Capítulo 2: das rivalidades
Hoje, na habitual visita ao fórum do Superbraga.com, deparei-me com uma crónica de António Casanova publicada na edição de hoje do jornal A Bola. No texto, com o título de "Guerra aberta no Minho", o autor descreve o degradar das relações institucionais entre o SC Braga e o Vitória SC, na sequência da polémica gerada pelo Apito Final. O que o autor ilustra é um cenário de guerra fria entre duas potências, SL Benfica e FC Porto, e a bipolarização da rivalidade no futebol português.
Engana-se o senhor ao pensar que a rivalidade entre Braga e Guimarães nasceu no futebol. Muito antes de se jogar à bola, já havia rivalidade, violência ou disputas territoriais entre habitantes de ambas as cidades. Se a rivalidade entre os clubes radica nas diferenças entre as cidades e não entre os clubes, insinuar que esta se agrava pela influência dos clubes "grandes" não é só clientelismo e mercantilismo, mas é também pura estupidez.
O futebol não gira em torno do Benfica, do Porto ou do Sporting. Alan não vai ser o primeiro ex-vimaranense a jogar no Braga, assim como João Alves não foi o primeiro ex-Braga a ingressar no Vitória. Os adeptos do Braga - assim como os do Guimarães e de todos os outros clubes -, são adeptos de um clube, de um símbolo, não de um jogador.
De resto, as alianças entre clubes são perfeitamente normais e reflexo do sistema capitalista: todos os clubes são independentes, compram onde querem e, portanto, é normal que se fidelizem a determinado clube. No entanto, a fidelização depende da partilha de interesses: quando estes colidem, é expectável que os acordos se desfaçam.
A relação entre adeptos dos dois clubes não depende da relação institucional entre clubes. A rivalidade entre adeptos do Braga e do Guimarães não desaparece, nem que os presidentes dos dois clubes sejam os melhores amigos. Por outro lado, a rivalidade só tem ajudado os dois clubes a crescer. Mais que a violência gratuita e sazonal, importa olhar para a evolução dos dois clubes e constatar o quanto cresceram só para ser maior que o outro. Importa distinguir entre o pontual e o quotidiano e se os outros não o fazem, faremos nós.
Nota: A desta semana é dos meus irmãos que, quase graúdos, fizeram anos ontem.
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Para saber mais:
Guerra aberta no Minho, António Casanova (http://www.blogger.com/www.superbraga.com)
Superbraga.com (http://www.blogger.com/www.superbraga.com)
Eu li este artigo no referido jornal, e ri-me do principio ao fim :D com os argumentos por eles apresentados para a referida "guerra" entre os 2 clubes...
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