Crime Público: Estão a Destruir o Gerês
© etel bande
Vários incêndios de grandes proporções continuam a deflagrar no Parque Nacional da Peneda Gerês, consumindo um pedaço do património natural mais valioso do país. Apesar da Mata da Albergaria ter sido poupada, a tragédia desta semana não pode ficar impune e vem demonstrar que o Plano de Salvação do Gerês não pode continuar à espera de consensos. É urgente actuar.
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Continuo a achar que, quanto mais se falar de incendios na comunicação social, maior numero de fogos aparecem...
ResponderEliminarEspero que depois de tanto falarem na "joia da coroa" que é a mata de Albergaria... a coisa não dê para o torto!
(Vem uma pessoa de um fim de semana em Espanha, já com saudades da terra... e eis que mal passa a fronteira... a primeira coisa que escuta na rádio, são os fogos florestais, mas que raio de «boas vindas»! Num curto espaço de 60km... avistei 3 incendios...)
Isto cheira a esturro. Será que há mão criminosa?
ResponderEliminarConcordar sobre os incêndios não me faz concordar sobre o resto. Concordamos sobre a importância do PNPG, até pelo facto de ser o único parque nacional que temos. Só que eu gostava de perguntar pelo orçamentos que demonstrem essa importância. O ICNB deve ser questionado sobre os meios que dá ao Parque. Não basta proclamar que o Parque é importante, é preciso que lhe seja dada efectivamente importância. Tiradas politicamente correctas sem consequência são de valor nulo.
ResponderEliminarHá um plano que vai salvar o Gerês? Que plano? O POPNPG? É esse o plano que vai salvar o Gerês? E salvar de quê? E de quem?
Já agora sobre o relacionamento Parque x Populações leiam (http://www.sisgeenco.com.br/sistema/encontro_anppas/ivenanppas/ARQUIVOS/GT3-268-67-20080424100055.pdf?PHPSESSID=ed8af835ef4d4bca85df2d5bd723b059), curiosamente um dos que assina o artigo é o anterior director.
Eu já escrevi em muitos locais sobre este tema. Não sendo um especialista em flora, fauna ou noutra àrea das ciências ambientais, julgo que conheço bem o PNPG para ter uma opinião fundado. Eu sou dos que conhecem o PNPG através das solas das botas. Pessoas que dedicam ao PNPG mais do que tiradas politicamente correctas. Pessoas que acompanharam estas notícias com a consciência do que se perdeu.
Sobre o "plano" custa-me que não se perceba que o relacionamento das populações com o PNPG herdou todo o enquadramento histórico dos relacionamentos com os serviços florestais. E no Gerês eles começaram pelo o que ficou conhecido pela "Guerra do Gerês". As raízes dos problemas são tão antigas como a implementação do Perímetro Florestal do Gerês em 1888 (os serviços florestais foram criados em 1886). A coincidência entre algumas datas pode até permitir uma interessante leitura da visita da Família Real ao Gerês em 1887. Relacionamento que durante o sec. XX continuou tenso e recheado de casos. A leitura do parecer da CMTB sobre o actual POPNPG permite um bom enquadramento histórico (ainda que na versão da CMTB) e é esclarecedor como em 1995 esse relacionamento ainda era complicado.
Aos que defendem que estão em confronto dois interesses distinto, eu respondo que não são necessariamente contraditórios. Diria mais, não podem ser contraditórios. Sendo que, na minha opinião, compete mais a uma, que a outra, a responsabilidade desse entendimento. Eu comecei por ser um "domingueiro". Conhecia do PNPG pouco mais que as estradas. Foi no conhecimento dos montes, das pessoas e da história que formei uma opinião diferente da inicial. O importante é termos a noção que após um passeio pelo Parque, os que gostamos de correr o PNPG "por festa", regressamos sempre ao conforto das cidades. Só que a bem da nossa "festa" o conforto não pode estar apenas no final desse regresso. Às populações dentro do PNPG devem ser dadas as condições de conforto semelhantes ao do resto do território, ainda que respeitando os valores naturais. Se é normal que existam concionalismos especiais no ordenamento do território, devem ser criadas condições para que não se penalize uma população com menos recursos.
Eu este fim de semana sofri na pele uma consequência do abandono dos meios rurais. É fácil falar sobre estes temas no conforto da cidade, mas numa atitude intelectualmente séria devemos pensar nos vários lados da questão.
Vou aguardar por notícias mais completas, mas este incêndio devia fazer refletir sobre se o PNPG possui os meios para cumprir a sua missão. Eu não tenho dúvias em apontar o dedo a quem fez do PNPG um lugar que simplesmente diz não e dizer que são os maiores culpados.
Peço desculpa pelo tamanho do comentário.
Muito certamente (claro que é) é mão criminosa, ou pelo menos negligente (não deixa de ser um crime no entanto). Nunca me deparei com nenhuma árvore a entrar em combustão espontanea. Além disso as temperaturas não estão extremamente altas... Nem quero imaginar em ver aquela paisagem marcada pelos incêndios... Será que vai ser desta que vão avançar com uma protecção do Gerês como deve ser?
ResponderEliminarSe fosse eu a mandar, fazia já uma auto-estrada entre Braga e Loivos, passando por cima da Mata da Albergaria.
ResponderEliminarAcabam-se as queixinhas num ápice.
Claro, metia também portagens.
O Parque Nacional da Peneda-Gerês,não pode ser a coutada de alguns mas sim de todos.Há que ouvir as populações residentes,de lhes dar condições de vida condigna e sobretudo partilhar com elas a gestão do parque e não com imposições que não respeitam direitos ancestrais.
ResponderEliminarO Gerês é cada vez mais um caso perdido... Não temos país para tal património!
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