Avanços Científicos no Tratamento da Depressão
© alexnnero
A depressão é uma doença que afecta o cérebro, levando à alteração da configuração de alguns dos seus constituintes celulares (neurónios e células da glia), das comunicações que se estabelecem entre eles (por exemplo, as sinapes) e da concentração de algumas substâncias que nele circulam (por exemplo, sabe-se que neurotransmissores como a serotonina estão diminuídos).
Apesar dos sucessos resultantes do desenvolvimento de novos fármacos antidepressivos, a verdade é que muito está por conhecer no que diz respeito à depressão e ao modo como actuam os medicamentos que têm ajudado a tratá-la. Uma das hipóteses explicativas da acção dos anti-depressivos baseava-se no facto destes fármacos induzirem neurogénese (isto é, o nascimento de novos neurónios) numa área cerebral chamada hipocampo. Contudo, um estudo de investigação desenvolvido na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho veio demonstrar que, mesmo bloqueando o nascimento de novos neurónios, os antidepressivos continuavam a actuar.
Tal como adianta o Jornal de Notícias, «os efeitos dos fármacos antidepressivos no aumento da produção de novos neurónios no cérebro não estão directamente relacionados com a melhoria dos sintomas da depressão, como até aqui se pensava. Este estudo revelou ainda que os efeitos terapêuticos dos antidepressivos estão relacionados com a sua acção na morfologia dos neurónios em diferentes áreas cerebrais e na forma como estes comunicam entre eles.»
Na prática, estas descobertas são muito importantes para o aperfeiçoamento dos fármacos já existentes, mas sobretudo para o desenvolvimento de novos medicamentos que actuem directamente nos locais mais afectados pelo desenvolvimento da doença. Segundo alguns dados epidemiológicos, a depressão afecta cerca de 20% da população portuguesa.
O trabalho científico foi desenvolvido por João Bessa e Nuno Sousa, Professores e Investigadores da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, e foi publicado numa das mais conceituadas revistas mundiais de psiquiatria.
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Gostei da matéria parabens!!!
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