A discussão em torno da criação de uma verdadeira rede de transportes no Minho desviou o assunto para a regionalização, com argumentos a favor e contra a reorganização administrativa do país. Em Dezembro de 2005 escrevi:
[Com as 5 regiões] há o perigo, real e efectivo, da regionalização se converter num neocentralismo regionalizado em que cidades como Porto, Coimbra, Évora e Faro assumiriam o papel do pólo centralizador dizimando ainda mais a interioridade deste país. Na essência, pretende-se atenuar o centralismo de Lisboa com a criação de vários neocentralismos dispersos pelo país.
É que, se tivermos em atenção os sinais que nos chegam do Porto, cujas gentes fazem queixinhas de Lisboa mas não deixam de importar todos os tiques centralistas da capital, assumindo-se como um pólo que quer ser no Norte, ainda mais centralista que Lisboa é no país.
O risco do Porto absorver todos os fundos do Norte é real. Não me causa estranheza que os portuenses se oponham ao Metro de Braga ou à Nova Rede de Caminhos de Ferro do Minho com a mesma força e determinação com que reivindicaram um Metro para a sua Área Metropolitana. O extracto que se segue, do blog portuense Incursões, surge como parte natural de um extenso rol de tiques centralizadores do Porto relativamente à Região Norte.
Vir aqui defender um comboio confortável mais ou menos pendular entre as duas cidades [Porto-Vigo], sem paragens desnecessárias (ai meu Deus que dirão os de Braga?) (...) parecerá assim tão despropositado?
Não é, concerteza, despropositado. Mas é um sinal interessante que os minhotos não deixarão de ter em conta na hora de votar. Já o disse e repito-o as vezes que forem necessárias: Regionalização com 5 Regiões, NUNCA!
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Como pode o Porto ter tiques centralizadores se não tem poder algum para concentrar alguma coisa? Eu acho que você não é contra a regionalização com 5 regiões... Eu acho que você é contra a regionalização. É daqueles que prefere ver o país mergulhar nas assimetrias gritantes que a cada dia se vincam mais. Porque parte de um pressuposto de que o Porto vai assumir o mesmo papel centralista que Lisboa. E por isso preferem que as coisas estejam como estão. Isso tem um nome. Chama-se preconceito! E com preconceitos reaccionários como o seu não chegamos a entendimento algum. Enquanto isso Lisboa continua a enchar os bolsos à custa dos medos e preconceitos para fazerMOS melhor por NÓS!
ResponderEliminarCumprimentos
Pedro, subscrevo o teu post na íntegra.
ResponderEliminarEu sou de Braga , mas acho lamentável que as pessoas daqui continuem a pensar mais na sua quintinha e menos naquilo que as rodeia.
ResponderEliminarPor essa ordem de ideias , Guimarães também não quer ser subdita de Braga,Barcelos e Famalicão idem idem e então passamos a ter os concelhos como já temos.
Estou de acordo com o calécia , o nortenho que é contra a região norte é também contra a regionalização porque isso é uma impossibilidade.
Será que os habitantes de Vigo quiseram ter uma região diferente da Corunha? não me parece.Será que Málaga que é uma cidade do tamanho do Porto se queixa da capital da Andaluzia ser Sevilha? Não me parece.
Qual é o problema de Braga ser da mesma região do Porto? Se os futuros governantes discriminarem o Minho , só restão ao milhão de habitantes minhotos votarem noutro governo , que é assim que se faz em democracia.
Enquanto o Norte não se UNIR , não leva NADINHA DE NADA.E Lisboa ri-se.
Pelos vistos os bracarenses querem continuar a pertencer à região mais pobre do pais.
Pedro
ResponderEliminarMais uma vez a demagogia se sente nas tuas palavras. Falas em neocentralismo, e o que é isso? Como poderá isso acontecer?
A regionalização quer se goste quer nao se goste só é viável se tiver como modelo as cinco regiões plano. Aquilo quetu nao consegues entender e infelizmente vejo que não és o único é que eu prefiro ter um centro administrativo, mais perto de Braga, a 50km, onde posso ir com facilidade e onde de certeza, por regra da proporção e representatividade teremos, nos minhotos, uma palavra decisiva quer na composição das assembleias regionais quer dos governos regionais, a um centro administrativo a cerca de 300km de distancia onde nao posso ir com a mesma facilidade nem com a mesma rapidez.
Pedro antes cinco regi~ies que uma só, e essa uma é a que existe.
para com a demagogia e vem discutir realmente esta temática. Mas esquece os neocentralismos e os tiques portuenses. Vem discutir a regiao norte e as suas necessidades e se nao será muito mais mais eficaz pensar esta regiao como um todo ao inves de olhar para cada municipio como o um feudo?
A única coisa que a regionalização feita a partir das regiões-plano nos pode trazer é uma estação do metro do Porto em cada sede de concelho (que não nos servirá absolutamente de nada).
ResponderEliminarPensar que o Porto (com metade da população do suposto "norte"e a capacidade centralizadora que daí advirá) vai distribuir alegremente o investimento pela região tem um nome - ingenuidade: alguma vez, tendo à sua mercê uma população semelhante à de Lisboa e Vale do Tejo, o Porto deixaria de aproveitar a oportunidade.
Não considero esta uma visão preconceituosa - olhem bem e comparem a distribuição de investimento no Distrito do Porto com a existente nos Distritos de Braga e Viana do Castelo! O Porto tem claramente uma forte tendência centralizadora!
Sinceramente, isto é a mais pura ignorância. Mesmo que fosse verdade, pergunto: e Braga perderia alguma coisa? Não perderia nada e ganharia muitíssimo: Braga está a 50 km do Porto. A mancha urbana é ininterrupta entre Porto e Braga; Braga faz parte, de facto, da suposta conurbação centralista. Podemos até dizer que dá para ir almoçar a casa, trabalhando no porto e vivendo em Braga ou vice-versa. Enfim, já não há paciência. Este tipo de "bracarenses" são os mesmos que são mais benfiquistas que adeptos do SC Braga. Um claro problema de personalidade. Freud explica...
ResponderEliminarJá se deram ao trabalho de perguntar aos vimaranenses se aceitariam ficar "dependentes" de Braga? Ou aos barcelenses, que são actualmente discriminados em relação aos bracarenses no que toca ao caminho-de-ferro?
Meus caros, o distrito do Porto e o Entre Douro e Vouga são praticamente 3 milhões de pessoas. É gente suficiente para fazer um país, quanto mais uma região. Se querem uma regiãozinha miserável, sem massa crítica suficiente para promover o desenvolvimento, força!, avancem. Mas julgo que ficarão inapelavelmente sozinhos. Nem o Vale do Ave vos seguirá. E caso não saibam, mesmo o Vale do Ave, com toda a sua crise, tem um PIB per capita superior ao Cávado. Informem-se, pensem, estudem...antes de dizerem asneiras.
e já agora: Viva o Braga! Vai à final! :)
ResponderEliminar"... Ou aos barcelenses, que são actualmente discriminados em relação aos bracarenses no que toca ao caminho-de-ferro?"
ResponderEliminarNão podia deixar passar esta em branco. Caso não saibas existe os caminhos de ferro no norte são da responsabilidade da CP Porto. Embora a cp porto não tenha poder de decisão, tem como obrigação a manutenção e projecção de novas linhas. Se Barcelos está descriminada, é só ir ao Porto e reclamar. Se a linha Braga-Guimarães não existe é só ir ao Porto. Mas desde aviso-te que vais ouvir a resposta que os deputados ouviram "não existem estudos, nem potencial". Limitaram-se a renovar linhas em direcção ao porto, enfim centralismo.
"...distrito do Porto e o Entre Douro e Vouga são praticamente 3 milhões de pessoas..."
ResponderEliminarAcho melhor ires novamente à primária aprender fazer contas.
Um dos piores defeitos dos portugueses é a ignorância opinativa. A ignorância e a cobardia anónima.
ResponderEliminarO idiota acima mandou-me para a escola. Vamos lá então:
População residente no Grande Porto e Entre Douro e Vouga (números exactos):
2 088 801 pessoas.
Estas são as efectivamente residentes. Não se contabilizam as temporárias, como por exemplo estudantes, trabalhadores sazonais ou população flutuante que durante o dia converge para a área metropolitana do Porto.
Esse é o número dentro dos limites administrativos burocráticos. Todos sabemos que a influência da àrea Metropolitana do Porto se estende para além deles. À Trofa, A Santo Tirso, A Estarreja, a Ovar, A Mesão Frio e mesmo à Régua, Águeda e Albergaria.
Posso acrescentar Famalicão, onde grande parte da população trabalha no Porto.
Tudo isto atira o Grande Porto real para uma área de influência de perto de 3 milhões de pessoas.
Quanto aos comboios: Barcelos está sob a jurisdição da CP Regional e não da CP Porto. Daí a discriminação negativa em relação a Braga quanto a preços e qualidade do serviço ferroviário. Para falar com a CP Regional vais ter que ir a Lisboa e não ao Porto.
Ignorance is bliss for some...as usual
Pedro, concordo contigo na integra.
ResponderEliminarREGIONALIZACAO - NUNCA!
A melhor maneira de saber se os concelhos de Guimarães ou Famalicão preferem estar ligados a Braga ou ao Porto basta conhecer os resultados das deliberações das respectivas assembleias municipais acerca da adesão à AMP ou à AMM - ambas votaram pela inclusão na AMM!
ResponderEliminarO Porto (tal como Lisboa) ganha bastante em influência local e regional por ter em si concentrada a esmagadora maior parte dos serviços regionais da região-plano de "Entre Douro e Minho". Note-se que não estou a queixar-me desta centralização - estou apenas a fazer notar que, se for feita uma regionalização pelas chamadas "províncias naturais" (cerca de 2 distritos por região) o Porto perde logo uma parte da sua influência regional.
O ideal até seria fazer a regionalização considerando a AML e AMP como "casos à parte", ou seja, torná-las regiões autónomas das províncias em que estão inseridas, por terem objectivos de desenvolvimento, assim como necessidades, dispares do restante território nacional. Na minha óptica as regiões devem unir zonas com uma identidade própria forte, que possa unir as suas populações em momentos de crise - isso é garantido com a divisão pelas provincias naturais!
Se não se acreditar na existência de "massa crítica" no Minho para formar uma região competitiva em relação ao Porto, lembre-se que o Minho tem uma população de cerca de 1.100.000 pessoas (já excluindo, por motivos óbvios, os concelhos de Vila do Conde e Póvoa de Varzim) - a AMP apenas tem mais 400.000 habitantes.
P.S. - eu sou Arsenalista e SÓ Arsenalista!!!
Não há discussão possível. Em Braga ainda há gente com saudades do Silva Pais. E fazem o mesmo trabalho.
ResponderEliminarP.S. Essa da votação das assembleias municipais é para rir não é? Votaram num nado-morto!
A Província Natural é o historicamente o Entre-Douro-e-Minho. As outras foram inventadas por Salazar.
ResponderEliminar... e pelo Silva Pais
ResponderEliminarAntónio ,apraz-me registar que concordas comigo, pois, ao invés de rebateres os meus argumentos, centráste-te nas frases feitas.
ResponderEliminarAinda assim, e porque não me arrogo ser o dono da verdade, teria ficado mais satisfeito se aqui tivesses escrito o que pensas sobre o assunto. É que partir para o insulto fácil não é próprio de pessoas civilizadas - e apelidar de ignorantes pessoas que apresentam o seu ponto de vista sobre um dado assunto apenas te desacreditam.
Como, claramente, não és de Braga apenas resta saber se és do Porto ou um dos, felizmente cada vez mais raros, vimaraneses da velha guarda.
Quando fores a publicar algo lembra-te do lema de um outro blog minhoto: "Os sábios falam porque têm algo a dizer, os tolos falam porque têm de dizer algo!"."
Da Ignorância...
ResponderEliminarNo Minho julgo haver uma outra área (putativamente metropolitana ou coisa que o valha...) a VALIMA. Esta, tal como a outra, tituladas oniricamente de área metropolitana, não passam dum aglomerado de vilas e aldeias. Enfim, o provincianismo à solta. Já não há paciência. O Minho tem resvalado a olhos vistos na última década. Mas continua a insistir no mais pacóvio provincianismo. Foram um dos principais responsáveis da sua própria decadência com o rejeitar esmagador da regionalização no passado referendo. Não aprendem. Paciência. Deixemo-los sozinhos e partámos sem eles. Aprenderão à sua própria custa. É como na bola: vão ao estádio com duas bandeiras; uma em cada mão; ambas vermelhas; às tantas confundem-se...
Braga e Porto pertencem à mesma realidade... Guimarães está na mesma area metropolitana que Braga mas o Porto não??? porquê??? já pensaram se as aldeias entre Braga e Guimarães querem ser da area metropolitana de Braga ou de Guimarães???
ResponderEliminarNorte, uma região.
Noroeste, uma area metropolitana ( haja metro em braga, e não haja rede de comboios do minho, mas sim entre todas as cidades do noroeste, incluindo a póvoa e o porto, cidades do douro, entre outras) somos uma das maiores aglomerações europeias, e devemos agora caminhar no sentido de possuirmos uma riqueza a condizer, todos juntos!
Já agora, num cenário eventual de regionalização eu defendo ou capital em Vila Real , ou então os diversos organismos regionais distribuidos por diversas cidades do noroeste.
cumprimentos