Num comentário a este post, o Pedro Antunes queixava-se, ironicamente, de que «a culpa é sempre dos jornalistas» o que é, obviamente, um exagero. Mas ainda que não seja sempre, não podemos deixar de ter um olhar crítico para a postura assumida pela imprensa no nosso quotidiano. O caso da alegada violação começa ameaça tornar-se num case-study que devia ser analisado pelos especialistas. Assim, sendo permito-me acrescentar algumas questões ao rol muito pertinente que a Luísa Teresa Ribeiro nos propôs:
1. Qual é o critério que leva um jornal a colocar na primeira página uma alegação não comprovada como se de um facto se tratasse?
2. Como é possível escrever-se que o Instituto Nacional de Medicina Legal confirma a violação quando este tipo de informação não costuma ser divulgado sobretudo em casos que se encontram em segredo de justiça?
3. Porque é que o Jornal de Notícias optou sistematicamente por chamar "Queima" ao "Enterro da Gata"? Por ignorância? Para aumentar o nível de compreensão dos cidadãos? Para aumentar o impacto da notícia? Para subjugar a sensação ao rigor?
4. Porque é que o Diário de Notícias introduz uma comparação do Enterro da Gata de Braga com a Queima das Fitas do Porto, num momento em que, alegadamente, aconteceu algo perfeitamente anormal e desajustado daquilo que é e significa o Enterro da Gata?
5. Porque motivo o Correio da Manhã mistura a alegada violação do Enterro da Gata com uma violação ocorrida em Quarteira e a morte de um estudante em Faro?