Avenida Central

Regionalistas, Mas Pouco

| Partilhar
vultos porto aliados são bento
© Caio Meireles

O grupo Lena lançou o semanário Grande Porto que descreve como «um projecto de informação geral, privilegiando naturalmente a Região Norte». Se o objectivo do grupo era promover a regionalização a Norte, então a estratégia, a começar pelo título, é um autêntico tiro no pé. Já imaginaram o que diriam no Grande Porto se voltasse às bancas um jornal chamado Semanário de Lisboa e se assumisse como naturalmente nacional?

20 comentários:

  1. Quando eu vivia no Porto era com ansiedade que eu e muitos amigos meus aguardavam diariamente esse mítico jornal, o "Diário de Lisboa"!!!

    ResponderEliminar
  2. Para começar, o "Diário de Lisboa" já existiu e ainda há bem pouco tempo existia uma publicação chamada "A capital" e não há memória de alguém se ter incomodado com isso no Porto. Aliás, com fecho contemporâneo ao da "A capital" foi o "Comércio do Porto" e também não me lembro de alguém se ter incomodado com tal título em Lisboa. Enfim, as insuficiências intelectuais, os preconceitos e os complexos de inferioridade de alguns "blogueiros" já fazem parte da paisagem cibernética há muito. É a vida, temos que conviver urbanamente e democraticamente com isso. Não é uma questão de falta de chá: o que falta mesmo é lastro. E esse só se ganha com o passar do tempo.

    Vá lá, alguma coisa sobre a Ryanair, mesmo com assinalável atraso e após "motor de arranque". Mais vale tarde do que nunca.

    Só mais uma informação: O grupo Lena não prepara o lançamento do semanário "Grande Porto". Já o lançou. Foi publicado ontem o 1º número. E embora eu tenha algumas críticas pessoais ao modo como o projecto está a ser lançado, no seu editorial leio que é um jornal semanário que se dirige essencialmente ao Grande Porto e priviligiará naturalmente a Região Norte. Não há nada de criticável nisso. É uma iniciativa privada, o dinheiro é deles, fazem o que querem dele. Ponto.

    P.S. - se é um facto inquestionável que o Porto não deve nem pode arrogar-se como o exclusivo defensor e representante do "Norte", muito menos podem certos plumitivos de Braga fazer o mesmo em relação ao Minho. A sua influência não chega sequer a Barcelos, muito menos a Guimarães, Viana então já fica noutro continente. Aliás, o Minho não existe, é apenas o nome de um rio, é uma invenção salazarista com objectivos óbvios: criar o divisionismo. As províncias históricas e tradicionais desta região são o Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro. Trofa St. Tirso e S. Romão do Coronado e Felgueiras são tão Minho como Vila Verde, Maximinos ou Darque. Excepto na cabecinha de alguns que sonham um dia subir ao lugar de cacique municipal.

    ResponderEliminar
  3. Tens toda a razão, Pedro. Realmente, se querem ser um jornal do Norte, porquê usar no nome Porto?

    António, podes dizer o que quiseres e chamar o que quiseres a quem acha que foi uma má estratégia a escolha do nome. Mas não há dúvida que foi. Um jornal com um nome destes não dá ar nenhum de ser uma coisa do Norte, mas sim do Porto. É simples e fácil de entender o post do Pedro.

    ResponderEliminar
  4. É por estas e por outras que a história da regionalização me faz temer pelo futuro de Braga. Se ficarmos dependentes de uma grande região com o Porto como capital, podemos prever o desastre que irá suceder em termos de investimento.
    Vale a pena analisar estes sintomas...

    ResponderEliminar
  5. Os mesmos erros de tantos outros projectos como a NTV. De forma abusiva se apresentam como meios de comunicação do Norte e depois... fazem o mesmo que Lisboa com o Norte do país. É apenas mais um pasquim. Não lhe dou muito tempo de vida.

    ResponderEliminar
  6. Caro António Alves, segundo estudos do INE Braga tem um índice de centralidade de 17,25, apenas atrás a nível nacional de Lisboa 34,34, Gaia 19,48 e Porto 19,45, seguida da Feira 16,08 e de Guimarães 15,87. Famalicão aparece em 9º lugar com 14,38.

    Você comparou com outras cidades com grande índices centralizadores, mas não referiu o que Braga possui no Minho o que mais nenhuma centralidade possui, é a referencia para grande parte do distrito de Viana do Castelo, Braga e mesmo de Vila Real, para as funções muito especializadas. Isto apesar do não investimento das estradas nacionais que desde sempre colocaram Braga como esse centro.

    Veja o estudo:
    "Sistema Urbano: Áreas de Influência e Marginalidade Funcional -Região Norte
    Ano de Edição: 2004

    http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=11355051&PUBLICACOESmodo=2

    ResponderEliminar
  7. Este António Alves vem para aqui masturbar-se intelectualmente porque não percebe o que está escrito no post. Quem disse que o jornal era do Norte e não do Grande Porto foi o próprio administrador do grupo, ok????

    Este deve ser um daqueles que acham que o norte acaba em matosinhos e que o resto é uma paisagem . alias, estes talibans anti-norte-que-se-recusa-a-servir-os-interesses-da-avenida-dos-aliados são os MAIORES EMPECILHOS À REGIONALIZAÇÃO porque conseguem que toda a gente do norte deteste este modo de estar de alguns tipos do porto e desconfie das intençoes do porto.

    ResponderEliminar
  8. Viva a região galaica duriense com a sede em Santiago!...

    ResponderEliminar
  9. Que comentário mais bacoco. Esse António Alves é um daqueles regionalistas que quer por o porto a mandar no norte. Basta de colonialismo a norte.

    ResponderEliminar
  10. Pessoalmente, se luto pela regionalização, temo por uma repetição da situação actual, em ponto mais pequeno.

    Alguns sinais são desde já preocupantes, com criação de entidades regionais que se designam "Porto e Norte de Portugal"...

    Também não será de todo ingénua a iniciativa da CMBraga em lançar o Quadrilátero Urbano (Braga, Barcelos, Guimarães, Famalicão) envolvendo os respectivos municípios e parceiros institucionais.

    Certo de que qualquer modelo de proximidade de decisão (principio da subsidiariedade)será benéfico para a região, é também uma grande oportunidade para não repetir erros de descentralização-centralizada.

    ResponderEliminar
  11. O exemplo do Diário de Lisboa foi infeliz, Pedro. O Diário de Lisboa era um jornal de referência, primeiro na oposição ao fascismo e, depois do 25 de Abril, da esquerda portuguesa. Não tinha nada a ver com "Lisboa": era um jornal de política, acima de tudo. Ainda guardo o último número, de há quase 19 anos atrás, e praticamente não encontro notícias locais. Mas o facto de Lisboa ter tido um jornal assim é significativo.

    ResponderEliminar
  12. Para algum pessoal do Porto que defende com unhas e dentes o NORTE...só é Norte de Gaia até à Maia e estes já são lá nos confins... Criticam Lisboa por centralizar tudo e defendem a regionalização para quê? Para substituir um centralismo por outro...O Norte é mais do que o Porto! O resto não é só paisagem...
    Ricardo

    ResponderEliminar
  13. Pois é ... tanto latim, tantas queixas e em 1998 tivémos uma oportunidade para regionalizar o país.
    E hoje, ouço muitas das pessoas que diziam: "ah, o modelo não é este; ai o Porto" e que hoje se queixam de Lisboa.
    A esses e todos os seus similares: cada um tem o que merece, não aborreçam quem defendeu a regionalização em 1998 com os vossos queixumes contra Lisboa. Se não queriam ser comidos pelos lobos, não votassem neles.

    Em havendo necessidade de uma capital para o Norte de Portugal, só faz sentido que seja o Porto.
    Querer fragmentar a região Norte ... para isso já temos os concelhos, para quê continuar a insistir em unidades territoriais sem massa crítica?

    Vá, já chega. Bora lá descansar, pois segunda-feira temos que ir trabalhar para pagar a terceira travessia, o mega-hiper-refixe-hub da europa e um comboio mega-rapido para Madrid.

    ResponderEliminar
  14. E o PORTOCANAL, não é prá qui chamado?...
    Já se sabe que o norte é o porto, o resto é paisagem...
    Guimarães, Braga, Barcelos Famalicão e Viana ao poder, já!

    ResponderEliminar
  15. Caro Carlos Santos,
    O que aqui nos trouxe é extremamente relevante mas só será tido em conta por aqueles que estão no debate público com seriedade. Não vale a pena trazer números nem factos quando se debate com cegos. As obsessões toldam o pensamento e diminuem a razão. Acredite-me que não vale a pena.
    Há certas pessoas que sempre que se critica o Porto espumam do alto da sua irascibilidade fazendo o debate descer até um esterco em que me recuso entrar. Quando não têm argumentos para contrariar a mensagem, atacam o mensageiro...

    Caro Filipe Moura,
    Tens razão. Está mudado para "Semanário de Lisboa" porque o nome não é mais do que simbólico.

    Caro Pedro Indy,
    Bem lembrado. O fracasso do projecto da NTV! Apropriaram-se do nome do Norte, mas o projecto não saiu das fronteiras do Grande Porto.

    Lingu@s,
    Concordo: é fácil de entender. Contudo, há quem não tolere que haja mais opiniões a Norte. Para algumas pessoas, o Porto devia ser a Lisboa do Norte e são essas pessoas que mais dificultam a regionalização.

    ResponderEliminar
  16. não te armes em vítima e tem lá um mínimo de verticalidade. tu não és o mensageiro: és o autor consciente e premeditado da mensagem.

    ResponderEliminar
  17. Tomei hoje conhecimento deste blog e perante tantas divisões, inverdades e suspeições resolvi intervir. Em primeiro lugar, devo esclarecer que sou do Porto. Segundo: conheço muita gente, entre a qual me incluo, que considera que existe uma entidade chamada "Norte", sendo o principal problema a definição das suas fronteiras agravado pela divisão entre os nortenhos. Alguns, presumo que bracarenses, acusam os portuenses defensores do Norte de terem uma visão muito reduzida do mesmo, só até à Maia ou pouco mais.Isso não tem pés nem cabeça,não conheço ninguém aqui no Porto e arredores que pense assim, pelo que essa afirmação não passa de uma atoarda sem fundamentação e seria imitar os lisboetas que acham que a norte de Sintra e Loures é "província" ou paisagem, se preferirem.O Norte, para cada vez mais portugueses desta região, abrange as antigas províncias do Entre-Douro e Minho e Trás-os-Montes, bem como alguns territórios mais a sul do Douro, nada tendo a ver com a região-plano, inventada mas não concretizada por Cavaco Silva, num mapa de 5 regiões que muitos de nós recusamos.
    Naturalmente que, apesar de portuense, não quero ver repetido no Porto o centralismo exclusivista que critico em Lisboa, mas parece-me que alguns dos comentadores anteriores afinal querem elevar Braga a capital de uma "região" e iríamos cair, afinal, no mesmo erro.Parece uma incoerência.
    O que todos nós precisamos é de um aeroporto eficiente, com ligações às cidades estrangeiras que a TAP e a ANA nos retiraram nem deixam que existam, com o objectivo de tornar indispensável um novo aeroporto em Lisboa.
    Sejamos claros: eu do Porto, um bracarense, aveirense, viseense ou de outra cidade desta zona porque é que temos de ir de véspera ou no dia a Lisboa apanhar um avião, com um aeroporto muito mais perto. Se um de nós quiser ir a Madrid ou à Europa, de comboio, que lógica tem termos de fazer cerca ou mais de 300 km. até Lisboa, fazer mais não sei quantos pelo Alentejo e depois, em Espanha, voltar para Norte até Madrid. Este TGV tem uma linha que parece um anzol. Primeiro duvido que seja necessário. Segundo, a construí-lo, a sua forma devia ser em T, saindo de Lisboa e Braga, por exemplo, e depois seguir o trajecto da linha da Beira Alta, até à fronteira. Seria o caminho mais curto, portanto mais rápido. A C.P. acabou com muitas linhas férreas que nos fazem falta e querem acabar com a ligação a Mirandela, sob o pretexto de uma barragem. Já nos quiseram levar a água do Douro para o Tejo (lembrem-se de Foz Côa) e qualquer dia vão voltar ao mesmo.
    O que nós não aceitamos é continuar a ser discriminados com habilidades como os desvios das verbas do QREN que em vez de virem para todos nós são, contra as normas da União Europeia, canalizadas para a zona de Lisboa.
    Quanto a Braga, não me parece que tenha sido tão maltratada como nós pelos governos lisboetas: passou a ter um novo e caro estádio, foi criada a Universidade do Minho, já tem auto-estradas e comboios rápidos, tem recebido bastantes verbas de Lisboa, em relação à sua população. Acho bem que pugnem pela vossa cidade e zonas envolventes, mas cair na defesa do centralismo lisboeta é um erro que a todos prejudica, sejam essas pessoas do Porto, Braga, Vila Real, Guimarães, Viana, Aveiro, Viseu, ... Por isso lamento que sejam "regionalistas mas pouco". O colonialismo lisboeta, com mais de cem anos, naturalmente que não é alheio a essa posição, bem como certa clubite de que ninguém está isento.
    Cumprimentos.

    ResponderEliminar
  18. N entendo. Por ter no título o nome "Porto" já n pode ser do Norte?
    Se se chamasse "Grande Braga" e fosse para o Norte já podia ser?
    Agora, o jornal abarca temas e notícias da região norte ou não??? Se calhar isso parece-me mais relevante que o título do jornal... Mas pronto, há pessoas que n passam da capa...
    Já agora, eu sinceramente gostava que em Braga arrancassem com um jornal de interesse regional. Podia ter o nome que quisessem, tv aí deixassem de criticar tto os outros!

    AP

    ResponderEliminar
  19. "com o Porto como capital, podemos prever o desastre que irá suceder em termos de investimento.
    Vale a pena analisar estes sintomas..."

    Eu temo precisamente pelo contrário; numa era global, de proximidade, de comunicação, querer entrar em corridas com um grande núcleo urbano a apenas 50 km de distância é manifestamente anti-europeu, "Europa" essa onde tais corridas acontecem com cidades a distar centenas de km entre si.
    Até nisto estamos bem na dimensão que temos. Pequeninos!

    ResponderEliminar
  20. De resto tem piada ver gente de Braga a criticar iniciativa privada a Norte, como este semanário ou o Porto Canal.
    Eu pergunto-me, e a iniciativa privada de Braga onde está? Onde estão os semanários e os canais televisivos criados a partir de Braga? Querem que o Porto vos empreste um, só para n centralizar??? Enquanto isso, a grande maior parte da imprensa nacional, jornais mas sobretudo TV, estão centralizados em Lx. O que n me parece estranho, uma vez que a Norte, se alguém tenta fazer alguma coisa no Porto, leva sempre com o autocolante do "Portocentrismo" dos bairristas de Braga...

    ResponderEliminar

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores