Há mais de um ano, quando ainda estava noutra casa, abordei esta temática, apresentando mesmo uma proposta sumária para uma linha entre Braga e Guimarães. O tema volta para a agenda blogosférica e, desta vez, não o podemos deixar cair no esquecimento.
A construção de uma verdadeira rede de transportes no Minho tem que ser um dos grandes desafios deste início de século. Braga, Guimarães, Barcelos, Famalicão e o Aeroporto Sá Carneiro têm que estar ligados, a médio prazo, por uma rede de caminho de ferro. Ou os investimentos vão continuar a centrar-se em Lisboa e no Porto? Ou não há mais Portugal para além desses burgos?
Samuel Silva, no Colina Sagrada, cita o prefácio da 22ª edição de "O Comboio em Portugal":
Ligar a Universidade do Minho por ferrovia, mais do que fazer todo o sentido, é uma forma de ganhar o futuro enaltecendo quem, no passado, soube projectar a ligação entre Guimarães e Braga. Tanto mais que, no caminho entre os dois pólos, se situarão dentro de muito pouco tempo duas instituições de Inovação & Desenvolvimento de excelência e nível internacional como são o Ave Park e o Instituto Ibérico de I&D.
Francisco Rodrigues, no Mesa da Ciência, dá nota do apoio que a autarquia de Guimarães tem dado ao projecto (um entusiasmo que não é novo, diga-se):
O presidente da Câmara de Guimarães, António Magalhães, vai propor à Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) a inclusão de projectos como (...) uma ligação ferroviária Guimarães-Braga no Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-Norte).
No dia 13 de Abril, o Público dá destaque às das declarações de Carlos Lage defendendo novas ligações ferroviárias no Minho:
Lage revelou que está em estudo a construção de uma nova estação na zona de Braga, para servir o novo comboio, tendo em vista a necessidade de servir toda a região, nomeadamente o chamado quadrilátero urbano composto por Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos.
O responsável da Comissão de Coordenação Regional do Norte de Portugal frisou que a opção pelo aproveitamento da linha já existente, entre Porto e Braga, não exclui a possibilidade de, no futuro, ser construída uma ligação de raiz, entre a capital minhota e o aeroporto Sá Carneiro. "Vai ser reservado um espaço canal para que tal possa ser possível no futuro", acrescentou.
Finalmente deixo o link para um projecto do Snitrom sobre a futura Rede de Metro da Cidade de Braga.
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Antes de mais, este mapa do metro surgiu após a iniciativa do degolador no forum skyscrapercity. Talvez não seja urgente no presente, mas com o crescimento da cidade num futuro muito próximo será. Há é apenas um esboço.
ResponderEliminarLinha Branca: TGV
A projectada linha do TGV separa-se da actual linha no terminal de mercadorias (1), daqui muito provavelmente por túnel até à provável nova estação de passageiros (7), continuando por superfície no restante vale. Isto é baseado nos traçados provisórios da RAVE .
Linha Preta: comboios urbanos
O segmento (1) terminal de mercadorias e apeadeiro de Aveleda, (2) apeadeiro Mazagão, (3) apeadeiro Ferreiros e (4) Estação de Braga é a linha já existente (Braga-Famalicão-Porto).
Dado o perfil do terreno, optei por transformar o apeadeiro Ferreiros (3) em estação, assim daqui nasciam duas novas linhas. Uma para Guimarães, utilizando o vale da Veiga, com um apeadeiro no Pinheiro do Bicho (6). Outra para Barcelos, desenvolvendo-se por Sequeira, apeadeiro de Sequeira (5), atravessando o rio Cávado na Pousa, pois a margem direita do Cávado em Barcelos é densamente povoada, ao contrário da esquerda. Apesar das linhas unirem-se na 3, os comboios devem ir até à estação de Braga (4). Por exemplo, um comboio vem de Barcelos e dirige-se até à 4, inverte marcha e desloca-se para Guimarães.
Linhas Verdes: Metro
Linha 1
-Uma das lacunas da actual linha de comboio (Braga-Porto), é a partir da freguesia de Tadim a linha, abandona o rio Este, e faz o trajecto mais curto até Ferreiros, novamente o rio Este. Se a linha acompanha-se o rio, pois o desvio é pequeno, deixava de servir Aveleda e serviria a zona industrial de Celeirós e a própria freguesia densamente povoada. A expansão para Sudoeste, a par de Mercado abastecedor do Noroeste, da zona industrial de Celeirós é inevitável. A (A) e (B) e uma remota expansão servirão esta lacuna do comboio.
-De (B) para (3) o metro terá de contornar a colina, acompanhando o rio Este. Esta zona ultimamente tem andado na mira das imobiliárias. Há uns meses atrás existiam rumores que a Sonae queria construir ali um shopping. (3) interface com os comboios, acesso ao complexo Grundig/Blaukpunt (aproximadamente 4000 trabalhadores).
-(C) Santos da Cunha, serve grande parte da freguesia de Maximinos (+10.000 hab), IEP, algumas escolas, centro de saúde, PJ, empresas, zona com média densidade em serviços e comércio.
-(D) Acesso da Linha ao centro, zona com alta densidade em serviços e escritórios, hospital, Loja do Cidadão, entidades representativas do governo, alta densidade de comércio, Escola secundária D. Maria, parte da freguesia de São Lázaro (14830 hab), etc.
-(E) Santa Tecla, zona com grande densidade em serviços, Clinica Santa Tecla, centro de saúde do Carandá (com urgências 24h), tribunal administrativo de Braga, Caixa, Escola Secundária Carlos Amarante, Escola Secundária Alberto Sampaio, Escola básica André Soares, Mercado cultural, restante parte da freguesia de São Lázaro e São Victor, ...
-(F) interface com a segunda linha, grande parte da freguesia de São Victor (25407 hab), média densidade de serviços e comércio, Gulbenkian, Complexo desportivo da Rodovia.
-(G) Universidade do Minho, Instituto Ibérico, Parte das freguesias de Tenões e Gualtar.
-(H I J) estas últimas actualmente não tem grande razão de existir. No entanto, como podem reparar, está a sofrer um grande desenvolvimento em loteamentos residências de baixa densidade. Estima-se que as freguesias evolvidas, Gualtar, São Pedro Este, Tenões e São Mamede Este dentro de poucos anos possuam cerca 20 000 hab.
Linha 2
-(7) interface com o TGV
-(4) interface com o comboio, grande densidade de escritórios, média densidade de serviços e comércio, parte das freguesias de Real e Sé.
-(K) acesso ao centro, alta densidade de serviços e escritórios, alta densidade de comércio, câmara municipal, tribunal do trabalho, centro histórico, Bibliotecas, museus, etc
-(L) central de camionagem, mercado, média densidade de comércio e serviços, serve parte da freguesia de São Vicente (12162 hab).
-(M) zona central de São Vicente, escola secundária Sá de Miranda (à cerca de 8 anos possuía mais de 6 000 alunos, era a maior do país), Colégio D. Diogo de Sousa, média densidade comercial e serviços, centro de saúde de Infias, cemitério de monte d'arcos,...
-(N) Parte norte de São Victor, BragaParque e Feira Nova...
-(F) interface com o linha 1
-(O) Lamaçães, Nogueiró, escola básica de Lamaçães, alguns serviços e comércio
-(P) Minho Center, grande densidade de comércio (Radio Popular, Media Mark, Office Center, Carrefour,...)
-(Q R S) Fraião, Nogueira, Futuro hospital privado de Nogueira, Escolas básicas de Nogueira. Tal como em Gualtar e Este, esta zona está sobre um forte desenvolvimento, principalmente em vivendas. (OFF: Ultimamente o eixo Fraião-Tenões, sob o monte do Falperra-Sameiro-Bom Jesus, tem estado sob grande pressão imobiliária para vivendas de luxo.)
Esta rede cobre parte do concelho de Braga, faltando a zona do Cávado. Esta zona é a mais importante, pois é para aqui que a cidade vai desenvolver. Segundo declarações do vereador responsável, a câmara de Braga está a elaborar o plano de urbanização para a expansão da cidade no vale do Cávado. A possível fusão dos parques industriais de Palmeira e Adaúfe (+-190 hectares) com a construção da variante do Cávado, parque tecnológico de Vila Verde e Amares (100 hectares), a expansão do parque empresarial de Frossos, DolceVita Braga (3500 empregos directos), pressão imobiliária na zona do novo estádio (Parque norte), a actual proliferação de zonas residências de baixa densidade entre Frossos, Tibães, Merlim, Prado. Perante este cenário, que soluções para o vale?? Estender uma das linhas do metro, é que no máximo (a exagerar) a linha só vai até Vila Verde (7Km) porque depois é serra, por isso comboio não é boa ideia.
Grande tópico Pedro. Parabéns!!
ResponderEliminarAcho que quem manda não se pode esquecer que a Grande Área Metropolitana do Minho, que se resume ao Distrito de Braga, excepto Esposende, salvo erro, tem mais de 800 mil habitantes, o que corresponde a 1/10 da população nacional. Merecemos desenvolvimento, merecemos tecnologia, merecemos qualidade de vida, merecemos respeito.
A ideia de ligação entre Braga e Guimarães é boa e essencial para a mobilidade entre as duas metrópoles com uma tão grande densidade populacional. O Governo que tem manifestado a intenção de apostar na ferrovia, poderia dar uma maior atenção para este projecto. A oposição na Câmara de Braga (PSD e CDS) tem defendido a criação de um metro de superfície que ligasse Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos - o chamado quadrilátero. Creio que o metro para Braga, não será para já, mas temos de começar a lutar por ele. Os meus parabéns ao Snitrom. O projecto está em cima da mesa, agora é necessário vontade política e a discussão do mesmo.
ResponderEliminarNo próximo fim de semana elaboro outro esboço, mas agora sobre o comboio. Depois mando o link para o Pedro.
ResponderEliminarJá agora, os concelhos de Braga e Guimarães somados dão quase meio milhão de pessoas.
ResponderEliminarO ideal seria, já que vai ser feito e vai, o TGV Porto-Vigo chegar ao Porto um ano antes do previsto, ou seja, em 2012, mesmo a tempo da Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012, e a linha Guimarães-Braga, que nos últimos dias se tem falado bastante, estar pronta na mesma altura.
ResponderEliminarNão era ideal?
As ideias estão aí, falta os políticos pegarem nelas.
ResponderEliminarÉ altura de unir esforços e expressar a identidade da região e penso que, para tal, a ligação entre Braga e os principais centros urbanos minhotos (a começar já por Guimarães) por comboio é essencial. Simultaneamente é preciso dotar Braga de, pelo menos, uma linha de metro que ligue a estação TGV estação CP, centro, cidade universitária (eu sei que se diz "campus" mas prefiro chamar-lhe assim). O mapa que o Snitrom elaborou seria, actualmente, a solução ideal!
ResponderEliminarPara os mais atentos (e que visitaram a discussão no skyscrapercity), repare-se na crescente avidez aglutinadora do Porto com o inventar da ideia, completamente falsa, da "Área Metropolitana do Noroeste"...
Cada coisa a seu tempo. Esquecem-se que não existe uma zona metropolitana de braga, zona que tem de ser, necessariamente, instituída pelo governo central.
ResponderEliminarMas antes de atirar culpas para os governos que temos tido... Digam, sinceramente, os autarcas do distrito têm feito por isso? Estou convencido que existe um acordozito entre alguns, poucos, dos concelhos do distrito; mas a verdade é que não existe nenhum plano, não existe nada. Como comecei por dizer, concordo, mas cada coisa a seu tempo.
Se porventura tivesse havido regionalização, estou convencido que já existiria algo.
Não partilho da confiança em relação à regionalização. Se tivesse sido aprovado o mapa proposto na altura o que iria acontecer era que todos os recursos da região de Entre Douro e Minho passariam a ficar retidos no Porto.
ResponderEliminarMas acredito que no dia em que exista uma regionalização que respeite os limites das províncias naturais e, como tal, seja baseada nos reais factores de proximidade entre as populações existirá um futuro muito mais risonho para o Minho.
Diga-se em boa verdade, para estar dependente do Porto, mais vale estar dependente de Lisboa!
"Diga-se em boa verdade, para estar dependente do Porto, mais vale estar dependente de Lisboa!"
ResponderEliminarEsta frase resume tudo. Não é com gente desta que o Minho sairá da cêpa torta. è possível ser mais ignorante?
como é que eu faço para ir de lamaçães a mazagão em transportes públicos?
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