estado.

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  8. O texto que o Pedro Morgado coloca refelecte um dilema que eu também vivo no meu pensamento. Por um lado gostava de impedir estas senhoras de viveram de cara tapada, mas por outro tenho que respeitar aquilo em que elas acreditam... Concordo que a educação é a chave para resolvermos este problema e estas senhoras se emanciparem por via cultural e não legisltiva. Os defensores da cultura islâmica falam muito porque não têm que se submeter aqueles rituais medievais. Demorámos muito a libertar-nos do obscurantismo mas agora não acho que alguém no seu perfeito juízo queria voltar para lá. Então, porque havemos de admitir que os nossos próximos lá continuem?

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  9. Em Roma sê romano.

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  10. Fiquei sem perceber o que é que o senhor Miguel Braga defende, afinal...

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  11. A liberdade individual sempre fui e será um caminho «perigoso», que não podemos controlar, nem guiar ou conduzir. Determinar, se quiser dizer. Mas é a coisa mais maravilhosa que qualquer ser humano pode usufruir. É isto que eu defendo caro anónimo.
    No meu conceito de liberdade, está inclusive a possibilidade do outro poder fazer diferente, «errar» como muitas vezes definimos os actos dos outros.
    Não posso querer condicionar a liberdade dos outros, seja por que meio for. E aqui a educação, por ser educação, não lhe pode ser permitido anular essa liberdade.
    Esse tem sido ao longo de séculos o erro da chamada cultura ocidental. Querer «educar» toda a gente.

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  12. Salve caro Pedro!

    Li seu comentário em meu blog e fico honrado com a visita de tão habilidoso escritor / blogueiro. No mais, parabéns pelas suas inteligentes postagens aqui na Avenida Central. Abraço!

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  13. Caro Guilherme, após ter lido seu comentário, não consigo conter as seguintes perguntas:

    Como pode ser moral a mutilicação e subjugação das mulheres islâmicas? Como pode ser moral o ato terrorista? Como podem ser morais os genocídios, infaticídios, racismo, escravagismo, homofobia e outros atitudes odiosas do velho testamento? Como podem ser morais todas as guerras e crimes cometidas pelas religiões? Como podem ser morais todas os abusos sexuais cometidos pelos padres católicos contra criancinhas na mais tenra idade (fruto direto do dogma medieval da opressão sexual na igreja católica).

    Segunda linha de perguntas: que tradições devo eu seguir? Católicas, judaicas, islâmicas, hinduistas, confucionistas, budistas, espíritas, cientólogas, jainistas, dadaístas, ocultistas, paganistas, satanistas, ubandistas, xintoístas, taoístas ou as tradições da Santa Igreja do Monstro do Espaguete Voador? Qual livro sagrado eu devo adotar? A Bíblia, a Torá, o Corão, o pentateuco espíritas, as apostilas dos cursos da cientologia, o livro dos Mórmons ou os pergaminhos do Mar Morto? Essa resposta é crucial, pois se eu escolher errado, vou pagar no inferno! Pelo resto da minha vida! E não dá pra seguir todas as tradições ao mesmo, pois que em vários casos elas se contradizem frontalmente!!!

    Última pergunta: você saberia me citar uma única teocracia nesse planeta que deu certo socialmente?

    Abraço - estupefato pela grandeza da sua cegueira.

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  14. "Última pergunta: você saberia me citar uma única teocracia nesse planeta que deu certo socialmente?"

    Nenhuma, Jesus Cristo, por exemplo, não veio à Terra instalar uma colónia do Reino de Deus. Já muito boa gente ardeu na fogueira ou secou ao sol numa auto-grua por causa disso.

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