Avenida Central

Promover a Riqueza

| Partilhar
«A ‘pobreza’ justifica um ‘Estado grande e pesado’. Por cada ‘pobre’, há um ‘funcionário’ que ‘combate’ a ‘pobreza’. Temos aqui um círculo vicioso: as forças políticas que se alimentam, com muita demagogia e muito populismo, da ‘pobreza’, precisam dos ‘pobres’ para aumentar o seu poder. Não é só a ‘pobreza’ que dá força à extrema-esquerda. É o poder da extrema-esquerda, nos sindicatos, nas corporações profissionais, na comunicação social, que impede as reformas necessárias para combater a ‘pobreza’.» [João Marques de Almeida]

Não são raras as vezes em que simpatizo com a frontalidade desalinhada, quase rebelde, com que Manuel Alegre denuncia o medo com que nos abatemos quotidianamente. Como bem descreve Bernardo Pires de Lima, há em Portugal «o clima típico de uma sociedade caduca, bafienta e medrosa» que «tem muito respeitinho pelos vivos e pais da pátria, donos do regime

Sem medo, Manuel Alegre aceitou participar num comício que pretendia conjugar as esquerda na luta contra a pobreza, justificando a sua presença com «a preocupação, inquietação e solidariedade para com todos os portugueses que passam momentos difíceis porque votaram nos socialistas

Embora o poeta-político proponha que se erradique a pobreza pela redistribuição dos recursos existentes quando seria mais justo e avisado erradicá-la pelo estímulo à criação de mais riqueza, a verdade é que Manuel Alegre deu mais um empurrão para a ruptura do modelo político-partidário vigente. E, pelo que se tem lido e ouvido, há muito quem no PS gostasse de ter dito que, «obviamente, há limites à liberdade de expressão no partido para os militantes.» Há coisas fantásticas, não há?

4 comentários:

  1. Nada me espanta, até porque se bem me lembro, nunca o PS ou mesmo o PSD, foram considerados defensores das "amplas liberdades".Quanto à própria Constituição e direitos e deveres Fundamentais, também não recordo preocupação especial, tantas as vezes que são fafados, mas sem que o País melhore mesmo em área tão importante como sensível.Temos muitos principios e mesmo referências a valores que depois são letra morta.Afinal a censura ainda existe e tornou-se arma perigosa pelos contornos que adquiriu, já não é um lápis azul, mas a perseguição, o cinismo e a forma como a própria segurança no emprego pode estar em causa.Hoje há mais "engenho" para limitar a liberdade e calar o cidadão mesmo quando tenha razão...Tudo é mais preverso e mais sofisticado...

    ResponderEliminar
  2. "Embora o poeta-político proponha que se erradique a pobreza pela redistribuição dos recursos existentes quando seria mais justo e avisado erradicá-la pelo estímulo à criação de mais riqueza..."

    De boas intenções está o mundo cheio... agora imagine que ao invés de sofrível Sócrates tinhamos o utópico Alegre.

    ResponderEliminar
  3. A luta pelo poder e a sua perpetuação tolhe o debate interno nos nossos partidos...

    Mas sufragar um programa eleitoral e cumprir o seu contrário, como sempre fazem os partidos tradicionais não augura um bom futuro para a democracia...

    Será que já está tudo inventado ou ainda é possível reciclar a democracia conferindo-lhe credibilidade?

    Não tenho dúvidas que se não estivessemos na União Europeia, com estes democratas que nos governam há 30 anos, já tinha aparecido um golpista a acabar com esta "brincadeira" de prometer e não cumprir...

    Assim a coisa está ainda para durar, mas até quando?

    MAIS ESTADO, MELHOR ESTADO, MENOS ASAE

    ResponderEliminar
  4. Boas ideias tem o Poeta, tal como muitos outros cidadãos anónimos ou não deste País.O pior é o autismo dos outros politicos, daqueles que falam...falam e não dizem quase nada, esperam apenas o tempo corra para justificar o que nunca fazem e sempre prometem.

    ResponderEliminar

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores