in http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1336465
"(...) o novo curso de Medicina da Universidade do Algarve é um "curso inovador", baseado numa relação directa com a actividade clínica concreta"
Isto quer dizer que todos os outros cursos de medicina do país existentes até agora eram baseados numa relação indirecta com a actividade clínica abstracta? Ainda agora fiquei confuso. Pensei que os longos estágios e especializações da classe médica fosse directos e concretos.
O Pedro não se apercebeu da minha ironia. O Pedro sim. Eu fiquei espantado por um ministro vir dizer que o novo curso vai ser "inovador" e que vai estar ligado à actividade clínica concreta. Como que a dizer que todos os outros cursos da área não o sejam. E não tenho nada essa impressão tanto mais que os estágios em medicina, pelo que julgo saber, são muito pragmáticos e exercidos em condições e locais reais. Daí que o ministro está a prometer uma coisa que já existe. Será que o ministro queria dizer outra coisa ou está a querer tornar-nos em "espectadores-da-rtp-desporto"?
Quando nos dirigimos ao SNS é difícil arranjar um médico. Eu não tenho médico de família. Quando se vai a um hospital vejo muitos médicos estrangeiros e o tempo de espera é aquele que todos sabemos. Quando vamos a médico particular apenas temos consulta passados meses e a um preço inacreditável. Pela minha experiência de vida verifico que a classe médica é uma classe social muito privilegiada, em termos materiais, comparando com a restante sociedade.
Com tudo isto chego à conclusão que há falta de médicos em Portugal. Vocês dizem que não. Não percebo!
Estes comentários demonstram apenas um a coisa: o profundo egoísmo e o enorme lobby que a classe médica representa neste país. Numa terra onde grande parte dos cidadãos não dispõe de médico de família e que se limita a esperar meses a fio por uma consulta, acho lamentável que se levantem vozes contra a abertura de um novo curso, especialmente numa região que deles necessitam (apesar de se pretender formar médicos para todo o país). Lembro-me que aquando da abertura do curso em Braga também se falou em inovação mas nessa altura os mesmos que atacam esta medida como sendo populista, limitavam-se a pavonear dizendo que estavam num curso de elite… O sistema nacional de saúde nacional está em colapso e a ministra da saúde já confirmou que os próximos anos serão muito difíceis devido à falta de médicos. Entretanto, alguns “lobbistas” tentam manter o seu mundinho fechado com receio de perderem as regalias absurdas que o país lhes concede. Eles são contra os médicos de leste, da América do sul que bem vistas as coisas são muito melhores do que eles para além de apresentarem um profissionalismo incomparável. Eles são contra a abertura de novas faculdades, eles são contra a abertura de mais vagas. Mas tudo isto apenas depois de lá estarem porque antes aparecem nas tv´s queixando-se de que têm de estudar em Praga à custa dos papás, coitadinhos… Eles têm emprego garantido e dão-se ao luxo de usarem o privado e abusarem do público enquanto outras profissões exigem exclusividade. Eles formam-se nas escolas públicas com dinheiro de todos nós e depois (tal qual como mercenários) optam pelas clínicas que lhes enchem os bolsos. Esta classe é o paradigma do parasitismo nacional. Contra eles nada se faz porque ameaçam de imediato com greve, tudo à volta é miserável mas eles não querem mudar. Finalmente alguém se lembrou de abrir um curso em que os idiotas emocionais não tivessem lugar e se oferecesse a oportunidade de abrir o curso a pessoas humanas. Ao contrário daqueles atrasados emocionais que são formatados para o 19 ao longo de toda a vida. Temos os médicos menos humanos, mais mercenários e em conversa com espanhóis ou médicos de leste a estupefacção é comum. Enfim, as vossas “preocupações” são bem diferentes daquelas que são partilhadas pelos portugueses. Lamento novamente que os mesmos que no passado criticavam os números clausus e as escassas vagas, hoje venham para aqui bradar contra um projecto que merece o apoio de todos os portugueses. Pode ser que um dia os portugueses se desloquem a um hospital e sejam tratados com dignidade.
Pois é caro Manuel, mas os tais espanhois mais humanos e nada mercenários estão a voltar para Espanha onde começam a ganhar mais no sector público... E agora?
Caro Vitor Pimenta, os médicos espanhóis estão a regressar a casa por várias razões: falta de progressão na carreira, discriminação por parte das entidades patronais face aos portugueses...e já agora, quem é que não gosta de regressar ao seu país para estar perto dos seus? De tudo aquilo que eu disse só isso lhe suscitou interesse? Quanto ao colapso do SNS limito-me a citar a minitra da saúde...médica também...
Diz a ministra:
"Portugal deverá viver, nos próximos três a quatro anos, um período muito crítico de carência de médicos de família e de especialidades como urologia, obstetrícia, pediatria e anestesia"
E ela disse muito bem: "médicos de família [que também é especialidade] e de especialidades como urologia, obstetrícia, pediatria e anestesia"
Eu concordo com a ministra. Mas não se resolve com a ideia do do número de vagas nos cursos de Medicina. A resolução passa por adaptar as vagas abertas pelos colégios de especialidade para as especialidades em falta, no final do curso.
Enquanto não for por aí o caminho, havemos de estar continuamente a formar médicos para especialidade entupidas e sempre com a noção de que eles faltam porque há áreas em que as vagas abrem às pinguinhas. Isto explica, em parte, porque é que temos médicos acima da média europeia e parecem que escasseiam.
Mais, há uma falta de organização do sistema nacional de saúde, que paga mal porque é um sorvedouro pela confusão e pela irresponsabilidade dos utentes. Isto leva muitos profissionais a dividirem a prática entre o público (despesista) e o privado, onde ganham mais e são mais eficientes.
Quem não tem noção disto cai no sofisma demagógico de certos comentários que faz e que se vêm sem fundamento com ponta por onde se lhe pegue.
E acredita, que não és mais revoltado com actual estado das coisas do que eu.
olha, para facilitar o raciocínio é como se houvesse falta de professores de história e de francês, por exemplo, e o Estado optasse por abrir mais vagas nos cursos de ensino para colmatar essa falha. É isto o que se passa.
E acredita que já há médicos a mais em algumas especialidades e só se mantém em funções porque há o sentimento geral de que temos médicos a menos.
A isto se soma a fantasia romântica de nos querermos rodeados de médicos e médicas, mesmo quando atinge números absurdos.
"Mais, há uma falta de organização do sistema nacional de saúde, que paga mal porque é um sorvedouro pela confusão e pela irresponsabilidade dos utentes. Isto leva muitos profissionais a dividirem a prática entre o público (despesista) e o privado, onde ganham mais e são mais eficientes."
O absurdo de tudo isto é o tipo de argumentação usada: "paga mal"...haverá classe neste país mais previligiada em termos salariais do que esta?dou o exemplo dos magistrados que são detentores de um cargo de soberania e que ganham muitíssimo menos do que um "puto" com canudo de Medicina.o primeiro teve de suportar 5 anos em Direito, um processo de recutamento tremendo para o centro de estudos judiciários (aguardando pela abertura dos concursos...), mais 3 anos de formação, deslocação para uma comarca longínqua, mais alguns anos de preparação e no auge da carreira ganha 3000 euros...no auge, sem esquecer que nunca poderá exercer outra tarefa remunerada.Posso dar o exemplo de outras profissões tal como os docentes. Um médico acaba o curso e sabe que tem lugar garantido, não precisa de lutar por uma vaga (a não ser na especialidade) e pode vaguear entre privado e público, público e privado...sai antes do fim do expediente (do público) e vai para o seu gabinete... a meio da carreira onde lá vão os 3000 euros... Os médicos até poderiam ter razões credíveis mas lamento que tenha escolhido essa. Mais uma vez a sua argumentação prende-se com cifrões e capelinhas. Nem uma palavra para o estado do SNS! Mas se me disser que os médicos ganham mal comparados com os jogadores da bola, então aí estamos de acordo. E já agora, sabe de quem é a culpa das "vagas às pinguinhas" nas áreas de especialidade? Não é dos utentes claramente. Talvez a resposta esteja na capelinha mor chamada ordem do médicos. Você cai nos próprios argumentos, ora vejamos: afirmou que os espanhóis regressam a casa porque começaram a auferir melhores salários do que em Portugal.Ora se "começaram" significa que anteriormente auferiam menos.Falamos da Espanha certo?Uma das economias mais fortes do mundo. No nosso cantinho existem argumentos para se manter o salário mínimo do plebeu em pouco mais de 400 euros.mas os médicos davam-se ao luxo de auferir mais do que os nuestros hermanos. O vosso medo com a abertura destas vagas e cursos só se percebe pelo vosso horror à concorrência!vocês não sabem o que tal significa.mal ou bem terão sempre lugar. pena que esses receios apenas surjam quando estão lá dentro porque quando estudam no 10º ano e suplicam aos professores pela média de 19, os lamentos contra a escassez de vagas e de cursos entope as nossas tv´s com os meninos ricos que estudam em Praga (que sacrifício!) e se portam como exilados políticos longe da pátria. Assuma!Vocês borrifam-se para o SNS, para os utentes, para as listas de espera, para o pobre coitado que espera horas a fio numa fila de um centro de saúde e que quando chega a sua vez acaba por ser informado que o "sr doutor" já não pode atender. é isto que vocês não percebem porque vivem no munda da fantasia da Grey e do E.R.. As pessoas, essas são descartáveis. Para muitos dos jovens médicos, ser médico de família significa ser um apátrida, longe da ribalta. E quiçá a falta de pessoal também esteja no facto de muitos optarem apenas pelo privado...será? Não se compreede que um sistema que colapsa e que se comporta como um sorvedouro acolha no seu seio uma classe cada vez mais previligiada. Na educação quando o sistema falha, os docentes caiem na lama, na Justiça, os magistrados trabalham em tribunais em perigo de derrocada, na segurança, os polícias pagam para trabalhar, na Saúde o médico assobia para o ar e ri-se de má sorte dos restantes. Já não há pachorra para as lamentações destes senhores.
E já agora, pode-se saber porque razão o "mesmíssimo" médico é eficiente no privado enquanto no público já não é? Os equipamanetos serão tão diferentes?E o tipo de organização?Pudera! qual a relação de utentes entre ambos? Mais: afinal os conselhos de administração não são compostos por médicos?
Fala dos salários dos médicos como sendo o nosso objectivo primário. O problema é que esse também é o cerne de tanto ódio em relação aos médicos. É das invejas das coisas. Mas sim. Eu entendo que um trabalho que exige mais responsabilidade e riscos deve ser mais bem pago. Sou prático e directo e não me venha com as tretas da vocação. Ou se tem jeito e vontade ou não. É como tudo.
Agora, as queixas que faz da eficiência e da perversidade público-privada assino-as por baixo consigo. Já o disse acima. O que eu quis dizer é que o problema do SNS não é a falta de médicos mas a forma como estes estão distribuídos no sector. E não se resolve aumentando vagas, vai ver que as médias até aumentam este ano, mesmo com mais lugares que no ano passado.
E os formados em Espanha? E na República Checa? Porque é que os Hospitais privados não asseguram a formação dos mesmos especialistas que tanto aliciam assim que terminam o internato complementar? Isto era o que o Manuel devia apontar.
O problema não está na Classe. Está no modelo económico português em que toda a santa empresa (hospitais SA incluídos) estão dependentes do que o Estado investe em Formação médica, sem ajudar em nada. O SNS não está refém dos médicos, em geral, gente aplicada. Está refém de todos os dinheiros envolvidos e onde os salários com o pessoal são percentagem pequena do bolo.
Só mais uma coisa: está redondamente enganado comigo quando diz que eu me borrifo para o SNS. O estado actual está no seu modelo ultrapassado face às cada vez maiores despesas em tecnologia e os custos inerentes à superespecialização a que se junta o populismo de quem não consegue passar a mensagem de que a reestruturação passa pelo encerramento de serviços que já não conseguem cumprir as exigências de qualidade e técnicas (as urgências de aldeia, p.e. ou as maternidades com poucos partos/ano) a que se soma a responsabilização dos utentes no uso e abuso dos recursos de saúde.
Olhe, dou a mão à palmatória. Fico cansado com estas discussões de cotovelo.
Fique com a sua razão que eu fico com a minha. Mas guarde o ódio para quem mantém este enorme polvo desarrumado como é o SNS, sempre com lugar para uns milhares empregados, graças a impostos em tudo quanto é músculo que se mexe.
Mal estamos nós quando se está a falar de qualidade da formação médica e a conversa acaba em salários... Isto diz muito sobre os valores que imperam nas mentes de algumas pessoas. Ninguém vê nos outros aquilo que não germina no seu interior.
Há aqui quem confunda tudo porque não percebe de nada. Lamento, caro Vítor, que andes a chafurdar numa lama que não tem ponta por onde se lhe pegue tal o baixo nível dos ódios que por aqui são destilados.
Eu não dou a mão à palmatória. Divirto-me a ler certo ódios plasmados num desfile de alucinações.
"Mal estamos nós quando se está a falar de qualidade da formação médica e a conversa acaba em salários..."
O Pedro, das duas uma, ou não sabe ler ou então agiu de má fé quando proferiu esta afirmação
Ora retroceda aos comentários anteriores e repare bem quem trouxe a questão salarial à discussão. Concluirá que não fui eu que disse que estes profissionais eram mal pagos.
Você porventura foi um daqueles que num passado recente se queixava da falta de vagas e das médias exageradamente altas, da mesma forma que se pavoneava (porventura) por fazer parte de um novo projecto que, segundo os responsáveis na altura, era pioneiro no ensino da medicina. é lamentável constatar o seu desprezo e ironia para com o novo projecto no Algarve. Mas enfim, coerência não é um fato que fica bem a todos. Mais: nunca em nennhum momento se dignou a escrever sobre a vergonha que se tem passado nos casso sucessivos de negligência e na total falta de humanismo no caso das baixas médicas.pelo contrário, só se limita a crfiticar os profissionais de outras áreas... Essa atitude demonstra precisamente o vosso autismo. Veja-se o caso das listas de espera na área de oftalmologia: os médicos especialistas limitavam-se a fazer 3 ou 4 operações por dia, obrigando que centenas de potugueses se deslocassem a Cuba. Depois de não conseguirem esconder a vergonha na cara, lá se resolveu atalhar à custa de uns cobres a mais saídos do erário público.Triste classe que apenas funciona com a cenoura à frente... Triste classe que se dá ao luxo de não querer trabalhar nas regiões do interior, deixando aquelas populações à sua sorte...também me vão dizer que a culpa é dos utentes...
"Mas sim. Eu entendo que um trabalho que exige mais responsabilidade e riscos deve ser mais bem pago. Sou prático e directo e não me venha com as tretas da vocação. Ou se tem jeito e vontade ou não. É como tudo."
Treta da vocação...Ora o caro Vítor tocou na ferida.Perante as suas palavras limito-me a concluir que afinal os portugueses têm razão quando referem a desumanidade com a qual são tratados.As palavras são suas, não se esqueça. Quanto ao risco e responsabilidade, deixe-me que lhe diga que um agente de segurança, segundo o seu ponto de vista, deveria auferir um salário principesco.
"Está refém de todos os dinheiros envolvidos e onde os salários com o pessoal são percentagem pequena do bolo."
Está refém dos incompetentes que estão à frente dos conselhos de administração e do desperdício que muitos médicos fazem no âmbito do seu trabalho (tal como afirmou a ministra).é extraordinário que se coloquem pessoas sem formação na área de gestão à frente daquelas entidades.mas vendo bem, eles também não aceitariam que os leigos se intrometessem no negócio deles. A classe não que ser avaliada. a classe não quer controlo de assiduidade, a classe não se quer sujeitar ao aumento da idade de reforma... Não venho para aqui destilar ódios.Esse argumentos de algibeira têm como objectivo menosprezar quem se insurge. Apenas demonstro a minha revolta para quem se auto vitimiza constantemente apesar de ser um dos rostos da mediocridade deste país. Querem um conselho?Saiam das vossas poltronas e perguntem aos vossos utentes( os dos hospitais públicos e não os das clínicas privadas) a opinião que nutrem pelo sistema e pela classe. Porventua tabém terão dor de cotovelo...
p.s. A pergunta mantém-se: qual a razão para que os mesmíssimos médicos sejam eficientes no privado e no público não? Caros senhores, o sistema não é abstracto. é feito das pessoas que nele trabalham. Não tentem atirar as culpas para um poço sem fundo.
Essa história da vocação roça o metafísico e o divino . Como se eu acordasse de manhã e o Arcanjo Gabriel m'o dissesse aos ouvidos. Você pode acreditar. Eu não acredito nessas coisas.
Acredito que as pessoas se apaixonam pela Arte e depois ou têm jeito e capacidade para ser médicos na suas qualidades humanas ou não têm. Não é por acaso que muitos desistem.
Depois há provavelmente alguns médicos que não o são na totalidade. Continuam por lá, por algum motivo interior. Mas acontece com muitos funcionários públicos - e então nas repartições das finanças... - que fazem o frete pelo salário. Envergonha-me tanto a mim como a si.
Mais uma vez tira conclusões precipitadas a meu respeito. Tive 4 anos para entrar no curso e nunca fiz panaceia da abertura de mais vagas para que entrasse. Tive de me esforçar e consegui. Mais: sou um adepto fervoroso dos cuidados primários e sobretudo em meios pequenos. Tenho origens no entre Minho e Trás-os-Montes. Também acho que os admnistradores devem ter uma formação em gestão. Mas podem ser médicos como enfermeiros, têm de demonstrar capacidade. Não é só perceber de números e depois surgirem histórias como a do Gestor que não percebia porque se gastava tanto “Nacle”. Pois o NaCl, nome simplificado do Soro Fisiológico no papel, para menos atentos…
O que eu me bato é pela dignidade do exercício da profissão e sobretudo do seu ensino. Não está em causa a abertura do Curso no Algarve, está antes o gáudio que se ouve e se lê por parte de muita gente que se esforça em comentar sempre procurando banalizar a profissão da medicina e a sua aprendizagem, como se fosse uma cultura de alfaces. Isso, meu caro Manuel, não admito com a minha futura profissão, como fico triste com o mercantilismo e a vulgarização que se fez do ensino de muitas artes do sector de saúde (como a Enfermagem)e do próprio ensino de Direito. Se quer nivelar por baixo, continue lá com os seus argumentos.
Sou o ASC. Ninguém comenta o meu post? Eu preciso de um médico de família e não tenho! Se for ao privado pago €100 por cada consulta fora os medicamentos e exames e mesmo assim espero semanas pela consulta.
Existem velhinhos com uma reforma de €232 nesta mesmíssima situação.
Concordam com isto?
Acho que é uma questão de humanidade ou talvez de falta dela...
Eu tinha razão quando botei que ia dar merda! infelizmente. Há sempre alguém que nos diz que os médicos são uns previligiados um suprassumo da sociedade. Pura inveja e demagogia. Quando estes meninos estão com as calças na mão doentes procuram qualquer médico e se tem patologia pesada vão ao público procurar a malandragem que não produz nada. 1- quem decide os cursos de Medicina é o poder político onde e quando querem; 2- quem decide o número de vagas de especialidade é o ministério da saúde (poder político) nos hospitais que tenham capacidade de formação e onde quiser; 3 - quem decide os administradores dos hospitais (que não são médicos) é o poder político; 4- quem decide o apetrechamento dos hospitais em recursos humanos e materiais é o ...; 5- quem decide ficar doente não é o ... 6- quem decide que alguns senhores tenham asco pelos profissionais de saúde não é o poder político mas sim a mesquinhez medieval de considerar os médicos seres superiores;
qual é o problema de haver mais um curso de medicina em portugal? não é verdade que há falta de médicos, principlamente fora dos grandes centros de lisboa e porto?
se o minho teve direito ao seu curso de medicina - e já tinha dois a 50 km de distância - porque raio o algarve não pode ter também um quando o mais próximo fica a 300 km? descentralizemos!
além do vosso costumeiro paroquialismo bacoco, denota-se aqui uma egoísmo demasiado evidente, por parte daqueles que já ascenderam à posição de 'curadores' oficiais, que pretendem manietar o mercado a todo o custo. vai mal esta classe médica cada vz mais transformada em meros técnicos de antibióticos sôfregos pelo vil metal.
Antes de mais acho que este ano vamos ter uma grande equipa! ;-) Saudações braguistas.
Relativamente à pergunta, não quero entrar em nomes mas fico bastante admirado por você achar que é um valor irreal... Se procurar na tabela de preços de alguns médicos da clínica de S.Lázaro vai encontrar não um mas alguns exemplos (primeira consulta).
Já agora, conhece algum médico que esteja inscrito no fundo de desemprego? É que eu tenho muitos conhecidos licenciados que por lá passaram em algum momento da sua vida. Nunca vi as respectivas ordens ou associações profissionais a manifestarem o seu descontentamente em relação à abertura de vagas nesses cursos. Esta provado que a concorrência melhora a qualidade dos serviços.
Já agora, quais são as especialidades onde há excesso de médicos? Onde há falta conheço bem...
Como já disse uma vez, e continuo a achar o mesmo, considero que esta nova geração de médicos vai mudar por completo a imagem da classe médica. Tenho a certeza que serão muito mais profissionais, humanos e menos materialistas do que a maior parte dos velhos do restelo que constituem a sua classe!
Como podem constatar,a opinião da maioria dos comentadores (excepto aqueles qu exercem a profissão) partilha das mesmas preocupações. E se vocês se limitassem a sair do vosso mundinho acabariam por verificar que estas são mais generalizadas do que porventura pensam. A pergunta do Pedro ("Caro asc, 100 euros por uma consulta? Diga-me onde?") demonstra apenas uma coisa: você não conhece mais nada para além das paredes da sua universidade.o mundo real representa uma incógnita. de facto, discutir com alguém que desconhece o próprio tema que lançou é inglório.
Trago ao vosso conhecimento apenas mais um facto que porventura desconhecem: a inspecção geral de finanças detectou situações gravíssimas nas várias gestões hospitalares geridas, maioritariamente, por grandes "gestores" licenciados em medicina.mas nada disto suscita interesse...talvez mais um abaixo assinado para ver a bola na rtp? pode não vir ao acaso,mas demonstra a sua total falta de coerência: durante o euro 2008 criticou o facto de se dar uma atenção desmedida ao futebol.mas se contabilizarmos o número de posts relativos a esse desporto e às guerrinhas estúpidas entre norte e sul (SLB, SCP e FCP) concluiremos que quem atira pedras é exactamene o mesmo que as coloca à disposição. mas enfim, isto era apenas um desabafo.
"Essa história da vocação roça o metafísico e o divino . Como se eu acordasse de manhã e o Arcanjo Gabriel m'o dissesse aos ouvidos. Você pode acreditar. Eu não acredito nessas coisas."
Continuo a denotar com tristeza que a questão da vocação é uma questão menor...cada vez mais compreendo a desumanidade dos hospitais.
1. "Você não me conhece. Como tal, não faça insinuações nem suposições sobre mim nem sobre o meu passado.
2. Só por má fé pode dizer que este post se dirige ao projecto do Algarve. Ora veja com atenção qual a notícia a que dirige o mesmo..."
1º diga-nos com toda a franqueza: nunca se queixou (especialmente antes de ingressar na universidade) da falta de vagas e das médias excessivas? Nunca se regozijou por ter frequentado um curso que foi conotado como sendo uma "revolução" no ensino?
2º até pode não querer referir-se ao Algarve,mas não basta ser...
Curioso que os mesmos que tanto criticam o sector público sejam os mesmos que não aceitam o ensino privado da medicina.Afinal o problema não está no "sorvedouro" e na "desregularização" pública? o público é bom para o ensino e mau para a prática?
3º já agora gostaria de ver respostas às perguntas pertinentes do comentador ASC.
"não admito com a minha futura profissão, como fico triste com o mercantilismo"
Mercantilismo é aquilo que já se faz com essa profissão meu caro!
Para finalizar, a mesma questão que fiz inicialmente mantém-se sem resposta:
"p.s. A pergunta mantém-se: qual a razão para que os mesmíssimos médicos sejam eficientes no privado e no público não? Caros senhores, o sistema não é abstracto. é feito das pessoas que nele trabalham. Não tentem atirar as culpas para um poço sem fundo"
Traduzindo: qual a razão para que um médico que se limite a fazer 3operações às cataratas no seu turno, quando deveria fazer muitas mais (tendo em conta a banalidade da operação) saia do expediente antes deste terminar, (muitas das vezes, e daí o horror ao controlo de assiduidade) se dirija para a clínica privada e seja eficiente?
Aguardo pacientemente por uma resposta.
p.s. não tentem descrediblizar a minha posição tentando atirar com o argumento "bacoco" da inveja pela classe. Apenas me insurjo contra uma classe que está costantemente a carpir lágrimas apesar de ser uma das responsáveis pelo caos vivido no sector, para além de ser a mais favorecida de todas. segundo o Toninho Regadas, a culpa é do Estado. Não é dos gestores (que são médicos), não é da Ordem, não é dos profissionais que se dão ao luxo de realizarem 3 ou 4 cirurgias por dia...a culpa existe mas nunca é nossa, certo? Quanto ao facto dos portugueses se deslocarem ao púbico em caso de necessidade, tenho de concordar consigo mas importa ressalvar que a maioria o faz porque não têm outra solução e por essa razão esperam meses a fio...ou vão a Cuba.
Hoje de manhã, quando me dirigia para o meu posto de trabalho, ouvi na TSF o presidente da ordem dos médicos a comentar a proposta do governo em relação à nova proposta governamental sobre o regime de exclusividade dos médicos portugueses. O presidente afirmou que isso não seria praticável pois há falta de médicos em Portugal!
Afirmou ainda que provavelmente é uma medida anticonstitucional. Espero bem que sim! É que eu sou professor e nós estamos nesse regime, portanto, se é anticonstitucional para os médicos também o será para os docentes. Maravilha, já vou poder acumular novamente e ganhar mais uns cobres... Sim porque somos todos portugueses, não?
Eu até iria continuar a pleitar mas julgo que perante esta notícia a falta de vergonha na cara desaparecerá. Ora vejamos:
Governo prepara-se para exigir exclusividade aos médicos Hoje às 08:43
"A proposta, assinada pelo secretário de Estado da Saúde, já está nas mãos dos sindicatos e faz parte de uma mais abrangente reforma das carreiras dos médicos na Função Pública.
Os médicos já avisaram que esta exclusividade obrigatória pode ter como efeito uma fuga dos clínicos para o sector que paga mais, ou seja, os hospitais privados.
Falta de médicos é a razão dada pelo Governo para impor dedicação exclusiva obrigatória ao Serviço Nacional de Saúde, sem possibilidade de opção por um regime de trabalho a tempo parcial.
O Governo quer que os médicos escolham se fazem carreira no público e caso seja essa a opção deixam de poder acumular funções com o privado.
Outra das medidas do executivo, de acordo com o Correio da Manhã, passa por acabar com as várias carreiras existentes e criar uma classe única dentro da Função Pública para todos os médicos.
A proposta do Governo já foi enviada aos sindicatos, segue-se agora o período de negociações de uma proposta que chegou a ser avançada, em 1989, pela ministra do PSD, Leonor Beleza, mas que nunca foi para a frente devido à oposição da classe médica.
Contactado pela TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos considera, numa primeira leitura do documento, que impor a dedicação exclusiva e obrigatória ao Serviço Nacional de Saúde pode até não ser constitucional.
Pedro Nunes afirma ser «impensável», numa altura destas, diminuir a actividade dos médicos, mas prefere para já aguardar pela reunião com o Governo.
Actualmente nos hospitais, há 17500 médicos, mas calcula-se que mais de 11 mil trabalhem também no privado.
comentemos:
"...pode ter como efeito uma fuga dos clínicos para o sector que paga mais, ou seja, os hospitais privados. "
o mercantilismo está tão enraizado que este senhor denota uma tamanha falta de confiança em que os médicos optem pelo público.Pessoalmente sentir-me-ia insultado com a afirmação do bastonário mas ele deve saber com que linhas se cose.
"Falta de médicos é a razão dada pelo Governo para impor dedicação exclusiva obrigatória ao Serviço Nacional de Saúde"
Penso que quanto à questão da falta de médicos acabamos por aqui.basta de discutir o sexo dos anjos.
"...devido à oposição da classe médica."
Já prevejo greves, ameaças de greve, etc...e o governo vai ceder obviamente.
"pode até não ser constitucional."
Acho um "piadão" quando estes senhores tentam falar daquilo que vai para além da compreensão deles. A palavra "inconstitucional"deve ser a primeira que aprendem quando assumem o cargo. Já sinto no ar uma nova frente de combate liderada pela Ordem dos médicos seguida pelos professores e magistrados.afinal, todos eles têm exclusividade.
"...há 17500 médicos, mas calcula-se que mais de 11 mil trabalhem também no privado."
Posto isto, penso que está tudo explicado.Ou será que precisam de uma explicação?
p.s. continuo à esperada resposta à minha pergunta. Mas percebo que não queiram responder a quem partilha de um "ódio militante" à classe médica... Pelos vistos a ministra (também médica) deve partilhar da mesma "inveja".
Acreditem que não pretendia voltar a este assunto mas as palavras do mercenário do sindicato independente dos médicos são insultuosas e demonstram o carácter desta classe.
Cito:
"só se o governo descobrisse um poço de petróleo conseguiria implementar esta medida"
Eles gostam de se fazer pagar caro!
Cito também o bastonário (que porventura deveria ser esclarecido pelo senhor Vítor Pimenta...quiçá?)
Para evitar que alguns "génios" venham atacar esta medida com argumentos falaciosos...
Associação dos Médicos de Saúde Pública
"Exclusividade só peca por tardia Ao contrário da posição do bastonário da Ordem, a Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública diz que a medida de impor exclusividade aos médicos do Serviço Nacional de Saúde só peca por tardia. Enquanto se mantiver a promiscuidade entre os serviços públicos e os privados como tem sido até agora, os públicos terão sempre dificuldades, disse o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Durval, a propósito da intenção do Governo de impor exclusividade aos médicos que trabalhem para o Serviço Nacional de Saúde. Ao contrário da posição critica assumida pelo bastonário da Ordem dos Médicos, o presidente da associação considera que a medida é positiva e só peca por tardia. O presidente da associação diz não saber se a medida é constitucional ou não mas considera que tem de haver uma mudança. Para Mário Durval, o problema do dinheiro não é desculpa uma vez que os médicos em exclusividade ganham mais."
Perante esta avalanche só resta uma atitude ao Pedro Morgado e Vior Pimenta: Com hombridade e responsabilidade assumam que erraram.
e mais: ao estado e à ordem (porque apenas tem funções delegadas pelo estado) compete-lhes avaliar e fiscalizar a qualidade e idoneidade das instituições que pretendem ensinar medicina e homologar ou não os respectivos cursos mediante um conjunto de critérios prévios. mais nada. o ensino deve ser livre.
«Eu preciso de um médico de família e não tenho! Se for ao privado pago €100 por cada consulta fora os medicamentos e exames e mesmo assim espero semanas pela consulta.»
Ao ler o que escreveu fica-se com a ideia que no privado paga 100 euros por uma consulta de médico de família e, afinal, estava a referir-se a uma consulta de especialidade. No entanto, NÃO HÁ NENHUMA ESPECIALIDADE EM QUE NÃO ENCONTRE CONSULTAS POR UM VALOR MAIS BAIXO. Se no médico X paga 100, deverá procurar o médico Y onde paga 50.
O picheleiro que vai lá a casa cobra 50 euros por arranjar uma torneira (demora pouco mais de 15 minutos)... Eu acho muito, mas não desato a acusar os pricheleiros de serem mercenários.
Se não tem médico de família vai às consulta "sem médico" do seu centro de saúde e, a partir de lá, caso a situação clínica justifique será encaminhado para um consulta de especialidade no hospital de referência.
Em algumas especialidades essa consulta não demora mais do que 30 dias, noutras a espera pode chegar infelizmente aos 6 meses. Curiosamente, essas são precisamente as especialidades em que, ao contrário do que a Ordem dos Médicos defende, o MINISTÉRIO DA SAÚDE abre menos vagas.
Em sintese, a saúde em Portugal está acima da média quando comparado com o estado do ensino ou da justiça. A prova disso é que as discussões acabam semper no salário dos médicos. Mal estaríamos se estivessemos a discutir taxas de mortalidade infantil terceiro-mundistas...
«Eu preciso de um médico de família e não tenho! Se for ao privado pago €100 por cada consulta fora os medicamentos e exames e mesmo assim espero semanas pela consulta.»
Ao ler o que escreveu fica-se com a ideia que no privado paga 100 euros por uma consulta de médico de família e, afinal, estava a referir-se a uma consulta de especialidade. No entanto, NÃO HÁ NENHUMA ESPECIALIDADE EM QUE NÃO ENCONTRE CONSULTAS POR UM VALOR MAIS BAIXO. Se no médico X paga 100, deverá procurar o médico Y onde paga 50.
O picheleiro que vai lá a casa cobra 50 euros por arranjar uma torneira (demora pouco mais de 15 minutos)... Eu acho muito, mas não desato a acusar os pricheleiros de serem mercenários.
Se não tem médico de família vai às consulta "sem médico" do seu centro de saúde e, a partir de lá, caso a situação clínica justifique será encaminhado para um consulta de especialidade no hospital de referência.
Em algumas especialidades essa consulta não demora mais do que 30 dias, noutras a espera pode chegar infelizmente aos 6 meses. Curiosamente, essas são precisamente as especialidades em que, ao contrário do que a Ordem dos Médicos defende, o MINISTÉRIO DA SAÚDE abre menos vagas.
Em sintese, a saúde em Portugal está acima da média quando comparado com o estado do ensino ou da justiça. A prova disso é que as discussões acabam semper no salário dos médicos. Mal estaríamos se estivessemos a discutir taxas de mortalidade infantil terceiro-mundistas...
Nem uma palavra relativamente a esta proposta do governo. Mas ainda há quem continue a pregar no deserto mesmo contra as palavras do próprio bastonário ("há falta de médicos", segundo aquele). Sintomático e revelador.
Fiquei a saber que o sistema de saúde em Portugal é bom. Eu acho que não! Provavelmente devo ser uma excepção...
Azar de quem precisa de cuidados de saúde! Tem de ter a sorte de não cair nas mãos erradas!
Como é que se pode evoluir cientificamente e profissionalmente com os horários de muitos médicos que trabalham de manhã no hospital e começam no privado às 14h. Quando é que almoçam?
Eu, para melhorar os meus conhecimentos preciso de tempo para ler e investigar! Com esses horários quase que não se tem vida própria!
Não sei porquê mas lembro-me sempre do dito Major Valentim Loureiro. Era presidente da camâra, presidente de um clube, da Liga, Cônsul de não sei de onde, presidente da distrital do PSD, empresário e não sei que mais... Será que se pode ser bom em alguma coisa?
Estamos mal na justiça, no "meu" ensino (concordo) mas também na "nossa" saúde.
Concordo com a abertura de mais cursos de medicina.
Que o próximo seja no interior do país porque esse povo também precisa e merece!
Separar as águas já! Os médicos deverão escolher entre o público ou o privado. Acabar com o privado até seria a melhor solução. Veja-se o exemplo da Holanda e Dinamarca.
Mas há um senão - "quanto mais se edificam centros comerciais, se erguem estaleiros de construção, chegam mercadorias, trabalham fornecedores, se efectuam transportes, mais rapidamente o dinheiro conseguirá transformar os perímetros recortados dos territórios ilegais em legais" in Gomorra - Roberto Saviano
Caro Manuel, não posso começar o meu post sem primeiro dizer que não deixa de ser engraçado que os argumentos sejam sempre os mesmos quando se fala dos médicos e do salário deles, mesmo que se desconheça (completamente) a real situação como parece ser o caso...
Agora respondendo à sua pergunta sobre como podem os mesmos médicos mostrar mais eficiencia no público que no privado, posso apenas apontar-lhe algumas razões:
1 - A melhor organização do sistema privado, que realmente tem uma organização entre os diversos profissionais tornando a actividade mais eficiente
2 - restantes profissionais realmente motivados, e não só o médico, porque sem sombra de dúvida, a questão do pagamento... parece (porque não lho posso confirmar) que pagam mais!
Diga-me se trabalharia com a mesma motivação independentemente do dinheiro que aufere??? Pode chamar-me mercenário, mas eu acho que isto é o normal!
Diga-me se não é mais fácil conseguir que uma consulta funcione melhor quando a secretária está satisfeita com o que faz e o atende com prontidão, quando a enfermeira está realmente disponível na consulta e não tem de esperar que ela possa estar lá para que o procedimento possa ser realizado. é provavelmente mais fácil trabalhar no privado.
Agora só para terminar gostava que me respondesse se acha que um Médico que acabou o seu curso de 6 anos (o mais longo dos cursos superiores) começa a ganhar um ordenado de cerca de 1000 e poucos euros é assim tão bem pago quanto isso por um horário de 42h??? sem esquecer o facto de que enquanto for interno (durante mais meia dúzia de anos) vai receber o mesmo!
Desconheço a sua profissão, mas gostava de saber quanto acha ser justo auferir por 42h de trabalho, sendo que destas têm que constar horas de urgência, noites sem dormir....
Quanto à motivação respondo-lhe citando a presidente da associação de médcos profissionais: "é uma questão de vocação".
"Agora só para terminar gostava que me respondesse se acha que um Médico que acabou o seu curso de 6 anos (o mais longo dos cursos superiores) começa a ganhar um ordenado de cerca de 1000 e poucos euros é assim tão bem pago quanto isso por um horário de 42h??? sem esquecer o facto de que enquanto for interno (durante mais meia dúzia de anos) vai receber o mesmo!
Desconheço a sua profissão, mas gostava de saber quanto acha ser justo auferir por 42h de trabalho, sendo que destas têm que constar horas de urgência, noites sem dormir...."
Resposta: Magistratra (titulares de cargo de soberania, note bem!)
5 anos de curso de Direito (estágio não incluído) mais um ano de espera até ser possível a candidatura ao centro de estudos judiciários, mais concurso público, mais processo de selecção que implica provas escritas, orais, psicológicas, e entrevista profissional, mais curso no CEJ, mais 2 a 3 anos de formação em Lisboa (qualquer que seja a naturalidade do candidato), mais período de "estágio" em qualquer comarca espalhada pelo país (não se podem dar a luxo de recusar tal como os médicos), mais um período de 5 anos durante os quais não se podem desvincular da profissão, mais obrigatoriedade de não realizarem nenhuma actividade remunerada: salário em topo de carreira - 3500 euros a 4000 euros.
Quer mais?
Professores...(o resto você já sabe...)
Está respondido?
E não vê estes profissionas bradarem contra a exclusividade.
Já reparou que o seu comentário acabou por se resumir à questão da remuneração?
Já agora, topo da carreira para 70% dos professores aproximadamente 1600€~1700€. 5 anos de curso + 2 de mestrado!!! Em regime de exclusividade + 6h, no máximo, de acumulação !!!
Caro ASC, concordo plenamente consigo.No caso dos professores ainda é mais gritante já que são deslocados centenas de KM sem quaisquer ajudas de custo.
Dá dinheiro, dá status, dá poder, dá estatuto e vai dar merda.
ResponderEliminarEna, mais um!
ResponderEliminarin http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1336465
ResponderEliminar"(...) o novo curso de Medicina da Universidade do Algarve é um "curso inovador", baseado numa relação directa com a actividade clínica concreta"
Isto quer dizer que todos os outros cursos de medicina do país existentes até agora eram baseados numa relação indirecta com a actividade clínica abstracta?
Ainda agora fiquei confuso. Pensei que os longos estágios e especializações da classe médica fosse directos e concretos.
Caro Dario,
ResponderEliminarEssa declaração é infeliz, demagógica e lamentável...
Lol, Dário.
ResponderEliminarEnfim. Eu até ainda me pus a escrever no meu blog, mas sabes Pedro, que se lixe! O que se quer é tudo a granel, neste país.
Eu acho que o Dário está a ser irónico...
ResponderEliminarEu estava a referir-me às declarações do Ministro e não às do Dario :)
ResponderEliminarPedro, Vitor:
ResponderEliminarO Pedro não se apercebeu da minha ironia. O Pedro sim.
Eu fiquei espantado por um ministro vir dizer que o novo curso vai ser "inovador" e que vai estar ligado à actividade clínica concreta.
Como que a dizer que todos os outros cursos da área não o sejam.
E não tenho nada essa impressão tanto mais que os estágios em medicina, pelo que julgo saber, são muito pragmáticos e exercidos em condições e locais reais.
Daí que o ministro está a prometer uma coisa que já existe.
Será que o ministro queria dizer outra coisa ou está a querer tornar-nos em "espectadores-da-rtp-desporto"?
Daí a ironia.
"Eu estava a referir-me às declarações do Ministro e não às do Dario :)"
ResponderEliminarah, ok... não sou ministro mas não desejo nenhum mal a nenhum deles. Que sejam felizes, nos façam ainda mais felizes mas não à custa de tanto rir...
Não percebo...
ResponderEliminarQuando nos dirigimos ao SNS é difícil arranjar um médico. Eu não tenho médico de família. Quando se vai a um hospital vejo muitos médicos estrangeiros e o tempo de espera é aquele que todos sabemos. Quando vamos a médico particular apenas temos consulta passados meses e a um preço inacreditável. Pela minha experiência de vida verifico que a classe médica é uma classe social muito privilegiada, em termos materiais, comparando com a restante sociedade.
Com tudo isto chego à conclusão que há falta de médicos em Portugal. Vocês dizem que não. Não percebo!
Alguém pode explicar porquê?
Estes comentários demonstram apenas um a coisa: o profundo egoísmo e o enorme lobby que a classe médica representa neste país. Numa terra onde grande parte dos cidadãos não dispõe de médico de família e que se limita a esperar meses a fio por uma consulta, acho lamentável que se levantem vozes contra a abertura de um novo curso, especialmente numa região que deles necessitam (apesar de se pretender formar médicos para todo o país).
ResponderEliminarLembro-me que aquando da abertura do curso em Braga também se falou em inovação mas nessa altura os mesmos que atacam esta medida como sendo populista, limitavam-se a pavonear dizendo que estavam num curso de elite…
O sistema nacional de saúde nacional está em colapso e a ministra da saúde já confirmou que os próximos anos serão muito difíceis devido à falta de médicos. Entretanto, alguns “lobbistas” tentam manter o seu mundinho fechado com receio de perderem as regalias absurdas que o país lhes concede. Eles são contra os médicos de leste, da América do sul que bem vistas as coisas são muito melhores do que eles para além de apresentarem um profissionalismo incomparável.
Eles são contra a abertura de novas faculdades, eles são contra a abertura de mais vagas. Mas tudo isto apenas depois de lá estarem porque antes aparecem nas tv´s queixando-se de que têm de estudar em Praga à custa dos papás, coitadinhos…
Eles têm emprego garantido e dão-se ao luxo de usarem o privado e abusarem do público enquanto outras profissões exigem exclusividade.
Eles formam-se nas escolas públicas com dinheiro de todos nós e depois (tal qual como mercenários) optam pelas clínicas que lhes enchem os bolsos.
Esta classe é o paradigma do parasitismo nacional. Contra eles nada se faz porque ameaçam de imediato com greve, tudo à volta é miserável mas eles não querem mudar.
Finalmente alguém se lembrou de abrir um curso em que os idiotas emocionais não tivessem lugar e se oferecesse a oportunidade de abrir o curso a pessoas humanas. Ao contrário daqueles atrasados emocionais que são formatados para o 19 ao longo de toda a vida.
Temos os médicos menos humanos, mais mercenários e em conversa com espanhóis ou médicos de leste a estupefacção é comum.
Enfim, as vossas “preocupações” são bem diferentes daquelas que são partilhadas pelos portugueses.
Lamento novamente que os mesmos que no passado criticavam os números clausus e as escassas vagas, hoje venham para aqui bradar contra um projecto que merece o apoio de todos os portugueses.
Pode ser que um dia os portugueses se desloquem a um hospital e sejam tratados com dignidade.
Caro Manuel, nem mais.
ResponderEliminarContra este lixo demagógico.
Pois é caro Manuel, mas os tais espanhois mais humanos e nada mercenários estão a voltar para Espanha onde começam a ganhar mais no sector público... E agora?
ResponderEliminarBoa Manuel trouxe a merda toda. Parabéns pelo postal.
ResponderEliminarToninho Regadas
Só uma coisa, quem julgar que o SNS está em colapso pela falta de médicos anda completamente enganado.
ResponderEliminarCaro Vitor Pimenta, os médicos espanhóis estão a regressar a casa por várias razões: falta de progressão na carreira, discriminação por parte das entidades patronais face aos portugueses...e já agora, quem é que não gosta de regressar ao seu país para estar perto dos seus?
ResponderEliminarDe tudo aquilo que eu disse só isso lhe suscitou interesse?
Quanto ao colapso do SNS limito-me a citar a minitra da saúde...médica também...
Diz a ministra:
"Portugal deverá viver, nos próximos três a quatro anos, um período muito crítico de carência de médicos de família e de especialidades como urologia, obstetrícia, pediatria e anestesia"
E ela disse muito bem: "médicos de família [que também é especialidade] e de especialidades como urologia, obstetrícia, pediatria e anestesia"
ResponderEliminarEu concordo com a ministra. Mas não se resolve com a ideia do do número de vagas nos cursos de Medicina. A resolução passa por adaptar as vagas abertas pelos colégios de especialidade para as especialidades em falta, no final do curso.
Enquanto não for por aí o caminho, havemos de estar continuamente a formar médicos para especialidade entupidas e sempre com a noção de que eles faltam porque há áreas em que as vagas abrem às pinguinhas.
Isto explica, em parte, porque é que temos médicos acima da média europeia e parecem que escasseiam.
Mais, há uma falta de organização do sistema nacional de saúde, que paga mal porque é um sorvedouro pela confusão e pela irresponsabilidade dos utentes. Isto leva muitos profissionais a dividirem a prática entre o público (despesista) e o privado, onde ganham mais e são mais eficientes.
Quem não tem noção disto cai no sofisma demagógico de certos comentários que faz e que se vêm sem fundamento com ponta por onde se lhe pegue.
E acredita, que não és mais revoltado com actual estado das coisas do que eu.
olha, para facilitar o raciocínio é como se houvesse falta de professores de história e de francês, por exemplo, e o Estado optasse por abrir mais vagas nos cursos de ensino para colmatar essa falha. É isto o que se passa.
ResponderEliminarE acredita que já há médicos a mais em algumas especialidades e só se mantém em funções porque há o sentimento geral de que temos médicos a menos.
A isto se soma a fantasia romântica de nos querermos rodeados de médicos e médicas, mesmo quando atinge números absurdos.
"Mais, há uma falta de organização do sistema nacional de saúde, que paga mal porque é um sorvedouro pela confusão e pela irresponsabilidade dos utentes. Isto leva muitos profissionais a dividirem a prática entre o público (despesista) e o privado, onde ganham mais e são mais eficientes."
ResponderEliminarO absurdo de tudo isto é o tipo de argumentação usada: "paga mal"...haverá classe neste país mais previligiada em termos salariais do que esta?dou o exemplo dos magistrados que são detentores de um cargo de soberania e que ganham muitíssimo menos do que um "puto" com canudo de Medicina.o primeiro teve de suportar 5 anos em Direito, um processo de recutamento tremendo para o centro de estudos judiciários (aguardando pela abertura dos concursos...), mais 3 anos de formação, deslocação para uma comarca longínqua, mais alguns anos de preparação e no auge da carreira ganha 3000 euros...no auge, sem esquecer que nunca poderá exercer outra tarefa remunerada.Posso dar o exemplo de outras profissões tal como os docentes.
Um médico acaba o curso e sabe que tem lugar garantido, não precisa de lutar por uma vaga (a não ser na especialidade) e pode vaguear entre privado e público, público e privado...sai antes do fim do expediente (do público) e vai para o seu gabinete... a meio da carreira onde lá vão os 3000 euros...
Os médicos até poderiam ter razões credíveis mas lamento que tenha escolhido essa.
Mais uma vez a sua argumentação prende-se com cifrões e capelinhas.
Nem uma palavra para o estado do SNS!
Mas se me disser que os médicos ganham mal comparados com os jogadores da bola, então aí estamos de acordo.
E já agora, sabe de quem é a culpa das "vagas às pinguinhas" nas áreas de especialidade?
Não é dos utentes claramente.
Talvez a resposta esteja na capelinha mor chamada ordem do médicos.
Você cai nos próprios argumentos, ora vejamos: afirmou que os espanhóis regressam a casa porque começaram a auferir melhores salários do que em Portugal.Ora se "começaram" significa que anteriormente auferiam menos.Falamos da Espanha certo?Uma das economias mais fortes do mundo.
No nosso cantinho existem argumentos para se manter o salário mínimo do plebeu em pouco mais de 400 euros.mas os médicos davam-se ao luxo de auferir mais do que os nuestros hermanos.
O vosso medo com a abertura destas vagas e cursos só se percebe pelo vosso horror à concorrência!vocês não sabem o que tal significa.mal ou bem terão sempre lugar.
pena que esses receios apenas surjam quando estão lá dentro porque quando estudam no 10º ano e suplicam aos professores pela média de 19, os lamentos contra a escassez de vagas e de cursos entope as nossas tv´s com os meninos ricos que estudam em Praga (que sacrifício!) e se portam como exilados políticos longe da pátria.
Assuma!Vocês borrifam-se para o SNS, para os utentes, para as listas de espera, para o pobre coitado que espera horas a fio numa fila de um centro de saúde e que quando chega a sua vez acaba por ser informado que o "sr doutor" já não pode atender.
é isto que vocês não percebem porque vivem no munda da fantasia da Grey e do E.R..
As pessoas, essas são descartáveis.
Para muitos dos jovens médicos, ser médico de família significa ser um apátrida, longe da ribalta.
E quiçá a falta de pessoal também esteja no facto de muitos optarem apenas pelo privado...será?
Não se compreede que um sistema que colapsa e que se comporta como um sorvedouro acolha no seu seio uma classe cada vez mais previligiada.
Na educação quando o sistema falha, os docentes caiem na lama, na Justiça, os magistrados trabalham em tribunais em perigo de derrocada, na segurança, os polícias pagam para trabalhar, na Saúde o médico assobia para o ar e ri-se de má sorte dos restantes.
Já não há pachorra para as lamentações destes senhores.
E já agora, pode-se saber porque razão o "mesmíssimo" médico é eficiente no privado enquanto no público já não é?
ResponderEliminarOs equipamanetos serão tão diferentes?E o tipo de organização?Pudera! qual a relação de utentes entre ambos?
Mais: afinal os conselhos de administração não são compostos por médicos?
Caro Manuel.
ResponderEliminarFala dos salários dos médicos como sendo o nosso objectivo primário. O problema é que esse também é o cerne de tanto ódio em relação aos médicos. É das invejas das coisas. Mas sim. Eu entendo que um trabalho que exige mais responsabilidade e riscos deve ser mais bem pago. Sou prático e directo e não me venha com as tretas da vocação. Ou se tem jeito e vontade ou não. É como tudo.
Agora, as queixas que faz da eficiência e da perversidade público-privada assino-as por baixo consigo. Já o disse acima. O que eu quis dizer é que o problema do SNS não é a falta de médicos mas a forma como estes estão distribuídos no sector. E não se resolve aumentando vagas, vai ver que as médias até aumentam este ano, mesmo com mais lugares que no ano passado.
E os formados em Espanha? E na República Checa? Porque é que os Hospitais privados não asseguram a formação dos mesmos especialistas que tanto aliciam assim que terminam o internato complementar? Isto era o que o Manuel devia apontar.
O problema não está na Classe. Está no modelo económico português em que toda a santa empresa (hospitais SA incluídos) estão dependentes do que o Estado investe em Formação médica, sem ajudar em nada. O SNS não está refém dos médicos, em geral, gente aplicada. Está refém de todos os dinheiros envolvidos e onde os salários com o pessoal são percentagem pequena do bolo.
Só mais uma coisa: está redondamente enganado comigo quando diz que eu me borrifo para o SNS. O estado actual está no seu modelo ultrapassado face às cada vez maiores despesas em tecnologia e os custos inerentes à superespecialização a que se junta o populismo de quem não consegue passar a mensagem de que a reestruturação passa pelo encerramento de serviços que já não conseguem cumprir as exigências de qualidade e técnicas (as urgências de aldeia, p.e. ou as maternidades com poucos partos/ano) a que se soma a responsabilização dos utentes no uso e abuso dos recursos de saúde.
ResponderEliminarOlhe, dou a mão à palmatória. Fico cansado com estas discussões de cotovelo.
ResponderEliminarFique com a sua razão que eu fico com a minha. Mas guarde o ódio para quem mantém este enorme polvo desarrumado como é o SNS, sempre com lugar para uns milhares empregados, graças a impostos em tudo quanto é músculo que se mexe.
Mal estamos nós quando se está a falar de qualidade da formação médica e a conversa acaba em salários... Isto diz muito sobre os valores que imperam nas mentes de algumas pessoas. Ninguém vê nos outros aquilo que não germina no seu interior.
ResponderEliminarHá aqui quem confunda tudo porque não percebe de nada. Lamento, caro Vítor, que andes a chafurdar numa lama que não tem ponta por onde se lhe pegue tal o baixo nível dos ódios que por aqui são destilados.
Eu não dou a mão à palmatória. Divirto-me a ler certo ódios plasmados num desfile de alucinações.
"Mal estamos nós quando se está a falar de qualidade da formação médica e a conversa acaba em salários..."
ResponderEliminarO Pedro, das duas uma, ou não sabe ler ou então agiu de má fé quando proferiu esta afirmação
Ora retroceda aos comentários anteriores e repare bem quem trouxe a questão salarial à discussão. Concluirá que não fui eu que disse que estes profissionais eram mal pagos.
Você porventura foi um daqueles que num passado recente se queixava da falta de vagas e das médias exageradamente altas, da mesma forma que se pavoneava (porventura) por fazer parte de um novo projecto que, segundo os responsáveis na altura, era pioneiro no ensino da medicina.
é lamentável constatar o seu desprezo e ironia para com o novo projecto no Algarve. Mas enfim, coerência não é um fato que fica bem a todos.
Mais: nunca em nennhum momento se dignou a escrever sobre a vergonha que se tem passado nos casso sucessivos de negligência e na total falta de humanismo no caso das baixas médicas.pelo contrário, só se limita a crfiticar os profissionais de outras áreas...
Essa atitude demonstra precisamente o vosso autismo.
Veja-se o caso das listas de espera na área de oftalmologia: os médicos especialistas limitavam-se a fazer 3 ou 4 operações por dia, obrigando que centenas de potugueses se deslocassem a Cuba.
Depois de não conseguirem esconder a vergonha na cara, lá se resolveu atalhar à custa de uns cobres a mais saídos do erário público.Triste classe que apenas funciona com a cenoura à frente...
Triste classe que se dá ao luxo de não querer trabalhar nas regiões do interior, deixando aquelas populações à sua sorte...também me vão dizer que a culpa é dos utentes...
"Mas sim. Eu entendo que um trabalho que exige mais responsabilidade e riscos deve ser mais bem pago. Sou prático e directo e não me venha com as tretas da vocação. Ou se tem jeito e vontade ou não. É como tudo."
Treta da vocação...Ora o caro Vítor tocou na ferida.Perante as suas palavras limito-me a concluir que afinal os portugueses têm razão quando referem a desumanidade com a qual são tratados.As palavras são suas, não se esqueça.
Quanto ao risco e responsabilidade, deixe-me que lhe diga que um agente de segurança, segundo o seu ponto de vista, deveria auferir um salário principesco.
"Está refém de todos os dinheiros envolvidos e onde os salários com o pessoal são percentagem pequena do bolo."
Está refém dos incompetentes que estão à frente dos conselhos de administração e do desperdício que muitos médicos fazem no âmbito do seu trabalho (tal como afirmou a ministra).é extraordinário que se coloquem pessoas sem formação na área de gestão à frente daquelas entidades.mas vendo bem, eles também não aceitariam que os leigos se intrometessem no negócio deles.
A classe não que ser avaliada. a classe não quer controlo de assiduidade, a classe não se quer sujeitar ao aumento da idade de reforma...
Não venho para aqui destilar ódios.Esse argumentos de algibeira têm como objectivo menosprezar quem se insurge.
Apenas demonstro a minha revolta para quem se auto vitimiza constantemente apesar de ser um dos rostos da mediocridade deste país.
Querem um conselho?Saiam das vossas poltronas e perguntem aos vossos utentes( os dos hospitais públicos e não os das clínicas privadas) a opinião que nutrem pelo sistema e pela classe.
Porventua tabém terão dor de cotovelo...
p.s. A pergunta mantém-se: qual a razão para que os mesmíssimos médicos sejam eficientes no privado e no público não?
Caros senhores, o sistema não é abstracto. é feito das pessoas que nele trabalham.
Não tentem atirar as culpas para um poço sem fundo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro Manuel, não confunda.
ResponderEliminarEssa história da vocação roça o metafísico e o divino . Como se eu acordasse de manhã e o Arcanjo Gabriel m'o dissesse aos ouvidos. Você pode acreditar. Eu não acredito nessas coisas.
Acredito que as pessoas se apaixonam pela Arte e depois ou têm jeito e capacidade para ser médicos na suas qualidades humanas ou não têm. Não é por acaso que muitos desistem.
Depois há provavelmente alguns médicos que não o são na totalidade. Continuam por lá, por algum motivo interior. Mas acontece com muitos funcionários públicos - e então nas repartições das finanças... - que fazem o frete pelo salário. Envergonha-me tanto a mim como a si.
Mais uma vez tira conclusões precipitadas a meu respeito. Tive 4 anos para entrar no curso e nunca fiz panaceia da abertura de mais vagas para que entrasse. Tive de me esforçar e consegui. Mais: sou um adepto fervoroso dos cuidados primários e sobretudo em meios pequenos. Tenho origens no entre Minho e Trás-os-Montes. Também acho que os admnistradores devem ter uma formação em gestão. Mas podem ser médicos como enfermeiros, têm de demonstrar capacidade. Não é só perceber de números e depois surgirem histórias como a do Gestor que não percebia porque se gastava tanto “Nacle”. Pois o NaCl, nome simplificado do Soro Fisiológico no papel, para menos atentos…
O que eu me bato é pela dignidade do exercício da profissão e sobretudo do seu ensino. Não está em causa a abertura do Curso no Algarve, está antes o gáudio que se ouve e se lê por parte de muita gente que se esforça em comentar sempre procurando banalizar a profissão da medicina e a sua aprendizagem, como se fosse uma cultura de alfaces. Isso, meu caro Manuel, não admito com a minha futura profissão, como fico triste com o mercantilismo e a vulgarização que se fez do ensino de muitas artes do sector de saúde (como a Enfermagem)e do próprio ensino de Direito. Se quer nivelar por baixo, continue lá com os seus argumentos.
Caros Senhores!
ResponderEliminarSou o ASC. Ninguém comenta o meu post? Eu preciso de um médico de família e não tenho! Se for ao privado pago €100 por cada consulta fora os medicamentos e exames e mesmo assim espero semanas pela consulta.
Existem velhinhos com uma reforma de €232 nesta mesmíssima situação.
Concordam com isto?
Acho que é uma questão de humanidade ou talvez de falta dela...
Eu tinha razão quando botei que ia dar merda! infelizmente.
ResponderEliminarHá sempre alguém que nos diz que os médicos são uns previligiados um suprassumo da sociedade. Pura inveja e demagogia. Quando estes meninos estão com as calças na mão doentes procuram qualquer médico e se tem patologia pesada vão ao público procurar a malandragem que não produz nada.
1- quem decide os cursos de Medicina é o poder político onde e quando querem;
2- quem decide o número de vagas de especialidade é o ministério da saúde (poder político) nos hospitais que tenham capacidade de formação e onde quiser;
3 - quem decide os administradores dos hospitais (que não são médicos) é o poder político;
4- quem decide o apetrechamento dos hospitais em recursos humanos e materiais é o ...;
5- quem decide ficar doente não é o ...
6- quem decide que alguns senhores tenham asco pelos profissionais de saúde não é o poder político mas sim a mesquinhez medieval de considerar os médicos seres superiores;
Toninho Regadas
qual é o problema de haver mais um curso de medicina em portugal? não é verdade que há falta de médicos, principlamente fora dos grandes centros de lisboa e porto?
ResponderEliminarse o minho teve direito ao seu curso de medicina - e já tinha dois a 50 km de distância - porque raio o algarve não pode ter também um quando o mais próximo fica a 300 km? descentralizemos!
além do vosso costumeiro paroquialismo bacoco, denota-se aqui uma egoísmo demasiado evidente, por parte daqueles que já ascenderam à posição de 'curadores' oficiais, que pretendem manietar o mercado a todo o custo. vai mal esta classe médica cada vz mais transformada em meros técnicos de antibióticos sôfregos pelo vil metal.
Caro Manuel,
ResponderEliminar1. Você não me conhece. Como tal, não faça insinuações nem suposições sobre mim nem sobre o meu passado.
2. Só por má fé pode dizer que este post se dirige ao projecto do Algarve. Ora veja com atenção qual a notícia a que dirige o mesmo...
Caro asc,
100 euros por uma consulta? Diga-me onde?
Caro PM:
ResponderEliminarAntes de mais acho que este ano vamos ter uma grande equipa! ;-)
Saudações braguistas.
Relativamente à pergunta, não quero entrar em nomes mas fico bastante admirado por você achar que é um valor irreal... Se procurar na tabela de preços de alguns médicos da clínica de S.Lázaro vai encontrar não um mas alguns exemplos (primeira consulta).
Já agora, conhece algum médico que esteja inscrito no fundo de desemprego? É que eu tenho muitos conhecidos licenciados que por lá passaram em algum momento da sua vida. Nunca vi as respectivas ordens ou associações profissionais a manifestarem o seu descontentamente em relação à abertura de vagas nesses cursos. Esta provado que a concorrência melhora a qualidade dos serviços.
Já agora, quais são as especialidades onde há excesso de médicos? Onde há falta conheço bem...
Como já disse uma vez, e continuo a achar o mesmo, considero que esta nova geração de médicos vai mudar por completo a imagem da classe médica. Tenho a certeza que serão muito mais profissionais, humanos e menos materialistas do que a maior parte dos velhos do restelo que constituem a sua classe!
Sou contra as castas sociais.
Caros Vitor e Pedro,
ResponderEliminarComo podem constatar,a opinião da maioria dos comentadores (excepto aqueles qu exercem a profissão) partilha das mesmas preocupações.
E se vocês se limitassem a sair do vosso mundinho acabariam por verificar que estas são mais generalizadas do que porventura pensam.
A pergunta do Pedro ("Caro asc,
100 euros por uma consulta? Diga-me onde?") demonstra apenas uma coisa: você não conhece mais nada para além das paredes da sua universidade.o mundo real representa uma incógnita.
de facto, discutir com alguém que desconhece o próprio tema que lançou é inglório.
Trago ao vosso conhecimento apenas mais um facto que porventura desconhecem: a inspecção geral de finanças detectou situações gravíssimas nas várias gestões hospitalares geridas, maioritariamente, por grandes "gestores" licenciados em medicina.mas nada disto suscita interesse...talvez mais um abaixo assinado para ver a bola na rtp?
pode não vir ao acaso,mas demonstra a sua total falta de coerência: durante o euro 2008 criticou o facto de se dar uma atenção desmedida ao futebol.mas se contabilizarmos o número de posts relativos a esse desporto e às guerrinhas estúpidas entre norte e sul (SLB, SCP e FCP) concluiremos que quem atira pedras é exactamene o mesmo que as coloca à disposição.
mas enfim, isto era apenas um desabafo.
"Essa história da vocação roça o metafísico e o divino . Como se eu acordasse de manhã e o Arcanjo Gabriel m'o dissesse aos ouvidos. Você pode acreditar. Eu não acredito nessas coisas."
Continuo a denotar com tristeza que a questão da vocação é uma questão menor...cada vez mais compreendo a desumanidade dos hospitais.
1. "Você não me conhece. Como tal, não faça insinuações nem suposições sobre mim nem sobre o meu passado.
2. Só por má fé pode dizer que este post se dirige ao projecto do Algarve. Ora veja com atenção qual a notícia a que dirige o mesmo..."
1º diga-nos com toda a franqueza: nunca se queixou (especialmente antes de ingressar na universidade) da falta de vagas e das médias excessivas? Nunca se regozijou por ter frequentado um curso que foi conotado como sendo uma "revolução" no ensino?
2º até pode não querer referir-se ao Algarve,mas não basta ser...
Curioso que os mesmos que tanto criticam o sector público sejam os mesmos que não aceitam o ensino privado da medicina.Afinal o problema não está no "sorvedouro" e na "desregularização" pública?
o público é bom para o ensino e mau para a prática?
3º já agora gostaria de ver respostas às perguntas pertinentes do comentador ASC.
"não admito com a minha futura profissão, como fico triste com o mercantilismo"
Mercantilismo é aquilo que já se faz com essa profissão meu caro!
Para finalizar, a mesma questão que fiz inicialmente mantém-se sem resposta:
"p.s. A pergunta mantém-se: qual a razão para que os mesmíssimos médicos sejam eficientes no privado e no público não?
Caros senhores, o sistema não é abstracto. é feito das pessoas que nele trabalham.
Não tentem atirar as culpas para um poço sem fundo"
Traduzindo: qual a razão para que um médico que se limite a fazer 3operações às cataratas no seu turno, quando deveria fazer muitas mais (tendo em conta a banalidade da operação) saia do expediente antes deste terminar, (muitas das vezes, e daí o horror ao controlo de assiduidade) se dirija para a clínica privada e seja eficiente?
Aguardo pacientemente por uma resposta.
p.s. não tentem descrediblizar a minha posição tentando atirar com o argumento "bacoco" da inveja pela classe.
Apenas me insurjo contra uma classe que está costantemente a carpir lágrimas apesar de ser uma das responsáveis pelo caos vivido no sector, para além de ser a mais favorecida de todas.
segundo o Toninho Regadas, a culpa é do Estado. Não é dos gestores (que são médicos), não é da Ordem, não é dos profissionais que se dão ao luxo de realizarem 3 ou 4 cirurgias por dia...a culpa existe mas nunca é nossa, certo?
Quanto ao facto dos portugueses se deslocarem ao púbico em caso de necessidade, tenho de concordar consigo mas importa ressalvar que a maioria o faz porque não têm outra solução e por essa razão esperam meses a fio...ou vão a Cuba.
Hoje de manhã, quando me dirigia para o meu posto de trabalho, ouvi na TSF o presidente da ordem dos médicos a comentar a proposta do governo em relação à nova proposta governamental sobre o regime de exclusividade dos médicos portugueses. O presidente afirmou que isso não seria praticável pois há falta de médicos em Portugal!
ResponderEliminarAfirmou ainda que provavelmente é uma medida anticonstitucional. Espero bem que sim! É que eu sou professor e nós estamos nesse regime, portanto, se é anticonstitucional para os médicos também o será para os docentes. Maravilha, já vou poder acumular novamente e ganhar mais uns cobres... Sim porque somos todos portugueses, não?
Eu até iria continuar a pleitar mas julgo que perante esta notícia a falta de vergonha na cara desaparecerá.
ResponderEliminarOra vejamos:
Governo prepara-se para exigir exclusividade aos médicos
Hoje às 08:43
"A proposta, assinada pelo secretário de Estado da Saúde, já está nas mãos dos sindicatos e faz parte de uma mais abrangente reforma das carreiras dos médicos na Função Pública.
Os médicos já avisaram que esta exclusividade obrigatória pode ter como efeito uma fuga dos clínicos para o sector que paga mais, ou seja, os hospitais privados.
Falta de médicos é a razão dada pelo Governo para impor dedicação exclusiva obrigatória ao Serviço Nacional de Saúde, sem possibilidade de opção por um regime de trabalho a tempo parcial.
O Governo quer que os médicos escolham se fazem carreira no público e caso seja essa a opção deixam de poder acumular funções com o privado.
Outra das medidas do executivo, de acordo com o Correio da Manhã, passa por acabar com as várias carreiras existentes e criar uma classe única dentro da Função Pública para todos os médicos.
A proposta do Governo já foi enviada aos sindicatos, segue-se agora o período de negociações de uma proposta que chegou a ser avançada, em 1989, pela ministra do PSD, Leonor Beleza, mas que nunca foi para a frente devido à oposição da classe médica.
Contactado pela TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos considera, numa primeira leitura do documento, que impor a dedicação exclusiva e obrigatória ao Serviço Nacional de Saúde pode até não ser constitucional.
Pedro Nunes afirma ser «impensável», numa altura destas, diminuir a actividade dos médicos, mas prefere para já aguardar pela reunião com o Governo.
Actualmente nos hospitais, há 17500 médicos, mas calcula-se que mais de 11 mil trabalhem também no privado.
comentemos:
"...pode ter como efeito uma fuga dos clínicos para o sector que paga mais, ou seja, os hospitais privados. "
o mercantilismo está tão enraizado que este senhor denota uma tamanha falta de confiança em que os médicos optem pelo público.Pessoalmente sentir-me-ia insultado com a afirmação do bastonário mas ele deve saber com que linhas se cose.
"Falta de médicos é a razão dada pelo Governo para impor dedicação exclusiva obrigatória ao Serviço Nacional de Saúde"
Penso que quanto à questão da falta de médicos acabamos por aqui.basta de discutir o sexo dos anjos.
"...devido à oposição da classe médica."
Já prevejo greves, ameaças de greve, etc...e o governo vai ceder obviamente.
"pode até não ser constitucional."
Acho um "piadão" quando estes senhores tentam falar daquilo que vai para além da compreensão deles.
A palavra "inconstitucional"deve ser a primeira que aprendem quando assumem o cargo.
Já sinto no ar uma nova frente de combate liderada pela Ordem dos médicos seguida pelos professores e magistrados.afinal, todos eles têm exclusividade.
"...há 17500 médicos, mas calcula-se que mais de 11 mil trabalhem também no privado."
Posto isto, penso que está tudo explicado.Ou será que precisam de uma explicação?
p.s. continuo à esperada resposta à minha pergunta.
Mas percebo que não queiram responder a quem partilha de um "ódio militante" à classe médica...
Pelos vistos a ministra (também médica) deve partilhar da mesma "inveja".
Acreditem que não pretendia voltar a este assunto mas as palavras do mercenário do sindicato independente dos médicos são insultuosas e demonstram o carácter desta classe.
ResponderEliminarCito:
"só se o governo descobrisse um poço de petróleo conseguiria implementar esta medida"
Eles gostam de se fazer pagar caro!
Cito também o bastonário (que porventura deveria ser esclarecido pelo senhor Vítor Pimenta...quiçá?)
"Há falta de médicos..."
Numa palavra: MERCENÁRIOS!
Para evitar que alguns "génios" venham atacar esta medida com argumentos falaciosos...
ResponderEliminarAssociação dos Médicos de Saúde Pública
"Exclusividade só peca por tardia
Ao contrário da posição do bastonário da Ordem, a Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública diz que a medida de impor exclusividade aos médicos do Serviço Nacional de Saúde só peca por tardia.
Enquanto se mantiver a promiscuidade entre os serviços públicos e os privados como tem sido até agora, os públicos terão sempre dificuldades, disse o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Durval, a propósito da intenção do Governo de impor exclusividade aos médicos que trabalhem para o Serviço Nacional de Saúde. Ao contrário da posição critica assumida pelo bastonário da Ordem dos Médicos, o presidente da associação considera que a medida é positiva e só peca por tardia.
O presidente da associação diz não saber se a medida é constitucional ou não mas considera que tem de haver uma mudança. Para Mário Durval, o problema do dinheiro não é desculpa uma vez que os médicos em exclusividade ganham mais."
Perante esta avalanche só resta uma atitude ao Pedro Morgado e Vior Pimenta:
Com hombridade e responsabilidade assumam que erraram.
e mais: ao estado e à ordem (porque apenas tem funções delegadas pelo estado) compete-lhes avaliar e fiscalizar a qualidade e idoneidade das instituições que pretendem ensinar medicina e homologar ou não os respectivos cursos mediante um conjunto de critérios prévios. mais nada. o ensino deve ser livre.
ResponderEliminarCaro asc,
ResponderEliminar«Eu preciso de um médico de família e não tenho! Se for ao privado pago €100 por cada consulta fora os medicamentos e exames e mesmo assim espero semanas pela consulta.»
Ao ler o que escreveu fica-se com a ideia que no privado paga 100 euros por uma consulta de médico de família e, afinal, estava a referir-se a uma consulta de especialidade. No entanto, NÃO HÁ NENHUMA ESPECIALIDADE EM QUE NÃO ENCONTRE CONSULTAS POR UM VALOR MAIS BAIXO. Se no médico X paga 100, deverá procurar o médico Y onde paga 50.
O picheleiro que vai lá a casa cobra 50 euros por arranjar uma torneira (demora pouco mais de 15 minutos)... Eu acho muito, mas não desato a acusar os pricheleiros de serem mercenários.
Se não tem médico de família vai às consulta "sem médico" do seu centro de saúde e, a partir de lá, caso a situação clínica justifique será encaminhado para um consulta de especialidade no hospital de referência.
Em algumas especialidades essa consulta não demora mais do que 30 dias, noutras a espera pode chegar infelizmente aos 6 meses. Curiosamente, essas são precisamente as especialidades em que, ao contrário do que a Ordem dos Médicos defende, o MINISTÉRIO DA SAÚDE abre menos vagas.
Em sintese, a saúde em Portugal está acima da média quando comparado com o estado do ensino ou da justiça. A prova disso é que as discussões acabam semper no salário dos médicos. Mal estaríamos se estivessemos a discutir taxas de mortalidade infantil terceiro-mundistas...
Cumprimentos (e viva o Braga),
Pedro Morgado
Caro asc,
ResponderEliminar«Eu preciso de um médico de família e não tenho! Se for ao privado pago €100 por cada consulta fora os medicamentos e exames e mesmo assim espero semanas pela consulta.»
Ao ler o que escreveu fica-se com a ideia que no privado paga 100 euros por uma consulta de médico de família e, afinal, estava a referir-se a uma consulta de especialidade. No entanto, NÃO HÁ NENHUMA ESPECIALIDADE EM QUE NÃO ENCONTRE CONSULTAS POR UM VALOR MAIS BAIXO. Se no médico X paga 100, deverá procurar o médico Y onde paga 50.
O picheleiro que vai lá a casa cobra 50 euros por arranjar uma torneira (demora pouco mais de 15 minutos)... Eu acho muito, mas não desato a acusar os pricheleiros de serem mercenários.
Se não tem médico de família vai às consulta "sem médico" do seu centro de saúde e, a partir de lá, caso a situação clínica justifique será encaminhado para um consulta de especialidade no hospital de referência.
Em algumas especialidades essa consulta não demora mais do que 30 dias, noutras a espera pode chegar infelizmente aos 6 meses. Curiosamente, essas são precisamente as especialidades em que, ao contrário do que a Ordem dos Médicos defende, o MINISTÉRIO DA SAÚDE abre menos vagas.
Em sintese, a saúde em Portugal está acima da média quando comparado com o estado do ensino ou da justiça. A prova disso é que as discussões acabam semper no salário dos médicos. Mal estaríamos se estivessemos a discutir taxas de mortalidade infantil terceiro-mundistas...
Cumprimentos (e viva o Braga),
Pedro Morgado
Nem uma palavra relativamente a esta proposta do governo.
ResponderEliminarMas ainda há quem continue a pregar no deserto mesmo contra as palavras do próprio bastonário ("há falta de médicos", segundo aquele).
Sintomático e revelador.
Ok!
ResponderEliminarFiquei a saber que o sistema de saúde em Portugal é bom. Eu acho que não! Provavelmente devo ser uma excepção...
Azar de quem precisa de cuidados de saúde! Tem de ter a sorte de não cair nas mãos erradas!
Como é que se pode evoluir cientificamente e profissionalmente com os horários de muitos médicos que trabalham de manhã no hospital e começam no privado às 14h. Quando é que almoçam?
Eu, para melhorar os meus conhecimentos preciso de tempo para ler e investigar! Com esses horários quase que não se tem vida própria!
Não sei porquê mas lembro-me sempre do dito Major Valentim Loureiro. Era presidente da camâra, presidente de um clube, da Liga, Cônsul de não sei de onde, presidente da distrital do PSD, empresário e não sei que mais... Será que se pode ser bom em alguma coisa?
Estamos mal na justiça, no "meu" ensino (concordo) mas também na "nossa" saúde.
Concordo com a abertura de mais cursos de medicina.
Que o próximo seja no interior do país porque esse povo também precisa e merece!
Mas qual é a dúvida??? Nao querem mais médcios porque?? Nem entendo o teor do post...
ResponderEliminarSeparar as águas já!
ResponderEliminarOs médicos deverão escolher entre o público ou o privado. Acabar com o privado até seria a melhor solução. Veja-se o exemplo da Holanda e Dinamarca.
Mas há um senão - "quanto mais se edificam centros comerciais, se erguem estaleiros de construção, chegam mercadorias, trabalham fornecedores, se efectuam transportes, mais rapidamente o dinheiro conseguirá transformar os perímetros recortados dos territórios ilegais em legais" in Gomorra - Roberto Saviano
Caro Manuel, não posso começar o meu post sem primeiro dizer que não deixa de ser engraçado que os argumentos sejam sempre os mesmos quando se fala dos médicos e do salário deles, mesmo que se desconheça (completamente) a real situação como parece ser o caso...
ResponderEliminarAgora respondendo à sua pergunta sobre como podem os mesmos médicos mostrar mais eficiencia no público que no privado, posso apenas apontar-lhe algumas razões:
1 - A melhor organização do sistema privado, que realmente tem uma organização entre os diversos profissionais tornando a actividade mais eficiente
2 - restantes profissionais realmente motivados, e não só o médico, porque sem sombra de dúvida, a questão do pagamento... parece (porque não lho posso confirmar) que pagam mais!
Diga-me se trabalharia com a mesma motivação independentemente do dinheiro que aufere??? Pode chamar-me mercenário, mas eu acho que isto é o normal!
Diga-me se não é mais fácil conseguir que uma consulta funcione melhor quando a secretária está satisfeita com o que faz e o atende com prontidão, quando a enfermeira está realmente disponível na consulta e não tem de esperar que ela possa estar lá para que o procedimento possa ser realizado. é provavelmente mais fácil trabalhar no privado.
Agora só para terminar gostava que me respondesse se acha que um Médico que acabou o seu curso de 6 anos (o mais longo dos cursos superiores) começa a ganhar um ordenado de cerca de 1000 e poucos euros é assim tão bem pago quanto isso por um horário de 42h??? sem esquecer o facto de que enquanto for interno (durante mais meia dúzia de anos) vai receber o mesmo!
Desconheço a sua profissão, mas gostava de saber quanto acha ser justo auferir por 42h de trabalho, sendo que destas têm que constar horas de urgência, noites sem dormir....
Obrigado
Quanto à motivação respondo-lhe citando a presidente da associação de médcos profissionais: "é uma questão de vocação".
ResponderEliminar"Agora só para terminar gostava que me respondesse se acha que um Médico que acabou o seu curso de 6 anos (o mais longo dos cursos superiores) começa a ganhar um ordenado de cerca de 1000 e poucos euros é assim tão bem pago quanto isso por um horário de 42h??? sem esquecer o facto de que enquanto for interno (durante mais meia dúzia de anos) vai receber o mesmo!
Desconheço a sua profissão, mas gostava de saber quanto acha ser justo auferir por 42h de trabalho, sendo que destas têm que constar horas de urgência, noites sem dormir...."
Resposta: Magistratra (titulares de cargo de soberania, note bem!)
5 anos de curso de Direito (estágio não incluído) mais um ano de espera até ser possível a candidatura ao centro de estudos judiciários, mais concurso público, mais processo de selecção que implica provas escritas, orais, psicológicas, e entrevista profissional, mais curso no CEJ, mais 2 a 3 anos de formação em Lisboa (qualquer que seja a naturalidade do candidato), mais período de "estágio" em qualquer comarca espalhada pelo país (não se podem dar a luxo de recusar tal como os médicos), mais um período de 5 anos durante os quais não se podem desvincular da profissão, mais obrigatoriedade de não realizarem nenhuma actividade remunerada: salário em topo de carreira - 3500 euros a 4000 euros.
Quer mais?
Professores...(o resto você já sabe...)
Está respondido?
E não vê estes profissionas bradarem contra a exclusividade.
Já reparou que o seu comentário acabou por se resumir à questão da remuneração?
Por falar em remunerações...
ResponderEliminarJá agora, topo da carreira para 70% dos professores aproximadamente 1600€~1700€. 5 anos de curso + 2 de mestrado!!! Em regime de exclusividade + 6h, no máximo, de acumulação !!!
Caro ASC, concordo plenamente consigo.No caso dos professores ainda é mais gritante já que são deslocados centenas de KM sem quaisquer ajudas de custo.
ResponderEliminar