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Liberais. Mas Pouco.

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«Ser passivo perante intolerantes é incompatível com a defesa da tolerância.» Em nome do politicamente correcto, a obra atlântica expulsou Tiago Mendes do Blogue. Ainda que tenha discordado efusivamente de algumas das suas ideias, devo afirmar que o Tiago é um dos melhores bloggers nacionais. Inteligente, acutilante e descomprometido foi suportando, dia após dia, a agenda de uma certa inspiração cristã.

O Tiago questiona «por que há, à direita, tão poucas críticas ao que escreve o André Azevedo Alves? Será por “medo”? De quê? [...] Porque a direita que se diz “moderna” se revê naquele conjunto de ideias e na forma obsessiva, mal educada (sim, a “educação” era ironia, claro que se trata de um mal-criado), propagandista e moralista?» Subscrevo e vou mais longe porque o silêncio é invariavelmente compartilhado por todos os sectores do catolicismo. As agendas da horda são demasiado evidentes e o silêncio dos outros demasiado comprometedor. A indigência intelectual anda à solta e aquele liberalismo não é mais que um eufemismo. Para lá da selvejaria económica, não há nada de liberal naquela direita de sacristia.

Embora muitos continuem em negação, o Blogue Atlântico jamais será o mesmo. Felizmente sabemos quem manda.

12 comentários:

  1. Não sei de nada quanto ao peso das Opus Dei na Atlântico. Mas se o problema era escolher entre o TM e o AAA, acho que pegaram pelo pior lado. Ganharam um crucifixo mas perderam um independente.

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  2. Como colaborador da Atlântico, não posso estar de acordo contigo Pedro. Desde o início da minha colaboração, sempre tive absoluta liberdade de escrever e opinar sobre o que bem entender, e tal não se alterou. Acusares um blogue de estar a ser "comandado" por uma organização, é o mesmo que estares a dizer que quem escreve não possui independência e está sujeito a pressões sobre que aquilo que opina. Daí que ache a tua opinião inaceitável.

    Um abraço

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  3. Quanto à questão do Tiago, "por que há, à direita, tão poucas críticas ao que escreve o André Azevedo Alves?", não creio que isso se aplique a mim.

    Basta reparar por exemplo na cobertura das eleições americanas, e como sistematicamente estamos em campos diferentes. E quem diz este tema, pode dizer outros.

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  4. Caro Bruno,

    Não quis pôr em causa a independência de quem escreve no Atlântico, um blog que, como sabes, muito admiro.

    No entanto, a expulsão do Tiago Mendes é um sinal para todos os outros. Já se perceberam quais são os limites da liberdade de expressão e quais são as pessoas que podem continuar a fazer desfilar as agendas das organizações que integram sem que esses interesses completamente obsessivos possam ser denunciados com frontalidade.

    Abraço,
    PM

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  5. "Já se perceberam quais são os limites da liberdade de expressão".

    Exactamente. Os limites para a liberdade de expressão são aqueles para lá dos quais o diálogo se torna impossível.

    Pelo que eu me apercebi, e não me esforcei por esmiuçar muito a questão, o TM não foi levado a sair devido às ideias que defendeu, mas devido à forma como o fez: através de ofensas.

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  6. Não. O TM saiu por considerar inaceitável a propaganda de intolerância que se faz num espaço supostamente liberal.

    No caso em concreto, não fazia qualquer sentido discutir as ideias. O que estavam em causa era um sistema de (falta de) valores coerente. E nada liberal.

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  7. Completamente de acordo com o PMS. O TM saiu porque ousou denunciar a agenda de uma organização extremamente influente e poderosa.

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  8. Em nome do politicamente correcto é que ele foi embora, para ouvir todos os comentários de gente de esquerda com salamaleques.

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  9. Uau.. já não visitava esses blogs há algum tempo, mas finalmente alguém com mais visibilidade se lembrou de dizer verdades sobre o que o AAA escreve.

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  10. Não, Pedro Morgado, quem saiu, saiu por ter usado o insulto como argumento. Esperava de si a honestidade intelectual, a que já me habituou, de reconhecer que no blogue se pode continuar a ler os mais diversos colaboradores com as mais diversas agendas. Não me parece que a Opus Dei se possa reconhecer no blogue da Atlântico, onde escrevem colaboradores a favor e contra o aborto, a favor e contra os casamentos homossexuais, etc. Não é por aí que aconteceu o que aconteceu. Seja como for, parece que ser da Opus se tornou um crime. Para mim, não é, ainda que talvez fosse melhor perguntar às pessoas em causa se são realmente da Opus Dei. Eu não sou, mas respeito quem é, ao contrário de outros. A questão aqui é realmente de tolerância, mas talvez se estejam a enganar sobre quem foi intolerante.

    Cumprimentos.

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