Fosse este um País decente, sem distracção em coisas de importância inchada, como os futebóis e as suas comadres zangadas, as Fátimas Felgueiras e parideiras, os fados de salão desgraçado que inquinam de tristeza a Praça da Alegria, e José Sócrates daria um oportuno exemplo para a punidade política.
Por simples e óbvio motivo: mesmo sem "luvas", tem as mãos metidas no Caso Freeport. Quanto mais não seja porque imita, na ascensão, o político do arranjinho, ao amigo, ao tio e ao primo (mesmo que lhe chame "filho do meu (seu) tio" - não o deve gramar nem a tiro, agora que lhe destapou os pés). Está comprometido porque não é diferente a arranjar toda e qualquer desculpa para distorcer as regras do ordenamento do território da noite para o dia. (Diria antes: o ordenhamento do território.) Do julgamento político - pelo menos - ficaria o precedente, a bem de uma democracia de políticos desassossegados.
Mas não. Ainda nestes dias lançou as barragens do Tâmega, qual Roosevelt untado de pro-retinol A, e justificou a megalomania em meia dúzia de disparates enclichezados sobre energia, potencial hídrico, investimento estrangeiro e dependência de petróleo, que qualquer distraído come. O processo está, aliás, acelerado e em total vilipêndio com impactes ambientais e interesses das populações - é o desajuste directo. No dia seguinte, seguiram-se as auto-estradas no Sul. O discurso de tom anti-depressivo foi com o vento, como quase ia a barraca onde se apertavam ministros e diáconos do habitual conclave.
Para mal dos pecados de uma economia em recessão, Sócrates está visivelmente amuado e em modo de gestão de prejuízo, sem plano de salvação, depois de um mandato falhado e desgastante. Já não vale como primeiro-ministro, nem como secretário-geral: passou de Tony a Gordon em menos de 4 anos. Se alguma coisa ainda lhe segura a aura enjoativa, é a paralisia messianista do actual Partido Socialista e a nulidade caturra e engrunhada de Ferreira Leite.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Ó Vitor toma tu conta deste blog e manda o Morgado embora.
ResponderEliminarPelo menos falas de coisas interessantes.
Agora ele...
Vítor, aparentemente, parte da área de protecção especial, era na verdade, área industrial, pelo que o erro terá sido declará-la de protecção especial. Aparentemente, a ZPE terá sido mesmo expandida em mais 1000 hectares. Aparentemente, o governo de Durão Barroso reafirmou, com meras rectificações, essa mesma ZPE.
ResponderEliminarMas que a coincidência da modificação da ZPE com a aprovação do Freeport é estranha? Um pouco. Mas não muito, dado o (longo) contexto procedimental e a posterior confirmação no governo de Durão Barroso.
Pode-se é concordar ou não com a aprovação de um empreendimento como o Freeport naquele local.
Mas as suspeitas nem recaiem em nada disto; "isto", que, aliás, já foi esclarecido publicamente.
Nada do que eu escrevi aqui será estranho se tiveres visto a entrevista do Mário Crespo, ontem, na SIC.
Excelente análise
ResponderEliminarVítor, mandato falhado? e então os 150 mil empregos que foram prometidos e criados? E já agora a vitória na redução do deficit para 2,2 ? Somos o país mais próspero, com mais qualidade de vida e com menos desemprego da união europeia depois dos anos Sócrates. rsrsrsrsrsrsrs
ResponderEliminarFosse este um País decente...
ResponderEliminarE o Primeiro-ministro não viria insinuar que por trás de um processo judicial estavam motivos políticos....
E os seus ministros, qual séquito de hienas leais, não o secundariam nas atoardas...
Eu levanto uma questão: o comum dos mortais confia em quem para resolver os seus problemas? Se os meios institucionais não funcionam de forma a cumprir a sua função é de estranhar que haja uma desrespeito crescente pela legalidade? É de estranhar que até a credibilidade do próprio sistema político esteja cada vez mais em causa?
ResponderEliminarJLS:
ResponderEliminarEstranhe-se ou entranhe-se. Acho que a tendência é para ter estas coisas como normais e com infelizes coincidências, também elas normalmente perdoadas e entranhadas nos dias.
Não me parece que se deva fazer vista grossa sobre alterações oportunas de ZPE's como na facilidade com que alguns arranjam marcação na agenda de ministros e subordinados.
É a minorar coisas destas que temos o país tão mal-amanhado.
"Fosse este um País decente...
ResponderEliminarE o Primeiro-ministro não viria insinuar que por trás de um processo judicial estavam motivos políticos...."
Fosse este um País decente... e esta história não vinha a publico apenas em tempo de eleições. Em Portugal, a oposição não quer verdade. Quer vingança e vantagem política.
Caro Paulo.
ResponderEliminarNão foi a oposição que trouxe o tema a público, e nem sequer tem martelado muito no assunto - não tivessem ,quase todos eles, telhados de vidro. O caso veio a lume na Inglaterra e para aqui veio bulir no habitual passivismo...
E não percebo. As eleições não são no Outono que vem? Ou são em Fevereiro? Devo andar distraído.
Vítor, só uma adenda. Como dizes e bem, a "lebre" foi levantada a partir de Inglaterra, pelas autoridades locais. É que se esta questão dependesse da Justiça portuguesa já estaria abafada há muito, como é óbvio, ou demoraria no mínimo seis ou sete anos a esclarecer, como os processos casa pia, fátima felgueiras, isaltinos, valentins e outros que tais.
ResponderEliminarGRANDE AQUISIÇÃO DO AVENIDA CENTRAL...
ResponderEliminar